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quarta-feira, 14 de abril de 2010

CONFUSÃO OU FALTA DE LÓGICA.

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“Em geral, julgamos que a palavra “crítica” significa ser do contra, dizer que tudo vai mal, que tudo está errado, que tudo é feio ou desagradável. Crítica é mau humor, coisa de gente chata ou pretensiosa que acha que sabe mais que os outros. Mas não é isso que essa palavra (crítica) quer dizer.
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A palavra “crítica” vem do grego (krinein --> kritein = julgar, avaliar, discernir) e possui três sentidos principais: 1) capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; 2) exame racional de todas as coisas sem pré-conceito e sem pré-julgamento; 3) atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume um comportamento, uma obra artística ou científica”.
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O que se pode ler acima, primeiro e segundo parágrafos, é o que afirma a Filósofa brasileira MARILENA CHAUI sobre o verdadeiro sentido da palavra “crítica”. O senso comum foi, ao longo do tempo, agregando novos sentidos. E estes nem sempre fazem jus à sua etimologia. Na boca de muita gente, enfim, adquiriu o sentido que a Filósofa descreve no primeiro parágrafo. Dentro dos parênteses acrescentei outras informações para ficar mais claro o significado da palavra.
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O prefeito de Floriano tem um modo de pensar bem próprio, quase único. A principal característica é a confusão que enseja com seus depoimentos públicos. A bola da vez é consequência de uma entrevista sua a uma rádio local. Ele disse, aproveitando que o ex-governador WELLINGTON DIAS acabara de deixar o governo, que DIAS “tem uma dívida alta com Floriano”. Ouçam a entrevista dele no endereço
www.noticiasdefloriano.com.br/materia.php?id=5584 e tirem as suas conclusões.
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No momento em que ele julga necessário, ele critica o ex-governador. Mesmo baseado numa autocrítica de DIAS. Ele, prefeito, e só ele, se acha com o poder de julgar. Quando o pré-candidato a deputado estadual GILBERTO JÚNIOR (PMDB) fez uma análise da crítica do prefeito a DIAS, baseado, também, nas palavras do prefeito, este atacou dizendo que isso é falar mal.
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A confusão gerada pelo modo peculiar de pensar do prefeito pode ser denunciada neste ponto: ao mesmo tempo em que demonstra (supõe-se) saber o sentido original da palavra “crítica”, em seguida assume o sentido que o senso comum deu a ela. Quando lhe serve, é bom. Quando não, não presta. Eita confusão. Depois as pessoas perguntam-me a origem de tanta confusão na administração pública de nossa cidade atualmente.
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Por que ele não julgou tão severamente DIAS enquanto este esteve no exercício do poder estadual? As referências a DIAS sempre foram elogiosas, mas quando DIAS deixou o cargo de governador, mudaram de tom. Do mesmo modo como mudou de tom o seu discurso após a repercussão da entrevista a um programa de uma rádio local junto ao ex-governador. Com a resposta de DIAS, que contabilizou mais de 36 obras públicas feitas por ele e pelo presidente LULA em nossa cidade, o prefeito voltou atrás no tom das críticas em entrevistas posteriores à resposta de DIAS, inclusive na tv local. O tom do discurso está, agora, mais ameno, conciliador. Não tem mais a raiva incontrolada da primeira entrevista.
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Quando o presidente do PT municipal e suplente de vereador (hoje vereador e membro da base aliada ao prefeito na câmara) EDVALDO COSTA conversou com ele sobre a nova postura, disse-lhe o seguinte (segundo informação): “Se for para o sr. criticar o nosso ex-governador nós vamos nos desvincular do seu governo. Não tem esse negócio, não”. Ao que o prefeito teria respondido: “Foi um erro meu aquela entrevista. Não podia ter adotado aquela postura. Em volto atrás no que disse. Eu preciso de você na câmara.”
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E eu acrescento: enquanto precisa de você vereador. Que o diga o também vereador ANTONIO REIS que ousou assumir uma atitude de dignidade e saiu da base aliada ao prefeito na câmara. Como DIAS, foi destratado em entrevista pelo prefeito porque deixou de ser seu aliado. Tanto que o vereador foi à tribuna rebater o que dissera o prefeito. Foi bom enquanto lhe agradava, depois...
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Além do mais, as liberdades individuais e coletivas estão assombradas nestes últimos tempos em Floriano. As pessoas não podem demonstrar que a cidade está um verdadeiro caos. Ninguém pode ousar dizer que a dengue já causou prejuízos tanto à saúde quanto à condição financeira à quase totalidade da população, inclusive morte. Não. Ninguém pode falar sobre isso. Se o fizer é porque é do contra ou da oposição. Haja confusão.
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Mas o próprio secretário municipal de saúde foi à tv local dizer que quando começaram, finalmente, a limpar algumas ruas (de locais visíveis, diga-se de passagem) o número de notificações da doença caiu. O número de casos de dengue só nos elevou à condição de cidade campeã no estado pela falta de competência administrativa (isto é lógica). Pois bastaria fazer o básico do básico: limpar o mato e recolher o lixo da cidade. Se alguém fizer um julgamento, como este que acabei de fazer, será processado. Como estou sendo.
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Ele, prefeito, não admite ser julgado, mas acha perfeitamente normal julgar os outros. Mesmo que para isso utilize as próprias palavras da pessoa alvo de suas impensadas palavras. Quando publiquei aqui no Blogue uma entrevista dele à tv local sobre a repercussão do caso do boneco (...) buracão, que foi uma manifestação coletiva contra o descaso na conservação das ruas de toda a cidade, ele se achou com o poder de usar a minha publicação para me processar. Na entrevista ele falou, falou e não disse nada. Ou coisa com coisa. Uma confusão só (isto é falta de lógica).
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Como é de praxe, a culpa é sempre dos outros, ou de alguma coisa. Mas ele, prefeito, não é meu boneco de ventríloquo. Quem abriu e fechou a boca dele e fez ecoar as suas palavras foi ele mesmo. Se ele não gostou do que disse na entrevista sobre o boneco, que corrigisse. Mas não, ele colocou a culpa de suas próprias palavras confusas em mim e achou que devia me processar pela sua confusão ou por ter constatado que seu modo peculiar de pensar é confuso. E a culpa é minha. Aliás, a culpa é sempre dos outros.
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Enfim, ele pode usar as palavras dos outros para criticar e isso o livraria de qualquer juízo de valor. Mas quando alguém faz o mesmo utilizando as suas próprias palavras, então aí, é porque é da oposição ou só está falando mal, ou será processado. Coisa de maluco, não é?
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Um comentário:

Antonio José Rodrigues disse...

A nossa pseudo-democracia, Jair, tem como um dos objetivos, exclusivamente, proteger políticos e engravatados larápios do erário público. Reporte-se a Brasília e aos brasis onde cuecas, meias, camisas e calças servem para esconder o dinheiro abençoado por deuses.