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quinta-feira, 19 de julho de 2012

É O FIM DO MUNDO? NÃO! É SÓ ANO DE ELEIÇÃO.





Até bem pouco tempo atrás “arrastões” eram coisas de impuros, desviados da fé, seguidores de ídolos, ou coisa muito parecida, para a maioria dos evangélicos. Não de todos, pois há evangélicos que carregam em si ainda algo do ethos católico e ficam melindrosos de julgá-los severamente como apregoam os evangélicos fundamentalistas.

Já para estes, evangélicos fundamentalistas, os “arrastões” promovidos pelo prefeito de Floriano (e aí estou falando dos “arrastões” feitos nas ruas da cidade onde centenas de pessoas seguem um trio elétrico embaladas por músicas do mundo dos homens e não de Deus aliadas a bebidas alcoólicas) eram coisa do Demônio.

Tanto é verdade que para concorrer com os “arrastões” mundanos dos católicos, e também serem patrocinados pelas verbas da prefeitura, os religiosos fundmentalistas trouxeram para cá a “Marcha para Jesus”. Querendo com isso levar às pessoas o ethos evangélico que deveria ser amplamente diferente do ethos católico. O objetivo é mostrar força e disputar os crentes fazendo algo muito semelhante ao que condenam.

Ora, o que os evangélicos fundamentalistas, principalmente, buscam deixar bem claro é que as letras das músicas devem expressar louvores incondicionais a Deus através de agradecimentos de “graças”, “milagres” e atuações de Deus na vida das pessoas nas dimensões econômica, social, cultural, religiosa, psicológica. É este o ponto que evidenciaria, na música, a diferença do ethos evangélico.

Portanto, quem faz, canta, divulga, consome músicas com mensagens mundanas está, indiretamente, adorando ao Demônio. Quem promove eventos que visam difundir tais músicas deveriam se voltar para Deus e se penitenciar de seus pecados. Deveriam ir para o ethos evangélico. Esse, enfim, era o discurso dos evangélicos fundamentalistas até bem pouco tempo atrás.

Agora vejamos, o discurso dos fundamentalistas dizia que os evangélicos eram totalmente diferentes dos católicos em sua moral e manifestações culturais. Mas não se furtaram em fazer o que os católicos, no geral, adoram fazer que é seguir um trio elétrico com músicas mundanas embalados por bebidas alcoólicas. Trocaram as músicas e alijaram as bebidas, mas mantiveram todo o resto do ethos católico, ou seja, mantiveram todo o ritual antes demonizado.

Pois não é que em comemoração ao aniversário da cidade, neste ano de eleição municipal, aqueles religiosos fundamentalistas que condenavam o ethos católico e suas manifestações culturais, “arrastões”, por exemplo, se entregaram escandalosamente aos prazeres de fazer o que os católicos, em sua quase totalidade, tanto adoram: se embalarem com músicas mundanas. Só não foram vistos pelo público ingerindo bebidas alcoólicas, mas o resto do ritual cultural do ethos católico foi plenamente consagrado. Meteram o pé na jaca, como se diz no popular.

O que isso significa? Que para ser candidato a um cargo eletivo num universo predominantemente católico vale também fingir que é democrático e tem alma “ecumênica” se esbaldando nos rituais culturais eminentemente católicos. Vale o “esqueçam o que eu disse”, “Todos somos, enfim, irmãos em Cristo”...

Todos podem testemunhar através de programas evangélicos de TV’s que religiosos fundamentalistas têm aversão indisfarçável aos católicos. Que pregam as suas “virtudes”, seus valores, o estilo de vida, seus costumes, por fim, seu ethos e maculam o ethos católico das mais variadas formas apelando para a vivência fundada nas palavras ipsis litteris da bíblia para, desse modo, poderem receber o direito à salvação.

Pastor pulando todo serelepe atrás de trio elétrico e se esbaldando com músicas mundanas, é o fim dos tempos? Não! É época de eleição, de fingimento. É época de tentar enganar para conseguir seus objetivos eleitorais. Em setembro tudo volta a ser como dantes. Que se dane o ecumenismo. Que se danem os “arrastões”. 


P. S.: Em 2009 escrevi um texto aqui no blogue tratando desse tema por uma via diferente. Acredito que vale a pena ler, ou reler. Clique AQUI. 


5 comentários:

Anabel disse...

Olá caro Jair,

Mais uma vez visitando seu blog e comentando. Concordo com sua opinião, apenas relembro que generalizar "EVANGÉLICOS" no contexto de seu artigo é preconceito, estais falando que evangelicos NÃO gostam de Católicos, não generalize. Use os nomes de tais pessoas nesse contexto, pois si por uma parte verdadeiramente existem pessoas si vendendo, por outra têm aqueles que repudiam isso de forma sincera. Parabéns pelo blog. Forte abraço

Anônimo disse...

Não esqueça caro jair que o povo do 40 tb tem evangelico viu.

JAIR FEITOSA disse...

Cara Anabel.

A minha crítica não é contra os evangélicos em toda a sua totalidade. Não! Não é. Leia outra vez o texto e você verá que digo: "Todos podem testemunhar através de programas evangélicos de TV’s que religiosos fundamentalistas têm aversão indisfarçável aos católicos." Eu destaco: RELIGIOSOS FUNDAMENTALISTAS. Se você e outros tantos evangélicos não são fundamentalistas, então não me refiro a vocês, mas àqueles que são FUNDAMENTALISTAS.

Silas Malafaia, Edir Macedo, Valdomiro. São esses fundamentalistas da TV a que me refiro e que pregam desavergonhadamente contra o ethos católico.

Relembrando, não tenho religião. Faço parte dos 8% dos brasileiros que se declaram ateus ou agnósticos. OITO por cento. Vocês, evangélicos, são 22%. E sou agnóstico.

Abraço e obrigado por participar.

Jair Feitosa.

JAIR FEITOSA disse...

Caro "Anônimo".

Releia o texto e perceba que me refiro àqueles a quem destaquei no comentário em resposta à Anabel. Desse modo, não estou me referindo aos evangélicos democráticos e abertos à discussão sobre temas políticos e religiosos de forma decente e civilizada.

Então, não há porque fazer alerta sobre o fato de que há evangélicos votando no 40, pois estes são do segundo tipo e não daqueles a que me referi no texto.

Um abraço e obrigado por participar.

Jair Feitosa.

Anabel disse...

Olá Caro Jair...

Concordo com você. Forte abraço!