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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

CLASSE MÉDIA.

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Música de autoria de MAX GONZAGA. A letra é uma crítica velada à maioria dos integrantes dessa classe social. Integrantes esses que não reconhecem seu lugar no mundo e ficam atônitos com os fatos. Não são póbres, mas também não são ricos. Tem horror a pobres e almejam participar da elite. Não são uma coisa, nem outra. Quando se entende qual o lugar, então pode-se entender os fatos e lutar por aquilo que deseja ser. Perdido, o integrante alienado solta petardos para todos os lados, igual a cego em tiroteio.
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Essa música é, então, direcionado àqueles integrantes da classe média que são alienados, mas pensam que estão por dentro.
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Li entrevista com um tal de LÉO SANTANA, integrante de um grupo "musical" chamado Parangolé. O tipo de "música" que ele diz cantar é de baixíssima qualidade. Na verdade não tem qualidade. Está ameaçando as pessoas de bom senso com o lançamento de mais um troço para o carnaval. É um tal de "Tchubirabiron". O que significa isso? Nada. Só uma gíria. É algo que pode ser usado para qualquer coisa. Ele disse que seu grupo faz "música para o povão, que não tem de esquentar a cabeça para aprender nem a letra e nem a coreografia. Nosso lema é: quanto mais chiclete, melhor".
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Nós outros estamos fazendo a nossa parte para que chegue o dia que este rapaz vai ter de trabalhar para viver. Pois enquanto as pessoas não receberem uma educação de qualidade, esse tipo de marmota vai continuar a existir. Não é que as pessoas gostem disso, mas é que foram educadas a gostar dessas merdas. ARIANO SUASSUNA já disse: “O cachorro não gosta de osso, coloque um filé ao lado para comprovar. O povo brasileiro é igual. O problema é que a nossa elite apenas oferece o osso”. Desse modo esse rapaz é apenas um bobo útil que serve o osso ao povo.
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Veja abaixo a letra da música "Classe Média". Ah, preferi esta versão da música à original com o autor.
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CLASSE MÉDIA

Autor: MAX GONZAGA.

Sou classe média
Papagaio de todo telejornal
Eu acredito
Na imparcialidade da revista semanal
Sou classe média
Compro roupa e gasolina no cartão
Odeio “coletivos”
E vou de carro que comprei a prestação
Só pago impostos
Estou sempre no limite do meu cheque especial
Eu viajo pouco, no máximo um pacote CVC tri-anual
Mais eu “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com estado quando sou incomodado
Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão
O pára-brisa ensaboado
É camelo, biju com bala
E as peripécias do artista malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema
O assassinato é no “jardins”
A filha do executivo é estuprada até o fim
Ai a mídia manifesta a sua opinião regressa
De implantar pena de morte, ou reduzir a idade penal
E eu que sou bem informado concordo e faço passeata
Enquanto aumenta a audiência e a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem ai”
Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aqui”
Se morre gente ou tem enchente em itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda
Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta
Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
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