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quinta-feira, 30 de abril de 2009

OS JOVENS RAIOS DE SOL ALARANJADOS - III.

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- Não! Não pode ser isto também. Porque um ser eterno que foi criado por outro ser eterno não prevaricaria. Não faz parte das características de um ser como a alma o desejo de se tornar inferior ao que é. Talvez nem mesmo os seres que nasceram neste mundo desejem tal coisa. Pensou, JOEL.
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- E se elas resolveram brincar de Deus e tiverem criado este mundo em que vivemos para testarem suas habilidades criadoras? Boa pergunta! Exclamou. Mas espera aí, neste caso Deus não teria criado o mundo completamente, teria deixado espaços dando a oportunidade de outros seres complementarem seu serviço. Deus não seria perfeito? Que é isso, JOEL! Sorriu ele disfarçadamente. Esta hipótese também não resistiu.
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- Agora vou resolver de vez a questão. As almas habitam os nossos corpos, mas nós temos a liberdade de fazer o que quisermos independente do que elas possam desejar. Mas isto é o livre arbítrio, JOEL. Esta é uma resposta que já está posta há séculos. Pensar isso só pode ter sido influência do diabo da religião. Pensou decepcionado.
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- Ei, e se for isto mesmo? E se o ser humano for a mistura, a união entre um ser bom e perfeito de uma substância incorpórea e um ser mau, imperfeito e corpóreo? Isto é o ser humano? Perguntou-se. É. É sim. Mas espera aí, isto não responde à questão levantada sobre o motivo da vinda da alma de seu mundo para este. Por que Deus criaria dois seres com características substanciais antagônicas e os misturariam? Qual o objetivo disto? Não está claro. Falta uma finalidade, um propósito compreensível racionalmente.
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- Puxa vida, pra que fui pensar nessas coisas. Agora não estou conseguindo uma resposta minimamente coerente, minimamente racional. Talvez tivesse sido melhor ter ido dormir e continuado a aceitar as respostas sobre este assunto que já estão aí prontas há séculos. Eu teria tido uma boa noite de sono e tudo teria continuado do jeito que sempre foi. Não há sentido em buscar respostas novas para velhas questões. E mesmo que eu encontre alguma resposta satisfatória o mundo vai continuar do mesmo jeito.
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JOEL nunca gostou de estudar, nunca. Mesmo que sua vida dependesse disso para mudar. Se ele compreendesse que se todos nós procurarmos agir na perspectiva de mudar as coisas como são para que elas se tornem como desejamos que elas sejam, talvez hoje tivéssemos orgulho do lugar onde moramos. Se todos fizerem a sua parte as coisas podem ser mudadas.
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Mas ele sempre preferiu apostar na sorte. No caso, a sua sorte para mudar a sua vida. Assimilou a moral da sociedade contemporânea que o deixa livre das preocupações sociais e se concentre apenas na avaliação de seu comportamento em busca de seus interesses particulares. Egoísta, individualista perdeu as referências históricas e sociais. Só pensa em si e em ter uma casa bonita como a do vizinho. Não importa como. No âmbito do “politikós”, para a moral neoliberal, a moral contemporânea, qualquer maneira vale a pena. Que se dane a religião. Que se dane a moral crítica, a moral humanista.
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“JOEL, vem tomar o café”. Reclamou a moça outra vez. Pois já estava na hora de lavar a louça e iniciar os preparativos do almoço. E JOEL ali sentado querendo atrapalhar a rotina com aquelas questões metafísicas. Que por isso mesmo não têm muita utilidade no dia–a–dia. Deve ser coisa de quem não tem o que fazer. Mas se a moça soubesse o que detinha JOEL na calçada sentado naquela cadeira dura e sem falar com ninguém, talvez tivesse ficado mais aborrecida ainda.
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Continua amanhã.

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quarta-feira, 29 de abril de 2009

OS JOVENS RAIOS DE SOL ALARANJADOS - II.

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JOEL estava confuso e esta confusão mental foi tão marcante que chegou a fazer parte de seu caráter pelo resto da vida. Ainda bem que o jovem crescerá e conhecerá várias psicólogas. Certamente elas poderão ajudá–lo de alguma maneira e de graça (eita).
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Como pode uma alma deixar a sua morada perfeita para habitar um mundo imperfeito? JOEL, naquele momento não quis recorrer a ninguém, estava concentrado. Quis ele mesmo resolver essa questão.
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De repente ele desencostou a cadeira da parede e a pôs de quatro pés no chão, agora estava mais firme. Ele achou que a firmeza do chão poderia fazê–lo mais hábil na busca das tão desejadas respostas, mas as respostas estavam difíceis de ser encontradas. “Por que não levantar hipóteses e testá–las?” As almas vêm a este mundo para testar o seu caráter, mas se elas vivem num ambiente de justiça e harmonia e são incorruptíveis, não faz sentido testar o caráter. Até porque se não fossem completamente honestas não seriam almas, porque a honestidade é um pré–requisito tanto para ser alma quanto viver no “ou topos”; visto que para ser alma tinha que ser absolutamente incorruptível. Se assim não fosse seria outra coisa e não alma.
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A religião de JOEL lhe ensinou que as almas são imortais e eternas ao mesmo tempo em que foram criadas por um ser imortal e eterno. Mas ele não quis questionar como um ser que é incriado, portanto eterno, pode criar um ser imortal e eterno.
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Para com isso, JOEL! Não é esta a questão. Disse a si próprio em um tom de voz alterado.
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Ao que a moça que havia chegado calmamente à calçada para chamá–lo para tomar o café da manhã, ficou espantada. JOEL não era de falar só. O que estaria acontecendo? O que estaria pensando? JOEL disse que iria depois. Só não disse depois de quê.
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A primeira hipótese não tinha sentido visto que as almas não estariam passando por um teste de caráter quando vêm a este mundo cheio de imperfeições, corrupções, desarmonias... Mas qual o motivo?
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Ah, já sei! Elas vêm ao mundo porque estão entediadas de tanta harmonia, tanta paz, tanta justiça, tanta honestidade, tanta perfeição e resolveram conhecer outras plagas. Elas não vieram para ser testadas, mas por um desejo próprio de conhecer outro modo de ser. Talvez seja isto.
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Mas aí ele se lembrou que tinha que testar esta possibilidade.
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Ah, não.
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Talvez resolvesse logo essa questão e fosse logo tomar o café. Mas aí uma voz interior lhe disse: “Deixa de ser preguiçoso, JOEL. Não se vá. Não desista fácil das coisas. Não faça isto”.
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A voz interior era o seu “daimon”. Só que ele não sabia disso. É um segredo que o conhecimento não quis lhe revelar. Essa voz não diz como JOEL deve agir, o que ele deve fazer, mas sempre o que não deve.
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Continua amanhã.
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IMORALIDADE?

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Tenho visto e pensado sobre vários acontecimentos lamentáveis ocorridos em Floriano e em outras cidades. Aqui a própria polícia admite, através dos meios de comunicação, que o número de ocorrências que envolvem assaltos, roubos e arrombamentos tem aumentado consideravelmente.
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Como vítima dessa violência, porque tive minha casa arrombada em janeiro, percebi que não houve nenhuma notícia em que as pessoas poderosas, ricas e influentes da cidade tenham também sido vítimas.
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Os sem-poder, sem-influência, sem-dinheiro são os preferidos dos bandidos, pois só pessoas desses outros níveis sociais e econômicos registram as ocorrências e são notícia. Me ocorreu de fazer uma pergunta que soa imoral.
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Por que os bandidos não assaltam também os outros? Será preciso suplicarmos para isso?
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Por que a pergunta parece imoral? Porque ela apela, não para a democratização das vítimas, mas para a perda do patrimônio dos outros também. Poderiam perguntar que absurdo é esse.
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É que só assim nós poderíamos nos livrar dos bandidos. E por quê? Porque com poder, dinheiro e influência as coisas não iriam ficar por isso mesmo. Os bandidos iam ser presos e todos os cidadãos se beneficiariam com essa medida. Talvez até meu DVD, minha TV, poucas peças de ouro, meu barbeador aparecessem.
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Seria melhor para todos.
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Mas é claro que isso é ironia. Estou sendo irônico e aproveitando para reclamar do fato que temos que acordar várias vezes durante a madrugada para observar se está tudo bem. Reclamar também que a conta de energia aumentou porque as lâmpadas têm que ficar acessas.
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P. S.: Como podemos convencer as pessoas argumentando que o relativismo completo da moral é incorreto? As classes têm interesses antagônicos até naquilo que deviria ser interesses de todos. Aí cada um começa a pensar em agir defendendo os seus interesses independente dos interesses dos outros. É difícil assim.
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terça-feira, 28 de abril de 2009

OS JOVENS RAIOS DE SOL ALARANJADOS - I.

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A partir de hoje publicarei o meu conto anunciado sábado 25/04/2009. Ele foi escrito do dia 23 para o dia 24/04/2009. É pura ficção, história e personagens. Atrasei porque tive que ler uns textos sobre discurso direto e discurso indireto por orientação de colegas que me ajudaram nas correções. A quem já agradeci em off. Mas vamos lá. Segue o conto:
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OS JOVENS RAIOS DE SOL ALARANJADOS
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Num dia qualquer, em meados da década de 1980, os primeiros raios de sol penetraram suavemente algumas nuvens alaranjando aquele dia que sucedeu a noite de tormentosas dúvidas.
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Os raios de sol começavam a clarear as obscuras perguntas que invadiram a cabeça de JOEL. Ele estava sentado numa cadeira dura que encostara à parede da frente de sua casa. Envolvido em pensamentos soturnos nem se dera conta que nada respondia à maioria dos notívagos que retornavam das farras e lhe cumprimentavam.
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Sem dar a menor importância às pessoas à sua volta quando está absorto em seus próprios interesses, o jovem JOEL voltou a repensar todos os pensamentos obscuros que tinham lhe ocupado por toda a noite anterior. Começou a refletir com algum grau de sistematicidade.
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Assíduo freqüentador de pregações religiosas desde criança, não por ser muito simpático e adepto de tais valores morais, mas por ser impelido, como todo jovem o é no maior país católico do mundo, a se acostumar a uma formação cristã.
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Este dia, simbolicamente, representou o início da inelutável fase na vida de todo jovem que questiona os seus costumes. JOEL se perguntou:
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Se todo ser humano tem uma alma, e se toda alma é imortal, em que lugar do(s) universo(s) ela teria estado antes de penetrar no corpo dele? Espera aí, disse JOEL consigo próprio, essa pergunta pode ensejar conclusões maledicentes. Vou reformulá-la. Se há uma alma imortal dentro de mim que sou mortal, antes de eu nascer onde ela teria existido? Em que dimensão? Numa dimensão espacial–geográfica diferente da que eu vivo? Na mesma dimensão que eu vivo, mas num lugar não sabido? Ou numa dimensão puramente abstrata, projetada, desejada?
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O sol, já nesta hora, tinha despejado toda a sua luz em cima deste lado da terra e sobre a cabeça de JOEL.
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Tudo o que teria feito JOEL passar a noite em claro começava a ficar mais evidente. Se as almas vivem num lugar de tempo sem começo e nem fim, de espaço indeterminado e incompreensível, se neste “ou topos” tudo é lindo e maravilhoso, se tudo é verdadeiro e correto, se tudo é perfeito e incorruptível, se tudo é vivo e divino, por que as almas viriam para uma realidade que seria apenas uma cópia imperfeita de um “ou topos” assim?
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JOEL estava intrigado com isso, pois as respostas que resultariam de sua reflexão poderiam ter implicações e determinações indeléveis em sua vida, no seu vir–a–ser, pois entender as razões e condições da vida, do que pensava e falava que até esta época eram percebidas apenas como explicações inquestionáveis, era fundamental.
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Ele queria entender o sentido e significado de tudo aquilo. Por que as coisas tinham que ser de um jeito e não de outro? Por que para uns era muito importante saber o que era certo e o que era errado? Por que uns viviam de um jeito e outros tantos de outro? Por que a casa do vizinho era melhor do que a sua?
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O jovem atormentado tinha que resolver tais questões existenciais para poder decidir que rumo dar à sua vida. Afinal, o mundo em que vivemos é um período, um modo de morrer temporariamente que toda alma tem que enfrentar obrigatoriamente em suas existências? O que elas veem fazer aqui é uma espécie de purgatório por causa de alguma pisada de bola que deram no mundo perfeito? Se lá tudo é perfeito, verdadeiro e incorruptível, como podem pisar na bola?
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Continua amanhã.
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segunda-feira, 27 de abril de 2009

DIRETO DA CARTA CAPITAL.

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Ministro do Supremo Tribunal Federal JOAQUIM BARBOSA. Ele protagonizou junto com o ministro GILMAR MENDES um bate-boca na corte semana passada. Mas leiam na reportagem da revista Carta Capital (edição de 27/04/2009) o que pode está por trás dessa briga. Além dos aspectos ideológicos divergentes de ambos pode ter alguma coisa com a eleição de 2010.
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RETALIAÇÃO PREVENTIVA.
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Depois da briga na última sessão do Supremo Tribunal Federal, toma corpo um movimento para impedir que o ministro Joaquim Barbosa comande as eleições em 2010, na presidência do Tribunal Superior Eleitoral.
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Ontem, no programa Canal Livre, da tevê Bandeirantes, o ministro Marco Aurélio de Mello falou dos desacertos de Barbosa com ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.
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No fundo, outra crítica pessoal, disfarçada de resposta a pergunta formulada. Marco Aurélio chegou a frisar ainda não estar Barbosa acostumado a julgar em órgão colegiado. Convém frisar nada ter sido perguntado ao ministro Marco Aurélio sobre a liminar que deu e com a qual Salvatore Cacciola fugiu do país.
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No episódio, os democratas do DEM solidarizaram-se com Mendes e os ministros que publicaram nota de confiança no presidente, depois de longa reunião, demonstraram insatisfação com Barbosa.
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Com efeito. O ministro Mendes continua a entender que o seu par Barbosa não julga a lide, a controvérsia, existente nos autos processuais.
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Na sua visão, o ministro Barbosa julga conforme o interesse de um estamento (classe) social, para o qual se inclina e protege.
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Bastou essa infeliz colação do ministro Mendes para se iniciar uma grande especulação sobre a futura presidência do ministro Barbosa, à frente do Tribunal Superior Eleitoral, na condução das eleições de 2010.Para o ministro Barbosa, – com todo o acerto –, o presidente do Supremo Tribunal Federal, não é o juiz dos juízes. Não tem poder para censurar qualquer dos seus pares.
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Em síntese, o ministro Barbosa julga conforme a sua consciência e o solene compromisso, - quando da sua investidura no cargo–, de seguir a Constituição e as leis.
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Nenhum dos dois ministros, –que protagonizaram o lamentável episódio de grande repercussão e que anteriormente chamamos de “Barraco Supremo”–, recua um único passo no sentido de admitir erros e excessos. Sobre isso, deixa claro matéria de hoje do jornal Folha de S.Paulo.
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A respeito da repercussão do “Supremo Barraco”, ela continua por todos os cantos do país.
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Até no You Tube apareceu o “Créu do Barbosão”. Por meio do deboche, ficou claro a conseqüência do transbordamento da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF).
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A provocação, com ato de censura, foi iniciada pelo ministro Gilmar Mendes. Até então, havia divergência, ainda que acirrada.
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O ministro Mendes não se convence quanto a não poder tecer considerações públicas (em sessões de julgamento) de natureza censória. E é do seu hábito se exceder, inclusive na presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
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Mendes não tem poder de censura sobre o convencimento de um seu par. Não lhe é permitido formular juízo sobre outro ministro fora da discussão jurídica em questão, isto para não cair no ataque pessoal. Em outras palavras, Gilmar não pode se posicionar,– como fazia o inquisidor Torquemada–, nos ataques ao pensamento alheio e divergente do seu.
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Vários dos pares do ministro Mendes no CNJ o consideram prepotente, “dono da verdade” e incapaz de ouvir e refletir sobre posicionamentos contrários aos que sustenta. Como desabafou um conselheiro do CNJ e os jornais ecoaram, o ministro Gilmar nem presta atenção sobre discussões, divergências.
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O ministro Barbosa, –no episódio inédito ao qual chamamos anteriormente de “Barraco Supremo”–, foi provocado e usou daquilo que em Direito se chama de retorsão imediata.
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Só que o ministro Barbosa cometeu, na retorsão, excesso de linguagem, ainda que tenha dito verdades. Ou seja, o ministro Mendes destrói a imagem da Justiça, pois prejulga, fala fora dos autos e se intromete em questões políticas, que não estão na sua alçada: disse até que chamaria o presidente Lula às falas. Fora a exigência de afastamento do delegado Paulo Lacerda, por um “grampo telefônico” até agora sem prova da materialidade: pura invenção, até o momento.
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Nos tribunais, o julgamento é colegiado. Prevalece no julgamento a decisão da maioria, conforme regra básica num Estado democrático de direito.
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As divergências jurídicas e factuais, debatidas num julgamento, são balizadas pela controvérsia (lide) presente nos autos.
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Divergências e considerações fora do tema em debate nos autos processuais implicam em reprovação pessoal, censura própria de mentes autoritárias e que desrespeitam a Justiça.
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Pelo andar da carruagem, dias piores virão. Já que “tapas e barracos” não representam forma civilizada de solução de contendas, em breve, –e se o ministro Mendes insistir em censurar e continuar com ataques pessoais–, a solução virá num processo (forma civilizada) por danos morais. Felizmente, o ministro Barbosa não é de “afinar” aos poderosos. Sobre eleições de 2010, a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e mantida a regra de escolha que recai na rotatividade estará afeta ao ministro Barbosa.
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Só que já começou, como destaquei acima, uma guerra surda para mudar a regra e saltar Barbosa.
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Sintomático, no particular, o apoio do partido Democrata (DEM) a Gilmar Mendes, no episódio do “Barraco Supremo”.
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Já se começa a espalhar que Barbosa inclina-se para o lado dos petistas. Ou seja, um ataque infundado à sua isenção. E a meta é inviabilizar a sua escolha à presidência do TSE. Como se percebe, a elite não gosta de independentes como Barbosa, mas de engajados.
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Reportagem de: WÁLTER FANGANIELLO MAIEROVITCH
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Revista Carta Capital.
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PREFEITO!!!!!

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Encontrei sábado passado o vice-prefeito de Floriano, OSCAR PROCÓPIO. No meio de muita gente o chamei de prefeito. Sempre faço isso. Normalmente as pessoas olham e não entendem e OSCAR fica na defesa.
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Ele sempre diz: "Prefeito não, eu sou vice". Mas OSCAR se JOEL for candidato a deputado e eleito você será o prefeito. Ao que ele sempre diz: "Em política é muito difícil e incerto antecipar fatos".
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Fico imaginando torcer pela eleição de JOEL. Seria muito estranho, mesmo só pensando é difícil. Mas hipoteticamente... Só assim, sendo deputado, ele irá embora daqui. É melhor, para a cidade, do que ele ficar mais quatro anos. Sei que o procedimento adequado seria nunca elegê-lo a nada, mas diante da quantidade de votos que ele tem em Floriano, então não restam muitas alternativas. Fico imaginando JOEL abraçando seu mandato de deputado e a cidade toda a cantar: "Vai com ele, vai JOEL".
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Voltando ao encontro com OSCAR, ele disse brincando que se eventualmente JOEL viesse a ser eleito deputado não sabe se assumiria a prefeitura. Eu perguntei por quê? Ele disse que aí eu ia descer a ripa era nele. Eu disse que não.
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Não é assim porque teríamos que conhecer a sua prática política primeiro. Avaliar e só depois me posicionar. É assim que funciona. Até logo, prefeito OSCAR.
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ARIANO SUASSUNA EM FLORIANO?

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Em breve poderemos ter a oportunidade de assistir a uma palestra com o renomado escritor paraibano ARIANO SUASSUNA. O escritor de clássicos da literatura brasileira e mundial, visto que suas obras foram traduzidas para vários idiomas (O Auto da Compadecida; A Pedra do Reino; O Santo e a Porca entre outros), poderá vir a Floriano através de um projeto que está sendo gestado pelo Secretário de Educação do município JARDEL VIANA. Os contatos, segundo ele, com a assessoria do escritor estão indicando para um acerto de data e condições.
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A ideia de JARDEL VIANA é que a Secretaria de Educação entre com uma parte dos recursos reservando uma quantidade de vagas aos professores do município e também abrir inscrições pagas para os demais interessados da sociedade. Uma iniciativa que demonstra a capacidade e objetivos do secretário.
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De outra vez quando o perguntei sobre as críticas que lhes são feitas por descontentes, que se multiplicam falsamente na internet, JARDEL VIANA foi bastante sincero. Disse que estas atitudes sempre hão de existir quando novos propósitos rompem com determinados vícios e privilégios arraigados em diversos órgãos públicos. Em alguns casos dói.
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A sua preocupação é atingir os objetivos de sua equipe e as metas de aprendizagem e índices de qualidade propostos pelo M.E.C., e que não responderia a esse tipo de provocação.
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Todos que leem meu Blogue sabem de minhas críticas acerbas ao estilo de governar do prefeito JOEL. Mas isto não me impede de reconhecer honestamente o trabalho daqueles de sua equipe que agem com competência e qualidade. São poucos que merecem elogios pelo trabalho que fazem. Inclusive o próprio prefeito certa vez me disse que uns tantos secretários estão apenas sendo empregados. Se sentam na mesa e esperam o final do mês para receber o salário. E que salário em se tratando da economia de nossa cidade, cerca de R$ 5.000,00.
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Mas quanto aos que trabalham não poderia me juntar aos que entendem que devemos ser injustos desfazendo, independente dos acertos, a imagem de todos. Não concordo com isso. É muita pequenez política. É ser muito mesquinho. Digo sempre que em se tratando de humanidade nunca há unanimidade.
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sábado, 25 de abril de 2009

MEU PRIMEIRO CONTO.

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A partir da próxima semana começarei a publicar diariamente uma série de postagens com um conto que escrevi. Falta apenas corrigir. E o fiz em apenas dois dias de dedicação. É a minha estreia nesse tipo de manifestação literária. Portanto não reparem nos erros de encadeamento. É pura ficção e relata algumas dúvidas existenciais e metafísicas de um jovem que se inquieta diante dos fatos que envolvem a sua vida prática. No conto, que está permeado de teorias de diversos matizes ideológicos, um rapaz adolescente passa a noite em claro e ao amanhecer fica encantado com os raios do sol que começam a iluminar o dia. A partir daí iremos conhecer quais as suas dúvidas, as respostas que ele busca para elas, as soluções que o encaminharão na vida.
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Desejo antecipar os nomes dos personagens. O principal, aquele em torno do qual gira a história, chama-se JOEL. Há uma moça (sem nome). Há outro cujo nome é PAULO. E outro personagem que é conhecido apenas por ATEU. Os nomes dos personagens são meramente fictícios. Não há correlação com a vida de qualquer pessoa da cidade, do país ou do mundo. A história é pura ficção, repito. Quanto ao nome do personagem principal e elementos que compõem as cenas do conto foram criados ficcionalmente.
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FORMATURA DE MAIS UMA TURMA DE FILOSOFIA.

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Será hoje a noite, 25/04/2009, às 19h:00, no Hotel Rio Parnaíba a formatura da turma de Licenciatura Plena em Filosofia "Arautos do Conhecimento". Eles foram meus alunos no curso de Filosofia. A Faculdade Evangélica do Meio Norte - FAEMA foi a instituição em que finalizaram o curso e também fará a solenidade de diplomação.
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Será um momento de congraçamento e de muita felicidade, pois os alunos lutaram e sofreram muito para chegar a este dia. Mesmo que muitos inconsequentes tenham feito críticas duras ao trabalho desses alunos, hoje é o dia também de mostrar que com muita perseverança podemos alcançar nossos objetivos. É hora dos incrédulos que sorriram dos alunos calarem a boca. E tudo termina como verdadeiramente deveria terminar. Com o objetivo alcançado.
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Antecipadamente desejo alegria e felicidade. Coragem, determinação e consciência no desenvolvimento da nova atividade profissional de vocês todos. Foi também um sonho meu que hoje verei concretizado. Foi um prazer muito grande tê-los como alunos e agradeço a paciência de vocês comigo.
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Recebi o convite do meu padrinho de casamento e ex-aluno EDILBERTO NOLETO, formando da turma, a quem agradeço pela deferência.
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sexta-feira, 24 de abril de 2009

NÃO TEM JEITO. E VÃO MORRER MUITOS MAIS.

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Se o prefeito JOEL foi ao velório do rapaz que morreu porque bateu sua moto numa vaca deve ter chegado por lá sorrindo assim. Aliás, é o mesmo sorriso em todos os velórios. Esse sorriso amarelo-laranja.
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Publiquei uma postagem num sábado, 28 de Março de 2009, com o nome "Névoa". Lá disse que tinha visto muitos animais andando numa das principais vias que cortam nossa cidade. Disse também que o prefeito de Floriano age com absoluto descaso quanto à vida daqueles que precisam transitar por essas vias, pois o mesmo não toma atitude para evitar que os donos desses animais não permitam que vivam soltos causando risco de morte aos transeuntes.
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Pois não é que recentemente mais uma pessoa morreu em consequência dessa falta completa de responsabilidade do prefeito de nossa cidade. E o pior de tudo é que ele ainda deve ter ido ao velório do rapaz fazer aquele média inconsequente.
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Eita, que a gente não aprende nunca. É possível um negócio desse? É possível tanta gente aguentar tanto descaso por tanto tempo?
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MAIS PIADAS.

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Já estas foram enviadas pelo professor de português e Filosofia CARLOS CÉSAR (Carlito). São impagáveis.
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PIADA.

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O Filósofo PAULO GHIRALDELLI enviou esta piada. Sarcasmo, inteligência e uma capacidade de síntese impressionante. Vejam a seguir.
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A professora gostosa entra de súbito no banheiro e surpreende Joãozinho se masturbando.
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- Joãozinho!!! Exclama a professora.
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- Oi, tia, ...você não morre tão cedo...
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quarta-feira, 22 de abril de 2009

BANCO DO BRASIL PRIVATIZADO.

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MAILSON, economista neoliberal e SERRA, o exterminador do futuro dos brasileiros.
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Foi publicado na revista Veja desta semana um texto do ex-ministro da Fazenda do Brasil chamado "É hora de privatizar o Banco do Brasil?". Como ele é colunista da revista, então recebe salário para divulgar as ideias que fazem parte de um receituário político defendido pelo dono da publicação.
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MAILSON FERREIRA DA NÓBREGA nasceu na Paraíba em 1942. Ex-funcionário do Banco do Brasil onde entrou por concurso em 1963. Formou-se em Economia e desde então exerce essa atividade. Aposentou-se pelo BB onde exerceu vários cargos em vários níveis.
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Como defensor do ideário neoliberal diz hoje que o BB deve ser privatizado. Não antes de garantir a sua aposentadoria, é claro, pois ninguém é de ferro. No texto em questão ele diz que a história do BB é cheia de circunstâncias em que a sua atuação no mercado foi pontuada por altos e baixos do mercado. Nos momentos em que o mercado necessitou da intervenção do banco ele sempre foi útil e necessário à economia nos moldes em que ele é constituído, ou seja, como um banco estatal.
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Como o ideário neoliberal prega que o estado não pode interferir nas relações de mercado, atuar na economia, então nada mais coerente que ele defenda a sua privatização. Para quê BB estatal se ele pode ser privatizado e entregue aos amigos bilionários que vivem das benesses do estado (os banqueiros)? Desse ponto de vista não faz sentido um banco estatal se o mercado pode agir nessa área por conta prórpria.
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Do ponto de vista desse ideário o estado só faz sentido como um ente atuante na economia quando o mercado não consegue se auto-gerir. Como está acontecendo agora em escala mundial, com a crise loira e de olhos azuis. Fora dessas eternas circunstâncias não faz-se necessário a existência de atividades geridas pelo governo no campo econômico.
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Ele defende o mesmo ideário do pretenso candidato a presidência em 2010, JOSÉ SERRA (PSDB). SERRA já deu indicativo que o BB deve ser privatizado quando concordou com a mudança do nome do banco há poucos anos para Banco Brasil. Quem não se lembra dos famigerados PDV's? Essa política econômica será posta em prática em todo o país, de novo, pois eles (SERRA e MAILSON) atendem aos interesses das pessoas que realmente se beneficiarão com seus resultados.
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SERRA já deu a entender que há funcionário público demais no país e que faz parte de suas metas a demissão de funcionários e privatizações de empresas como o BB. No caso de MAILSON ele sabe a receita para todos os problemas que a economia tem enfrentado nos últimos anos no país. Só não explica por que com todo o seu pretenso conhecimento ele não resolveu os problemas que o país enfrentou na época que ele foi ministro da Fazenda.
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No governo de JOSÉ SARNEY ele exerceu o cargo que tinha a responsabilidade de controlar a economia e a inflação. Pois, no tempo que foi ministro, 1988 a 1990, ajudou e implementou dois planos econômicos, "pacotes", o "Plano Bresser" e "Plano Verão". Não teve competência para implementar medidas corretas e a inflação que compreende o período de 1989 e 1990 foi de 2.751%. Esse é o economista que dá receitas para controlar e corrigir erros da economia.
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É o mesmo que deseja dá palpites para a privatização do BB. No final de seu texto ele diz que "A saída mais óbvia é a privatização, embora a sociedade ainda não perceba." Preparem-se, se SERRA for presidente viveremos como na época de FHC que chamou os aposentados de "vagabundos", quando ele mesmo se aposentou muito jovem. A mesma época que um funcionário do BB já aposentado fará o que puder para que o banco seja privatizado (entregue aos amigos).
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VEJA E SERRA, TUDO A VER.

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Ao centro temos ROBERTO CIVITA e JOSÉ SERRA. Amigos, bem amigos nos negócios com o dinheiro público. Lendo o texto abaixo dá para entender que o discurso da revista herdada por ROBERTO em relação ao livre comércio é apenas falácia. Ele gosta mesmo é de governo, e governo amigo, como o do estado de São Paulo.
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Muita gente tem acompanhado alguns lances da imprensa sediada em São Paulo e tem percebido muitas discussões a cerca dos mais variados temas. Mas também tem ficado meio sem saber ao certo quem tem razão. Principalmente entre contendedores como os de Veja X PAULO HENRIQUE AMORIM, por exemplo. Mas leiam aqui uma pista que pode elucidar algumas dúvidas. Aproveitem para imaginar o que poderá acontecer num eventual (arre!) governo SERRA e sua ligação com esse grupo editorial que tanto o elogia e o edeusa fazendo questão de esconder seus erros e falta de ética. Esta notícias me foi enviada pelo Filósofo PAULO GHIRALDELLI através de sua Rede de Amigos.
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Terça-feira, 14 de Abril de 2009.
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SERRA COMPRA 220 MIL ASSINATURAS DA ABRIL.
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A cumplicidade entre os "barões da mídia" é algo impressionante. Primeiro, as blogs de Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif, entre outros, revelaram que o governo de São Paulo comprou 220 mil assinaturas anuais da Revista Nova Escola, publicada pela Editora Abril - a mesma que produz a Veja, porta-voz dos tucanos e do "império do mal".
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Na seqüência, a denúncia chegou ao Congresso Nacional num pronunciamento contundente do deputado IVAN VALENTE (PSOL-SP). Apesar da gravidade do assunto, que pode confirmar o conluio entre o presidenciável tucano e a revista de maior circulação no país, os jornalões e emissoras da televisão evitam abordar o caso.
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No seu discurso, o deputado IVAN VALENTE informou que protocolou uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação e a Fundação Victor Civita do Grupo Abril para a distribuição da revista Nova Escola aos docentes da rede oficial.Ele questiona o fato da milionária aquisição ter sido realizadasem licitação pública e do governo estadual ainda ter repassado à empresa privada os endereços dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, o que é ilegal.
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Contrato de R$ 3,7 milhões
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“Nenhuma consulta a respeito de qual publicação melhor atenderia às necessidades pedagógicas para o exercício de sua atividade profissional foi feita aos professores. Parece mais razoável que haja assinaturas de vários títulos de revistas, assegurando a maior pluralidade possível de pontos de vista no debate educacional e a livre escolha do professor...
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Cabe questionar também o porque do fornecimento do mesmo título para professores de diferentes séries e modalidades, que variam da primeira série do ensino fundamental à terceira do ensino médio. Esta opção deliberada desconsidera as particularidades dos profissionais de educação", acrescentou o parlamentar.
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Segundo a denúncia, o contrato representa quase 25% da tiragem total desta revista e garantiu à empresa R$ 3,7 milhões. "Este,porém, não é o único compromisso existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril. Outro absurdo, que merece ação urgente,é a proposta curricular que reduz o número de aulas de história,geografia e artes do ensino médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do 'Guia do Estudante', também da Abril.. Cada vez mais, a editora ocupa espaço nas escolas de São Paulo,tendo até mesmo publicações adotadas como material didático. Isso totaliza, hoje, cerca de R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada, considerado apenas osegundo semestre de 2008".
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Para IVAN VALENTE, o governo tucano tem uma "preferência deliberada pela editora contratada... São claros os indícios de crime contra a administração pública. A assinatura do contrato feriu os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade e eficiência, além do que feriu o princípio da supremacia do interesse público sobre o privado, na medida em que há benefícios para a Fundação Victor Civita e prejuízos aos cofres públicos.
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É isto que esperamos que o Ministério Público investigue, assim como solicitamos que tome as providências legais cabíveis para fazer cessar imediatamente o pagamento das próximas parcelas docontrato".
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PAULO GHIRALDELLI JR.
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O Filósofo da Cidade de São Paulo.
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http://ghiraldelli.ning.com
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"FILOSOFIA E COTIDIANO."

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Propaganda do livro da psicóloga CRISTINA LEVINE.
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FILOSOFIA E COTIDIANO.
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*CRISTINA LEVINE MARTINS XAVIER
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A inclusão obrigatória das disciplinas de Sociologia e Filosofia no currículo das escolas públicas e privadas de Ensino Médio (Parecer CNE 38/2006) é uma dessas decisões bem-vindas, que geram um certo otimismo quanto à formação e educação do jovem brasileiro. Ainda que seja questionada por alguns, a questão merece atenção especial de toda a sociedade.
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A proposta é que, ao deixar o ensino médio, o estudante que conhecer as bases das duas disciplinas estará mais capacitado para desenvolver pensamento autônomo e crítico e exercer a cidadania plena. Sobre esse assunto, um professor de Sociologia e de Prática Pedagógica em Ciências Sociais na UFRGS, de Porto Alegre, fez um comentário importante na Internet: “Não é possível falar em consolidação da democracia em nosso país sem que nossos estudantes tenham uma formação humanista e reflexiva sobre sua condição de sujeitos historicamente situados”.
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Há nesta afirmação uma profunda sabedoria. Ela sintetiza aspectos que estão no âmago tanto das remotas origens da história da democracia como da própria filosofia. Ambas surgiram na antiga Grécia e estão intimamente vinculadas com o debate ou diálogo em praça pública.
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A filosofia não foi criada para circular apenas em um meio elitizado de intelectuais e acadêmicos. Para Lou Marinoff, principal líder nos Estados Unidos de uma nova corrente de pensamento que aplica a filosofia ao dia-a-dia, ela era, em sua origem, um “modo de vida” e não uma disciplina acadêmica: “Somente por volta do século passado, a filosofia foi confinada numa ala esotérica da torre de marfim, repleta de insights teóricos, mas vazia de aplicação prática”, escreve ele em seu famoso livro Mais Platão menos Prozac.
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Segundo Marilena Chauí, Sócrates, considerado o patrono da filosofia, rebelou-se contra os sofistas (mestres da oratória ou retórica), dizendo que não eram filósofos, pois não tinham amor pela sabedoria nem respeito pela verdade, elementos essenciais na discussão filosófica. Do mesmo modo como vemos hoje em nosso (cada vez mais degradante) cenário político, Sócrates acusava os sofistas de corromper o espírito dos jovens ao colocar toda ênfase nas vantagens pessoais obtidas com suas técnicas de argumentação e persuasão.
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O estudo da filosofia visa, entre outros benefícios, formar indivíduos capazes de pensar crítica e eficazmente por si próprios, e, como conseqüência, serem capazes de fazer uma argumentação mais consciente, reflexiva e segura em todas as áreas da vida. Nietzsche já antevia, no fim do século XVIII, a tendência profissionalizante e histórico-cientificista das universidades e escolas técnicas, mais preocupadas em formar com rapidez indivíduos aptos a preencher as demandas do mercado de trabalho e executarem serviços com eficiência do que preparar humanística e qualitativamente pessoas para lidar com as condições complexas da vida. O antídoto, segundo ele, para o instinto desenfreado da ciência, que tudo quer conhecer, dissecar e analisar, é a arte e a filosofia.
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Sem a capacidade de raciocínio e reflexão clara sobre nossa realidade imediata, nós nos tornamos meros reprodutores do sistema de valores, crenças, preconceitos e costumes vigentes. Na maioria das vezes, nem percebemos que nossa vida prática é guiada não por nossa própria filosofia de vida, mas pela de nossos antepassados ou pelo input cultural. Não que estejamos errados em nos apoiar nos valores e tradições que nos ensinaram, mas poderíamos desenvolver esta capacidade inata de discriminar melhor o que nos serve e que aumenta nossa vitalidade e criatividade.
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O evoluir do autoconhecimento, proporcionado por uma constante reflexão sobre nós mesmos, nossas atitudes e nossas experiências, está na base de uma postura ética de vida, pois ser ético e moral não significa apenas seguir à risca um código social de leis e normas de conduta. Sem uma ética pessoal e a busca por autoconhecimento, perdemos parte de nosso livre-arbítrio, criando situações de vida caóticas e insatisfatórias.
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Precisamos mais de diálogo do que diagnóstico. Mais Platão e menos Prozac! Não só para os alunos do Ensino Médio, como a todas as pessoas. Marinoff recomenda simplesmente o que vem a ser uma tendência evidente na área de saúde: é melhor prevenir do que remediar. Entupir-nos de remédios ou recorrer a cirurgias plásticas não nos liberta de nossas dores de consciência e crises de vida. Só nos distancia de nós mesmos.
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*É mestre em Ciências da Religião pela PUC/SP
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sábado, 18 de abril de 2009

CARISMA OU RECONHECIMENTO? - III.

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SERRA (Chaves) e FHC (Quico), com uma dupla dessas ninguém aguenta de tanto rir (das palhaçadas, é claro).
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Um amigo, de longe, com quem conversei ao telefone fez o papel de advogado do diabo, lógico, defendendo FHC. Disse que ele teve um grande mérito que ninguém pode tirar. Ele regulou e estabilizou a economia e que isso teria grande importância para todos indistintamente.
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Mas ninguém nega isto. O que discuto é se isto foi feito para atender aos desejos dos pobres. Na verdade ele completou o processo de implantação do ideário neoliberal iniciado por COLLOR. E a que interesses e desejos atendem o ideário neoliberal? Os pobres só se beneficiam porque estamos no mesmo barco. A diferença é que o que sobra das mesas dos restaurantes e cabines desse barco é enviado para o porão, onde ficam os pobres. Foi desse modo que o neoliberalismo em todo o mundo, nestas últimas décadas, tirou milhões de pessoas do estado de miséria. Mas a atual crise sistêmica tem recolocado parte deles lá onde o sistema resguarda as suas posições.
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LULA assumiu esse ideário político–econômico e conseguiu ser eleito. As mesmas receitas econômicas foram mantidas. O sentido político desse receituário é que é diferente com ele. Com LULA os pobres ao menos tem do que gostar em sua política além do feijão com arroz de FHC (o controle da inflação, a geração de algum emprego, estabilização econômica...)
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P.S.: O neofascista DIOGO MAINARDI é defensor do ideário do PSDB e do DEM. Outro dia ele escreveu condenando a decisão do governo LULA de reduzir o IPI do cimento porque isso permitiria aos pobres comprar mais cimento e construir as suas moradias. Como ele justificou a sua insatisfação? Alegando que essas moradias em favelas ajudariam a esconder os traficantes. Ora bolas, quem sustenta os traficantes com armas e dinheiro? Pobre não tem dinheiro para comprar cocaína. É o ideário do PSDB e do DEM em forma de delírio e falta de convivência democrática e civilizada.
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Na verdade ele não suporta a ideia que um pobre se beneficie economicamente de alguma coisa. Por qual motivo ele não reclama da diminuição do IPI dos carros?
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CARISMA OU RECONHECIMENTO? - II.

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SERRA e seus planos para colocar em prática em 2011. Vade retro, satanás.
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Percebe-se agora o objetivo do sofisma de FHC que é convencer os incautos eleitores de que mesmo não tendo nenhum carisma JOSÉ SERRA pode vencer as eleições de 2010 à presidência da república. Mesmo com todo o carisma LULA não conseguiria eleger a sua sucessora, a ministra DILMA ROUSSEFF.
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Mas não se trata apenas de carisma. FHC quer aí diminuir a importância de LULA junto aos eleitores como se o único mérito dele fosse ser carismático. Ao se declarar signatário ao projeto econômico em prática no país na famosa “Carta ao Povo Brasileiro” LULA conquistou a confiança da maioria dos eleitores do Brasil independentemente de classe social ou minorias.
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Quando assumiu o governo ele introduziu uma prática econômico-política que tem como objetivo retirar da miséria o máximo de cidadãos possível. E não mantê-los na miséria como fez FHC em seus oito anos de governo. Vem daí, e não apenas de carisma a popularidade de LULA. Vencer as eleições em 2010 só será possível se o candidato garantir a continuidade e o aprofundamento das políticas sociais.
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Os projetos ideológicos do PSDB e do DEM nunca foram, e não serão nunca, como os do LULA. A não ser que mintam descaradamente para conseguir vencer as eleições. Aliás, como fez FHC em 1994 pedindo que esquecessem tudo o que ele escreveu e declarando-se, agora, religioso. Porque ser ateu e candidato no maior país católico do mundo são coisas que não dão certo, não teria nenhuma chance. Disse-se, à época, então, católico.
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Eu disse mentira descarada e vou explicar. Por causa de uma entrevista dado ao jornalista BÓRIS CASOY (outro peessedebista imperdenido) na campanha a prefeitura de São Paulo de 1985 - BÓRIS lhe perguntou se ele acreditava em Deus e se já havia fumado maconha quando adolescente, FHC nem confirmou, nem negou - ele perdeu a eleição. Ele se dizia ateu convicto. Mas ele guardou na memória aquela experiência e na primeira oportunidade ele mentiu à nação descaradamente.
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A questão, repito, não é só o carisma, mas a política econômica.
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CARISMA OU RECONHECIMENTO? - I.

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O simpático e carismático JOSÉ SERRA (olha essa cara, e é porque ele está imitando um sorriso) e seu comparsa FHC.
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“Carisma é importante, mas não é a única coisa. Com todo o carisma do presidente LULA, eu ganhei dele no primeiro turno duas vezes”. Frase do ex-presidente, com licença, FERNANDO HERINQUE CARDOSO.
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Como sabemos FHC é um intelectual. E como poucos sabe organizar e usar as palavras para convencer os incautos. O raciocínio desenvolvido por ele, na frase acima, chama-se sofisma. Ele é um sofista, mas no sentido que SÓCRATES e PLATÃO consagraram a essa palavra: manipulador, enganador. A sofística, portanto, seria a “arte de apresentar falsas razões para refutar uma verdade, ou tornar verossímil uma falsidade”, como atesta ROLAND CORBISIER Filósofo brasileiro.
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No sentido etimológico a palavra sofista vem de sábio, em grego. Mas a tradição conservou também o significado dado por seus adversários (SÓCRATES e PLATÃO).
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Sofisma é um raciocínio deliberadamente elaborado com o objetivo de confundir e/ou levar as pessoas ao erro, ao engano. Quando FHC diz que venceu LULA em duas eleições no primeiro turno apesar do carisma deste, ele não está sendo honesto.
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O carisma de LULA antes de assumir o poder era restrito à parte da pequena burguesia muito bem escolarizada e com idéias esquerdistas, intelectuais de vários matizes, alguns setores da igreja, trabalhadores sindicalizados. Esses grupos são minorias e o carisma de LULA sozinho, ou seja, sem sua prática político-econômica não teria ultrapassado essas minorias e atingido um índice de popularidade reconhecido pelos líderes mundiais como um dos maiores do planeta.
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O cenário político-econômico de 2002 estava carregado de descrença e decepção com as decisões no campo social feitas pelo governo FHC, que procurou concentrar mais ainda a riqueza produzida por todos os brasileiros nas mãos dos ricos e deixando os pobres à míngua. Exemplo mais recorrente foram as famigeradas fórmulas utilizadas para as privatizações. Não é à toa que a elite da FIESP e os meios de comunicações ligados ao PSDB e ao DEM morrem de amores e de saudades de FHC e de tudo o que ele representa politicamente, e sonham voltar a áureos tempos das benesses depositando suas esperanças no intragável e anticarismático JOSÉ SERRA.
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sexta-feira, 17 de abril de 2009

PEDRAS PISOTEADAS - II.

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Outra representação do local de adoração ao deus JOEL. Mesmo porque são vários os locais na cidade. Quase todo bairro tem um.

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Na antiguidade grega um pensador chamado PROTARCO "dizia que as pedras de que são feitos os altares gozavam de boa fortuna porque são sacralizadas, ao passo que suas companheiras são pisoteadas", segundo nos contam ANDRÉ VERGUEZ e DENIS HUISMAN no livro "História dos filósofos".
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Ao fazer a opção pelo terror o irmão do prefeito JOEL escolheu (?) - não, os outros são "imexíveis" (ROGÉRIO MAGRI) - as pedras mais afastadas do altar do prefeito. Quando terminam os cultos de adoração ao prefeito os mais próximos, os "imexíveis", correm para o "beija-mão". São as pedras que fazem o piso do altar do prefeito. Esses são sacralizados, abençoados pelo deus JOEL.
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O irmão dele é o sacristão, obreiro, ou coisa que o valha, que tem a "responsabilidade" de observar quem passa a mão na boca depois do "beija-mão". É ele quem tem a missão também de observar quem faltou ao culto ao deus JOEL.
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E fica indo e vindo, pra lá e pra cá num caminhar feroz e duro pisoteando as pedras que dão acesso ao altar. Aquelas que ficam mais afastadas. Aquelas com um brilho menor.
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Perder o emprego, o único tipo gerado pela política pequena do prefeito, é uma possibilidade aterradora. Em Floriano não há oportunidades para todos. Ou emigram, ou ficam. Os que ficam têm que lutar duramente pelas poucas oportunidades dignas que existem.
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PEDRAS PISOTEADAS -I.

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Representação do local de adoração ao deus JOEL.
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O prefeito JOEL tem um irmão que anda aterrorizando alguns funcionários nomeados pelo alcaide. Aqueles que se dispuseram a votar nele em troca de um emprego na prefeitura. Note-se que não estou falando daqueles outros que também são nomeados e que são diferentes porque trabalharam nas campanhas.
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Uma entre as inúmeras consequências para as prefeituras da crise loira e de olhos azuis que assola a economia liberal em todo o mundo capitalista é a diminuição dos repasses dos governos federal e estadual às prefeituras. Uma queda substancial, é bem verdade. Prefeitos de todo o país estão assustados com os cortes nesses repasses e são quase unânimes em dizer que precisam diminuir despesas. Para a maioria dos prefeitos isso significa demitir funcionários nomeados.
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Mas o que está fazendo o irmão do prefeito é desumano. Ele vem aproveitando a situação para atingir dois objetivos abjetos. O primeiro é tentar se livrar de alguns funcionários que têm dignidade e não se sujeitam a fazer tudo o que ele quer. Lembrei de uma cena que vou descrevê-la para ilustrar o que quero dizer e que mostra um exemplo do primeiro objetivo dele.
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Certa ocasião fui a uma missa (é verdade!) e vi que um casal, que estava sentado na primeira fila, se levantou logo que o prefeito e sua esposa chegaram à igreja. O casal tinha ido cedo para guardar os lugares. Com a chegada do então prefeito e sua esposa o casal de aluguel foi sentar-se nos últimos lugares restantes com a certeza orgulhosa de que tinha cumprido uma missão nobre. Mesmo que os olhares das pessoas ali presentes denunciassem sujeição, subserviência, indignidade.
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O outro objetivo do irmão do atual prefeito é fortalecer através do terror os laços políticos para a eleição do ano que vem. Está tentando fazer a peneira.
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A VERDADE, DO PONTO DE VISTA PRAGMATISTA.

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O Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR. garotinho em 1960 e atualmente (2006).
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FALSIDADE VERSUS MENTIRA.
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Um mapa introdutório das teorias de verdade.
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Dois homens que se preocuparam com os caminhos da América (e do mundo) disseram frases com as palavras “verdade” e “liberdade”, de certo modo interconectadas. Marcuse disse certa vez que ter uma concepção errada de verdade levaria a uma concepção errada de liberdade. Rorty, por seu turno, tem dito que se deixarmos de investigar a verdade, que não sabemos como definir, para cuidarmos da liberdade, que sabemos bem o que é quando a perdemos, estaremos fazendo algo melhor com nossas energias.
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A investigação que proponho aos que ficarem motivados a partir deste pequeno texto, não deverá contrariar a marcusianos e rortianos. Os primeiros, poderão investigar o que a filosofia diz atualmente sobre a verdade para, enfim, formularem suas concepções e, então, se assim desejarem, tentarem ver se isso aperfeiçoa mesmo suas noções de liberdade. Os segundos, não estarão gastando energia à toa, uma vez que não estou propondo que se empenhem no tema acreditando que vão fundamentar a liberdade, mas apenas que vão entender, afinal, porque podemos, nos dias de hoje, ficarmos falando meio que esquizofrenicamente. Sim, porque assim o fazemos: em determinados momentos dizemos “eis aqui a verdade” e, então, quem nos escuta nos alerta “ei, você não é o dono da verdade”, e então, não raro, saltamos de lado e avisamos, “bem, tenho o modo meu de olhar as coisas, esta é a minha verdade”.
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I. Começo pelo episódio de Pedro. “E passada quase uma hora, um outro afirmava, dizendo: também este verdadeiramente estava com ele, pois também é galileu. E Pedro disse: homem, não sei o que dizes. E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. E, virando-se o Senhor, olhou para Pedro, e Pedro lembrou-se das palavras do Senhor, como lhe havia dito: antes que o galo cante hoje, me negará três vezes”. Era então a terceira vez que Pedro, ao ser reconhecido como amigo de Jesus, mentia, afirmando que não conhecia seu mestre.
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Pedro, o homem que fundou a Igreja de Jesus, o incorruptível, era de fato um corrompido, um grande mentiroso? Pedro foi, sem dúvida, naquele momento, um fraco. Um covarde. E certamente, naquele momento, um mentiroso.
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O que caracteriza a mentira?
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Jacques Derrida nos lembra a diferença entre o que é mentira e o que é falso. Ele tem de retomar Santo Agostinho para tal, pois é somente a partir de uma perspectiva onde alguma subjetividade está envolvida que a mentira pode se dar. (E a filosofia de Agostinho é, entre as pré-modernas, a mais próxima de um paradigma moderno, que é o triunfo da subjetividade, como ele se dá em Descartes: ponto metafísico e local privilegiado de dissertação sobre o mundo.) O que vale para Santo Agostinho vale para Derrida: o que conta, para dizer que uma expressão é fruto do ato de mentir, é a intenção de quem a diz. A frase é de Agostinho: ‘não há mentira, apesar do que se diz, sem intenção, desejo ou vontade de enganar’ (Apud Derrida, 1996, p. 10). Derrida diz que “a mentira depende do dizer e do querer dizer, do ato de dizer”, ela “permanece independente da verdade ou falsidade do conteúdo”, ou seja, “daquilo que é dito” (cf. Derrida, 1996, pp 9-11). Pedro foi mentiroso, porque intencionalmente queria se livrar de Jesus no momento em que, estando seu mestre preso, ele foi apontado como seguidor e, então, poderia também cair em desgraça como subversivo. Mas a noção de falsidade e de verdade não cabem a Pedro, somente ao conteúdo de seu enunciado, de sua sentença: “Homem, não sei o que dizes”. O que Derrida nos ensina é que o enunciado “Homem, não sei o que dizes” é contrastado com outro enunciado, “também este estava verdadeiramente com ele, pois também é galileu”. O que tomamos como estando em jogo, neste caso, são enunciados e, portanto, verdade e falsidade. Embora eles tenham sido pronunciados por homens, um que acusa e outro que se escusa, tais enunciados podem ser desligados de quem os enunciou e se colocarem um contra o outro. Se assim é, o enunciado de Pedro, “homem, não sei o dizes”, será dito como verdadeiro ou falso. Mas se o enunciado é acoplado a uma intenção, o desejo de Pedro de se livrar de Jesus naquele momento, a tentativa de Pedro de enganar os que o reconheceram, então o enunciado pode ser mentira ou verdade.
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No estudo filosófico da verdade, um primeiro ato pode ser o de distinguir os pares falso-verdadeiro e mentira-verdade. Um segundo ato pode ser o de lembrar que certas correntes filosóficas estão menos interessadas em tal distinção do que em investigar a “natureza da verdade”. Aqui, não é o caso de Pedro e seu acusador, mas de Jesus e Pilatos.
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“Disse-lhe, pois, Pilatos: logo, tu és rei? Jesus respondeu: tu o dizes que eu sou rei. Eu para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade, ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: que é a verdade? E, dizendo isso, tornou a ir ter com os judeus, e disse-lhes: não acho nele crime algum”.
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Pilatos não podia mesmo ver crime algum. Como o diálogo foi conduzido, importava menos para ele mentiras e verdades, mas sim uma questão metafísica: “o que é a verdade?”. A verdade da verdade – eis o que está em pauta aqui. Ao levar o rumo da conversa para tal córner, propositadamente, pois ele parecia quer livrar Jesus (ou, ao menos, se livrar do problema), Pilatos não tinha razão para continuar, levantou-se e foi dizer aos judeus que ele não estava encontrando falta alguma em Jesus.
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Filosoficamente, a natureza da verdade está relacionada, direta ou indiretamente, às “teorias de verdade”. As teorias tradicionais ou metafisicamente fortes, são as que parecem querer explicar o que poderia alimentar respostas à questão “o que é a verdade?”. Muitas vezes, tais teorias respondem positivamente, outras vezes criam grandes enredos para induzir o leitor a captar a noção discutida. As teorias não substantivas de verdade (ou não-metafísicas, ou metafisicamente fracas), por sua vez, tendem a criar descrições de como ocorre na linguagem a participação do termo “verdade” e/ou “verdadeiro” (cf. Blackburn, 1999).
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II. Podemos criar mapas das teorias de verdade de diversas formas. Susan Haack estabelece um mapa com critério histórico e, em parte, de contudo temático: começa por Aristóteles e chega, então, aos vários filósofos analíticos atuais (cf. Haack, 1978, pp. 787-134). Michael Lynch cria um quadro a partir de como as correntes filosóficas respondem sim ou não para a pergunta “a verdade tem uma natureza?” (cf. Lynch, 2001, pp. 1-6). Simon Blackburn estabelece uma divisão entre teorias tradicionais e contemporâneas, colocando na fronteira divisória a sua “escada de Ramsey” (Blackburn, 1999). Donald Davidson, ele próprio personagem importante na história dos mapas anteriores, cria um quadro com quatro posições: a deflacionista, a epistêmica, a realista e a sua própria visão (cf. Ghiraldelli Jr., 2003, p. 9).
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Para o que me interessa aqui, ofereço um mapa alternativo brevíssimo. Coloco as teorias de verdade em quatro grandes campos: as teorias tradicionais, as teorias deflacionárias, as teorias não-analíticas contemporâneas e as teorias neopragmáticas. Falarei mais das duas primeiras, ainda que de forma apenas indicativa, e deixarei alusões sobre as duas últimas.
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III. Entre as teorias tradicionais, imagino quatro formulações: teoria da correspondência, da coerência, do pragmatismo clássico, e da teoria da verificação ideal (em parte, pragmatista). Entre as teorias deflacionárias coloco todas as que seguem Ramsey, a partir da teoria da redundância, ou as que seguem Tarski, a partir da teoria semântica da verdade; é possível falar aqui, também, de minimalismo, descitacionismo, teoria performativa, etc. Entre os não analíticos contemporâneos, vale a pena lembrar de observações de Nietzsche, Foucault e Adorno. O neopragmatismo, por seu turno, caminha em formulação, e está dependendo do debate entre Habermas e Rorty (que, então, lêem vários outros, como Hilary Putnam, Robert Brandom, etc.), e nas reformulações que ambos fazem de suas próprias posições na leitura que vem tecendo da obra de Donald Davidson.
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As teorias tradicionais da verdade são também chamadas de teorias substantivas da verdade. Elas podem ser mostradas em uma formulação ao gosto dos filósofos analíticos e dos manuais de lógica. Para tal, devemos considerar X uma frase ou uma expressão (ou uma sentença, uma proposição, etc. – não faremos distinções aqui, que em geral são feitas em textos sobre o tema que visam serem mais detalhados). Considerando que X é uma frase, uma declaração, um pensamento ou uma proposição, e que o símbolo sse (iff) é o operador “se e somente se”, então essas teorias podem ser expressas assim:
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Teoria da Correspondência: X é verdadeiro sse X corresponde a um fato;
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Teoria da Coerência: X é verdadeiro sse X é um membro de um conjunto de crenças coerente internamente;
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Teoria Pragmatista: X é verdadeiro sse X é útil de se acreditar;
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Teoria da Verificação Ideal: X é verdadeiro sse X é provável, ou verificável em condições ideais.
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A teoria da correspondência vem da definição de Aristóteles: “Dizer do que é que ele é, ou dizer do que não é que ele não é, é a verdade”. Tal noção tem força intuitiva e, por isso mesmo, a teoria da correspondência parece, à primeira vista, não problemática. Ela diz “X é verdadeiro se e somente se X corresponde a um fato”. Todavia, entre várias objeções que são lançadas contra tal teoria, uma delas é a de que ela cai em um círculo. Afinal, o que é um fato? A definição do que é fato é, em geral, a seguinte: fato é o que realmente acontece; ou fato é o que é verdadeiro; ou fato é o que corresponde à verdade, etc. Definimos a verdade como correspondência a fato usando a idéia de verdade como correspondência a fato – este é o círculo.
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A teoria da coerência pode ser apresentada como uma saída para os impasses da teoria da correspondência? O que diz tal formulação é que o erro da teoria da correspondência é justamente querer comparar elementos heterogêneos. Isto é, de um lado há itens lingüísticos e de outro há elementos não-lingüísticos. “X” é algo lingüístico, e o que recebe o nome de “fato” é algo não-lingüístico. A teoria da coerência diz que seria mais adequado comparar o que é da ordem de enunciados com o que também é ordem de enunciados, crenças com crenças, por exemplo. Todavia, não se trata de fazer isso caso a caso, frase por frase. Isso se aplica, dizem os coerentistas, de um modo holístico, levando em consideração sistemas de enunciados ou sistemas de crenças, ou seja, teorias ou “vocabulários” (como diz Rorty) ou “campos de força” (como diz Quine). Em outras palavras: a verdade, na teoria coerentista, não é um predicado que se aplica uma frase solitária ou crença isolada, mas se aplica a um conjunto de frases, conjuntos de crenças em um todo, um sistema. Assim, um sistema de crenças é dito coerente quando seus elementos são consistentes entre si em uma rede de crenças, e quando estão dispostos de maneira que detêm um tipo específico de simplicidade capaz de provocar a intelecção racional normal. Dessa forma, o sistema todo e cada um de seus elementos são verdadeiros – a verdade é a propriedade de se pertencer a um sistema harmoniosamente coerente de crenças ou enunciados.
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A força intuitiva da teoria da coerência também não é desprezível. E ela ganha adeptos por isso. Mas há uma força intuitiva contrária, que não podemos negligenciar. O que conta contra a teoria coerentista da verdade é que ela parece conduzir ao relativismo. Resumindo ao máximo: o que se faz contra tal teoria é dizer que todos nós conhecemos vários conjuntos harmoniosos de crenças muito bem estruturados em relação aos quais não estaríamos dispostos a gastar uma gota de saliva para defendê-los como verdadeiros em uma discussão. São coerentes, mas não fomentam a coragem para que um conjunto de pessoas de bom senso possa chamá-los de verdadeiros, porque em nada eles convencem de que falam de alguma realidade.
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William James e John Dewey buscaram sair dos impasses do correspondentismo e do coerentismo. Eles criam a teoria pragmatista da verdade, que é menos uma teoria do que um procedimento metodológico. O que dizem?
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Eles enunciam o seguinte. As teorias de verdade que existem não são ruins, o que falta é se falar em condições da verdade. Assim, a teoria pragmatista nasce menos com o intuito de ser uma teoria e mais com a perspectiva de encontrar regras de conduta para quem procura o verdadeiro. Eles tentam discutir menos a correspondência ou a coerência e chamar a atenção para a idéia de que qualquer teoria da verdade deve levar em conta a noção de experiência. Não se trata aqui de experiência somente como experimento, nem exclusivamente de experiência como experiência sensível. Trata-se de experiência no sentido mais amplo possível: experiência de vida, experiência psíquica, experiência de um povo ou de um tempo, e também experiência científica, de laboratório (nunca é demais lembrar que Dewey foi um bom leitor de filosofia alemã, em especial de Kant e Hegel, e guardou bem as noções de Erlebnis e Erfahrung). Então, cada indivíduo que quer saber da verdade deve olhar para a experiência, ou seja, deve olhar para a conduta dos seres humanos. É mais útil acreditar em um enunciado sobre o qual há consenso do que sobre um enunciado que não possui defensores, que está longe do consenso entre os são conhecidos como razoáveis. Este é o pragmatismo de James. A verdade está mais próxima, diz ele, quando as experiências conduzem a um maior consenso. Uma frase que está mais próxima do consenso leva os homens a colocarem as suas fichas nela; mas uma frase que está mais distante do consenso faz, de modo a seguir o que é mais útil, os mais razoáveis se afastarem dela. É nesse sentido específico que se diz que “a verdade é o útil” para o pragmatismo clássico (cf. James, 1997, pp. 112-31).
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Dewey, com o mesmo propósito de procurar como rastro da verdade o consenso, elabora sua noção de assertibilidade garantida (warranty assertibility). Ele vê a verdade como o predicado de um enunciado que pode ser, de alguma forma, assegurado – tal enunciado é fruto de uma ação razoavelmente controlada. Após controle e experiência, podemos emitir frases consensuais sobre a experiência realizada. O controle sobre tais ações produz o consenso sobre algumas frases, e estas, então, recebem um selo de garantia. Elas estão asseguradas. Como? Tal selo diz em quais situações nós usaremos os predicados falso ou verdadeiro para o enunciado em questão na medida em que especificam sob que condições eles são falsos ou verdadeiros, isto é, aceitos ou não (cf. Ghiraldelli Jr., 2003).
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Charles S. Peirce elabora uma versão mais estreita do que a de Dewey. Peirce, diferentemente de James e Dewey, pensa a experiência de modo mais delimitado. Ele a vê como experimento. Quando ele fala em experiência controlada, refere-se a experimento sob domínio laboratorial. Então, são enunciados verdadeiros, para Peirce, aqueles que, referindo-se a certas observações, podem receber o consenso de uma comunidade de experts, que estão lidando com a experiência imaginando-a em um limite ideal.
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Em relação às três posições dos pragmatistas clássicos, também há objeções. Uma das objeções respeitáveis é sobre a noção de experiência. Ela seria pouco explicativa, não delimitável e, se é para se considerar as sugestões dos pragmatistas como metodológicas e não propriamente teóricas, então a noção de experiência seria vaga, não permitindo ao observador decisões seguras.
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IV. A tentativa de solucionar tal problema levou os pragmatistas atuais a direcionarem suas atenções menos para a experiência (como termo geral) e mais para comportamentos mais fáceis de serem mensurados, como o caso do comportamento lingüístico. Ou seja, o problema parece ter sido senão resolvido ao menos equacionado pela virada lingüística (linguistic turn). De modo mais claro, mais abrangente, então, atualmente avançamos em direção de teorias de verdade que são ao mesmo tempo pragmáticas e lingüísticas. Nesse contexto, em parte há certo abandono das teorias tradicionais, ou há a reformulação delas.
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As teorias de verdade, atualmente, se envolvem com a semântica, e a filosofia da linguagem se mistura com a lógica para falar do tema.
Não vou dizer que tudo o que se faz no campo deflacionário é apenas desdobramento das idéias de Frank Pluptom Ramsey. Mas sem dúvida, suas observações dão uma idéia representativa do espírito das teorias que dessubstantivam a verdade.
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Tais teorias desessencializam a verdade ou, no limite, retiram da verdade qualquer carga metafísica. A perspectiva deflacionista nega que há uma questão como esta, a saber: “qual é a natureza da verdade?”.
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O filósofo deflacionista diz que a verdade não é uma propriedade “real”, ou “robusta”, ou uma propriedade metafísicamente interessante. Chega a dizer, inclusive, que a verdade não é, absolutamente, um predicado. Alguns deflacionistas, inclusive, sustentam que a concepção de verdade é “redundante”, como os mais ligados à herança de Ramsey, e outros, que se inspiram nos trabalhos da concepção semântica da verdade de Alfred Tarski, advogam que a verdade é uma noção primitiva, necessária na conversação mas que não pode ser definida (como a noção de ponto em geometria: primitivo, intuitivo, mas não definível). Donald Davidson é um dos adeptos de tal formulação última.
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Abaixo, coloco um resumo do espírito do deflacionismo inspirado em Ramsey.
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O deflacionista diz o seguinte: se emito a expressão “é verdadeiro que dois e dois são quatro” ou a expressão “é verdadeiro que nada é importante além do amor”, não estou dizendo nada mais do que “dois e dois são quatro” e “nada é importante além do amor”. O termo “verdadeiro” está presente nas frases por uma questão de performance da linguagem. Os falantes dizem “é verdadeiro” no interior de certas frases apenas por uma questão de estilo retórico que ajuda no desempenho comunicacional das frases, ou seja, na melhoria da funcionalidade do discurso, na adequação comunicativa do discurso. Assim, a verdade e o verdadeiro, para os deflacionistas, pertencem não ao campo metafísico, e sim ao campo da pragmática da linguagem.
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Isso pode ser formalizado da seguinte maneira pelo deflacionista:
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1) quando digo que “é verdade que p”, estou afirmando, de um modo mais eficaz, mais enfático, até talvez mais econômico, apenas “p”;
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2) o termo “verdade” não cabe no templo metafísico, mas cabe tão-somente na rua quotidiana dos usos da linguagem.
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Isso é o que se pode chamar de uma formulação derivada da “escada de Ramsey”. Do que se trata?
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A imagem da escada é a seguinte: na base da escada pode-se dizer “p”; no primeiro degrau, “é verdadeiro que p”; no segundo degrau, “está na ordem do universo que é verdadeiro que p”, e assim por diante. Nos últimos degraus (se é que isso tem fim) há a permissão de criar uma frase a mais aparentemente universal possível, ou a mais profunda possível, de acordo com a performance lingüística desejada. Um deflacionista, então, acredita que, do ponto de vista do que pode encontrar de substancial nas frases que são colocadas nos degraus da escada, a perspectiva do topo da escada é a mesma que a perspectiva da base da escada. Se há alguma diferença entre topo e base, ela não é uma diferença substantiva ou metafísica, mas apenas uma diferença retórica (cf. Ghiraldelli Jr., 2000, pp. 7-22)
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V. Resta, agora, lembrar algumas outras passagens que indicam como o tema se desenvolve no dias atuais.
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Temos o movimento iniciado por Nietzsche, que alertou para o caráter social da noção de linguagem de um modo bastante específico: o homem teria sido conduzido de animal que não sabia fazer promessas para um animal que deveria saber quando fazia uma promessa e como cumpri-la. Tal tarefa teria começado a ser bem desempenhada somente depois de muito sofrimento. O homem teria deixado sua vida natural e passado a viver comunalmente, podendo então prometer, e assim, vir a ter de cumprir o que prometeu; e para cada não cumprimento, inventou o castigo, a dor – o sofrimento em troca do que não cumpriu. Entender que tem de pagar o que deve e cumprir o que prometeu é, enfim, entender uma forma de convenções sociais. Entre tantas, as da linguagem é uma delas e, no interior desta, a de mentir (extra-moralmente, ou seja, sem que se precise aqui invocar a intenção, no sentido inicial do texto). No mundo comunal, que é convencional, a verdade nada mais é que a mentira socialmente aceita (cf. Nietzsche, 1987).
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Foucault, bem mais tarde, usou desse recurso de Nietzsche para desprezar a “busca pela verdade” e, sem medo de paradoxos, propôs mais uma história da verdade do que uma verdade da história (cf. Foucault, 1989).
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Antes de Foucault, os filósofos frankfurtianos Adorno e Horkheimer também duvidaram de noções mais comuns de verdade. Adorno, por exemplo, dizia que a verdade não está nem no conceito nem no objeto, mas entre eles – era uma forma de mostrar o quanto a verdade escapulia. Foi uma forma de justificar sua idéia de que a tarefa do filósofo era a de convencer o outro o quanto ele mesmo estava errado (cf. Adorno, 1996).
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O debate mais interessante sobre verdade, na filosofia contemporânea, no entanto, é o que ocorre no interior do neopragmatismo. Richard Rorty (cf. Brandom, 2000) tem usado a noção de Donald Davidson, a saber, de que a verdade é primitiva e, portanto, ainda que a noção de verdade seja usada – e ele faz um elenco de tal uso – ela não pode ser definida e, assim, não pode ser tomada como algo capaz de decidir situações “para todo o sempre”. Rorty está preocupado em não alimentar concepções fortes de verdade, uma vez que as vê ligadas ao autoritarismo e, de um modo bem estadunidense, ao fundacionalismo (ou fundamentalismo de cunho religioso). Davidson, por sua vez, diz o que diz a partir de um profundo estudo e transformação da teoria semântica de verdade de Tarski (cf. Tarski, 1990; cf. Davidson, 2003). Para Rorty, esta é a base para advogar a posição de que o melhor a se fazer, agora, é não voltar a prestigiar o tema para não reinflacioná-lo. Davidson parece menos preocupado com as conseqüências disso para o debate social. Por fim, Habermas diz estar de acordo com Peirce e Putnam (cf. Putnam, 2002), diz que a forma como Rorty lida com o termo verdadeiro, não fazendo as devidas distinções entre “justificação” e “verdade”, é errôneo, e que haveria ainda espaço para um trabalho deweyano de especificação de condições de verdade. A diferença para com Dewey seria, em Habermas, o fato de tais condições especificarem condições de debate e comunicação ideais (cf. Habermas, 2003).

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Por: PAULO GHIRALDELLI JR.
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Bibliografia referenciada:

Adorno, T. W. Mínima Moralia. São Paulo: Ática, 1996.

Blackburn, S. e Keith, S. (eds). Introduction. Truth. Oxford: Oxford University Press, 1999.

Brandon, R. (ed.). Rorty and hist critics. Nova York: Blackwell, 2000.

Derrida, J. História da mentira: prolegômenos. Estudos avançados 10(27): pp. 7-39, maio-agosto de 1996.Davidson, D. Ensaios sobre a verdade. São Paulo: UNIMARCO, 2003.

Foucault, M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 1989.

Ghiraldelli Jr., P. Filosofia da educação e ensino. Ijuí: UNIJUI, 2000.

Ghiraldelli Jr., P. Neopragmatismo e verdade: Rorty em conversação com Davidson e Habermas. São Paulo: FFLCH-USP, 2001 (tese de doutorado), 2001.

Ghiraldelli Jr., P. Davidson: a elegância no labirinto da verdade. In: Davidson, D. Ensaios sobre a verdade. São Paulo: UNIMARCO, 2003.

Haack, S. Philosophy of logic. Cambridge: Cambridge University Press, 1978.

Habermas, J. Truth and justification. Cambridge: MIT Press, 2003.

James, W. Pragmatism’s conception of truth. In: Menand, L. (ed.). Pragmatism – A reader. Nova York: Vintage Books, 1997.

Lynch, M. P. The nature of truth. Cambridge: MIT, 2001.

Nietzsche, F. Verdade e mentira em um sentido extra moral. In: Nietzsche – Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1987.

Putnam, H. The colapse of the fact/value dichotomy. Cambridge: Havard University Press, 2002.

Tarski, A. A concepção semântica da verdade e os fundamentos da semântica. In: Existência e linguagem. Lisboa: Editorial Presença, 1990.
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[© Paulo Ghiraldelli Jr filósofo, do Centro de Estudos em Filosofia Americana e da International Pragmatism Society.]
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