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De uma hora para outra apertei a tecla que impede os leitores de comentar as postagens aqui do Blogue. Fui questionado por isso pessoalmente e por emeio. A minha justificativa é decorrente do hábito bastante comum de Joelistas de Aluguel me enviarem comentários cheios de palavrões e outras coisas mais de que ele são capazes de dizer talvez irados pelo fato da raçãozinha está atrasada. E aí os energúmenos vêm descontar em mim.
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Mas com isso não renunciei de jeito nenhum ao debate acerca dos enunciados que fazem parte de minha ideologia e os utilizo para expressar o que penso. Tanto é verdade que já restabeleci a interação com os leitores no estilo que PIERRE LEVY chama de Mensagem Participativa.
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Alguns enunciados que utilizo são controversos, outros são menos. Citarei três deles, apenas, para demonstração: 1, o exercício do poder tem que ser feito a partir de imperativos éticos; 2, o poder tem que ser exercido com impessoalidade; 3, o caminho para chegar ao poder tem que ser definido pelo grupo político através de uma ideologia.
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Filósofos pragmatistas afirmam que o grau de controvérsias sobre um enunciado não é suficiente para descartá-los, no meu caso é certeza e isso não me torna dogmático, pois há razões mais fortes para mantê-los, tais como: a coerência dos enunciados com as demais coisas em que acredito; e a utilidade deles para me possibilitar chegar aos objetivos por mim definidos (PAULO GHIRALDELLI JR).
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No primeiro enunciado as controvérsias vêm desde MAQUIAVEL quando afirmou que na política se age de modo separado do modo como se age na sociedade. O que ele pregou foi a separação de critérios: na ação social usa-se critérios morais, na ação política procura-se atingir as finalidades práticas, os resultados, não importando os meios utilizados.
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Com isso houve relativismo grosseiro de sua máxima, e aí os conselhos para o Príncipe re-unir a sua Itália que estava esfacelada por brigas internas, é e continua sendo utilizado por ladrões dos cofres públicos para atingir objetivos estritamente pessoais, restritos.
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Mas não invalida meu primeiro enunciado porque é uma falsa controvérsia. O poder tem que ser exercido eticamente, sim, mesmo que alguns intelectuais tenham se esforçado muito para justificar os descasos, ou que outros aleguem não entender muito bem como funciona o poder. Não sou cristão e nem kantiano, mas este é um imperativo inescapável.
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Já o segundo enunciado é do tipo mais controverso e ao mesmo tempo mais discutível, ou seja, é uma verdade, porém menos imperativa. E até concordo. Se “o ser humano é um ser para a morte”, como suportar a brevidade da existência sem postular a eternidade? SARTRE disse que podemos nos tornar imortais através da ação política.
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Alguns distorcem o fundamento e utilizam a política para se eternizar, pois afirmam que não se faz política sem se eternizar nas ações e decisões como meio de fugir da brevidade existencial. Se não há vida após a morte (SARTRE) - e portanto não há imortalidade da alma -, então os “políticos” usam as suas administrações para dar aos prédios públicos nomes de parentes e os seus próprios. É o meio chulo de se eternizar, pessoalizando a política. Nesse aspecto incluo o nepotismo e o patrimonialismo também. Concordo com o que disse SARTRE sobre a imortalização através da ação política, é claro, e não com a controvérsia acima.
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No terceiro enunciado as controvérsias se fazem mais fortes. Aqui as alegações são mais determinantes porque dificilmente um grupo só consegue ascender ao poder. Ao se fazer coligações há que se reservar espaço para as várias ideologias se manifestarem autonomamente, dizem.
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O contradito disso é que uma coligação desse tipo só prospera se as ideologias tiverem mais coisa em comum do que o simples fato da chegada ao poder. Caso contrário as primeiras ações demonstrarão a impossibilidade de continuidade da coligação. A afinidade ideológica é o aspecto fundamental e prático dos objetivos da coligação. Sem isso não dará certo.
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Do modo como mantenho os meus princípios, sempre em processo de auto-avaliação, estou além do rótulo de dogmático e me concentro nas coisas que desejo de melhor para a pólis: 1, lutar contra a injustiça, a desonestidade, a indignidade; 2, e lutar junto àqueles que se identificam com propósitos justos, honestos e dignos para torná-los reais, concretos em nossa cidade.
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As controvérsias não se resolvem aceitando os meus enunciados, mas porque tenho convicção que não concordo com a deterioração moral resultante do modo como se exerce o poder em nossa cidade. E isso me faz perceber que tenho de lutar para que as coisas mudem, para tornar isso tudo que está aí estabelecido coisa do passado e que seja reconhecido historicamente sempre com um nome: TRAGÉDIA.
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Se viver é agir buscando a transformação “daquilo que é naquilo que deve ser” para que nos tornemos melhor como ambiente e pessoa, então busco melhorar a nossa pólis me melhorando também. Então, enquanto busco me tornar melhor transformando o meio em que vivo, um monte de Joelistas de Aluguel, que vive preso ao imediato, ao passado, sob o comando da Alma Concupiscente (PLATÃO), não quer que eu me expresse. No entanto, “Eles passarão.../ Eu passarinho!!! (MÁRIO QUINATANA).
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P.S.: Joelistas de Aluguel foi uma definição cunhada por mim logo no início da primeira administração do prefeito JOREL àqueles que são pagos por ele só para passar o dia nos meios de comunicação fazendo louvação a ele e detratando os adversários sem a mínima preocupação na elaboração do que dizem. Eles falam qualquer bobagem que lhes vem à cabeça, agora não sei imitando quem.
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