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terça-feira, 30 de novembro de 2010

POR UMA IMPRENSA SEM JABÁ.

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O estudante ARISTÓCRATES CARVALHO escreveu um texto sobre liberdade de imprensa em Floriano. O texto foi publicado originalmente no portal Notícias de Floriano. Como poucos que pretendem contribuir para a expressão livre de pensamento e informação em nossa cidade, ele escreveu algo que deverá ficar registrado para ilustrar essa luta perene por essa causa. E quando essa luta tiver êxito será resgatado quando não houver mais medo, temor ou ameaças às vozes discordantes em Floriano.
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Falar, dizer, comentar, gritar os erros e os males cometidos, hoje em dia, é muito perigoso. Pode-se sofrer consequências gravíssimas. Isto porque já demonstraram a intolerância com a liberdade em alguns episódios. O episódio citado no texto do articulista, o do "roubo" do boneco e do sumiço de outro boneco, Judas, com bandoleiros armados com armas de grosso calibre em plena luz do dia.
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JOHN LOCKE (1632-1704) escreveu um documento que até hoje é citado como um libelo em defesa da tolerância:
"Carta acerca da Tolerância". Os intolerantes até hoje, na democracia liberal, desejam usurpar o poder para si à revelia até da lei formal. Sem falar das “leis” morais.

A nossa luta, então, não pode esmorecer, pois essa gente intolerante só se sente intimidada quando o braço forte da lei desce sobre elas (pois seguindo LOCKE, nenhum intolerante se acha capaz de ser punido, e assim "o magistrado reveste-se de força, ou seja, com toda a força de seus súditos, afim de punir os que infringiram quaisquer direitos de outros homens"). Enquanto se acha acima, ou controlando a lei, tenta de todas as formas destruir as instituições e aquilo que LOCKE chama de “bens civis”.

Parabéns ARISTÓCRATES (soma de ARISTÓTELES e SÓCRATES, segundo ele mesmo). Leia o texto e reflita sobre os atos de parcimônia de alguns trabalhadores de nossa imprensa diante da incompetência administrativa jamais demonstrada em Floriano. Alguns ficam envergonhados. Outros calados. Outros ainda sem o menor temor da história se aliam despudoradamente àquilo que de mais pernicioso nossa cidade já pode viver.

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"UMA IMPRENSA FLORIANENSE IMPARCIAL. QUEM GANHA COM ISSO?
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Publicado em 26.11.2010
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“A imprensa é a janela pela qual a sociedade respira o ar da liberdade”. A par dessa mensagem gostaria de tecer comentários acerca da importância da mídia florianense e a algo que ressurge na minha mente todas as vezes em que discuto a política municipal com as pessoas; desde aquelas com menor instrução, e não menos sábias; até aquelas com maior compreensão e não menos questionadoras.
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Tanto nos bairros mais desprovidos de assistência como nas rodas de conversa no cais da beira rio a opinião é bem parecida e beira à unanimidade: Os florianenses estão extremamente descontentes com a atual Administração Municipal, MAS DESCONTENTES DE VERDADE. E aí eu me pergunto: Não foi sempre assim? Ou agora a imprensa da cidade tem feito um trabalho pautado na isenção, divulgando os fatos sem maquiagem, fazendo com que a população esteja a par do que acontece por aqui?
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Não sou formado em jornalismo, exerço tal mister por hobby, mas sou entusiasta das liberdades de expressão e de imprensa. Longe de mim ser a favor do uso dos meios de comunicação com o intuito de diminuir e ofuscar a imagem das outras pessoas, divulgando fatos mentirosos que muitas vezes beiram a ignorância. Diametralmente oposto à minha pessoa está o uso dos veículos de informação com o desiderato de, em troca de gordos patrocínios, fazer propaganda de políticos e de seus asseclas. (entendemos que tal conduta limita e muito a liberdade de imprensa e, a despeito dos bons patrocínios, só quem perde é a população de Floriano).
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Percebemos que nos últimos anos a princesa do sul ganhou alguns portais de notícias, blogs e redes sociais, além da já consolidada TV alvorada e as rádios AM e FM. Estes têm desempenhado papel de grande relevância na divulgação dos acontecimentos, em especial: Tragédias, divulgação de eventos, fatos políticos etc. Alguns, percebo, mantêm um discurso ácido no tocante à política da cidade, levando às pessoas informações que não são veiculadas por outros; esses outros, não quero citar nomes, abusam da parcimônia e da leniência jornalística.
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Após essas considerações, reservamo-nos o direito de, sem intenção de desqualificar a atual Administração Municipal, eleita de forma democrática, demonstrar algumas manifestações que corroboram a nossa tese de que a capacidade crítica das pessoas é diretamente proporcional ao acesso à informação.
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A comunidade oficial de Floriano no Orkut traz uma enquete criada por um florianense descontente com a situação da cidade: Visitei a cidade mês passado. Foi onde passei a minha infância. Infelizmente está entregue às traças (Logo em seguida estão dispostas algumas opções de votos).Em ruim situação - 25%; Em péssima situação - 17%; Em vergonhosa situação - 56%.
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Em outros tópicos os internautas reafirmam o que se ouve diariamente nas ruas: A sujeira da cidade. Não só o lixo, mas a falta de conservação das ruas. Os navegadores também concordam que a limpeza da cidade também depende da população (e nós também concordamos).
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Em 2009, surgiu um manifesto da população contra o estado deplorável em que se encontravam as ruas da cidade. A atitude deu o que falar. Vários bonecos batizados de “Jorel Buracão” foram construídos e deixados nas ruas de Floriano. Em atitude insana denunciada pelos meios de comunicação, um correligionário do Prefeito retirou os bonecos da rua de forma arbitrária, sem tomar conhecimento da força que a divulgação do fato provocaria na população.
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Em conhecido blog de um professor florianense as críticas são ainda mais duras. O autor faz análises de matérias veiculadas pela mídia florianense fazendo as suas ponderações, como no caso da famigerada obra de saneamente básico da cidade, trabalho que apesar de trazer muitos beneficios tem causado dor de cabeça aos florianenses. Colaciono aqui trechos dos textos do blogueiro Jair Feitosa: Há poucos dias flagrei o trator da empresa que está fazendo a obra de esgotamento sanitário em Floriano atolado na incompetência do prefeito de nossa cidade. Obra esta que apesar da propaganda do prefeito não deixar claro, para dar a entender que o investimento é exclusivo da prefeitura, é do Governo Federal do Programa de Aceleração do Crescimento, PAC. A realidade está toda esburacada, há seis anos, para todo mundo ver.
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Não obstante as críticas, percebemos também uma melhora significativa na cidade. Obras e investimentos, na sua maioria do Governo Federal e Estadual, têm contribuído para melhorar a imagem da Administração Municipal, que não deixa de ter participação em tais investimentos; pequena, ao contrário do que deixam transparecer, mas há.
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Nesse sentido, reafirmo a assertiva de que uma imprensa livre pode, é claro, ser boa ou má, mas uma imprensa sem liberdade é sempre má. A imprensa de Floriano, e aqui estão incluídos os blogueiros e redes sociais, tem o poder/dever de funcionar como fiscal do Poderes, denunciando e opinando, tendo essa garantia respeitada sem no entanto exorbitar a esfera dos direitos alheios.
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Há tempos saímos de uma Ditadura que tolhia as liberdades públicas; para lá não podemos jamais voltar."
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Texto de autoria de: ARISTÓCRATES CARVALHO. Estudante. E pode ser lido originalmente acessando AQUI.
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4 comentários:

Flávio Cavalcanti disse...

Professor Jair,

A mensagem de Aristócrates Carvalho precisa ser debatida por um tempo o suficientemente necessário para compreendermos melhor a sua dimensão. Conhecimentos assim precisam ser compartilhados com o objetivo de que não seja mais dado espaço aos tiranos que ainda acreditam que sobreviverão no mundo de hoje. Para esses tiranos, o muro de Berlim ainda está de pé dentro de um idealismo onde a falta de informação, transparência e respeito para com a sociedade ainda é a base de poder dos mesmos.

Quando foi dado ênfase à palavra “tirania” me veio a lembrança de um breve comentário de Bertrand Russel, em a “A Última Oportunidade do Homem”, qual seja: “o nosso mundo vive demasiado sob a tirania do medo e insistir em mostrar-lhe os perigos que o ameaçam só pode conduzi-lo à apatia da desesperança. O contrário é que é preciso: criar motivos racionais de esperança, razões positivas de viver. Precisamos mais de sentimentos afirmativos do que de negativos. Se os afirmativos tomarem toda a amplitude que justifique um exame estritamente objetivo da nossa situação, os negativos desagregar-se-ão, perdendo a sua razão de ser. Mas se insistirmos em demasia nos negativos, nunca sairemos do desespero”.

Nesta linha de raciocínio podemos até acreditar que o ser humano tende a confiar no aparelho político ou ainda a submeter-se-lhe, quando devia haurir das suas próprias fontes. O que é uma falha em imaginação. Ele tem de conhecer os pontos nos quais não pode deixar que a sua decisão soberana seja negociada. Enquanto as coisas estiverem em ordem, a água estará canalizada gerando a energia elétrica necessária.

Enfatizo ainda que a presidente eleita, recentemente, deu a seguinte declaração numa emissora de televisão: “O controle social da mídia, se for de conteúdo, é um absurdo. É um acinte à liberdade de imprensa. Não compactuo com isso. Se chegar à minha mesa qualquer tentativa de coibir a imprensa no que se refere à divulgação de ideias, propostas, opiniões, tudo o que for conteúdo, é o que eu falei: o barulho da imprensa é infinitas vezes melhor do que o silêncio das ditaduras”.

Há de se lembrar ainda que, também, recentemente um fato inusitado sacudiu a imprensa internacional. Na 17ª Cúpula Ibero-Americana, o tiranete venezuelano começou a lançar acusações contra uma autoridade espanhola, chamando-a, entre outras coisas, de fascista. Mas, da maneira polida que compete aos líderes de países civilizados, o atual chefe do Governo Espanhol que, inclusive é adversário da autoridade política citada pelo referido tiranete, esperou-o terminar de lançar seus impropérios e tomou a palavra. Repreendeu educadamente o mandatário venezuelano, lembrando-o que o acusado em questão, ausente no encontro, fora representante escolhido democraticamente pelo povo espanhol e que seu governo fora legítimo e, como tal, deveria ser respeitado. Contudo, nem todos os chefes de nações primam pela polidez e Chávez continuava a soltar sua enxurrada palavrosa quando aconteceu… O Rei Juan Carlos, o Chefe de Estado Espanhol, abriu mão de sua tradicional fleuma e falou em alto e bom tom ao Presidente da Venezuela o que meio mundo queria falar há muito tempo: “Por qué no te callas?” Em seguida, abandonou o local.

Portanto, o tiranete florianense precisa ouvir esta famosa frase nos seus ouvidos!

Flávio Cavalcanti

JAIR FEITOSA disse...

Olá Flávio.

Você leu o que perguntei em comentários anteriores?

Um abraço.

Jair Feitosa.

JAIR FEITOSA disse...

Ah, concordo com você. E digo que mostrar os males também tem o mérito de alertar contra o esquecimento momentâneo.

Jair Feitosa.

Flávio Cavalcanti disse...

Professor Jair,

Tenho sim acompanhado o seu blog. Ele realimenta o infinito que vive dentro de mim por amor a Floriano.

Flávio Cavalcanti