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ANTÍSTENES (440-336 a. C.) era humilde. Filho de pai ateniense e de mãe trácia e por isso era considerado pelos convencionais e pelas leis de Atenas um nótos (bastardo, filho ilegítimo da Pólis). Foi discípulo de SÓCRATES e fundador da Escola Cínica (palavra derivada de Kynós em grego e que significa: cão, cachorro). A Escola foi fundada no Ginásio Cynosargo (Cachorro Branco) local em que se encontrava com outros nótoi (bastardos) para filosofar.
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Mas o nome da Escola faz referência também ao modo de vida dos cachorros que desprezam completamente as convenções sociais, e como eles (cães) os Cínicos andavam seminus, comiam e viviam nas ruas e até fornicavam em público (1).
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Desprezavam e zombavam das convenções sociais. Afirmavam que “... a virtude reside tão-somente na vontade que permite ao homem, como Hércules, triunfar sobre si mesmo e sempre assegurar sua independência desdenhosa” (2). Zombavam “... daquele que se acha integrado nos usos e costumes de sua cidade, ou de sua pátria, cujas leis cumpre por hábito...” (3). A negação de tudo, até dos prazeres sensíveis, tornaria o homem virtuoso. Não sendo apegado a nada, “... nada lhe falta, pois tornou-se senhor de si mesmo” (4).
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O mais conhecido dos Cínicos é DIÓGENES (404-323 a. C.). Foi expulso de sua cidade natal (phratria) por ter, junto a seu pai, o banqueiro IKÉSIOS, falsificado dinheiro. Exilado em Atenas escreveu a um amigo solicitando que lhe emprestasse uma casa para morar. Como o amigo demorou a responder foi morar num barril de madeira. Alguns atenienses caçoavam dele por ter sido exilado por seus compatriotas, mas sempre respondia: “E eu os condenei a viver na cidade” (5).
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ANTÍSTENES era chamado de o “verdadeiro cachorro”. DIÓGENES se dizia “o cachorro”. Numa de suas viagens, não se sabe o motivo, ele teria sido vendido como escravo “... a um cidadão chamado XENÍADES que, impressionado com a resposta de DIÓEGENES no mercado sobre o que sabia fazer: “Comandar! Quem quer comprar um senhor?”, o fez preceptor de seus filhos” (6).
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Selecionamos as passagens que demonstram zombaria e despojamento às convenções sociais porque desejamos mostrar que os Cínicos abusavam “... das regras dos cidadãos [e] era uma forma de mostrar a eles que viviam por convenções e eram escravos delas” (7).
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O total auto-domínio sobre as paixões, prazeres, desejos, temores levaria o homem a ser senhor de si mesmo. E assim ele se tornaria sábio e feliz. Sem se prender a nada os Cínicos andavam com seus andrajos, bordões e alforjes e comiam o que lhes ofereciam. DIÓGENES era querido e sempre que suas vestes se tornavam imprestáveis e ficava nu recebia vestes novas.
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O que admiro nos Cínicos é a coragem e autenticidade de zombetear de certas convenções sociais e viver da maneira que se sentiam felizes. Certamente não quero mais chegar à conclusão de que fiz coisas nas quais não acredito. Por isso, presas a certas convenções esdrúxulas, algumas pessoas podem zombar dos meus andrajos, enquanto eu as condenarei a viver escravas de suas convenções até o fim de suas vidas, ou da mudança de tais convenções. E sigo sorrindo cinicamente feito um cão zombando das privações a que muitos se submetem para poder se vestir de acordo com as convenções. Au, au, au...
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Mas o nome da Escola faz referência também ao modo de vida dos cachorros que desprezam completamente as convenções sociais, e como eles (cães) os Cínicos andavam seminus, comiam e viviam nas ruas e até fornicavam em público (1).
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Desprezavam e zombavam das convenções sociais. Afirmavam que “... a virtude reside tão-somente na vontade que permite ao homem, como Hércules, triunfar sobre si mesmo e sempre assegurar sua independência desdenhosa” (2). Zombavam “... daquele que se acha integrado nos usos e costumes de sua cidade, ou de sua pátria, cujas leis cumpre por hábito...” (3). A negação de tudo, até dos prazeres sensíveis, tornaria o homem virtuoso. Não sendo apegado a nada, “... nada lhe falta, pois tornou-se senhor de si mesmo” (4).
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O mais conhecido dos Cínicos é DIÓGENES (404-323 a. C.). Foi expulso de sua cidade natal (phratria) por ter, junto a seu pai, o banqueiro IKÉSIOS, falsificado dinheiro. Exilado em Atenas escreveu a um amigo solicitando que lhe emprestasse uma casa para morar. Como o amigo demorou a responder foi morar num barril de madeira. Alguns atenienses caçoavam dele por ter sido exilado por seus compatriotas, mas sempre respondia: “E eu os condenei a viver na cidade” (5).
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ANTÍSTENES era chamado de o “verdadeiro cachorro”. DIÓGENES se dizia “o cachorro”. Numa de suas viagens, não se sabe o motivo, ele teria sido vendido como escravo “... a um cidadão chamado XENÍADES que, impressionado com a resposta de DIÓEGENES no mercado sobre o que sabia fazer: “Comandar! Quem quer comprar um senhor?”, o fez preceptor de seus filhos” (6).
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Selecionamos as passagens que demonstram zombaria e despojamento às convenções sociais porque desejamos mostrar que os Cínicos abusavam “... das regras dos cidadãos [e] era uma forma de mostrar a eles que viviam por convenções e eram escravos delas” (7).
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O total auto-domínio sobre as paixões, prazeres, desejos, temores levaria o homem a ser senhor de si mesmo. E assim ele se tornaria sábio e feliz. Sem se prender a nada os Cínicos andavam com seus andrajos, bordões e alforjes e comiam o que lhes ofereciam. DIÓGENES era querido e sempre que suas vestes se tornavam imprestáveis e ficava nu recebia vestes novas.
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O que admiro nos Cínicos é a coragem e autenticidade de zombetear de certas convenções sociais e viver da maneira que se sentiam felizes. Certamente não quero mais chegar à conclusão de que fiz coisas nas quais não acredito. Por isso, presas a certas convenções esdrúxulas, algumas pessoas podem zombar dos meus andrajos, enquanto eu as condenarei a viver escravas de suas convenções até o fim de suas vidas, ou da mudança de tais convenções. E sigo sorrindo cinicamente feito um cão zombando das privações a que muitos se submetem para poder se vestir de acordo com as convenções. Au, au, au...
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P.S.: As informações históricas e filosóficas foram consultadas nas seguintes referências bibliográficas:
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· ANDRE VERGEZ e DENIS HUISMAN – História dos filósofos
· PAULO GHIRALDELLI JR: “O cão e a Filosofia no lar” - 17/04/2010
· ROLAND CORBISIER – Introdução à Filosofia
· TIAGO ADÃO LARA – Caminhos da razão no ocidente: a Filosofia nas suas origens gregas.
P.S.: As informações históricas e filosóficas foram consultadas nas seguintes referências bibliográficas:
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· ANDRE VERGEZ e DENIS HUISMAN – História dos filósofos
· PAULO GHIRALDELLI JR: “O cão e a Filosofia no lar” - 17/04/2010
· ROLAND CORBISIER – Introdução à Filosofia
· TIAGO ADÃO LARA – Caminhos da razão no ocidente: a Filosofia nas suas origens gregas.
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(1)- Música: Metal Contra as Nuvens. Autores: DADO VILLA-LOBOS/ RENATO RUSSO/ MARCELO BONFÁ).
(2)- ROLAND CORBISIER – Introdução à Filosofia
(3)- ANDRE VERGEZ e DENIS HUISMAN – História dos filósofos
(4)- Idem (2)
(5)- TIAGO ADÃO LARA – Caminhos da razão no ocidente: a Filosofia nas suas origens gregas.
(6)- Idem (2)
(7)- Idem (2)
(8)- PAULO GHIRALDELLI JR: “O cão e a Filosofia no lar” - 17/04/2010
(1)- Música: Metal Contra as Nuvens. Autores: DADO VILLA-LOBOS/ RENATO RUSSO/ MARCELO BONFÁ).
(2)- ROLAND CORBISIER – Introdução à Filosofia
(3)- ANDRE VERGEZ e DENIS HUISMAN – História dos filósofos
(4)- Idem (2)
(5)- TIAGO ADÃO LARA – Caminhos da razão no ocidente: a Filosofia nas suas origens gregas.
(6)- Idem (2)
(7)- Idem (2)
(8)- PAULO GHIRALDELLI JR: “O cão e a Filosofia no lar” - 17/04/2010
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4 comentários:
gostei... as vezes "andar nu" nos dá um certo prazeer!!! kkkkkkkkkkkkkk...
Massa demais Jair, os dois textos... Sei que não tem muito a ver, mas depois que saí de Floriano passei a conviver com mais pessoas que pensam assim. O mais importante? Elas são bem mais felizes que o contrário. Creio que o caos seja a saída pra vários "problemas" que nos surgem... Portanto, fazer uma leitura da situação e tomar a melhor escolha possivel, pode nos oferecer respostas interessantes. Obrigado por ter tocado nesse assunto!
Hoje, Jair, estou me divertindo como cínico, pois, depois de anos de "penosos trabalhos", resolvi desconstruir tudo e fazer, independente das pressões que me fazem, a minha própria identidade. Estou quase terminando: faltam só as digitais nos olhos dos meus destrutivos críticos.
Bem, já que colocou quase todas as fontes, se incomodaria de colocar a origem da foto? =)
http://www.flickr.com/photos/terezajardim/222670659/in/photostream
Ou poderia colocar no meu novo portfolio, tem mais fotos dele...
http://www.flickr.com/photos/ezajardim/
Agradeço desde já =)
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