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Uma análise racional sobre o fato polêmico do choro da menina na TV feita pelo Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR.
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MAÍSA: INFÂNCIA E FILOSOFIA.
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A Rede Globo está em guerra aberta contra Sílvio Santos. A camisa de Ronaldinho, a favor do último, deixa os proprietários da Globo malucos de ódio.
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Ao mesmo tempo, uma avalanche de psicólogas (algumas da USP!) novamente se agrupam às juízas para, como se diz, protegerem a infância. Maísa perde o emprego.
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Venho escrevendo sobre a infância desde o início dos anos noventa. Tenho mostrado que a idéia de infância como um “fato da natureza” é tão invenção nossa, de nossa cultura, quanto a idéia de que a ela é “produto histórico”. Natureza ou história não ajudam em nada no caso. O problema é que a tal da noção de infância que, agora, nas mãos dos intelectuais da ordem jurídica e dos intelectuais da ordem mental, já virou conceito, é de menos ajuda do que parecia até bem pouco tempo.
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Há pouco tempo, quase todos nós, mais ou menos humanistas, admitíamos que Rousseau tinha lá sua razão ao ter inventado a infância como um fato natural, e que Philipe Ariés tinha tido uma boa idéia ao denunciar que a infância como fato natural era, na verdade, fato histórico. Tudo isso parecia fazer sentido e nos ajudava a entender as crianças. Foi um tempo em que lutávamos todos pela criação de um aparato institucional em favor da proteção da criança. O erro foi rotularmos isso de “proteção à infância”. Pois, ao falarmos da infância – o conceito – nos esquecemos de olhar o que tínhamos de olhar, que é a criança.
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Agora, chegou a hora de ou repensamos isso ou, então, vamos começar a criar o terrorismo que se está criando com o caso Maísa e, de certo modo, contra a própria Maísa.
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Não há nenhuma agressão contra Maísa da parte de Sílvio Santos. Nada que ocorreu no programa foi obra de maldade de Sílvio ou do SBT ou de descuido. A menina lá está com a mãe. Já esteve antes, durante bom tempo, no Raul Gil. A menina gosta de fazer o programa e faz bem – pode-se inferir isso pelo fato dela não ser novata. Ela já é veterana. E ela não tem se dado pior na escola por tais atividades. Agora, se ela vai ficar “traumatizada” no futuro por ter participado do programa do Silvio, isso vai depender do futuro do Silvio e dela mesma.
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Caso um dia Sílvio se torne, para a história, o que o Collor se tornou, ninguém vai querer dizer que participou de programa dele. Maísa tentará apagar esse seu passado negro. Caso Maísa não seja instruída pelos pais e pelo próprio Silvio e sua equipe, no sentido de que ela pode não ser atriz no futuro, que pode terminar como o Pedrinho do Sítio do Pica Pau Amarelo (que a Rede Globo deixou na mão), aí sim as coisas irão seguir um caminho ruim. Portanto, é quanto ao fato de ver se Maísa agüenta ou não o mundo da competição, que todos deveriam estar preocupados. Mas, a preocupação com o comportamento de Maísa ou a preocupação com possíveis abusos contra ela no programa, isso não conta – não é algo que se deva levar a sério. Aliás, uma preocupação desse tipo nem deveria estar ocorrendo. Pois, quando se coloca isso em questão, o que está contando é antes o conceito de infância (que temos na cabeça) do que a criança Maísa.
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As psicólogas que condenam a aparição de Maísa no programa não escrevem coisa com coisa. A fraseologia de uma boa parte delas é a do esquerdismo fora de propósito: o mundo capitalista do programa Sílvio Santos é o mundo do lucro e do demônio. É a ladainha de sempre, dos pouco inteligentes, que aprenderam duas palavras – neoliberalismo e globalização – e acham que podem transformar letra de música (“capitalismo selvagem”) em teoria social e psicológica. As psicólogas que escreveram escandalizadas contra o SBT estão preocupadas com o fato de “Maísa” “não ter limites”. E a questão da “barbárie” contra Maísa também conta, mas em segundo plano. Ora, se Maísa fosse comportadinha, ela não seria o personagem que se apresenta na TV. E ela sabe que ela está fazendo um personagem. Ela é criança, mas não é burra.
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Agora, no caso da juíza que proibiu Maísa de aparecer no programa, o ato é meramente formal. A juíza aplicou a lei. Mas não quis ter o bom senso de interpretar e aplicar a lei para o caso específico. Novamente: contou o conceito de infância, não a criança. Ela não percebeu que Maísa, daqui para diante, irá sempre dizer: “a lei no Brasil é errada, ela pune quem quer trabalhar, quem quer sobressair”. Isso Maísa dirá no futuro, mais provavelmente. Agora, no momento, o que Maísa deve estar pensando é o seguinte: “fui culpada da minha desgraça e da falha do SBT e do Sílvio, fracassei, eu não devia ter chorado no programa”.
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Nos dois casos, a juíza terá antes prejudicado Maísa do que colaborado com a sua proteção.
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Tudo isso não é culpa da filosofia. Mas, se a filosofia quiser ajudar Maísa e também a nós, ela tem de parar de cultivar a noção de infância como conceito. Pois, como conceito, muita coisa que é criança está ficando de fora da idéia de infância, e muita coisa que não precisa de proteção está sendo protegida demais – inclusive em um sentido errado da palavra “proteção”.
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Maísa é criança? Claro! Mas Maísa tem de ter a infância preconizada pela lei? A infância se tornou, agora, algo rígido e quem não couber nela, a pretexto de ser protegido, irá ser punido. Basta ver o que a lei atual faz com o trabalho do menor, e então isso que digo aqui ficará bem nítido.
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Escrevi em 1996 que se Pinóquio estivesse em nossa sociedade ele não teria podido ir para a escola.[1] Não por não ter livros. Gepeto vendeu seu casado e comprou os livros. Pinóquio não iria para a escola por não ser “criança de verdade”. Um boneco de pau não passa no crivo do nosso conceito de infância (obviamente), e assim, o Pinóquio não teria direito à educação. Aliás, nem mesmo com a nova noção de “inclusão”! Mas, na sociedade de Gepeto, a escola não aceitava somente “crianças de verdade”. Sem o conceito de infância, a escola aceitava todos. Por isso, Pinóquio, após algumas peripécias, conseguiu freqüentar a escola. Aliás, tornou-se “menino de verdade” não só pela Fada, mas por ter sido socializado na escola. Na verdade, a escola, sem a Fada, poderia ter feito tudo que foi feito.
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Maísa não é “criança de verdade” no programa. Então, todos ficam revoltados. Querem enquadrá-la no conceito de infância que temos. O mesmo que não enquadraria Pinóquio. A filosofia precisa parar de ser única e exclusivamente a construtora de conceitos para ser, também, a varredora do lixo das noções não úteis. A noção de infância ou o conceito de infância que estamos usando já deveria ter sido aposentado. Ele é novo, eu sei. Mas caducou jovem. Está só fazendo estragos nas mãos de toscos. E como os toscos sempre terão alguma voz, o melhor é tirar de circulação os conceitos que eles não sabem utilizar.
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Não temos que criar outro conceito de infância. Temos apenas que tratar pragmaticamente, com inteligência, cada caso. No caso que temos na mão, o principal é ponderar o que realmente pode prejudicar Maísa, e não o que não pode e não vai prejudicá-la. Antes de tudo, precisamos não imputar os nossos traumas de adultos a uma idealização de criança que queremos ver em Maísa. Protegê-la de verdade, é outra coisa. É ver até que ponto todos nós não vamos esquecê-la como nos esquecemos do Pedrinho, o do Sítio, o da Globo.
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Ao mesmo tempo, uma avalanche de psicólogas (algumas da USP!) novamente se agrupam às juízas para, como se diz, protegerem a infância. Maísa perde o emprego.
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Venho escrevendo sobre a infância desde o início dos anos noventa. Tenho mostrado que a idéia de infância como um “fato da natureza” é tão invenção nossa, de nossa cultura, quanto a idéia de que a ela é “produto histórico”. Natureza ou história não ajudam em nada no caso. O problema é que a tal da noção de infância que, agora, nas mãos dos intelectuais da ordem jurídica e dos intelectuais da ordem mental, já virou conceito, é de menos ajuda do que parecia até bem pouco tempo.
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Há pouco tempo, quase todos nós, mais ou menos humanistas, admitíamos que Rousseau tinha lá sua razão ao ter inventado a infância como um fato natural, e que Philipe Ariés tinha tido uma boa idéia ao denunciar que a infância como fato natural era, na verdade, fato histórico. Tudo isso parecia fazer sentido e nos ajudava a entender as crianças. Foi um tempo em que lutávamos todos pela criação de um aparato institucional em favor da proteção da criança. O erro foi rotularmos isso de “proteção à infância”. Pois, ao falarmos da infância – o conceito – nos esquecemos de olhar o que tínhamos de olhar, que é a criança.
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Agora, chegou a hora de ou repensamos isso ou, então, vamos começar a criar o terrorismo que se está criando com o caso Maísa e, de certo modo, contra a própria Maísa.
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Não há nenhuma agressão contra Maísa da parte de Sílvio Santos. Nada que ocorreu no programa foi obra de maldade de Sílvio ou do SBT ou de descuido. A menina lá está com a mãe. Já esteve antes, durante bom tempo, no Raul Gil. A menina gosta de fazer o programa e faz bem – pode-se inferir isso pelo fato dela não ser novata. Ela já é veterana. E ela não tem se dado pior na escola por tais atividades. Agora, se ela vai ficar “traumatizada” no futuro por ter participado do programa do Silvio, isso vai depender do futuro do Silvio e dela mesma.
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Caso um dia Sílvio se torne, para a história, o que o Collor se tornou, ninguém vai querer dizer que participou de programa dele. Maísa tentará apagar esse seu passado negro. Caso Maísa não seja instruída pelos pais e pelo próprio Silvio e sua equipe, no sentido de que ela pode não ser atriz no futuro, que pode terminar como o Pedrinho do Sítio do Pica Pau Amarelo (que a Rede Globo deixou na mão), aí sim as coisas irão seguir um caminho ruim. Portanto, é quanto ao fato de ver se Maísa agüenta ou não o mundo da competição, que todos deveriam estar preocupados. Mas, a preocupação com o comportamento de Maísa ou a preocupação com possíveis abusos contra ela no programa, isso não conta – não é algo que se deva levar a sério. Aliás, uma preocupação desse tipo nem deveria estar ocorrendo. Pois, quando se coloca isso em questão, o que está contando é antes o conceito de infância (que temos na cabeça) do que a criança Maísa.
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As psicólogas que condenam a aparição de Maísa no programa não escrevem coisa com coisa. A fraseologia de uma boa parte delas é a do esquerdismo fora de propósito: o mundo capitalista do programa Sílvio Santos é o mundo do lucro e do demônio. É a ladainha de sempre, dos pouco inteligentes, que aprenderam duas palavras – neoliberalismo e globalização – e acham que podem transformar letra de música (“capitalismo selvagem”) em teoria social e psicológica. As psicólogas que escreveram escandalizadas contra o SBT estão preocupadas com o fato de “Maísa” “não ter limites”. E a questão da “barbárie” contra Maísa também conta, mas em segundo plano. Ora, se Maísa fosse comportadinha, ela não seria o personagem que se apresenta na TV. E ela sabe que ela está fazendo um personagem. Ela é criança, mas não é burra.
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Agora, no caso da juíza que proibiu Maísa de aparecer no programa, o ato é meramente formal. A juíza aplicou a lei. Mas não quis ter o bom senso de interpretar e aplicar a lei para o caso específico. Novamente: contou o conceito de infância, não a criança. Ela não percebeu que Maísa, daqui para diante, irá sempre dizer: “a lei no Brasil é errada, ela pune quem quer trabalhar, quem quer sobressair”. Isso Maísa dirá no futuro, mais provavelmente. Agora, no momento, o que Maísa deve estar pensando é o seguinte: “fui culpada da minha desgraça e da falha do SBT e do Sílvio, fracassei, eu não devia ter chorado no programa”.
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Nos dois casos, a juíza terá antes prejudicado Maísa do que colaborado com a sua proteção.
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Tudo isso não é culpa da filosofia. Mas, se a filosofia quiser ajudar Maísa e também a nós, ela tem de parar de cultivar a noção de infância como conceito. Pois, como conceito, muita coisa que é criança está ficando de fora da idéia de infância, e muita coisa que não precisa de proteção está sendo protegida demais – inclusive em um sentido errado da palavra “proteção”.
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Maísa é criança? Claro! Mas Maísa tem de ter a infância preconizada pela lei? A infância se tornou, agora, algo rígido e quem não couber nela, a pretexto de ser protegido, irá ser punido. Basta ver o que a lei atual faz com o trabalho do menor, e então isso que digo aqui ficará bem nítido.
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Escrevi em 1996 que se Pinóquio estivesse em nossa sociedade ele não teria podido ir para a escola.[1] Não por não ter livros. Gepeto vendeu seu casado e comprou os livros. Pinóquio não iria para a escola por não ser “criança de verdade”. Um boneco de pau não passa no crivo do nosso conceito de infância (obviamente), e assim, o Pinóquio não teria direito à educação. Aliás, nem mesmo com a nova noção de “inclusão”! Mas, na sociedade de Gepeto, a escola não aceitava somente “crianças de verdade”. Sem o conceito de infância, a escola aceitava todos. Por isso, Pinóquio, após algumas peripécias, conseguiu freqüentar a escola. Aliás, tornou-se “menino de verdade” não só pela Fada, mas por ter sido socializado na escola. Na verdade, a escola, sem a Fada, poderia ter feito tudo que foi feito.
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Maísa não é “criança de verdade” no programa. Então, todos ficam revoltados. Querem enquadrá-la no conceito de infância que temos. O mesmo que não enquadraria Pinóquio. A filosofia precisa parar de ser única e exclusivamente a construtora de conceitos para ser, também, a varredora do lixo das noções não úteis. A noção de infância ou o conceito de infância que estamos usando já deveria ter sido aposentado. Ele é novo, eu sei. Mas caducou jovem. Está só fazendo estragos nas mãos de toscos. E como os toscos sempre terão alguma voz, o melhor é tirar de circulação os conceitos que eles não sabem utilizar.
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Não temos que criar outro conceito de infância. Temos apenas que tratar pragmaticamente, com inteligência, cada caso. No caso que temos na mão, o principal é ponderar o que realmente pode prejudicar Maísa, e não o que não pode e não vai prejudicá-la. Antes de tudo, precisamos não imputar os nossos traumas de adultos a uma idealização de criança que queremos ver em Maísa. Protegê-la de verdade, é outra coisa. É ver até que ponto todos nós não vamos esquecê-la como nos esquecemos do Pedrinho, o do Sítio, o da Globo.
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Por: PAULO GHIRALDELLI JR.
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[1] Algo disso está em: Taylor, M., Scheirer, H. e Ghiraldelli, P. Pragmatism, education, and children. New York, Amsterdan: Rodopi, 2008. E também em: Ghiraldelli Jr., P. The fundamentals of Gepeto’s Philosophy of Education: neopragmatism and infancy in the postmodern world. Educational Philosophy and Theory. Journal of Philosophy Education of Australasi. Vol. 32, 2000.
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[1] Algo disso está em: Taylor, M., Scheirer, H. e Ghiraldelli, P. Pragmatism, education, and children. New York, Amsterdan: Rodopi, 2008. E também em: Ghiraldelli Jr., P. The fundamentals of Gepeto’s Philosophy of Education: neopragmatism and infancy in the postmodern world. Educational Philosophy and Theory. Journal of Philosophy Education of Australasi. Vol. 32, 2000.
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