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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

É DE GRAÇA.

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Nestes tempos de escolha de secretariado e de presidência da câmara de vereadores gostaria de deixar uma mensagem de um pensador que viveu entre 1469-1527. Estou falando do florentino NICCOLÓ MACHIAVELLI.
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Ontem à noite, por volta das três da matina (é o novo), estava relendo "O Príncipe" quando cheguei ao capítulo XXII, que se chama: "Dos ministros dos Príncipes", aí surgiu a idéia de reproduzir um pequeno trecho aqui. Tomara que não sirva, mas talvez alguém o tome ao pé da letra. É de se esperar de muitos que estão envolvidos nesses dois processos. Não seria uma boa idéia tomá-lo ao pé da letra, porém as decisões a que chegam essas pessoas fazem arrepiar os cabelos de qualquer parte de nossos corpos.
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É coisa pesada. Pretendo postar uma mensagem na segunda-feira tratando desses dois aspectos. Mas, por enquanto, fica só o trecho de "O Príncipe".
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"A escolha dos seus ministros não é coisa de mínima importância, ministros que serão bons ou não, conforme a prudência daquele. E a primeira conjetura que se faz, a respeito das qualidades de inteligência de um príncipe, está na observação dos homens que estão ao seu redor. Sendo estes competentes e fiéis, pode-se tê-lo como sábio, por saber reconhecer as qualidades daqueles e conservá-los fiéis. Quando porém, não são assim, pode-se avaliar sempre mal do senhor, porque cometeu seu primeiro erro nessa escolha. ... E, como existem três tipos de cabeças - uma, que entende por si mesma as coisas, outra que sabe discernir o que os outros entendem e, por fim, uma que nem por si entende nem sabe ajuizar o trabalho dos outros (a primeira é excelente, a segunda muito boa e a terceira inútil - ... Uma vez que se é capaz de conhecer o bem e o mal que outrem diga, ou faça, mesmo não tendo iniciativa própria, as boas e as más qualidades do ministro são reconhecidas, exaltando as primeiras e corrigindo as segundas. O ministro, desse modo, não pode esperar enganar o príncipe e se mantém bom.
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Entretanto, para que um príncipe possa conhecer bem o ministro, existe este modo que jamais falha: quando perceberes que o ministro pensa mais em si mesmo do que em ti, e que em todas as suas ações procura tirar proveito pessoal, podes estar certo de que ele não é bom, e nunca poderás confiar-te nele; aquele que dirige os negócios do Estado não deve jamais pensar em si mesmo, mas sempre no príncipe e nunca recordar-lhe coisas que estejam fora da esfera do Estado.
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Por outro lado, o Príncipe, para garantir-se do ministro, deve pensar nele, honrando-o, fazendo-o rico, fazendo com que ele contraia obrigações para contigo, fazendo-o participar de honras e cargos, de modo que as muitas honrarias não lhe tragam o desejo de outras, as muitas riquezas, não lhe façam desejar maiores, os muitos encargos não lhe façam temer mutações. Quando, portanto, os ministros e os príncipes com relação a estes, são assim, podem confiar mutuamente; de outro modo, o fim será sempre mau para uns e outros."
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Como podemos ler, MAQUIAVEL é um bom professor para esse tipo de político que está envolvido, em Floriano, nesses dois processos de forma decisiva. Não dá para ler MAQUIAVEL e não pensar nas coisas que JOEL faz no exercício do poder. Não dá.
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Quem puder e tiver acesso a essa obra que inaugura a política moderna no lado ocidental do mundo, dê uma lida. Vale a pena. Não pelos conselhos, mas pelo o que ela pode elucidar. Mas muitos desses "políticos" que citei têm esse livro em suas cabeceiras. Não. Não têm, não. Eles apenas ouviram falar como se faz. Porque a maioria nem ler sabe direito. Ouçam os discursos na câmara.
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