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A falácia de homem trabalhador está insistentemente martelada na cabeça dos incautos com um picador de gelo eficiente que é a propaganda onipresente dos meios de comunicação e dos carros de som de campanha do prefeito. Os desavisados, alienados, bêbados, doentes mentais não são um LEON TROTSKI, mas servem bem à analogia.
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Não adianta se esconder, tapar os ouvidos, mergulhar no rio, enterrar a cabeça, tudo isso é insuficiente para não ouvir a grande mentira desta campanha: "JOEL é um homem trabalhador". A meu ver, uma grande ofensa aos trabalhadores de nossa cidade. Bem ou mal, todos que trabalham têm um certo grau de conhecimento na área em que atuam. Dizer que JOEL é trabalhador é negar esse conhecimento dos trabalhadores porque se está comparando àqueles que possuem algum mérito de ser tratado como TRABALHADOR.
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A palavra TRABALHO tem uma origem latina e significa tri-palium (três paus), e era um instrumento utilizado para domar animais arredios, era uma palavra também utilizada para designar um tipo de arado da Antigüidade e também assim se chamava a um determinado instrumento de tortura. Pela origem dá para sentir que a palavra trabalho nasceu associada à dureza da vida, à dor, ao sofrimento. Dizer que JOEL dá duro para "ganhar" a vida é uma piada, dizer que JOEL sente dor é no mínimo duvidável, dizer que JOEL sofre por fazer o que faz é risível. Tortura mesmo só a que ele tenta impigir à população com essa grande mentira.
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O trabalho é uma atividade bastante valorizada na sociedade atual. Mas nem sempre foi assim. Não existe apenas um tipo de trabalho (são dois, basicamente: "trabalho predominantemente intelectual e trabalho predominantemente manual"). Na Antigüidade trabalhar era uma atividade associada a pessoas desprovidas do privilégio de pensar, ser intelectual. Como naquela época as técnicas para a construção de produtos e para a realização das atividades eram bastantes precárias, então predominava mesmo era o uso da força, das mãos.
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No momento histórico em que a razão foi alçada ao patamar da superioridade humana restava diferenciar uns dos outros através do uso do intelecto na execução das tarefas. Uns pensavam, outros faziam. Trabalho intelectual e trabalho manual. Como se valoriza mais (até hoje) o uso do intelecto do que das mãos, então os desprivilegiados ficavam restritos ao campo da ação manual.
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Nada mudou de forma substancial na Idade Média. Há cerca de trezentos anos essa diferenciação vem passando por modificações. Assim chegamos ao conceito sociológico, acima e entre aspas, sobre a divisão do trabalho.
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Se vivesse na Antigüidade JOEL jamais associaria a sua imagem ao trabalho. Se trabalhar fosse uma atividade desprezível, ele estaria fugindo dela como o diabo foge da cruz (mas não só da imagem). Mas trabalhar é dignificante, é um valor maximamente enaltecido nos dias atuais, por isso essa falácia de se associar a ele. Atrair para si um pouco do valor e da importância. Assim como fazem os falsos "doutores" que são candidatos a vereador.
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É uma pena que só a classe trabalhadora consciente, com capacidade mínima de criticidade se sinta agredida ao ver o seu status sendo vilipendiado com propósitos eleitoreiros. Se pertinente fosse essa mentira, JOEL se apresentaria como possuidor de alguma profissão e tanto grau de preparação para exercê-la. Mas não, ele não o faz concretamente, apenas divulga aquilo que os dados refutam.
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Na verdade os carros de som e os meios de comunicação deveriam exibir, anunciar, como nas propagandas de cerveja, aquela frase que alerta para o uso exegerado do produto, e dizer que as pessoas deveriam ouvir a mentira com moderação, pois podem terminar acreditando nela e ficar viciados.
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