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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

FÉRIAS COM PRAZER.









Meu cunhado JENUEL NUNES veio de São Luis com minha irmã SILVANA passar um desses feriados de setembro passado. Na cozinha combinaram como deveria ser cozido o peixe que ele acabara de comprar, enquanto fritaria os demais no azeite de coco. Passar as férias na pensão da Dona ELITA é tão prazeroso quanto fazer o que ele também faz com muita competência: comer. O chato é que quando acaba ele fica com essa cara desolada da última foto. Mas em dezembro tem mais, não é homem da Mahindra?



NA HORA DO ALMOÇO.







Meu cunhado JOSÉ VALDO tirando uma folga do trabalho para almoçar na pensão da Dona ELITA. A sequência das fotos é reveladora da fome e da vontade de comer uma linguiça apimentada assada na brasa com carneiro feito no leite de coco. Arrocha policial.  




terça-feira, 25 de outubro de 2011

CAPITALISTA VIVO. COMUNISTA MORTO.



A languidez pingava pelo rosto desanimado de Rafael provocada pelo calor irritante, e pela dureza da vida, potencializado pelo vento que soprava na parada de ônibus que ele frequentava diariamente desde criança. No começo, para ir à escola, agora para ir ao trabalho. Tudo formava, desse modo, a imagem triste e autêntica do desamparo social de sua condição. A casa de Rafael fica na favela cortada pelo rio fétido e maltratado que, antes, também divide a avenida bem cuidada e iluminada da parada de ônibus na parte que ele é mais limpo e preservado.

Homem religioso era incapaz, por causa da educação elementar que teve até o ensino médio, de perceber que a sociedade onde vive foi inteiramente criada pelos próprios homens. Que o modo como se divide tudo o que foi feito pelo trabalho de todos depende do poder daqueles que aprenderam a agrupar interesses e união dos pares para ter mais força e assim ficar com a maior parte do bolo. E a maioria, como ele, por mais que contraditório, tem menos poder, menos força, menos união e, por isso, fica com a menor parte que é a que lhe cabe por não ter noção de sua condição. Mas Rafael não entende nada isso.

E na parada de ônibus lê trechos de seu livro sagrado que diz que quem fica com menos, ou quase nada, na divisão da riqueza nessa vida, gozará de privilégios no céu dos crédulos, mas só quando morrer. Lá tudo é de todos, ninguém é explorado e todos se servem, usufruem de tudo por igual. Sem distinção de cor, origem social, econômica e cultural - a tal condição de Rafael.


Rafael para a leitura por um instante, levanta a cabeça e olha, mas nada de o ônibus vir. “Está atrasado como sempre”, suspirou resignado. Tão resignado que não percebeu que estava ali esperando já fazia uma hora e quinze minutos. Ao lado, sentado, estava um estudante de Sociologia que olhava com desdém para ele e seu livro sagrado. Pensou então Ivan, o estudante, o que diria Locke sobre o projeto comunista das divindades. Ivan é uma espécie de niilista.

Para tentar um passatempo melhor Ivan propôs a Rafael começar uma daquelas conversas que se iniciam, mas não terminam nunca porque sempre um dos envolvidos tem de ir embora na hora do ônibus.

- Posso fazer perguntas sobre as certezas de sua crença e sua disposição subalterna para viver neste mundo de acordo com as regras impostas? Iniciou Ivan pedindo razões.

- Acho que sim. Replicou um desconfiado Rafael.

- Você crer numa divindade que viva num mundo à parte e seja o demiurgo deste? Essa divindade, que é justa e boa, preparou um mundo bom, justo e feliz para todas as suas criaturas num paraíso?     Importunou Ivan.

- Sim, claro que sim. Confirmou Rafael.

- Quero pô-lo a enfrentar um dilema, então. Posso? Preveniu Ivan.

- Só até o ônibus chegar. Objetou quase sem querer, Rafael.

- Por que elegemos a propriedade privada como um dos nossos direitos naturais enquanto vivos se quando morrermos iremos viver num lugar onde tudo pertence a todos e todos se servem por igual de tudo? Amolou entusiasmado o futuro sociólogo meio niilista.

- Ora, Deus nos deu o livre arbítrio, cada um faz o que quer e acha que é verdadeiro, justo e certo. Disse Rafael em tom de pregação. - Deus nos instrui a não roubar e, portanto, devemos respeitar a propriedade dos outros. Isto está errado? Indagou o impaciente crédulo.

- Não, não está errado. Pelo menos de acordo com os nossos valores. Mas para quê nos submetermos a esse regulamento aqui na terra se no paraíso tudo é de todos? Lá é onde não existe propriedade privada, não é? Devolveu Ivan.

- São os desígnios de Deus. Só Ele pode responder a Seus próprios intentos. Disse Rafael, que nunca tinha passado por tal situação.

- E por que temos de viver e morrer num mundo injusto como o nosso para depois viver eternamente num mundo justo? Por que temos de nos submeter ao trabalho explorador nesta vida se no paraíso não há explorados? Não seria melhor dar um jeito de morrer logo e ir direto para o paraíso sem ter de sofrer tanto quanto estamos sofrendo todo dia? Perguntou o niilista iniciante.

- Ah, disso só o Poderoso sabe. Só Ele pode te responder. Talvez lendo as Suas palavras você encontre as respostas. Retrucou Rafael já sem paciência.

- Você já prestou a atenção que muitas coisas que fazemos por querer ou por obrigação são o contrário do que diz esse seu livro sagrado? E que mesmo assim vivemos e fazemos essas coisas sem reclamar? Que no livro está escrito que quem é pobre nessa vida será rico no paraíso? Lá está escrito que ser rico é uma bênção? A pobreza, então, seria um castigo? E a justiça do céu, como fica? Bombardeou Ivan.

- Acho que já vou embora. Outra hora a gente conversa. Incomodou-se Rafael.

Na verdade ele queria se livrar daquelas perguntas desestabilizadoras e voltar a folhear seu livro sagrado em paz e na segurança de sua crença. Mas eis que se aproximava um ônibus e os dois se levantaram do banco de cimento ainda quente e foram esperá-lo. Todavia, depois de tanta espera o ônibus que surgiu era o de Ivan. Mesmo tendo feito todas aquelas perguntas profanas a sorte lhe sorriu primeiro. Rafael ficou em pé na parada, sozinho.

- Que respostas poderiam ser dadas àquelas perguntas insólitas? O que pretendia aquele incrédulo com seus questionamentos? Eu tenho tanta convicção na minha crença que chego a ficar transtornado quando encontro alguém assim, que põe em dúvida os meus valores, as coisas em que creio. O que queria ele? Me envenenar contra os ricos, contra os patrões? Será que ele quer destruir esse mundo? O que poríamos no lugar dessa sociedade? Seria o fim de tudo? Esses estudantes, sempre querendo mudar as coisas, o mundo. Por que não se contentam com o que têm? A harmonia é que faz as coisas funcionarem bem. A discórdia gera incertezas e bom mesmo é o cotidiano salutar desse mundo. Eu gosto desse mundo assim sem modificações abruptas. Finalizou o resignado Rafael.

Em pé e distraído pelos pensamentos sobre a sua crença não percebeu que um carro vinha numa velocidade irresponsável pela avenida de pista dupla e ziguezagueando os veículos. O motorista brincava de se aproximar de alguns carros rapidamente e ficar colado na traseira. Inesperadamente ele arrancava de uma vez ultrapassando com muita proximidade o veículo da frente.

Num determinado momento um dos motoristas que iam à frente num dos carros se assustou ao perceber a manobra arriscada e diminuiu a velocidade o que provocou um leve choque entre os dois veículos, mas o suficiente para desestabilizar o motorista irresponsável que, descontrolado, foi em direção à parada de ônibus. Rafael, distraído, não percebeu claramente o que ocorreu e foi terrível e violentamente atingido de forma rápida e inesperada não tendo tempo de reagir. Com o impacto seu corpo foi arremessado a seis metros de distância.

Depois do impacto no corpo de Rafael o carro se arrastou pela calçada até atingir um poste. Rafael morreu na hora. Seu corpo todo ensanguentado pendia entre a calçada e o asfalto. Seu livro sagrado havia sumido. Henrique estava sozinho e bastante machucado dentro do Porsche. Mesmo com todos os air-bags para proteger-lhe seu sangue escorria pela testa inchada pelo impacto capaz de superar os artefatos de proteção.

As pessoas foram parando seus carros para observar e socorrer os envolvidos nesse previsível acidente. Conseguiram retirar Henrique do seu carrão importado e o colocaram na calçada para aguardar as equipes de socorro. Cerca de dez minutos depois chegaram duas equipes e os paramédicos fizeram o atendimento imediato estimulando os sinais vitais. Foi quando Henrique despertou tossindo e respirando ofegantemente.

Um dos enfermeiros mais próximos sentiu odor forte de álcool emanado da respiração do paciente. Perguntou-lhe sobre seu estado de consciência e se havia ingerido bebida alcoólica. Henrique respondeu, ainda meio confuso, que tinha bebido dois copos de vinho durante um jantar com uns amigos num restaurante perto dali.

Nesse momento um policial se aproximou para averiguar a situação e perguntou aos que atendiam como o paciente estava. Permanecia numa situação estável, respondeu o enfermeiro que acrescentou que além de sinais evidentes de embriaguez o paciente havia confessado ter consumido álcool. O policial comunicou ao comandante da patrulha que estava resguardando o corpo de Rafael junto aos outros policiais até a chegada do carro do IML.

Menos Rafael, todos se encaminharam a delegacia da região para o registro da ocorrência. Relatados os detalhes e apontado o acusado, o delegado definiu o enquadramento e a tipificação criminal que incorreu Henrique comunicando a seu advogado que a fiança fora arbitrada em trezentos mil reais. Meia hora mais tarde o motorista irresponsável entrou no carro do advogado e saiu da delegacia rumo à sua mansão que tinha mais dez carros semelhantes na garagem.

Será de lá que ele aguardará indefinidamente o inquérito ser concluído e enviado à justiça. Será de lá também que ele verá os noticiários de TV sentado em seu grandioso e confortável sofá de couro italiano apontá-lo como um escárnio social para logo em seguida outro irresponsável num carrão substituí-lo como atração para a espetaculosa demonstração de preocupação e desejo de justiça aparentemente impiedoso da TV e da sociedade. Assim, então, sentirá alívio por esquecerem seu caso e voltarem a atenção para o caso mais recente.

Tudo isso acontecendo enquanto os poucos e pobres familiares de Rafael cuidam de seu velório e enterro sozinhos e sem a ajuda dos muitos antes colegas de crenças, pois o inconveniente Rafael tinha de morrer exatamente no dia de uma já previamente anunciada marcha.  

Viveu seus pobres e breves dias na terra submerso em insolúveis problemas e dificuldades econômicas sem ter entendido o por quê. Nunca teve o prazer de usufruir as coisas que vergonhosamente desejava, pois a sua crença religiosa lhe ensinou que o pobre vivo será o rico morto, mas só lá no paraíso. Rafael está mesmo é enterrado num descuidado cemitério vizinho à favela que viveu desde criança.

Outro dia mesmo Henrique foi visto saindo do mesmo restaurante onde tinha terminado de jantar com os mesmos diletantes e sempre presentes amigos. Teria jurado ao manobrista que bebeu, nesse dia, apenas dois copos do mesmo vinho. Entrou no seu novo e reluzente carrão importado e saiu em disparada rumo à sua majestosa mansão. Outra vez. 


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

XXVIII SEMINÁRIO NACIONAL DE GRANDES BARRAGENS E II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ENROCAMENTO.



Encontra-se, a partir de hoje, no Rio de Janeiro para participar do XXVIII Seminário Nacional de Grandes Barragens e do II Simpósio Internacional de Enrocamento (que "é um maciço composto por blocos de rocha compactados": Barragem da Usina Boa Esperança) a serem realizados no período de 25 a 28/10/2011 o Engenheiro Eletricista e Gerente Geral da CHESF no Piauí AIRTON FREITAS FEITOSA.

O XXVIII SNGB trata-se de uma das mais importantes séries de eventos sobre Engenharia de Barragens do Brasil, que vem desde 1962 reunindo Engenheiros e especialistas em todas as áreas correlatas para a constante consolidação da experiência e promoção de avanço do conhecimento tecnológico de Barragens destinadas aos múltiplos usos das águas.

Neste ano em particular, será realizado, também, o II Simpósio Internacional sobre Barragens de Enrocamento em parceria com o Comitê Chinês de Grandes Barragens. Além disso, por ocasião desses eventos serão comemorados os 50 anos de fundação do Comitê Brasileiro de barragens.

domingo, 23 de outubro de 2011

MAMÃE E A MOÇA DO HORÓSCOPO.




A adolescência, a meu ver, é a fase de nossas vidas que sendo o momento que vem logo após termos mostrado aos nossos pais que já somos bastante independentes e autônomos e agimos com nossos próprios membros, começamos a expor que já somos capazes de fazer escolhas e julgar os fatos e os atos, tanto nossos como os que nos afetam.

Esses julgamentos são feitos sempre a partir do entendimento que os nossos valores são os melhores, mais atualizados, mais adequados e fundamentais. Ninguém sabe mais ou melhor que nós. Ninguém está mais ou melhor preparado que nós. Somos super-homens. Imortais. Os tais.

Quem, mesmo por um momento, não se sentiu assim? Acredito que só os medrosos que nunca saíram daquela fase inicial e até hoje os pais têm de fazer tudo por eles.

Imortais e sem medos, desse modo passamos a agir em relação a todos e a tudo.

Mesmo nos vendo agindo assim, mas sabiamente conscientes de que não somos realmente assim, nossas mães se arrogam no direito de nos dizer que não devemos ir a lugar tal, com tais pessoas, naquela hora, com aquela roupa. Que devemos fazer isso e aquilo por isso e aquilo para conseguir isso e aquilo. Que aquele(a) com quem estamos não nos serve, que é vagabundo(a), que pelo menos fulano ou beltrano é do nosso nível.

Mas aí fazemos que não estamos escutando, aumentamos o som do fone de ouvido, fazemos caras e bocas, olhamos com desprezo e, por fim, falamos mais alto ainda e caminhamos em direção à saída.

Quem meus pais pensam que eu sou? Um bebezinho? Um debilóide? Já sou bem grandinho e por isso mesmo não preciso de uma babá o tempo todo dizendo o que devo fazer ou escolher. Que tenho de fazer isso e aquilo. Com que roupa eu devo ir ou que cor devo usar. Que maluquice é essa?

Mas ao mesmo tempo que não desejamos a interferência e ingerência de nossos pais nas nossas vidas e decisões somos incapazes de sair de casa sem ler aquela revista ridícula de horóscopos ou de ouvir aquela locutora intragável que nos obriga a escutar o nosso signo, ou ainda acessar aquele site místico.

Tudo isso acontece sem que questionemos o papel da revista, da locutora ou do site que dizem a cor da roupa que devemos usar, o que devemos fazer, como devemos fazer, com quem devemos fazer e para que devemos fazer. A revista, a locutora ou o site (as vezes todos juntos) assumem exata e precisamente a postura que detestamos nos nossos pais.

É, somos contraditórios assim até compreendermos que devemos ter verdadeiramente autonomia intelectual e moral. E isso, a meu ver, só conseguiremos construir através do estudo da Ciência e da Filosofia. Apenas assim nos libertaremos do mundo místico, encantado, supranatural, metafísico que é o tipo de mundo que torna a todos escravos de crenças infundadas, crenças generalizantes, crenças sobrenaturais. Libertos completamente desses tipos de crenças podemos passar a viver como sonhamos, planejamos e nos esforçamos para chegar ao que queremos autonomamente.


terça-feira, 18 de outubro de 2011

INCOMPETÊNCIA ESCANCARADA.

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Fotos registradas hoje à tarde na Avenida Esmaragdo de Freitas, bairro São Cristovão. E as duas últimas em rua do mesmo bairro.


Caro leitor, ninguém de bom senso dirá outra coisa que não um lamento pelo estado que se encontra a nossa cidade. Ainda não começou o período das chuvas e o descaso com a infraestrutura da cidade já se mostra tão evidente, tão escancarado que diante dos fatos o prefeito de Floriano já esgotou as desculpas para a falta de responsabilidade com a coisa pública. Muitas, ao longo desses dois mandatos, foram as desculpas utilizadas em entrevistas em rádios e TV. Deus e seus desígnios chuvosos, a natureza e suas leis “imprevisíveis”, a crise financeira mundial, a idade avançada dos calçamentos e agora a falta de material devido a ausência de contrato para a sua compra.
Como se pode vê não há mais repertório. A última alternativa seria o prefeito ir aos meios de comunicação e declarar candidamente o que toda a cidade já está cansada de saber: ele não tem a mínima competência para ser prefeito de Floriano. Esses anos todos já foram suficientes, mas resta ainda um. E é nesse que ele irá se rebolar para tentar desfazer essa imagem construída ao longo desses anos todos. Infelizmente alguns eleitores descuidados irão acreditar, mas aqueles que estão atentos aos fatos lhes dirão nas urnas aonde ele irá se abrigar após sair da prefeitura. Devido ao fato inquestionável de ele ter sido o prefeito mais incompetente da história da cidade e esta cidade nunca ter sido tão mal administrada como está sendo por ele, então, esse lugar só pode ser na lata do lixo da nossa história.
As fotos acima são a conseqüência inevitável do que eu havia mostrado na postagem “Descaso Escancarado” (clique para ver) do dia 12/09/2011. Lá eu disse que o que se vê nas fotos acima iria acontecer. E não precisa ser Deus, adivinho, macumbeiro ou cartomante para saber. E é com tristeza que mostro esse descaso visto que nasci e vivi muitos anos nesse bairro, São Cristovão. Não sinto outra coisa que não seja lamento e desolação, pois com esse prefeito não se poderia esperar que fosse feito alguma coisa antes que houvesse a derrocada da rua.
Em poucos dias ela será interditada e as pessoas já estão temerosas com o agravamento da situação e com o risco terrível de um acidente com consequências fatais. A única providência tomada pela prefeitura foi colocar uma placa dizendo que o trecho está em obras. Ora bolas, como pode está em obras se não tem material para fazer a recuperação? Leia reportagem do portal Notícias de Floriano (clique) e entenderás. A situação que se vê nas fotos é uma somatória de sete anos de abandono, descaso e falta de responsabilidade com a coisa pública. Não aconteceu de ontem para hoje, são sete anos, gente. Nada, nenhuma desculpa esfarrapada pode justificar tamanho desprezo pelo bairro e, no geral, pela cidade.      

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

CARA DESUMANIZAÇÃO.



Uma sociedade como a nossa que caminha a passos largos rumo ao desenvolvimento econômico, educacional, estrutural, vai, aos poucos, deixando para trás o nível minimamente suportável daquilo que chamamos de respeito ao próximo. Ou algo que poderíamos chamar também de civilidade, ou humanidade.  

Vamos bem em várias áreas, mas a mídia monopolista (não só, mas principalmente) invade as mentes acríticas com valores que vão formando paulatinamente esse ser que estamos nos tornando. E esses valores estão intensamente sendo cultivados sem uma avaliação sobre as consequências em todos os aspecto. Só se observa o retorno prático imediato daquilo que nos interessa: competição exacerbada, individualismo narcisista, frouxidão dos valores, imposição da “lei de Gerson”, a supremacia do “jeitinho”...

Mas o ponto em destaque é saber o quanto estamos gastando para manter esse estilo de vida que cultivamos como o ideal. Ao invés de investir esforços e dinheiro naquilo que nos torna mais humanos, estrutura, educação, moradia, saúde, estamos investindo naquilo que tem como finalidade primordial corrigir os excessos desse estilo de vida que está sendo gestado. Estamos, desse modo, construindo um novo ethos.

A cada dia ouve-se falar da criação de mais uma delegacia especializada. Delegacia de Crimes Contra o Patrimônio; Tóxico e Entorpecentes; De Costumes; De Cibercrimes; Da Mulher; Do Consumidor; Do Idoso; De Proteção ao Meio Ambiente; De Crimes Raciais e Delitos de Intolerância... Desse modo vamos ter de criar uma delegacia para cada dimensão das relações sociais visando coibir as agressões consequentes da falta de uma educação equilibrada e de qualidade. Este sim deveria ser o nosso grande empenho e orgulho.  

Gasta-se mais dinheiro tentando resolver as agressões praticadas do que investindo nos procedimentos preventivos. É uma mentalidade que tenta enfatizar o fato de que estamos criando condições para coibir as agressões investigando as que já foram praticadas. Que somos evoluídos, pois temos inúmeras delegacias especializadas, mas na verdade estamos nos tornando menos civilizados, por contraditório que possa parecer. 

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MAIS UMA SUSPEITA DO MPF E DA PF - E NADA DE SEREM PROCESSADOS. FALTOU CORAGEM?






Mais uma vez a atual administração da prefeitura de Floriano está envolvida com suspeitas em suas ações, conforme divulgou o Portal AZ dia 14.10.2011. Dessa vez O Ministério Público Federal e a Polícia Federal irão investigar uma tomada de preço com valores de mais de 2 milhões de reais. Se há a necessidade de investigação é porque decorre de suspeitas de irregularidades. Caso contrário os mecanismos de vigilância institucionais não iriam abrir procedimento sem nenhum motivo.

 Nunca na história desta cidade havia tido uma administração tão insistentemente envolvida com tantas denúncias e tantas investigações. Nunca na história desta cidade havia tido um prefeito tão incompetente como o atual. Leia abaixo a nota da coluna do jornalista ARIMATÉIA AZEVEDO. Ou se preferir acesse diretamente clicando AQUI.

"Aí tem!
O Ministério Público Federal acionou a Polícia Federal para investigar a tomada de preço 31/2011 da prefeitura de Floriano, de mais de R$ 2 milhões.

Os vencedores da licitação foram os únicos participantes do certame."


terça-feira, 11 de outubro de 2011

UTOPIA POSITIVA.

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Vale a pena repetir que há aqueles que defendem a prática política como sendo algo que deve ser exercido a partir de bases fraudulentas, corruptas, e que ecoam esse mantra, aliado à farsa que se coloca como sendo impossível haver alternativa realística. Desse jeito põem o caminho da honestidade como  alguma coisa do campo das utopias.

Todos eles têm em comum o ícone que aparece publicamente socado em ternos ordinários com gravatas de nós mal elaborados e camisas que não fecham o colarinho cujo conjunto desenha a esquisitice tanto estética quanto ética.

São fatos, sim. Não podemos dizer que não são. Mas não devemos dizer que são inescapáveis, que temos de aceitá-los e consenti-los. Por serem fatuais, de acordo com essa mentalidade, não poderíamos fazer nada e deveríamos aceitá-los como um servidor incondicional do destino e da fatalidade diante de coisas assim. Isso seria apreciar os fatos de forma negativa.

Fatos como esses que apontamos acima nos assombram e isso é bom na medida em que nos tira do âmbito da naturalização e consequente indiferença. Pois seria essa a postura que os adoradores dos fatos negativos desejam com suas artimanhas: naturalizar a fraude e a corrupção. Assim eles entendem que irão destruir o que há de bom em nós.

Quando nosotros apontamos alternativas realísticas para a prática política com bases honestas surgem as vozes que apreciam os fatos negativos e dizem que é utopia. E fazem isso de forma clara e direta ou através de mensageiros obscuros e envergonhados que mal disfarçam sua opção pelos fatos ruins.

O significado de utopia no “sentido positivo prega a transformação dos costumes políticos postos em prática” em algo digno e dignificante. É nesse caminho que seguem aqueles que admiram os fatos como quem deseja transformá-los em algo que poderá ser chancelado pela boa prática política.

Já os amantes dos fatos ruins têm uma tendência à covardia quando se desencantam e abandonam tudo por causa da instauração da prática antes vista como besteira, pois para eles, que não conseguem entender os novos valores, tudo o que substitui as suas práticas é estranho, inconcebível e inaceitável.

Aceitar os fatos é ter uma visão realística do mundo. Mas não significa ceder ao apelo fácil da submissão ao que eles significam, pois no âmbito dessa nova realidade não haverá espaço para aquilo o que os amantes dos fatos ruins defendem. Os fatos são vistos, agora, por quem encara com coragem o que deve ser transformado.

Utopia positiva para transformar a realidade numa instância de fatos positivos, é a minha proposição. Deve, então, substituir a visão que diz que os fatos são apenas fatos (sem adjetivação) e por isso devem ser acolhidos e desejados como são. Pois eu, ao contrário, prefiro “pregar a transformação dos costumes políticos postos em prática” em algo que minhas filhas possam se orgulhar de participar politicamente sem medo de assumir a atitude positiva colocando a indiferença ao lado de quem deseja fazer a fraude e a corrupção serem fatos sem adjetivação campear com desenvoltura.  



quarta-feira, 5 de outubro de 2011

"ASFALTO SONRISAL".

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Caro leitor, estas duas fotos acima são do anel viário de Floriano. Este trecho fica entre a rotatória da garagem da Prefeitura e a Rua 7 de Setembro. O descaso com a coisa pública é tamanho que você pode reler clicando AQUI mais um inexplicável buraco no meio do asfalto que foi feito há dois meses. Mas pode perceber que além de descaso a falta de responsabilidade é gritante. Clique AQUI também e comprove o que estamos afirmando categoricamente nesta postagem. É descaso e falta de responsabilidade, pois esta obra foi uma expectativa dos moradores dessa região da cidade por cerca de sete anos. Quando o Governo Federal realiza a obra que deverá ser cuidada pelo prefeito, eis que a faceta mais evidente dele vem à tona: a sua total e completa incompetência para fazê-lo. Certamente a cidade não esquecerá que este foi o prefeito mais incompetente de sua história e lembrar disso será lembrar de descaso e falta de responsabilidade. 


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As fotos acima são da rotatória da garagem da Prefeitura. O asfalo está se desfazendo visto que a falta de qualidade é demonstrada pelas fotos. Há dois meses foi feito. Mas só resta isto que se vê aí. O meu amigo CHICO MÁRIO cunhou o nome que utilizei nesta postagem. Alguém é capaz de dizer que não representa a realidade?
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Já a foto acima é de um dos retornos do trecho citado acima. Esta obra exemplar da incompetência do prefeito foi feita há cerca de um mês. A nossa cidade nunca havia passado pelo constrangimento de tanta incompetência. Gente, isso já está virando lenda. A maioria das pessoas já está achando isso natural. Ninguém diz mais nada. A verdade é que sete anos de uma administração assim fez com que a maioria das pessoas perdesse o referencial de qualidade e assumisse o prefeito como um "é isso mesmo". Mas em 2012 a cidade lhe mostrará a sua indignação. Não através de vaias, como faz de vez em quando, mas pelo voto. Pois é isso o que significa apoiar quem está ao lado dele defendendo o descaso e a incompetência como um valor.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011

PODER E FORÇA.

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Os gregos antigos inventaram a Polis (cidade politicamente organizada com suas instituições e leis). Aquele que vivia na Polis era chamado de politikon. A sua prática junto aos outros na Polis era a política, ou seja, o que ele fazia na Polis era a política. Grosso modo, pode-se interpretar assim a convicção de ARISTÓTELES ao definir o ser humano como um “animal político” (zoon politikon).

Desejo repetir que todos nós fazemos política mesmo que as vezes alguns não tenham consciência plena disso, posto que nos relacionamos socialmente e assim buscamos saciar as nossas necessidades coletivas. Quero repetir também que política não é propriamente o que fazem alguns biltres e desonestos que ocupam algum tipo de poder em benefício estritamente pessoal e de seus familiares. Pois é basicamente daí, dessa prática, que decorre a noção que política é coisa feia, desonesta, coisa de malandro. Entendida assim, então, ninguém de boa índole, gostaria de fazê-la ou dela participar.

Quando os bandidos banditizam a prática política e dela conseguem afastar os incautos e os honestos abrem, desse modo, espaço para refestelarem-se com seus pares naquilo que afirmam ser a prática de todos. Desejando, de tal modo, que os outros creiam que ali impera a desonestidade e que todos que a praticam também o são. Os biltres não toleram os honestos e por isso querem enlamear a todos para se auto-afirmarem como a única prática possível.  

Nosso país seria diferente se a maioria fosse educada para viver como um politikon. Mas infelizmente a maioria de nós, pela educação deficitária que historicamente sempre tivemos, fica apenas no nível elementar de interpretação dos fatos ao sabor de informações marcadas pelos interesses ideológicos predominantes. É por isso que muitos não entendem quem são, de onde vieram, onde estão e para onde estão indo na sua existência social. Vivem alienados em meio ao jogo dominante de ideias impostas pelo maior poder de manipulação que é a chamada “grande mídia”. A maioria de nós, basicamente, forma o bloco dos que dizem: “deixa a vida me levar...”

A política pode ser definida como o “conjunto de relações de poder vividas na sociedade”. Já o poder pode ser definido como um “conjunto de relações de força que indivíduos ou grupos sociais estabelecem entre si a partir de sua situação na sociedade” em vista do exercício do comando.

Portanto, as relações entre os grupos, dentro do modelo político que criamos, se dão a partir da posição que cada um ocupa e da força que possui. E pela identificação das necessidades, valores, objetivos dos membros que formam cada grupo distintamente é que se tem a chance de lutar pelo poder. Quem forma o maior grupo, tem mais força e maior poder.

Teoricamente, e só teoricamente, funcionaria assim. Mas a manipulação ideológica via mídia, principalmente, relega os grupos sociais com maior potencial de força ao desentendimento e alienação por causa da ausência de educação política e consciência ideológica.

O sujeito não tem compreensão de sua existência social, política, econômica e cultural. Ele não compreende que as estruturas são assim porque as fizemos assim. Não é um legado de Deus e nem obra da natureza. Então, podem ser modificadas em vista das necessidades, valores, objetivos daqueles que potencialmente têm maior força e consequente poder. Mas não são.

A alienação faz com que um pobre defenda as necessidades, valores, objetivos da minoria rica. É inacreditável, mas é assim.

Os mecanismos que utilizamos para aliar as forças são os partidos políticos, sindicatos, associações, ongs... Cada um é constituído a partir de fundamentos ideológicos e objetivos específicos. O PSDB e o DEM são partidos que preferencialmente representam a ideologia da elite do nosso país. Eles formam os grupos que aliam os membros da elite em torno das suas necessidades, valores, objetivos.

Já o PT, PSB, PSTU, PCO... estão fundamentados em ideologias que representam os trabalhadores como classe social. O que resta às pessoas é identificarem corretamente o espectro ideológico que está de acordo com a sua posição social, política, econômica e cultural dentro da sociedade e, do mesmo modo, unir-se aos seus congêneres em vista do aumento da força na luta pelo poder.

A luta pela democratização dos meios de comunicação é um fator preponderante para a agregação de forças por parte da desunida classe subalterna. Quem detém o monopólio da grande mídia (a elite) monopoliza as informações e manipula as mentes deseducadas num país continental como o nosso. Quebrar esse monopólio é a grande luta que devemos lutar agora. O que se quer não é impedir ninguém de manifestar a sua opinião, a sua informação, mas permitir que outros tantos também o façam na mesma proporção.

O que a elite não quer é isso, porque sabe que assim perderá o seu poder de manipulação dos desinformados e deseducados. E a consequência disso será perder o poder que tem como elite. E no jogo de palavras, quando os meios de comunicação se unem, falseiam a realidade porque não podem mostrar seus verdadeiros motivos. As verdades ditas na grande mídia são sempre as verdades a partir de suas necessidades, valores, objetivos de classe. 


Ah, como é estranho, muito estranho um pobre defender necessidades, valores, objetivos de ricos no âmbito político. Não cai bem, não faz sentido, mas é isso que muitos fazem porque não são um zoon politikon, ou não foram educados politicamente. Não podem entrar na classificação que PLATÃO fez do politikon como sendo “bípedes sem penas”. São, por conseguinte, “bípedes sem penas” com penas. 
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