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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

A VELA E AS MARIPOSAS.

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Ilustração de mariposa encantada com a luz de vela.
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Nesta postagem utilizarei uma explicação de comportamento animal baseado numa tese do Biólogo Evolucionista inglês RICHARD DAWKINS citada no seu livro “Deus, um delírio” para um despretensioso questionamento acerca do comportamento de algumas pessoas no trânsito em Floriano.
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Diz o cientista: “As mariposas voam para dentro da chama da vela, e a coisa não parece acidental. Elas fazem tudo para se entregar ao fogo como oferenda. Poderíamos rotular o comportamento como ‘auto-imolação’ e, sob esse nome provocativo, questionar como pode ser possível que a seleção natural possa tê-lo favorecido".
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Será suicídio? Não! “Não se trata de suicídio”, afirma ele. Quando percebe-se este comportamento animal pode-se perguntar então por que as mariposas vão “resignadamente” morrer na chama da vela. RICHARD DAWKINS responde que esses animais se orientam pelas luzes da lua e das estrelas.
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Pela especificidade do lugar onde essas referências estão e pelo tipo de raios que emitem, os insetos, com seus sistemas de nervos centrais, se especializaram em utilizá-los (raios de luz) como bússola para ir e voltar com precisão em linha reta aos lugares que precisam ir. “A luz artificial é uma inovação recente no mundo noturno”, diz DAWKINS, e isso confunde as mariposas que obedecem aos comandos instintivos “cegamente”. Seguir um caminho utilizando informações que nunca falharam pode dar errado quando mudam as circunstâncias.
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Em nossa cidade todo mês morrem pessoas que se envolvem em “acidentes” automotivos, predominantemente, conduzindo motos. Grande parte dos envolvidos em “acidentes” com este tipo de veículo estavam alcoolizados ou desrespeitaram as mais elementares regras do trânsito.
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No último final de semana dois fatos foram bastante divulgados e comentados por toda a cidade. Todo mundo ficou sabendo dos fatos e das circunstâncias que os geraram. As pessoas ficaram consternadas, entristecidas pelas consequências mortais dos acontecimentos, mas ao que tudo indica, apenas momentaneamente.
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Pois logo em seguida passam a agir como se nada tivesse acontecido, como se tivessem esquecido tudo. E os que ainda restam, e os recentes iniciados nessas práticas, passam a pilotar motos como se tivessem praticando um ritual de suicídio. Como se fossem mariposas rumo ao fogo da vela.
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No sábado à noite, dia do acidente fatal mais comentado na cidade, vi um motoqueiro em alta velocidade na Avenida Eurípedes Aguiar pilotando em pé e sem capacete. Um pouco mais adiante, na mesma avenida, vi também quatro mulheres em cima de outra moto, todas sem capacetes e gritando desesperadamente para as pessoas que passavam. Davam a impressão que estavam querendo dizer: "olhem nós aqui arriscando as nossas vidas, não estamos nem aí".
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Fiquei me perguntando: será que essas pessoas saem de casa como quem diz “quero ver se volto viva hoje pra casa”? Sim, porque pilotar uma moto nessas condições tendo consciência das muito prováveis possibilidades de morrer só podem pensar assim. Mas será que as causas dos problemas são apenas essas?
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Falando sério, não acredito que sejam suicidas. Por outro lado as autoridades responsáveis pela organização e fiscalização do trânsito na cidade têm que buscar respostas científicas essenciais que esclareçam as causas desse comportamento. Porque dizer que são apenas irresponsáveis (não ligam para as leis do trânsito), ou não usam os equipamentos protetores (capacetes, principalmente) porque nosso clima é muito quente para tal, não responde adequadamente à questão. São respostas para gente preguiçosa que não quer solucionar o problema, são respostas superficiais, aparentes, comuns demais. Tem mais coisas além do aparente que só serão decifradas apenas com pesquisas sérias, pois essas pessoas não podem simplesmente ser confundidas com mariposas “suicidas”.
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2 comentários:

Anônimo disse...

Prezado Jair,

Gostei da temática apresentada. Mas, sobre o livro em comento fazemos um breve comentário.

Não obstante, considerado o ícone do ateísmo contemporâneo, Richard Dawkins, autor do livro – “Deus,um delírio”, tem suas idéias postas à prova pela análise minuciosa e perspicaz de Alister McGrath e sua esposa Joanna McGrath, em “O delírio de Dawkins”.

Mas, Alister, outrora ateu, doutorou-se em biofísica molecular antes de tornar-se teólogo. Admirador da obra de Dawkins, Alister revela sua perplexidade pela guinada irracional de seu colega de Oxford, não tanto pelo ateísmo em si, mas pela absoluta inconsistência de seus argumentos, aliados à intolerância desmedida.

Pois, ao discutir os pressupostos de Dawkins, os autores trazem à tona questões fundamentais dos tempos pós-modernos ― fé, coexistência de religião e ciência, liberdade de crença, o sentido da vida e a busca de significado ― que, a julgar pela repercussão de “Deus, um delírio”, merecem contundente posicionamento cristão.

Anônimo disse...

Dear Jair,

Adorei seu texto A Vela e As Mariposas. E’ dificil mesmo saber o porque desse comportamento das pessoas. Penso eu que sao varios fatores. Um deles seria o fato de nunca imaginarmos nossa propria morte, o outro morre mas nunca nos mesmo. Na pesquisa de paciente terminal feita por Kubler-Ross o primeiro estagio sempre e’ a negacao , isso e’, nao imaginamos a propria morte. Em “ Totem e Tabu” Freud disse : “Nosso inconsciente nao acredita em sua propria morte.Ele se comporta como se fosse imortal. Nos nao conseguimos imaginar nossa propria morte e quando tentamos faze-lo nos apercebemos que somos, de fato,ainda espectadores,assim,ninguem crer em sua propria morte.” Entao, junta-se outros fatores como a falta de educacao do povo , o descaso das autoridades, falta de politicas pra atender a minima seguranca e assim vai. Juntando tudo isso vemos essa loucura que ai se dar.

Voce deveria escrever para uma coluna no jornal.Voce faz isso ? Se nao, deverias , apesar que poucos leem o jornal nao e’ mesmo? Vixe !!! Mas acredito que vale a pena escrever pra que o popular possa ler.

Bjsss

Raquel

USA