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Ontem o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro CARLOS AYRES BRITTO, defendeu o voto facultativo em entrevista à imprensa. Voto facultativo, não sei, não.
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Só vota quem quer, quem deseja participar do processo eleitoral. Isso quer dizer que quem tem consciência política participa diretamente das decisões. Quem é indiferente, consciente ou inconscientemente, por falta de uma formação cidadã, não irá participar dessas decisões. Quem não se sente motivado não votará.
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Na prática quem tem, ou teve, acesso a uma educação formal, ou informal, que lhe possiblitasse o desenvolvimento de uma consciência crítica e política participará e decidirá a eleição. No Brasil esse tipo de educação tem sido, decidida e majoritariamente, reservada às pessoas que formam o estrato social dominante que é formado pelas classes "A" e "B".
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Então, só esses é que decidirão. Esses, como sempre, privilegiarão seus valores, conceitos e necessidades, deixando em segundo plano os valores, conceitos e necessidades dos pobres e miseráveis. A quem interessa, nessa perspectiva, o voto facultativo?
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Por outro lado o voto obrigatório acarreta a falta de qualidade nos resultados das eleições. Sem consciência cidadã e política, sem consciência da finalidade cívica e prático-utilitário do voto temos eleitores que vendem, trocam e negociam seus votos.
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Desse lado a obrigatoriedade cria um mercado do voto que nos períodos eleitorais negocia-se os direitos e votos desses eleitores. Assim o voto não tem sentido para o objetivo político essencial do direito de votar. Foi principalmente por esse motivo que resolvi não mais participar como postulante a um cargo eletivo. O que fazer?
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