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Percebe-se que utilizei a palavra PRIVILEGIADOS para me referir àqueles que compõem a elite econômica, cultural, social, política e tecnológica. A revista Veja diz sempre - e a utilizo como referência aqui porque tenho acesso através do meu pai, ele é assinante e pego carona na assinatura dele, claro - que a democracia burguesa é uma democracia "meritocrática". As pessoas que têm mérito são as que atigem o nível mais alto na escala de valores burgueses, que é o topo da pirâmide social.
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Vejam só, o mérito pessoal de cada um seria o meio de se conseguir os privilégios na sociedade. Na verdade a palavra privilegiados foi utilizada pela educadora para se referir àqueles que ela considera os naturalmente melhores. Mas é tudo discurso oco. Não existe mérito nenhum já que ela declara que só uns poucos devem atingir os melhores níveis de emprego. Exatamente aí se encontra o fundamento para não se criarem mais universidades no país. Porque o aumento do número de vagas permitiria o aumento do número de concorrentes nos melhores empregos. E isso é péssimo para aqueles poucos e privilegiados que aguardam a hora de assumir seus postos sem muita preocupação ou concorrência.
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Mas quando se abrem mais vagas nas universidades isso bagunçaria os planos da elite, porque mais pessoas qualificadas teriam condições de concorrer em pé de igualdade. Sem o aumento de vagas isso não ocorreria e é aí que se encontra o paraíso dos filhotes da elite.
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Mas, e a questão do mérito? A toda hora nós ouvimos pessoas falando da distinção entre pobres e ricos com eufemismos apaziguadores ou depreciadores. Uns falam em privilegiados para referenciar-se aos ricos. Desprivilegiados em referência aos pobres. Falam em favorecidos em relação aos ricos e desfavorecidos em relação aos pobres.
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A questão é: nós não estamos vivendo numa democracia do mérito? Se alguém consegue atingir seus objetivos não seria decorrência de seus próprios méritos, sua própria capacidade intelectual, técnica?
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Essa conversa da democracia do mérito é coisa ideológica. É uma discurso falseador, que camufla a verdade. Dizem uma coisa através de um discurso imponente, mas na prática o discurso se trai quando utiliza outro vocabulário. O vocabulário dos privilegiados e favorecidos. O privilégio decorre do usufruto excepcional de condições que não são comuns a todos, apenas a uns poucos. E esse usufruto não decorre exatamente de condições iguais de concorrência, mas das condições desiguais na preparação e encaminhamento dos indivíduos à realidade.
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Favorecido é sinônimo de preferido, bem quisto, que goza de vantagem em relação a outros. Isso é tudo o que não é uma democracia meritocrática. O vocabulário contraditório revela aquilo que não pode ser mantido disfarçado por muito tempo. Nós vivemos sim numa sociedade de privilegiados e favorecidos. E tudo isso nunca por mérito. Mas por condições desiguais.
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Então, o que a professora da entrevista, EUNICE DURHAM, pretende é fazer a reserva de mercado para a elite continuar usufruindo de seus privilégios e favores. A crítica às faculdades de pedagogia tem um objetivo muito claro: desfazer a grandiosidade de um curso que é procurado por uma grande quantidade de gente que necessita se qualificar para reservar essa grandiosidade aos cursos com total "reserva de mercado" a uns poucos.
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Percebe-se que utilizei a palavra PRIVILEGIADOS para me referir àqueles que compõem a elite econômica, cultural, social, política e tecnológica. A revista Veja diz sempre - e a utilizo como referência aqui porque tenho acesso através do meu pai, ele é assinante e pego carona na assinatura dele, claro - que a democracia burguesa é uma democracia "meritocrática". As pessoas que têm mérito são as que atigem o nível mais alto na escala de valores burgueses, que é o topo da pirâmide social.
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Vejam só, o mérito pessoal de cada um seria o meio de se conseguir os privilégios na sociedade. Na verdade a palavra privilegiados foi utilizada pela educadora para se referir àqueles que ela considera os naturalmente melhores. Mas é tudo discurso oco. Não existe mérito nenhum já que ela declara que só uns poucos devem atingir os melhores níveis de emprego. Exatamente aí se encontra o fundamento para não se criarem mais universidades no país. Porque o aumento do número de vagas permitiria o aumento do número de concorrentes nos melhores empregos. E isso é péssimo para aqueles poucos e privilegiados que aguardam a hora de assumir seus postos sem muita preocupação ou concorrência.
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Mas quando se abrem mais vagas nas universidades isso bagunçaria os planos da elite, porque mais pessoas qualificadas teriam condições de concorrer em pé de igualdade. Sem o aumento de vagas isso não ocorreria e é aí que se encontra o paraíso dos filhotes da elite.
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Mas, e a questão do mérito? A toda hora nós ouvimos pessoas falando da distinção entre pobres e ricos com eufemismos apaziguadores ou depreciadores. Uns falam em privilegiados para referenciar-se aos ricos. Desprivilegiados em referência aos pobres. Falam em favorecidos em relação aos ricos e desfavorecidos em relação aos pobres.
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A questão é: nós não estamos vivendo numa democracia do mérito? Se alguém consegue atingir seus objetivos não seria decorrência de seus próprios méritos, sua própria capacidade intelectual, técnica?
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Essa conversa da democracia do mérito é coisa ideológica. É uma discurso falseador, que camufla a verdade. Dizem uma coisa através de um discurso imponente, mas na prática o discurso se trai quando utiliza outro vocabulário. O vocabulário dos privilegiados e favorecidos. O privilégio decorre do usufruto excepcional de condições que não são comuns a todos, apenas a uns poucos. E esse usufruto não decorre exatamente de condições iguais de concorrência, mas das condições desiguais na preparação e encaminhamento dos indivíduos à realidade.
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Favorecido é sinônimo de preferido, bem quisto, que goza de vantagem em relação a outros. Isso é tudo o que não é uma democracia meritocrática. O vocabulário contraditório revela aquilo que não pode ser mantido disfarçado por muito tempo. Nós vivemos sim numa sociedade de privilegiados e favorecidos. E tudo isso nunca por mérito. Mas por condições desiguais.
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Então, o que a professora da entrevista, EUNICE DURHAM, pretende é fazer a reserva de mercado para a elite continuar usufruindo de seus privilégios e favores. A crítica às faculdades de pedagogia tem um objetivo muito claro: desfazer a grandiosidade de um curso que é procurado por uma grande quantidade de gente que necessita se qualificar para reservar essa grandiosidade aos cursos com total "reserva de mercado" a uns poucos.
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