Imagem da Internet.
Brincando com ideias e palavras, busco decifrar o modus
operandi e de ser de um grupo político que foi expulso do poder de nossa cidade
depois de destruí-la quase que completamente.
Acredito que quando um corrupto é plenamente consciente de
seus atos de corrupção ele se torna determinado e consequência inevitável dos
seus atos corruptos. Os atos corruptos são conscientemente praticados por ele
e, ação contínua, o escravizam docemente na teia de recíproca determinação.
O corrupto é sabedor e dependente da corrupção, pois não se
vê mais descolado de sua criatura deliberada. Para existir, os dois necessitam
um do outro. A corrupção para existir necessita do corrupto que se encontra
escravo de si mesmo porque passa a ser dependente da corrupção para viver.
Sendo assim, ele rodopia em espiral, mas volta ao agora eterno círculo de
autodeterminação e dependência mútua.
O corrupto sai da via que busca elevar o homem a uma condição,
proposta por outros homens, de superioridade na busca de sua condição de
humano. O corrupto desiste de seguir os outros homens no projeto de elevação da
condição e constrói uma nova redoma para si que não é mais coletiva, mas dele
próprio.
É neste ponto que vejo a autenticidade do corrupto. Ele
constrói um novo modo de ser, que é próprio e personalizado, com tipos de
adereços os mais questionáveis esteticamente para expor a sua criação como
sendo construção dele, e de mais ninguém.
Outros até podem ter deixado também de seguir o caminho dos
outros homens, mas nunca são corruptos idênticos. São sempre autênticos. Eles
se dizem novos autênticos, visto que são prepotentes em sua autodeterminação. A
autenticidade que vejo aí não significa ineditismo, porém rica em adereços
personalizados (uma cor de sua preferência e que o simboliza completamente, por exemplo).
Eles, corruptos, são inéditos porque são burros que se
acreditam espertos. São prepotentes porque desdenham das restrições do corpo e
da moral aplicados pelos homens que seguem pelo caminho da elevação de sua
condição. Os corruptos chegam até a rir cinicamente de sua situação
demonstrando o quanto se importam com as restrições que a justiça pode
impingir-lhes na tentativa de resgatá-los e retorná-los à via dos outros homens.
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