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Continuando com a divulgação da enquete que fiz no CEFET - Floriano em 2007, vamos a mais uma pergunta: "Você acha que o florianense quer sempre 'levar vantagem' em tudo?" As respostas refletem a percepção, dependendo do nível de instrução, que as pessoas têm sobre o vale tudo do dia-a-dia que reina em nossa sociedade.
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"Analfabeto": 70% disse que SIM. "Ensino Fundamental": 49% disse que SIM. "Ensino Médio": 59% disse que SIM. "Ensino Superior": 62% disse que SIM.
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Estes dados são reflexo de uma cultura disseminada que diz às pessoas para se tornarem espertas porque senão serão passadas para trás. Essa perspectiva de levar vantagem em tudo nos remete ao tempo em que o jogador GÉRSON, da seleção brasileira de futebol (1970), fazia um comercial de cigarro na televisão incitando o telespectador dizendo: “Gosto de levar vantagem em tudo. Leve vantagem você também."
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As pessoas levaram a sério essa recomendação e aprofundaram ainda mais esse comportamento de se achar o tal por ter enganado, violado, vilipendiado, sacaneado alguém em qualquer coisa. Não importa em que, nem por que, importa que aquele que age assim se sentirá impotente se alguém conseguir fazer antes e melhor que ele. Assim, ele se acha, depois de vencido, no direito de roubar, adulterar, escamotear para não se sentir derrotado.
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Para aplacar esse sentimento de derrota a sociedade investiu no tão propalado "o que importa é competir" tentando diminuir a agressividade dos perdedores imorais. Mas resta muita coisa na mente e na educação das pessoas que as fazem agir assim. Aqueles que buscam riqueza fora dos meios que a sociedade põe como legais e morais (roubar na administração pública, latrocínios, assaltos, roubos generalizados...) não medem esforços para conseguir seus objetivos.
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Educam seus filhos dizendo-os que o mundo é dos mais espertos. Na verdade o mundo é dos mais preparados. Os tais espertos ficam relegados aos oportunismos imorais e ilegais. Se isso é conveniente para alguém, não posso fazer nada além da crítica, pois quem já pensa assim e tem uma crença arraigada nesse anti-valor dificilmente agirá de outra forma, nem mesmo na cadeia.
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Então, o que podemos constatar foi que, independente do nível de instrução, existe uma crença generalizada que diz ser o florianense um sujeito de pouca afeição a valores morais dignificantes. Mas daí ser um praticante dessa esparrela imoral é outra coisa. Pode-se afirmar que o florianense tem essa postura, mas não se pode garantir que ele aja assim em tão alto nível de identificação.
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Creio que a maioria de nossa população é composta de gente honesta e trabalhadora e não conduz a sua vida e nem muito menos educa seus filhos com essa impostura. Sou otimista neste aspecto. Quase nunca idenfico a maioria como sendo portadora de valores negativos. Aposto na sobriedade moral do nosso povo, apesar de muitas autoridades imorais.
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