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O que quero ser? O que prefiro ser? Explícito ou implícito? A sociedade moderna coisifica a realidade, tudo é coisa quantificável. Tudo é transformado em mercadoria que adquire um valor. A semântica atual cultua o número e a quantificação é o enunciado válido para as proposições.
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As palavras procuram medir e dizer o valor de tudo. Essa linguagem está se tornando universal e necessária para “a verdade”. Se alguém propõe alguma coisa e não apresenta dados quantificadores sobre o que disse, então seus argumentos se enfraquecem, nessa lógica, e perdem credibilidade.
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Nessa busca desenfreada da coisificação e quantificação de tudo perdemos aos poucos a noção do eu, da subjetividade, do implícito. É no âmbito da subjetividade que crio, sonho, desejo, planejo, me autoavalio, amo, me reconheço e sou capaz de imaginar. Mas não posso transformar tudo isso em enunciados “verdadeiros”, em número ou valor se não usar as palavras quantificadoras. Como elas são os fundamentos da “verdade”, então a minha subjetividade só será valorizada, só adquirirá sentido se for expressa com palavras quantificadoras. Ou me escondo com a minha subjetividade (porque não será valorizada), ou a represento numa coisa, ou através de uma coisa.
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Se desejo, a sociedade quer que eu transforme esse desejo em algo concreto, objetivo. Não consigo mais convencer as pessoas do meu desejo, então tenho de materializá-lo. Aí compro a representação do meu desejo e o demonstro através dela (representação). Se digo que desejo uma mulher, isso não é suficiente. Tenho de provar. Uma flor, um presente, uma revista masculina são formas de coisificar e quantificar o meu desejo. Não basta apenas dizer que o tenho.
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O comentarista de futebol reclama da falta de conjunto do time e diz que está faltando uma “peça” em determinada posição. Uma mulher bonita é “um material de primeira”. Todo mundo “tem um preço”. Essa semântica transforma tudo o que compõe a realidade na finalidade da sociedade: comerciar.
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Nesse terreno, a imaginação deixa de ser valorizada e criadora porque tem de ser estatisticamente quantificada. Como a imaginação é subjetividade, e única porque minha, perde o valor. Perde-se a possibilidade de criar em troca de copiar o que já está produzido e quantificado. Perde-se o eu para se encontrar no todo. Perde-se o implícito em troca do objetivo, explícito.
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Na verdade eu não tenho que querer, mas encontrar um modelo já pronto para, junto aos outros, me transformar numa coisa medida e quantificada. Mesmo assim tem gente que diz que eu não valho nada. Mentira! Minha cotação deve está na casa dos R$ 0,25. Quem dá mais???
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As palavras procuram medir e dizer o valor de tudo. Essa linguagem está se tornando universal e necessária para “a verdade”. Se alguém propõe alguma coisa e não apresenta dados quantificadores sobre o que disse, então seus argumentos se enfraquecem, nessa lógica, e perdem credibilidade.
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Nessa busca desenfreada da coisificação e quantificação de tudo perdemos aos poucos a noção do eu, da subjetividade, do implícito. É no âmbito da subjetividade que crio, sonho, desejo, planejo, me autoavalio, amo, me reconheço e sou capaz de imaginar. Mas não posso transformar tudo isso em enunciados “verdadeiros”, em número ou valor se não usar as palavras quantificadoras. Como elas são os fundamentos da “verdade”, então a minha subjetividade só será valorizada, só adquirirá sentido se for expressa com palavras quantificadoras. Ou me escondo com a minha subjetividade (porque não será valorizada), ou a represento numa coisa, ou através de uma coisa.
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Se desejo, a sociedade quer que eu transforme esse desejo em algo concreto, objetivo. Não consigo mais convencer as pessoas do meu desejo, então tenho de materializá-lo. Aí compro a representação do meu desejo e o demonstro através dela (representação). Se digo que desejo uma mulher, isso não é suficiente. Tenho de provar. Uma flor, um presente, uma revista masculina são formas de coisificar e quantificar o meu desejo. Não basta apenas dizer que o tenho.
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O comentarista de futebol reclama da falta de conjunto do time e diz que está faltando uma “peça” em determinada posição. Uma mulher bonita é “um material de primeira”. Todo mundo “tem um preço”. Essa semântica transforma tudo o que compõe a realidade na finalidade da sociedade: comerciar.
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Nesse terreno, a imaginação deixa de ser valorizada e criadora porque tem de ser estatisticamente quantificada. Como a imaginação é subjetividade, e única porque minha, perde o valor. Perde-se a possibilidade de criar em troca de copiar o que já está produzido e quantificado. Perde-se o eu para se encontrar no todo. Perde-se o implícito em troca do objetivo, explícito.
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Na verdade eu não tenho que querer, mas encontrar um modelo já pronto para, junto aos outros, me transformar numa coisa medida e quantificada. Mesmo assim tem gente que diz que eu não valho nada. Mentira! Minha cotação deve está na casa dos R$ 0,25. Quem dá mais???
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