ARISTÓCRATES é estudante de Direito na UESPI
– Floriano e é colaborador do Portal Notícias de Floriano. Está cada vez mais
insuportavelmente competente. Passou em concurso recentemente para Analista e
Técnico Ministerial do Ministério Público do estado e escreve reportagens e
artigos para o portal. Reproduzo aqui um que foi publicado recentemente. Em
virtude da relevância do assunto abordado não poderia deixar de divulgá-lo
também. Se preferir lê na fonte, clique AQUI.
"A SERVIÇO DE QUEM ESTÃO OS POLÍTICOS DE
FLORIANO?
Ora, se o administrador público deve
obediência às leis, por que não as coloca em prática
Mesmo antes de arriscar a colocar no papel
as primeiras palavras o ser humano já criava suas próprias leis. As leis mais
antigas eram criadas pelo costume e repassadas oralmente de uma geração para
outra. Tais convenções serviam para regular condutas dos membros e manter a
estabilidade em um dado território. Muitos anos depois, e em uma sociedade
civilizada, percebemos que de nada adiantam tais comandos se quem está no poder
as interpreta como querem. A nossa salvação é que ainda há órgãos comprometidos
com a legalidade e o bem estar social.
Acessando o site da Prefeitura de Floriano é
possível encontrar quase 400 arquivos dentre Leis, Decretos e Portarias. A
rigor, na prática local, a efetivação dessas regras é colocada de lado em prol
do casuísmo político e do paternalismo social. Exemplo recente de afronta aos
mandamentos legais foi a discussão em torno da proibição da venda de bebidas
alcoólicas em logradouros públicos da cidade. A recomendação partiu do
Ministério Público que se baseou no que preconiza o Código de Postura do
Município e, em maior grau, à Constituição Federal, ao princípio da moralidade
e dos bons costumes. Ela visa ainda garantir a incolumidade das pessoas que
utilizam espaços públicos como o Mercado Central e Terminal Rodoviário de
Floriano. Logo após grande pressão feita pela Prefeitura, o promotor voltou
atrás em alguns pontos da recomendação.
Na nossa opinião tal atitude nem deveria ser
tomada pelo representante do MP. Ora, se o administrador público deve
obediência às leis, por que não as coloca em prática? Difícil de entender
também é a mobilização dos vereadores que já discutem a possibilidade de fazer
emendas ao referido código na flagrante tentativa de desvirtuar os objetivos
moralizadores da legislação municipal.
A emenda visa abrir a possibilidade para
“venda controlada” de drogas lícitas em logradouros públicos. Não é demais
lembrar que o município não dispõe de meios para fiscalizar o cumprimento de
tal absurda proposta. Tal concessão, ao que parece, visa satisfazer meia dúzia
de empresários prejudicados em detrimento do interesse público em manter a
ordem e os bons costumes na cidade.
Ademais, não é difícil encontrar pessoas
embriagadas, à míngua, prostituindo-se e fazendo uso de entorpecentes em
prédios públicos de Floriano. No dia 05/12/11 João Batista Fialho, 55 anos, foi
morto com uma facada após desentendimentos com um homem dentro do Mercado
central de Floriano. Testemunhas afirmam que o assassino costumava freqüentar o
local para fazer uso de bebidas alcoólicas. É de se notar que o local é
visitado por milhares de pessoas todos os dias e fatos como este provocam medo
nos usuários.
O Terminal Rodoviário de Floriano também é
um antro de descaminho. Não bastasse o estado físico deplorável do local,
menores drogados fazem lá a sua morada, pessoas ganham a vida se prostituindo,
bêbados ficam jogados nos corredores e o medo toma conta das pessoas que
aguardam o embarque e desembarque.
Nessa esteira, dois princípios básicos estão
em jogo: O de uma minoria de empresários que não querem abrir mão do seu
quinhão de lucro com as bebidas e, do lado oposto, o interesse público local,
este que visa garantir a paz e a preservação da ordem pública. Resta apenas
aguardar a quem os nossos representantes estão a serviço."
Aristócrates Carvalho é estudante de Direito
da UESPI-Floriano
2 comentários:
Muito obrigado pelo "insuportavelmente competente". Ainda estamos longe disso, mas vamos envidar todos os esforços para chegar ao menos perto de tal patamar.
Abraço grande Jair Feitosa
Olá Aristócrates.
Vou ser mais informal aqui e responder como o faço no Facebook: hehehehe.
Um abraço.
Jair Feitosa.
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