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sábado, 29 de novembro de 2008

POLÍTICA DE REPOSIÇÃO DE QUADROS.

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A revista Veja de 26.11.2008. trouxe uma entrevista com a antropóloga e educadora EUNICE DURHAM. Ela tem 75 anos e trabalha na USP-SP. Nessa entrevista ela foi convocada basicamente para destruir a expectativa das pessoas em relação aos cursos de pedagogia que as universidades públicas e privadas do país estão oferecendo àqueles ineteressados.
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Por que digo convocada? Porque a revista Veja só cede espaço àqueles que estão dispostos a repetir a sua ideologia. É uma revista profunda e fascistamente antidemocrática. Qualquer pessoa que pense diferente da ideologia do grupo político, social, econômico, cultural que ela representa tem a sua reputação preservada ou respeitada pela revista e seus articulistas.
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Mas quando se trata de defender os seus ideais a revista vai buscar gente que já está quase morta, como a revista se refere sempre aos intelectuais que são citados e que pensam diferente dela, em qualquer lugar do Brasil ou do mundo para justificar seus pontos de vista. Certa vez uma repórter ligou para o Filósofo PAULO GHIRALDELLI para uma entrevista sobre educação. Quando ele começou a expor suas idéias a repórter tentou conduzi-lo ao ponto que ela desejava. Ele percebeu e começou a falar poucas e boas. Ele disse que nunca mais o procuraram.
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Quando a revista encontra gente assim, que pensa por si mesma e diferente da ideologia da revista, eles ficam possessos. Mas vamos ao que trata a entrevista: educação. Para obter uma posição profunda e abalizada acesse o endereço http://ghiraldelli.ning.com/profiles/blogs/eunice-durham-tropeca-e-a e leia comentário do Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR.
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A repórter MONICA WEINBERG pergunta à entrevsitada, conduzindo a entrevista (conduzir é um jargão no meio jornalístico que repórteres costumam fazer quando querem que o entrevistado diga exatamente o que ele, repórter, quer ouvir), "Muita gente defende a expansão das universidades públicas. E a senhora?".
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EUNICE DURHAM começa dizendo "Sou contra. Nos países onde o ensino superior funciona, apenas um grupo reduzido de instituições concentra a maior parte da pesquisa acadêmica, e as demais miram, basicamente, os cursos de graduação. ...Estou convicta de que já temos faculdades públicas suficiente para atender aqueles alunos que podem de fato vir a se torna Ph.Ds. ou profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria."
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O que foi dito acima é a essência do pensamento conservador da elite brasileira. Como ela ocupou o cargo de secretária de política educacional do Ministério da Educação no governo, "com licença da palavra", FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, então ela representa o que a revista defende como modelo de educação e ideologia para este país.
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Ela diz que o Brasil não precisa de mais universidades porque o número que existe(ia) já seria suficiente para formar aqueles que obviamente irão(iam) preencher os cargos mais qualificados e remunerados do país. Quer um exemplo de como funciona na prática esse tipo de projeto educacional? Até dez anos atrás a UFPI era uma instituição voltada exclusivamente para a política de reposição dos quadros da elite do Piauí. Desde a sua fundação ela possuía uma destinação: oferecer o número de vagas apenas o suficiente para formar as pessoas que substituiriam aqueles se aposentavam, morriam, ficavam inválidos da elite do Piauí.
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O objetivo da UFPI era, com sua excelência, formar os novos quadros da elite. Só este. Aí residia a sua finalidade política e educacional. Mas aí veio o presidente LULA e, que mesmo com toda a sua suspeitíssima administração, trouxe uma nova política educacional e está expandindo o número de universidades com uma finalidade social muito mais nobre do que a da elite. Quanto mais pessoas puderem ter acesso à academia mais chances elas terão de concorrer àqueles empregos que a educadora EUNICE DURHAM e a revista Veja querem que sejam ocupados apenas pela elite, ou a minoria natural.
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Quando EUNICE DURHAM diz que "...profissionais altamente qualificados. Estes são, naturalmente, uma minoria." ela quer dizer com a palavra "naturalmente" que a realidade é assim mesmo. Não muda ou não pode mudar. Porque quando se naturaliza os fatos sociais a pessoa quer passar a idéia que não se pode fazer nada. Naturalizar vem de 'natureza.' Na natureza as leis e os princípios são imutáveis. Não se alteram nunca. Trazendo para a sociedade essa explicação de funcionamento pretende-se colocar a sociedade como algo que não pode mudar, ou não deve mudar porque suas leis e seus princípios são imutáveis também.
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Ora, esse papo brabo da elite, do PSDB, é balela. Na sociedade tudo funciona de forma completamente diferente. Na sociedade, se todos, ou a maioria quisermos, podemos mudar as coisas, sim. Sinta a mudança quando LULA projetou uma nova perspectiva para as pessoas desprivilegiadas desse país dando-lhes uma oportunidade de concorrer em condições com aqueles que fazem parte de um mundo muito diferente da maioria, a elite.
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O que a elite do país, aqui especificamente identificados com EUNICE DURHAM, revista Veja e o PSDB, não suporta é saber que pessoas que "naturalmente" não deveriam se preparar para ocupar funções altamente qualificadas podem fazer isso, agora, freqüentando a universidade. Temos que ter muito mais universidades para possibilitar aos desprivilegiados a oportunidade de ter uma vida mais digna. O que não é o caso da elite.
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