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Agora há pouco estava vindo para o IFPI e passei por uma carreta bi-trem que ia rumo à cidade na BR 343. No pára-brisa, bem grande, lia-se uma frase: “Rastreado por Jesus”. Aqui em Floriano há carros com essa frase também.
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Do ponto onde nos cruzamos até o Instituto fiquei tentando entender o significado subjacente à frase. Não me contentei com a intenção explícita do motorista em dizer que Jesus o acompanhava sempre. Isto é muito óbvio. Fico de saco cheio com o óbvio. O óbvio me faz dormir. Sempre faço isso em palestras quando o óbvio é sacado e jogado para nós. Gosto de provocações. Gosto de criar outras descrições para o que parece que “está na cara”.
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Pois bem, o que encontrei, vindo trabalhar, na parte de trás do pára-brisa da carreta bi-trem?
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O preço de mercado para rastreadores de caminhões é muito caro em vista de a tecnologia ser pouco anunciada e de recente uso no Brasil. Por isso é muito caro ter um carro rastreado, mesmo que ajam muitas empresas oferecendo esse serviço. Mesmo que seja um veículo de passeio. Mas com o aumento da procura provavelmente o preço irá ficar mais acessível. É o que muita gente espera.
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Não precisava, mas vou acrescentar que o uso dessa tecnologia exige um investimento muito grande por parte das empresas, pois elas têm de alugar o uso dos serviços de um satélite. É muito dinheiro investido buscando obter lucro nesse tipo de serviço.
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Sendo assim, então, segundo diz a frase do caminhão, Jesus (espírito, é a ele que vou me referir) estaria fazendo uma concorrência desleal. Estaria atentando contra a economia de mercado. Estaria praticando, no mínimo, dumping. O que para o mercado é passível de punição. Jesus pode ser punido pelos capitalistas.
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Como Jesus sabe de tudo e pode tudo, então por que não recorrer a ele para garantir o rastreamento dos veículos? Por que pagar por um serviço caro se se pode tê-lo de graça? Basta crer.
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A economia de mercado vive baseada no lucro privado. Toda empresa privada que presta serviços ou vende produtos não os faz de graça. É muito normal, comum no capitalismo. O modelo de economia em que não se presta serviços e não se vende produtos com o objetivo do lucro privado é o comunismo.
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Se Jesus presta o serviço de rastreamento de graça, então ele é comunista. Jesus é comunista. É o que está por trás do pára-brisa da carreta.
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O comunismo é uma teoria econômica criada pelo Filósofo, economista e sociólogo KARL MARX (1818-1883). Depois coadjuvado por FRIEDRICH ENGELS (1820-1895). MARX disse, grosso modo, que o comunismo tem de se livrar da religião, pois ela aliena e escraviza. Sendo o comunismo a sociedade da liberdade, então não pode haver convivência entre ambas, como há no capitalismo. MARX era ateu.
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Se Jesus é comunista, desse modo, estaria vivendo um dilema existencial. Como pode praticar algo que nega, primeiro, a seu Pai e depois a Ele mesmo? Então, Jesus não pode ser comunista. Ele tem de ser capitalista. Mas para isso terá de cobrar pelo rastreamento dos veículos. E agora? Como fará para manter a crença daqueles que pensam que ele age de graça? Que enroscada.
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Assim, Jesus deve ter empreendido um exame de si mesmo sobre o que pensa e é. Deve ter seguido a DESCARTES (1596-1650) e feito o que ele fez: o caminho do cogito (penso, logo existo). Só que Jesus deve (por uma questão de lógica) ter chegado a um resultado oposto ao de DESCARTES. Nesse caso, Jesus deve ter concluído que não existe.
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Como? Se Ele concluiu, como quer o caminhoneiro, que é comunista e o comunismo é baseado no Materialismo Dialético de MARX e ENGELS (ateus), então, Ele concluiu que não existe, pois o Materialismo Dialético e Histórico negam a existência de um Deus demiurgo. O mundo e nós somos o resultado de um processo constante de evolução e desenvolvimento da matéria. Não há Deus, grosso modo.
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Em que crise existencial uma frase aparentemente simples fez Jesus se enveredar. Coitado, não pode vender seus serviços porque o que tem de fazer só o pode comunitariamente, segundo a sua doutrina. Não pode fazê-lo de graça porque assim seria comunista e aí deixaria de existir. “Meu Deus, o que faço agora?”, deve ter perguntado ao Pai. Como Deus é onisciente já deve ter a resposta, mas eu não sei qual é. Estou aguardando uma comunicação ou o caminhoneiro colocar outra frase me explicando melhor essa história de “rastreado por Jesus”.
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Para os carolas que pensam que estou ofendendo a crença de quem quer que seja, não precisava, mas vou dizer: o raciocínio que desenvolvi acima é uma falácia.
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Do ponto onde nos cruzamos até o Instituto fiquei tentando entender o significado subjacente à frase. Não me contentei com a intenção explícita do motorista em dizer que Jesus o acompanhava sempre. Isto é muito óbvio. Fico de saco cheio com o óbvio. O óbvio me faz dormir. Sempre faço isso em palestras quando o óbvio é sacado e jogado para nós. Gosto de provocações. Gosto de criar outras descrições para o que parece que “está na cara”.
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Pois bem, o que encontrei, vindo trabalhar, na parte de trás do pára-brisa da carreta bi-trem?
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O preço de mercado para rastreadores de caminhões é muito caro em vista de a tecnologia ser pouco anunciada e de recente uso no Brasil. Por isso é muito caro ter um carro rastreado, mesmo que ajam muitas empresas oferecendo esse serviço. Mesmo que seja um veículo de passeio. Mas com o aumento da procura provavelmente o preço irá ficar mais acessível. É o que muita gente espera.
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Não precisava, mas vou acrescentar que o uso dessa tecnologia exige um investimento muito grande por parte das empresas, pois elas têm de alugar o uso dos serviços de um satélite. É muito dinheiro investido buscando obter lucro nesse tipo de serviço.
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Sendo assim, então, segundo diz a frase do caminhão, Jesus (espírito, é a ele que vou me referir) estaria fazendo uma concorrência desleal. Estaria atentando contra a economia de mercado. Estaria praticando, no mínimo, dumping. O que para o mercado é passível de punição. Jesus pode ser punido pelos capitalistas.
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Como Jesus sabe de tudo e pode tudo, então por que não recorrer a ele para garantir o rastreamento dos veículos? Por que pagar por um serviço caro se se pode tê-lo de graça? Basta crer.
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A economia de mercado vive baseada no lucro privado. Toda empresa privada que presta serviços ou vende produtos não os faz de graça. É muito normal, comum no capitalismo. O modelo de economia em que não se presta serviços e não se vende produtos com o objetivo do lucro privado é o comunismo.
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Se Jesus presta o serviço de rastreamento de graça, então ele é comunista. Jesus é comunista. É o que está por trás do pára-brisa da carreta.
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O comunismo é uma teoria econômica criada pelo Filósofo, economista e sociólogo KARL MARX (1818-1883). Depois coadjuvado por FRIEDRICH ENGELS (1820-1895). MARX disse, grosso modo, que o comunismo tem de se livrar da religião, pois ela aliena e escraviza. Sendo o comunismo a sociedade da liberdade, então não pode haver convivência entre ambas, como há no capitalismo. MARX era ateu.
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Se Jesus é comunista, desse modo, estaria vivendo um dilema existencial. Como pode praticar algo que nega, primeiro, a seu Pai e depois a Ele mesmo? Então, Jesus não pode ser comunista. Ele tem de ser capitalista. Mas para isso terá de cobrar pelo rastreamento dos veículos. E agora? Como fará para manter a crença daqueles que pensam que ele age de graça? Que enroscada.
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Assim, Jesus deve ter empreendido um exame de si mesmo sobre o que pensa e é. Deve ter seguido a DESCARTES (1596-1650) e feito o que ele fez: o caminho do cogito (penso, logo existo). Só que Jesus deve (por uma questão de lógica) ter chegado a um resultado oposto ao de DESCARTES. Nesse caso, Jesus deve ter concluído que não existe.
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Como? Se Ele concluiu, como quer o caminhoneiro, que é comunista e o comunismo é baseado no Materialismo Dialético de MARX e ENGELS (ateus), então, Ele concluiu que não existe, pois o Materialismo Dialético e Histórico negam a existência de um Deus demiurgo. O mundo e nós somos o resultado de um processo constante de evolução e desenvolvimento da matéria. Não há Deus, grosso modo.
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Em que crise existencial uma frase aparentemente simples fez Jesus se enveredar. Coitado, não pode vender seus serviços porque o que tem de fazer só o pode comunitariamente, segundo a sua doutrina. Não pode fazê-lo de graça porque assim seria comunista e aí deixaria de existir. “Meu Deus, o que faço agora?”, deve ter perguntado ao Pai. Como Deus é onisciente já deve ter a resposta, mas eu não sei qual é. Estou aguardando uma comunicação ou o caminhoneiro colocar outra frase me explicando melhor essa história de “rastreado por Jesus”.
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Para os carolas que pensam que estou ofendendo a crença de quem quer que seja, não precisava, mas vou dizer: o raciocínio que desenvolvi acima é uma falácia.
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7 comentários:
Interessante jogo de idéias Jair, dificil é explicar pra meio mundo de gente que tomada não é focinho de porco. Mas, o mais interessante mesmo são as imagens que tu encontra pra representar postagens como essa. Nunca vi tanta criatividade numa pessoa... tu és mesmo um talento disperdiçado rsrsrs...
abcs
Uma das coisas mais fenomenais que nos vamos assitir um dia é que todos os ateus do mundo, todos os poderosos do mundo, todos os agnosticos do mundo,todos os imperadores do mundo,vai haver uma ordem do trono de Deus e tem hitle, mussoline, presidente de naçoes, filosofos,doutores sábios vai partir uma ordem do trono de eus e vai dizer. TODOS SE DOBREM DIANTE DELE, e toda boca confessará que Jsus Cristo é o senhor.
é so uma explicação, por que Deus esta no controle de todas as coisas.
Professor Jair,
A sua crônica é um execelente ponto de reflexão para os seres humanos, sejam ateus ou não!
Flávio Cavalcanti
Caro Anônimo.
Não gosto de religião mais precisamente pelo final do seu comentário. Não faço reverência a nenhum ser real, quanto mais imaginário.
Mas obrigado pelo comentário.
Um abraço.
Jair Feitosa.
Olá Flávio.
Obrigado pelo comentário. E agrdeço pelo seu modo de ver o que escrevo. Não porque me sentirei envaidecido, mas porque alguém entendeu e comentou o que escrevi.
Um abraço.
Jair Feitosa.
O problema, Jair, é que tem muita gente com dificuldades de processar as informações. Deve ser algum arranhão no CD-cérebro. Abraços
Olá Chico Mário.
Publiquei aquele negócio sobre Doutorado - Brasil e França.
Quanto ao comentário, quero dizer que tem porco que fica atarantado quando ver uma tomada. Outro dia vi uma charge em que um porco ficou impressionado com uma tomada e, pensando que era um colega, perguntou como ele teria ido parar dentro da parede.
Assim também são alguns que pensam ter lido meus textos. Recebo cada comentário tresloucado que fico pensando que não leram o que escrevi, ou são incapazes de fazê-lo. Mas... deixa para lá.
Estou gastando minha capacidade aqui no Blogue enquanto não termina meu estágio probatório. Vou tentar alguma coisa no próximo ano. Vou chegar na posição que você está. Talvez aproveite melhor a minha capacidade de pensar, que, aliás, é pouca.
Obrigado pelo comentário.
Um abraço.
Jair Feitosa.
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