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Foto de escola pública brasileira frequentada por trabalhadores e filhos de trabalhadores. Está tudo ótimo, ou bom.
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O Filósofo alemão F. NIETZSCHE (1844-1900) definiu a palavra HOMEM como "o animal avaliador", ou "aquele que avalia". Concordando com esta definição podemos fazer uma avaliação sobre algumas circunstâncias em que o homem brasileiro e florianense está inserido.
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No âmbito geral ficaremos com a circunstância educacional. No âmbito local ficaremos mais restrito à circunstância política. Mas esta análise não pressupõe uma dicotomia entre as circunstâncias. Pelo contrário, não podemos separar nem as circunstâncias nem a localização espacila geográfica. Apenas por uma questão de espaço e comodidade para a leitura dividirei o assunto em duas postagens, e assim o raciocínio seguirá de uma a outra dialeticamente.
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Recentemente foi publicada uma pesquisa sobre a avaliação que os pais de alunos de escola pública fazem sobre a sua qualidade. Para a maioria a escola pública brasileira é de ótima ou boa qualidade. Fazendo uma avaliação os pais estão confirmando a definição proposta por NIETZSCHE no início desta postagem.
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Isto significa que vivemos inseridos numa realidade que é composta de vários elementos. Segundo D. SAVIANI, esses elementos "em si não valem nem deixam de valer; simplesmente são; estão aí". Ou seja a realidade sem o ser humano não é boa ou má. Ela simplesmente é. O homem por ser dotado pela capacidade avaliativa é que diante desses elementos (quando tem liberdade) faz escolhas, define o que é melhor para si e para os outros, diz que é bom ou ruim, certo ou errado...
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É assim que o homem se relaciona para "aceitar, rejeitar ou transformar" (SAVIANI). É assim que ele busca valorizar aquilo que é necessário para viver. Quando sente que precisa de algo e busca saciar essa necessidade ele vai fazendo escolhas, ele vai valorizando ou não aquilo que é objeto de sua escolha. A partir daí pode definir o que é ou não importante, o que merece ou não a sua atenção ou dedicação.
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Para fazer isto, portanto, ele deve possuir as informações e instrumentos necessários, corretos, comprovados e fundamentais. Daí a importância de se importar com tudo o que ocorre ao seu redor. No ambiente em que está inserido.
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Cercado das informações que o possibilitarão avaliar, fazer escolhas, é que o homem se posiciona, se define por isto ou aquilo, se é bom ou ruim. Se a situação exigir dele uma decisão ele nunca pode ficar indiferente. Não pode fingir que não é com ele, ou que não tem nada a ver com isto, sob pena de sofrer as consequências diretas ou indiretas mesmo não tendo se definido, se posicionado. Pois vive em sociedade e o que os outros decidem fazer por ele, quando ele é indiferente, o afetará inelutavelmente.
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Se o homem sente necessidade de uma educação formal de qualidade para permitir-lhe agir melhor na busca de sua sobrevivência isto o leva a se posicionar favoravelmente diante do valor ESTUDAR. Mas se ele não possui os conhecimentos e informações necessários para avaliar a instituição adequadamente termina se prejudicando. Por quê?
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Se ele entende que deve escolher a opção educação para si e para os seus e diante da possibilidade que existe (escola pública) ele se contenta com o que tem, então a sua opção pela educação pode não ter adiantando muito. Isto se deve à opção que existe que é de qualidade sofrível. Só que lhe faltam os instrumentos que o permitam avaliar adequadamente para poder se beneficiar.
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Se ele diz que a educação pública é boa, ou ótima, pergunta-se: o quê necessitará ser feito a mais por essa educação? Qual governante irá contradizer a avaliação e buscar o melhoramento qualitativo? (Não se diz que a voz do povo é a voz de Deus?). Quem se preocupará com a educação?
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O que se tem que fazer é qualificar esse homem para que ele possa avaliar corretamente a sua realidade. Romper com esse ciclo vicioso e maldoso de não permitir-lhe uma educação de qualidade fazendo com ele permaneça submerso na ignorância. Deve-se permitir-lhe acesso ao conhecimento qualificado para poder ter chances de conquistar oportunidades para uma vida melhor.
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Aqueles que conhecem verdadeiramente a qualidade da educação pública devem honestamente buscar a melhoria de sua qualidade. Aqueles que estão responsáveis pelo direcionamento da educação têm que ter esse compromisso sob pena de serem coniventes com a falta de dignidade que assola a vida do trabalhador brasileiro.
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"Educar para a conscientização em vista da transformação". Conscientes dos problemas que impedem seu acesso a uma vida digna. Consciente que é um "animal que avalia" e que não pode ser indiferente aos problemas. Consciente que tem que se posicionar, avaliar, a sua realidade. Esse homem buscará transformar essa realidade em que vive. Muito dificilmente ele se contentaria e ficaria indiferente ao que existe hoje em termos educacionais.
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