Foto (Cezar Pedrosa) esquerda / direita: Eu, professor
Francisco Santana, prefeito Gilberto Junior e professor Darley Santiago.
O que venho falando aqui sempre sobre os malfeitos políticos e administrativos do ex-prefeito de Floriano, o mais incompetente que esta cidade já teve, levanta uma questão que parece ter como base um saudosismo ético ou defesa antiquada da relação entre prática política e ética. Mas não é.
Vivemos um tempo em que alguns pretendem separar a política
do crivo da avaliação ética. Os que pensam assim defendem a tese que diz que
não devemos, na prática política, avaliar o que se faz sob a ótica do certo e
do errado, mas apenas observar se o que foi feito trouxe proveito para quem
decidiu fazer de um jeito e não de outro e se também adquiriu a chancela de
justo.
O certo e o errado, o bem e o mal, ficariam restritos ao
âmbito do particular, como algo que deve orientar apenas decisões pessoais e
restritas. O que se espera com isso é evitar que se julgue eticamente as
decisões tomadas na esfera do público garantindo apenas, para a ação praticada,
uma avaliação “técnica”sobre se deu certo ou se foi proveitosa.
É como se quisessem dizer que os valores éticos que devem
orientar as ações públicas, aqui entendidas como aquelas que dizem respeito ao
público, não servem para julgá-las já que não são úteis e são desnecessárias.
Como se não se referissem a nós, mas apenas ao eu.
A avaliação ética seria não um ato concreto de julgamento,
mas um ato meramente abstrato, dispensável porque reservado aos que vivem com a
cabeça no mundo da lua e não no mundo real. E os que vivem com a cabeça no
mundo da lua têm preocupações desvinculadas do real. Por isso são saudosistas e
antiquados. Assim, o que dizem não deve ser levado em conta, posto que é
meramente dispensável e sem valor para o mundo concreto das decisões políticas.
O que eu faço aqui é levar a sério a condenação do desvinculamento
da ação pública da avaliação ética e tendo sempre em mente que os malfeitores
não são pessoas que se colocam acima do bem e do mal. E, com isso, procuro
levar de volta as suas ações para o campo da avaliação éticapara que possa
julgá-las sem me colocar contra as decisões no campo político ou econômico.
Não quero negar que se tomem as decisões com o objetivo de
beneficiar eficientemente o público. Porque não são coisas separadas. Mas levar
em consideração que uma – a ação pública - se submeta a avaliação da outra – a
ética.
Os malfeitores querem criar uma realidade separada da eticidade
para poder agir de forma impune. Pois isso gera confusão e incertezas no meio
do povo.
O que quero é adentrar o mundo dos malfeitores e mostrá-los a
insensatez da tese deles e ao mesmo tempo avaliar as decisões para que o
público veja e sinta a necessidade verdadeira da avaliação ética das ações que
eles decidirem praticar.
Me parece democrática essa minha proposição. Mas os arroubos
dos malfeitores que pensam em privatizar o que é público e só aí levantar
questões éticas são insensatos e antiéticos. Pois a ética deles é, na verdade,
o mero arranjo dos desejos de se locupletarem do que é público. Por causa de elementos
assimpassei oito anos com vergonha da minha cidade que deu liberdade para que
eles pudessem agir impunemente.
Mas agora voltei a sentir orgulho de viver aqui. Voltei a
sentir orgulho porque agora na prefeitura há um homem que possui valores
opostos aos dos malfeitores e posto lá por 50% dos votos válidos - uma espécie de remissão. Gilberto Junior defende que as ações que serão praticadas no
âmbito público devem se submeter, também, ao crivo do julgamento ético.
Disse Gilberto Junior, prefeito de Floriano, em recente
entrevista à TV local, sobre a política personalista retrógada e brega do
ex-prefeito queenfeiou a cidade com a cor “laranja” (juízo de valor meu): “A impessoalidade
e a moralidade devem ser pilares importantes na administração pública”.
Desse jeito, Gilberto Junior se opõe ao ex-prefeito que
procurou, durante oito anos, pessoalizar a administração pública com a marca da
separação entre ação pública e avaliação ética ornamentada pela cor que o
simbolizou, o definiu e mostrou quem ele era e o que fez na prefeitura: a cor “laranja”.
A impessoalidade e a eticidade resgatadas finalmente
possibilitam aos cidadãos dignos avaliarem com segurança as práticas políticas
em Floriano. Desse modo,terão em troca aquilo o que lhe é bom e útil sem
destruir seu patrimônio ético e, portanto, constatando se as decisões foram
corretas e proveitosas .
Como resultado de minha postura avalio tambémque não se põe
aqui de forma adequada e verdadeira o maniqueísmo como crítica à minha postura.
Visto que entendo ser a ética um fundamento, sim, para a análise política
porque a trago, a política, para dentro do campo daética com o propósito de
validar a decisão tomada. Seja eticamente, seja “tecnicamente”.
Meus parâmetros, então, não deixam apenas a cargo da justiça
ou da avaliação da eficiência “técnica” do resultado as ações políticas. Uso,
em primeiro lugar, o aparato ético para saber se a ação foi boa ou má. Depois a
julgo como justa ou injusta ou se foi realmente eficiente.
P. S (1).: O Filósofo Michael Sandel no livro“O que o
dinheiro não compra: os limites morais do mercado” defende o ponto de vista que
reivindica a avaliação ética para as práticas econômica e política.
Alguns críticos de seu modo de filosofar dizem que ele faz um
filosofar saudosista, porque propõe a necessidade desse vínculo. Segundo seus
críticos, o novo liberalismo pressupõe que a justiça seja o parâmetro de
avaliação desse tipo de prática pública.
Deve ser bom para quem é adepto dessa postura política e
econômica, o liberalismo, mas não casa bem com a minha postura ideológica.
Desse modo, procuroas teses que casem com os meus fundamentos
e objetivos políticos. E, certamente, separar política eética não é o viés
ideológico que me possibilita fazer a crítica à separação entre ação política e
avaliação ética.
Então, me torno um simpatizante, especificamente neste
aspecto, do modo de filosofar de Michael Sandel. E ficamos, eu e ele, por aqui
mesmo.
P. S (2).: Após o escrito no texto acima eu não poderia
deixar de esclarecer que o que disse sobre a defesa dos malfeitores na política
de Floriano pela separação entre a prática política e a avaliação ética não é o
resultado de uma assimilação coerente, lógica e sistematizada por parte deles
do entendimento filosófico do fato abordado. Não! Não fazem ou fizeram isso! Na
verdade não conseguem, em sua maioria, compreender o que escrevo. Recorrem
insistentemente à pessoas bem escolarizadas para “traduzirem” o que escrevo.
O ex-prefeito de Floriano é um exemplo incontestável e
patético de político incoerente, com muito pouca lógica nos discursos. Pois ele
é um sujeito muito mal escolarizado. Já demonstrei no meu blogue que ele é
incapaz de elaborar um discurso minimamente coerente, logicizado,
sistematizado.
Por isso mesmo não poderia fazer o que sempre fez e dizer o
mesmo discurso que sempre diz a partir de uma interpretação bem elaborada do
fato abordado no texto acima.
O que acabei de dizer é para que ninguém o tenha como um
crítico elaborado do desvinculamento entre prática política e avaliação ética.
Ele nunca será capaz disso.
Leia uma entrevista com Michael Sandel clicando AQUI.
Um comentário:
Rapaz, fico imaginando se eles nunca pensaram que a cor laranja é muito chamativa, tanto por ser feia, quanto pela relação que ela tem com esquemas de corrupção!
É laranja!
É laranja!
Rapais... pega mal rsrsrs
Abcs Jair!
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