"Teresina,
PI, 15 de março de 2012
Palavra
do Dia: Aniversário da Chesf.
Senhoras
e Senhores,
Antes
de qualquer outra ação, permitam-me cumprimentar o Tenente Coronel Humberto da
Silva Marques, Comandante do 25º Batalhão de Caçadores do Exército Brasileiro,
e dizer-lhe da nossa satisfação pessoal, que é certamente de toda a Gerência
Regional de Operação Oeste, em vê-lo participar deste evento.
Quero
também, nesta oportunidade, cumprimentar a D. Maria do Socorro, José Avelar
Furtado Barros, Francisco Carlos Nogueira da Costa, José Antônio de Siqueira
Britto, Marcos Antonio da Silva Costa, José Alfredo Júnior Mendes Rocha e
Humberto Félix da Costa, em nome dos quais cumprimentar todos os 354 empregados
lotados na Gerência Regional de Operação Oeste.
Aqui
estamos, mais uma vez, para reverenciarmos o aniversário da nossa empresa.
Começo então este breve pronunciamento registrando a importância deste dia para
todos os chesfianos. É um dia em que a história desta empresa se confunde com a
história de nossas vidas, unidas numa simbiose convergente, onde desde o início
utilizamos os recursos da pesquisa e da inovação para inovar o que ainda
precisa ser imaginado, combinados com a inspiração para criar um amanhã melhor.
Em
15 de março de 1948 começamos, de fato, a escrever esta nossa história com foco
na geração, comercialização, transmissão e distribuição de energia elétrica
quando, então, o Brasil tinha apenas 41,2 milhões de habitantes.
Naquela
época, a indústria manufatureira se desenvolvia lentamente e poucas Usinas
Siderúrgicas produziam o aço de que o nosso país precisava para atender às suas
necessidades internas.
O
Nordeste era um imenso vazio que mal sustentava a sua pecuária extensiva e com
uma difícil agricultura de subsistência em suas vargens que ainda se mostravam
férteis.
O
Brasil era grande, era o país do futuro, mas não conseguiria sair do passado,
se não encontrasse uma alternativa de suprimento de energia para isso.
Eis
a grande questão! Onde mesmo encontrar essa energia? Não tínhamos se quer o
carvão mineral. Os estudos, até então confiáveis, asseguravam que não havia
petróleo em solo brasileiro em quantidade que permitisse a sua extração
econômica. Importávamos quase todos os derivados de petróleo que consumíamos,
dentre eles, o querosene enlatado para os lampiões e lamparinas que, no campo e
nos subúrbios pobres, substituíam as velas e candeias. Lampiões que iluminavam
a rua onde eu morava e lamparinas que muito me ajudaram a fazer as tarefas da
escola em companhia da minha mãe e meus irmãos. Todos sentados no entorno de
uma mesa para estudarem.
Ademais,
fora do eixo Sul e Sudeste, que já dispunha de gás encanado, seu uso na cozinha
era uma novidade. Aqui, usávamos mesmo era a lenha. O aproveitamento da força
hidráulica para a produção de energia elétrica, ainda que disseminado nas já
citadas regiões, era também incipiente. Com exceção de algumas usinas
instaladas nas mesmas e que eram de pequenas potências que se valiam de quedas
naturais em rios acanhados para o suprimento dos pequenos e médios núcleos
urbanos.
Não
obstante, nós tínhamos o essencial. Tínhamos os rios que nasciam nas montanhas
e que desciam, com toda a sua força, rumo ao mar vencendo os desafios da
natureza. Eles eram, dentre outros, o São Francisco e o Parnaíba. Mas, ainda
que dispuséssemos dos rios, não havia empreendedores interessados em investir o
capital necessário num grande empreendimento, sem a garantia do retorno
esperado. Se não tínhamos demanda, como encontrar investidores dispostos a
mobilizar o capital suficiente à construção das usinas de que tanto
precisávamos?
Contudo,
o Brasil dispunha de um grupo excepcional de visionários, dentre eles, citamos
Delmiro Gouveia, Apolônio Sales, Getúlio Vargas, Eurico Gaspar Dutra e Antônio
José Alves de Sousa.
É
dessa quinta histórica que nasceu a Chesf. A força estava ali em sossego
indolente nas águas do Velho Chico e do Velho Monge que banhavam as Cachoeiras
de Paulo Afonso e Boa Esperança, respectivamente, esperando quem a
despertassem. Não estava só ali. Descia rio abaixo num declive rumo ao mar.
Mas,
a grande descoberta de Delmiro Gouveia fez gerar o embrião de uma empresa
pujante. Essa descoberta fortuita se transformou num projeto de grande monta
patrocinado pela visão estadista de Getúlio Vargas ao determinar a constituição
da Chesf.
Paulo
Afonso I, a partir do dia 15 de janeiro de 1955, foi a sua primeira usina a
converter energia hidráulica em eletricidade. Uma grande usina e que inclusive
foi questionada por alguns. Posteriormente, já no dia 7 de abril de 1970, veio
a nossa Boa Esperança. Com a construção destas usinas, a engenharia brasileira
deu um salto de excelência. E tudo começou ali, na minha querida Paulo Afonso.
O
tempo passa... e no curso destes sessenta e quatro anos a nossa empresa
cresceu, deixando de ser apenas uma hidrelétrica, mas buscando outras formas de
geração, dentre elas e com destaque para a eólica, que ora trata da implantação
do maior Parque Eólico do Brasil.
Por
outro lado, a nossa empresa teve a sorte de ter sido dirigida por grandes
homens, como é o caso do memorável Alves de Sousa, nosso primeiro Presidente,
um carioca nordestinizado e que se doou ao Nordeste com um amor sem medida.
Presidiu por treze anos e nove meses esta empresa e conseguiu aliar à
excepcional formação técnica e vasta experiência prática, destacável habilidade
política, a fim de vencer as resistências, aplacar rivalidades e conciliar
interesses conflitantes. Foi um grande exemplo para todos nós!
Quero
ainda ratificar que temos o imenso respeito e satisfação de hoje honrarmos este
aniversário tão singular. Pois, ao crescer, a Chesf fez sim o Brasil crescer.
Em cada um dos automóveis produzidos em Camaçari há uma parcela da energia da
Chesf. Nas vidas que foram salvas e nas salas de cirurgia dos hospitais há a
energia da Chesf. Ela se encontra ainda nos portos, nos metrôs eletrificados,
nos sistemas de comunicação. Move máquinas, ilumina escolas, bibliotecas e
estádios de futebol, faz funcionar os sinais luminosos, enfim, hoje, depois que
foi ligado o “fio” cantado por Luiz Gonzaga, o nosso grande Rei do Baião, cujo
repertório foi dedicado aos nordestinos, passou a animar e contribuir para a
vida de mais de 190,2 milhões de brasileiros.
Notadamente,
desde o seu nascimento, que nós temos a consciência do nosso compromisso com o
Brasil, e isso não é verdade apenas no sentido econômico. Por isso, dentro das
ações de sustentabilidade empresarial desenvolvemos, também, outras ações que
muito têm contribuído para com o desenvolvimento integral do nosso país.
Não
obstante, é oportuno destacar que o mundo inteiro está de olho no Brasil por
causa do nosso crescimento. Também, estamos no centro do mundo no que se refere
à geração, transmissão e comercialização de energia elétrica. Já somos o país
com a maior expansão do setor elétrico, com um aumento significativo no consumo
de energia elétrica. Já somos a sexta economia mundial.
Outro
estudo evidencia que o setor elétrico brasileiro tem sido um dos responsáveis
pelo crescimento do Produto Interno Bruto. Isso equivale a bilhões de reais. E
não vamos parar por aí. Nos próximos 20 anos, o mercado nacional do setor
elétrico deve continuar se expandindo a uma taxa maior que duas vezes a do
crescimento do PIB.
Um
Brasil de futuro. Esse é o nosso negócio. O epíteto que nos inspira a partir
deste ano, na verdade, traduz com justiça toda a história de vida da Chesf a
qual celebramos nesta manhã. Sonhar e construir o futuro do Brasil sempre foi o
nosso negócio. Tudo o que acontece hoje foi sonhado há muito tempo atrás,
desejado e construído passo a passo, não apenas nesses sessenta e quatro anos.
Mas, ao longo de toda a sua história.
De
lá para cá, todos nós participamos da epopéia de construção do setor elétrico
brasileiro que muito surpreende e estimula o mundo, fazendo-o sonhar com dias
melhores, não só pelo que pode fazer pelas nações em desenvolvimento. Mas,
também, pela garantia de segurança de desenvolvimento que hoje oferece a pobres
e ricos.
Ademais,
o desenvolvimento econômico marcou as grandes transformações ocorridas no
Brasil entre os Censos de 1940 e 2010. É sim inquestionável o papel
transformador que a nossa empresa tem nesse processo. É um legado de
engenhosidade que temos orgulho de compartilhar com o nosso país.
Desta
forma, quero hoje homenagear aqui, com o mesmo respeito com que nos dirigimos
aos criadores e aos diretores da nossa empresa, de Delmiro Gouveia a João
Bosco, o nosso atual Presidente, os brasileiros que levantaram as nossas
barragens, instalaram as máquinas, alinharam os cabos das linhas de transmissão
e têm administrado, dado manutenção e operado o sistema elétrico durante todo
esse tempo.
Neste
momento, sei que muitos já se foram, outros vieram e há, entre os que hoje
trabalham na Chesf, filhos e netos dos primeiros operários que se apresentaram
aos canteiros de obras em busca do trabalho, do pão e do sustento familiar. Com
seu suor, indubitavelmente, criaram milhões de outros empregos através da
energia que fez surgir o grande parque industrial de nossos dias. A isso
chamamos de compromisso nacional. A Chesf é um exemplo sim desse compromisso.
Porém,
todo aniversário é um passo a mais que nós damos na vida. E a cada passo nós
podemos, se quisermos, ir renovando nossas metas, moldando nossos caminhos,
colocando novos desafios, vencendo velhos paradigmas e cultivando a manutenção
da disciplina desejada numa organização como a nossa.
Assim,
o retorno àquele espírito de coesão solidária da pátria brasileira é a nossa
tarefa nos próximos anos. Já conseguimos avançar muito nos últimos nove anos.
Temos razões para o otimismo. Outras iniciativas semelhantes às da Chesf se
encontram a caminho. Por tudo isso, Dr. Mozart Bandeira, esta data pertence, em
particular, a todos os nordestinos que têem um sentimento elevado de dignidade
pessoal pelos grandes homens do passado e que vêem nos seus exemplos, um chamado
ao trabalho, à resistência, à vitória.
Por
último, na convivência diária com as pessoas que fazem a nossa empresa,
acreditamos que desenvolver líderes é uma estratégia essencial para o
crescimento da Chesf. Possuímos uma herança em excelência operacional e gestão
de processos, e buscamos constantemente desenvolver e capacitar as pessoas
incentivando-as pela aplicação de novas ideias de gestão na Gerência Regional
de Operação Oeste.
Portanto,
que juntos possamos continuar escrevendo, a cada dia, uma página nova desta
história.
Parabéns
Chesf! A tua existência alumia as nossas vidas.
Que
Deus nos conduza!
O
nosso muito obrigado!"
Engº
Airton Freitas Feitosa
Gerente
Regional de Operação Oeste