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O Brasil está sendo mobilizado para exercer a solidariedade - um valor que a própria sociedade desvaloriza - para ajudar os moradores do estado de Santa Catarina que foram atingidos pelas enchentes e desmoronamentos.
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É grande a dor e o sofrimento dos atingidos pela reação da natureza às agressões que vem sofrendo ao longo dos tempos. As enchentes cuja intensidade é cada vez maior já são manifestações do aquecimento global. Os desmoronamentos são conseqüências do desmatamento da mata nativa da região que vem sendo substituída por madeira para a indústria de celulose e por bananeiras. Além, é claro, da urbanização das margens dos rios.
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Grande parte daquelas pessoas atingidas não contribuiu decisivamente para que a natureza reagisse tão descontroladamente. Mas aqueles que potencializaram essa reação podem ser apontados, sim. Mas o problema é que todos os atingidos estão sofrendo. O país está se sensibilizando com a perda da dignidade e dos bens daqueles brasileiros.
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Chega de hipocrisia. É hora de parar com o discurso da vitimização para não camuflar as verdadeiras causas (assim mesmo no plural). Porque a vitimização acontece quando se aponta como causa apenas a natureza como responsável pelo fato. A sociedade tem que discutir abertamente qual foi a contribuição que ela deu para que tudo acontecesse.
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Só resolveremos o problema do aquecimento global usando essas reações da natureza didaticamente como exemplo. Ao nos apontarmos como uma das causas bastante decisiva no processo fará pensarmos melhor. Talvez passemos a nos educar e respeitar o ambiente em que vivemos.
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Mas há aqueles que, diferente de mim, dirão que não é hora de procurarmos culpados. Mas quando há seres humanos vitimados por causas não naturais as atenções se voltam para as discussões que buscam identificar as causas, os motivos, os meios (instrumentos) e as finalidades. São convidados todos os tipos de especialistas para darem explicações. É, ou não é?
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É grande a dor e o sofrimento dos atingidos pela reação da natureza às agressões que vem sofrendo ao longo dos tempos. As enchentes cuja intensidade é cada vez maior já são manifestações do aquecimento global. Os desmoronamentos são conseqüências do desmatamento da mata nativa da região que vem sendo substituída por madeira para a indústria de celulose e por bananeiras. Além, é claro, da urbanização das margens dos rios.
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Grande parte daquelas pessoas atingidas não contribuiu decisivamente para que a natureza reagisse tão descontroladamente. Mas aqueles que potencializaram essa reação podem ser apontados, sim. Mas o problema é que todos os atingidos estão sofrendo. O país está se sensibilizando com a perda da dignidade e dos bens daqueles brasileiros.
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Chega de hipocrisia. É hora de parar com o discurso da vitimização para não camuflar as verdadeiras causas (assim mesmo no plural). Porque a vitimização acontece quando se aponta como causa apenas a natureza como responsável pelo fato. A sociedade tem que discutir abertamente qual foi a contribuição que ela deu para que tudo acontecesse.
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Só resolveremos o problema do aquecimento global usando essas reações da natureza didaticamente como exemplo. Ao nos apontarmos como uma das causas bastante decisiva no processo fará pensarmos melhor. Talvez passemos a nos educar e respeitar o ambiente em que vivemos.
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Mas há aqueles que, diferente de mim, dirão que não é hora de procurarmos culpados. Mas quando há seres humanos vitimados por causas não naturais as atenções se voltam para as discussões que buscam identificar as causas, os motivos, os meios (instrumentos) e as finalidades. São convidados todos os tipos de especialistas para darem explicações. É, ou não é?
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Não estou dizendo que devemos, com o exemplo, educar ambientalmente pelo medo. Sou contra esse tipo de educação. Devemos agir de forma correta, em relação à natureza, porque é assim que deve ser. E não porque o mundo vai se acabar por isso. Desejo que o exemplo faça as pessoas refletirem sobre o assunto.
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Mas os desabrigados necessitam de ajuda. É nosso dever ajudá-los. E em todos os cantos do Brasil estão sendo coletados alimentos e outros donativos que podem contribuir para a reconstrução de suas vidas e a dignidade daquele povo. Pela ajuda, parabéns ao povo brasileiro.
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Vamos ajudar o povo catarinense a resgatar a sua dignidade. Vamos dar-lhes as condições e meios de reconstruírem as suas casas e as suas vidas. É, como já disse, nosso dever moral.
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Mas, se depois de recuperadas as vidas, a dignidade e bens materiais de todos os atingidos em Santa Catarina, talvez fosse a hora de aproveitarmos a sensibilização do país para a solidariedade e tentarmos construir a dignidade daqueles que nunca a tiveram: os famélicos nordestinos.
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Há séculos que miséria, dor e sofrimento afligem as vidas de grande parte do povo pobre nordestino. Um povo que necessita de políticas públicas honestas, verdadeiras para poder ter um pouco de dignidade. Por isso precisa também de um pouco de solidariedade.
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É o mesmo povo que quando é solicitado contribui solidariamente em todas as ocasiões de necessidades. Porém tem a sua miséria tratada como algo normal, natural. E que por isso ninguém dá mais a mínima para isso. O país já se acostumou com a falta de dignidade e trata-a como algo sem importância.
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Como há gente ignorando as causas provocadas pelo homem nessa catástrofe, há também quem diga que o nordestino sofredor é de ferro e que toda a miséria e falta de dignidade são características que formam a sua identidade.
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Porém, esse mito foi construído ao longo das últimas cinco décadas para adequar a política irresponsável dos governos aos interesses políticos individuais que sobrevivem da miséria desse povo. Vamos ser solidários com todos e em todos os seus sofrimentos e dores.
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Não estou dizendo que devemos, com o exemplo, educar ambientalmente pelo medo. Sou contra esse tipo de educação. Devemos agir de forma correta, em relação à natureza, porque é assim que deve ser. E não porque o mundo vai se acabar por isso. Desejo que o exemplo faça as pessoas refletirem sobre o assunto.
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Mas os desabrigados necessitam de ajuda. É nosso dever ajudá-los. E em todos os cantos do Brasil estão sendo coletados alimentos e outros donativos que podem contribuir para a reconstrução de suas vidas e a dignidade daquele povo. Pela ajuda, parabéns ao povo brasileiro.
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Vamos ajudar o povo catarinense a resgatar a sua dignidade. Vamos dar-lhes as condições e meios de reconstruírem as suas casas e as suas vidas. É, como já disse, nosso dever moral.
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Mas, se depois de recuperadas as vidas, a dignidade e bens materiais de todos os atingidos em Santa Catarina, talvez fosse a hora de aproveitarmos a sensibilização do país para a solidariedade e tentarmos construir a dignidade daqueles que nunca a tiveram: os famélicos nordestinos.
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Há séculos que miséria, dor e sofrimento afligem as vidas de grande parte do povo pobre nordestino. Um povo que necessita de políticas públicas honestas, verdadeiras para poder ter um pouco de dignidade. Por isso precisa também de um pouco de solidariedade.
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É o mesmo povo que quando é solicitado contribui solidariamente em todas as ocasiões de necessidades. Porém tem a sua miséria tratada como algo normal, natural. E que por isso ninguém dá mais a mínima para isso. O país já se acostumou com a falta de dignidade e trata-a como algo sem importância.
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Como há gente ignorando as causas provocadas pelo homem nessa catástrofe, há também quem diga que o nordestino sofredor é de ferro e que toda a miséria e falta de dignidade são características que formam a sua identidade.
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Porém, esse mito foi construído ao longo das últimas cinco décadas para adequar a política irresponsável dos governos aos interesses políticos individuais que sobrevivem da miséria desse povo. Vamos ser solidários com todos e em todos os seus sofrimentos e dores.
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