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Mais uma do "EFUSÃO".
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DELÍRIOS !
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Sinto o sabor dessa terrível nostalgia
Tatuando esse amor de esquina
Nas veias latejantes desse peito.
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Cansei de ser o teu palhaço
Inventivo brinquedo de horas vagas,
Cansei de ficar acordado
E olhar nesse quarto sem luz
A face desse drama sem confins...
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Não vejo nada no que me rodeia
Que me faça o domínio da cabeça,
Essa intervenção de imagens abstratas
Fraqueja a minha carne a um sonho pasmo
Onde não vejo os meus poucos amigos
Onde a busca da certeza almágama
Me assassina na calma racional da vida.
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Esse infinito verbo decorado na garganta
Dentro da inconjugável infidelidade
Apressa-me a indolente estrela da morte.
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Eu não peço muito
Eu só queria o assomo da palafita
Vista na minha mão sobre o fogo,
Sobre o espelho dessa réstia desgastada.
Esse nome que treme no rascunho do dicionário
Entornando a luz num minuto de treva
Filtrando o meu sangue no delírio da dor.
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Ó noite, vem cear o meu medo
Ó lua, vem sonhar comigo
Ó tristeza, vem nua chorar comigo
Enquanto o meu desejo suspira.
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Minha tenebrosa profanagem
Anuncia essas doidas fantasias e inspira
O começo dos meus vinte anos
Como se eu fosse ditoso e poeta
Como se eu fosse solidão e fresta
Como se eu fosse teu.
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Eu mereço pouco de ti
Uma foto e poucas confissões de amor
Enquanto sonhava te possuir.
Mas o caos de nossas vidas
Derrama o néctar da mentira
Sobre as tuas adúlteras mentiras.
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E eu não posso fazer nada.
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