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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A RAINHA FAZ ALGUMA COISA NO FACEBOOK - II.

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Os atos mais importantes da vida do príncipe CHARLES PHILIP ARTHUR GEORGE MOUNTBATTEN-WINDSOR: WILLIAM ARTHUR PHILIP LOUIS OF WALES (esquerda) e HENRY CHARLES ALBERT DAVID OF WALES (direita da foto). Estes estão realizando aquilo que de melhor e mais importante sabem fazer, gastar o dinheiro dos súditos entregando-se ao ócio.
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Trabalhar, portanto, era uma ação que não possibilitava nenhuma dignidade aos cidadãos. A Grécia Antiga criou a razão, a política, a ciência, a filosofia e assim cria o mundo da prerrogativa da inteligência em que poucos teriam acesso pela condição mesma da natureza. Ter ou não ter inteligência dependia exclusivamente da escolha da natureza em privilegiar uns e outros não. Nesse ambiente os poderosos garantiram seus privilégios, o poder e o comando da sociedade baseado no princípio da prerrogativa da razão. A razão sendo-lhes facultada pela natureza destinava-lhes o comando social, político, econômico, cultural e religioso.
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Poucos, então, estavam destinados a viver sem exercer atividades penosas e extenuantes e essas, por sua vez, diminuíam a importância do uso da razão. Daí, portanto, o desprezo pelo trabalho já que para viver não era preciso fazer nada. Bastava ter o status de cidadão.
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Na Idade Média o trabalho também não é valorizado. A nobreza se dedica ao ócio. O trabalhador não é mais escravo, mas é servo (ou quase escravo). Sob quase os mesmos argumentos o trabalho como atividade é relegada aos servos. Nessas novas relações de trabalho continua a mesma exigência: O trabalho da maioria é o meio de sustentação da elite. A riqueza é originada do trabalho do servo e da posse da terra.
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O trabalho não era permitido como finalidade de criar riqueza. O trabalho só pode ser encarado com a finalidade de subsistência. Portanto, a moral do trabalho é condenatória. Deus castigaria ferozmente a quem trabalhasse pensando em criar riqueza pelo trabalho visando deixar de ser servo. A nobreza necessitava do trabalho do servo para garantir seus privilégios, então a religião entra como forte componente de apoio ao conformismo à condição de semiescravidão. O servo não pode deixar de sê-lo e se tornar rico. E, como perguntavam os religiosos se questionados sobre as diferenças sociais, quem iria trabalhar para os nobres? O servo há de se contentar com a indignidade de sua vida porque após a morte será recompensado.
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Mas aí chegou a Idade Moderna e com ela uma nova forma de organização social que não precisa de escravos ou semiescravos e nem pode precisar, pois é a sociedade do consumo. E só com o consumo de toda a sociedade é que ela pode funcionar. Escravo não tinha dinheiro. Servo não podia acumular o pouco que ganhava, então como iriam consumir? Como o sistema iria funcionar? “Libertem todos os escravos e servos e deem-lhes as condições mínimas para consumir”.
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“Capitalismo é o reino da liberdade”, proclamaram. Aí chegou a Revolução Francesa e a monarquia perdeu seus privilégios (quase todos). Na verdade perdeu o direito de exercer o poder. Não manda mais, porém ainda vive mimada pela burguesia, que lhe tomou o poder, com o dinheiro do trabalhador. E não, claro, dela mesma.
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Mas o que mais veio com a Modernidade? Um novo valor atribuído ao trabalho. As religiões criam outra moral: “Deus quer sim que as pessoas enriqueçam através do trabalho”. Quem permanecer na miséria por comodismo será castigado. Nesse ambiente da nova moral pode-se notar o seguinte: Na Antiguidade a natureza foi o fator diferenciador na escolha de quem trabalharia. Na Idade Média esse fator passou a ser Deus. E agora todos têm de trabalhar, por quê?
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Ora, a aristocracia e a monarquia não podiam valorizar o trabalho porque viviam sobre os louros do trabalho da servidão. Viviam de explorar esse tipo de trabalho e se servir de tudo o que era produzido. O uso da força e dos membros como atividade era menosprezado e considerado indigno para um senhor. Trabalhar, por isso, era considerado vil, pois essa distinção era, na Idade Média pelo menos, pautada em cima da ideia consagrada de que nobres são possuidores de uma essência da nobreza antes mesmo de nascer.
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Antes mesmo de ser rei um rei já estava destinado a sê-lo. Mesmo que não assumisse o reinado, isso não lhe retiraria a nobreza, permanecia nobre visto que era possuidor da essência de nobreza. Nascia para ser nobre. Portanto, não precisava fazer nada para ser quem era. Já tinha nascido pronto. Já nascia para usufruir os privilégios consagrados pela tradição baseada no argumento da consanguinidade, do sangue azul.
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E para que a tradição continuasse e consagrasse o poder nas mãos dos nobres e seus descendentes bastava fazer aquilo que MARX disse sobre o mais importante ato de um rei: “o ato sexual, a produção de outro rei”.
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Já na Modernidade...
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Volto amanhã.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Pois é. só que aquela monarquia atrasada é país de primeiro mundo, enquanto o Brasil, modelo de "Republicanismo" é terceiro mundo. Não é interessante?

Anônimo disse...

Alias, muitas das monarquias PARLAMENTARISTAS estão no topo do IDH (Indice de Desenvolvimento Humano). Estão no topo do Indice de transparencia, ou seja, aqueles paises considerados mais honestos do mundo. Até eu gostaria de morar nessas monarquias que a propaganda republicana consideram atrasadas. É a grande ironia do destino. As Monarquias no topo do desenvolvimento humano e social, enquanto as Republicas....