O natal em Ana Flores, minha cidade fictícia, não irá
acontecer porque o prefeito da cidade, BRANDO, resolveu se deixar manipular,
espertamente, por uns religiosos fundamentalistas que discordam das
manifestações católicas no dia do nascimento de Cristo.
Aquelas cenas alegóricas que ficam expostas nas principais
praças das cidades do país anunciando as comemorações do nascimento de Cristo não
enfeitarão a principal praça de Ana Flores. Nos anos anteriores BRANDO optou
por preparar o espírito das pessoas que anseiam por estas comemorações quando
empobreceu as alegorias ano após ano.
A preparação era para o natal deste ano. Ele não iria
ornamentar a praça central de Ana Flores como forma de se mostrar contrário aos
costumes católicos e também para mostrar-se vingativo pelo fato dos
anaflorenses terem colocado BRANDO no lugar que ele deve ficar depois de seu
medíocre e repugnante desempenho como prefeito da cidade: no ostracismo.
Tudo isso e mais algumas deduções criativas foram motivos
aventados sobre as causas que poderiam explicar o ato de mau-caratismo de
BRANDO quando resolveu romper com uma tradição centenária na cidade de Ana
Flores: as comemorações públicas do ano de nascimento de Cristo.
Os comerciantes que se beneficiam do espírito solidário e
solícito dos anaflorenses decorrente das alegorias natalinas estão revoltados
com o ato pusilânime de BRANDO. Mas até agora ninguém falou dos verdadeiros
motivos que levaram BRANDO a agir como um infame.
Todo mundo sabe que Ana Flores é minha cidade fictícia e lá todos
os personagens, história e as situações por eles protagonizadas são meras
criações fictícias e qualquer relação existencial com alguma cidade verdadeira
ou personagens reais terá sido mera coincidência.
BRANDO é um sujeito perdulário, agora eu sei, pois quando o
criei não o tinha nessa conta. Pelo contrário pensava que ele seria um sujeito
honesto e com práticas edificantes. Mas com o tempo percebi que ele é desonesto
e cínico e tende sempre às situações de desonestidade e corrupção. Um exemplo
disso pude constatar quando o flagrei roubando energia elétrica da companhia de
distribuição para iluminar o estádio de futebol de Ana Flores, o Imperador.
Depois o flagrei roubando energia elétrica também na praça
central da cidade. Pensei comigo, como posso ter criado um personagem tal
mau-caráter? Daí percebi que ele foi se tornando assim mesmo contra a minha
vontade, pois foi, aos poucos, se tornando autônomo.
Já deu para perceber o real motivo que levou BRANDO a não
ostentar a alegoria de natal neste ano? Ele não poderá roubar de forma tão
escancarada assim energia para iluminar a alegoria. Aí já seria demais, pois já
fora flagrado roubando antes e até então não regularizou o pagamento para poder
fazer de forma legal a iluminação da praça e da alegoria.
É isso, BRANDO não vai poder roubar energia para iluminar a
alegoria de natal. E assim, consequência de sua irresponsabilidade, Ana Flores
não terá uma comemoração pública do nascimento de Cristo neste ano.
Imagem da Internet.
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