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sexta-feira, 8 de maio de 2009

NECESSIDADE IDEALIZADA E CORRUPÇÃO - III.

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Sou adepto do pensamento “complexo” (EDGAR MORIN – 1921) que está, aos poucos, mas continuamente, substituindo a “ciência salaminho” (LADISLAU DAWBOR – 1941). Veja de forma menos abstrata, como exemplo, a mudança nos vestibulares, as questões serão, em alguns deles, baseadas na visão “complexa” da realidade. Elas envolverão agora conhecimento de outras áreas.
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Isso exigirá uma mudança em todo o processo de educação formal que inevitavelmente acarretará uma mudança no comportamento social em breve. As pessoas começarão a perceber que tudo está interligado e essa visão que diz ser a compra de voto – um ato imoral – desvinculada do comportamento ético do candidato no seu cotidiano sofrerá desgaste inevitavelmente.
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Essas pessoas dizem que essa necessidade (compra de voto) é uma prova de que a moral é um comportamento relativo, que o ser humano precisa dessa flexibilidade moral para poder viver. Conversa fiada, a relatividade moral não serve para explicar imoralidades, pois isso seria o próprio fim da moral. A relatividade serve para explicar diferenças de valores morais no espaço e no tempo, e não para dizer que em algumas circunstâncias seria permitido ser corrupto.
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Mas em pouco tempo os eleitores começarão a perceber que comprar/vender coto tem vinculação, ligação estreita com as condições de miserabilidade que nosso povo vive, e que quem compra voto é também corrupto e responsável por essas condições, além de ser corrupto também em muitas outras situações. Isto que estou dizendo não é um modelo ideal, é real mesmo. Não é uma especulação a cerca dos desdobramentos dessa prática na vida social feita a partir de um ou outro caso. Mas da realidade dura em que vivemos.
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Mas no “estado de natureza” o homem concreto não é assim, poderia um desses vereadores argumentar. No “estado de natureza” o “homem é o lobo do homem”, continuaria ele. Creditemos aqui algum grau de plausibilidade nestes argumentos. Mesmo assim podemos contra-argumentar dizendo que “o homem é um animal que avalia”, (NIETZSCHE – 1844-1900), e que se ele avalia é para analisar se aquilo que está fazendo o tornaria melhor do que é.
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Comprar voto certamente não nos torna melhores, pelo contrário, torna a nossa vida mais miserável ainda. E a falácia pode ser rebatida assim, como argumentei aqui. Mas não apenas dessa forma, existem outras, é claro, e existirão mais e mais, pois a ardileza desses indivíduos não para nunca.
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