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VALORAÇÃO é um conceito em Filosofia que significa "O esforço que nós despreendemos para transformar aquilo que é naquilo que deve ser".
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Somos seres irremediavelmente avaliativos. Avaliamos tudo segundo nossos valores e os valores da sociedade. Diante do que existe, seja lá o que for, uma pessoa, uma coisa, um vegetal, um animal... envolvidos pelos valores dizemos que está bom, certo. Mas se fosse acrescentada mais alguma coisinha ficaria melhor. Se está ruim, errado propomos algo melhor. É sempre assim porque somos humanos e só os humanos fazemos isso. Esta atitude diante das coisas é valorização, seja positiva ou negativa. Então é algo que faz parte indistinta do nosso ser. Não podemos nos separar dessa atitude constante.
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Essa atitude é, portanto, racional. Devemos diante de tudo o que existe acioná-la, nem que seja só para nosso próprio conhecimento. Quando um ser humano abre mão de forma CONSCIENTE ou INCONSCIENTE de fazer isso está tomando uma atitude invariavelmente perigosa.
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No segundo caso (INCONSCIENTE) não percebe o que está acontecendo nem muito menos por quê está acontecendo. E como consequência ele naturaliza (torna tudo natural, normal), tudo. Pensa que não tem poder para transformar as coisas. Que só alguns indivíduos "especiais" é que podem fazê-lo. Culpa da ideologia positivista que diz que a história é feita pela atuação dos grandes homens.
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Na verdade a história é feita por todos nós agindo de uma forma ou de outra. Assim a nossa história será desse ou de outro jeito. Mas fomos nós com maior ou menor determinação que a fizemos e a fazemos continuamente.
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No primeiro caso (CONSCIENTE) estamos diante daqueles que deliberadamente, por interesses individuais ou de seu grupo social, desejam que as coisas continuem como estão. Aí, há consciência. O indivíduo sabe que pode está errado, mas não quer que nada se modifique.
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Aceito esse argumento, seguimos dizendo que se nós quisermos podemos modificar a nossa realidade para que possamos, por exemplo, viver de uma forma melhor em nossa cidade. Basta que para isso nos esforcemos para transformar o que é (a nossa cidade do jeito que está há mais de trinta anos) naquilo que deve ser (uma Floriano que desejamos - limpa, estruturada, saneada, arborizada, desenvolvida, educada...).
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Não devemos aceitar o primeiro caso (dos aproveitadores) nem muito menos o segundo caso (dos indiferentes). Se somos racionais e a atitude avaliativa é racional, resta dizer que "o sono da razão produz monstros" (GOYA). Acorda Floriano.
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