Fotos da apresentação da banda florianense BLOODFIRE:
“É uma Banda de Heavy Metal formada em meados de 2012, pelos Integrantes :
Pontyarelle (Vocal, guitar) , Patrynne (Drums), Carlos (Bass), Breno (Guitar)”.
Procure por “bloodfireband” no
Facebook e conheça melhor a banda.
Tiago Galvão com a blusa Ramones e
Arianne Coutinho muito feliz, sorrindo.
No lado direito da foto vemos a Perluayte Sandes e o marido Igor Marques.
Acima a galera curtindo, avaliando,
interpretando os shows.
Alexandre Barauna e Félix Luz.
Direita / esquerda: Alexandre
Barauna, eu, Hamilton Gondim e Jon Milson Cruz.
Perluayte Sandes, a quem chamo de a “Dama
do Rock de Floriano” por gostar, representar, realizar eventos de Rock, ter
atitude e personalidade para viver o que gosta. É uma honra para mim ela ter
tirado essa foto comigo.
A ditadura antiestética implantada há anos em Floriano que
visa em última instância a estultice da sociedade não deixa de ser também um
meio fácil de ganhar dinheiro à custa da falta de bom gosto quando se trata de arte.
Os mercantilizadores da arte da estupidez enchem os bolsos quase todos os
finais de semana em nossa cidade. Para eles é muito bom. Bom até demais.
Essa falta de bom gosto resulta, principalmente, da ausência
de uma educação de qualidade. No processo educacional todas as dimensões
humanas precisam ser contempladas para que promova a elevação integral da nossa
condição de humano.
Aqui vejo de forma clara, a partir do uso racional dessa
condição, a possibilidade de “nos tornamos versões melhores de nós mesmos” (R.
Rorty).
Pensado nisso como necessário, o governo federal iniciou a
implantação do ensino de música no ensino médio e médio-integrado para que as
pessoas, tendo em mãos as várias possibilidades artísticas, e tendo sido bem
educadas, possam fazer escolhas a partir de um patamar aprazível.
A ideia, a meu ver, é possibilitar a boa escolha. Não escolhe
bem quem não tem conhecimento das opções disponíveis. E por achar que só há
uma, imposta pela ditadura musical, então passa a acreditar fielmente que ela é
a única opção e que é a melhor. Paulo de Tarso disse: “Não faço o bem que
quero, mas o mal que não quero”.
Aplicada ao campo artístico a máxima de Paulo fica assim: a
escolha pelo mau gosto é derivada exatamente da falta de conhecimento. E neste
caso o indivíduo não educado musicalmente escolhe aquela opção que é imposta
pelo meio em que vive (predominando aí os meios de comunicação), pelos
parentes, pelos amigos... e, também, pelo pouco gosto musical que poderia ter
sido elevado através de uma educação completa.
Escolhendo assim, ele não percebe, pela falta de
conhecimento, que é, na maioria das vezes, a pior escolha e que ele, se tivesse
amplo conhecimento, não optaria. Desse modo, ele faz a opção pelo “mal que não
quer”. Ou seja, não opta realmente pelo o que gostaria ou intentaria.
É neste campo – o da falta de educação musical – que reina
soberanamente a ditadura do mau gosto em Floriano há tempos. E vejo na
administração municipal do ex-prefeito, o pior que esta cidade já teve, um dos
fatores mais preocupantes no aprofundamento da ditadura do mau gosto.
Tanto estética como artisticamente ele deu uma contribuição
determinante no desenvolvimento do mau gosto cultural – exatamente por
desconhecer as melhores opções ou por ser um reprodutor consciente (?) do
processo de parvoíce.
Enfeiou a cidade pintando os prédios públicos com sua cor
predileta e que representa seus ideais e práticas políticas, a cor LARANJA.
Trouxe para a nossa cidade o que há de pior no lixo do mau gosto artístico
aprofundando aí o processo de estupidez já em curso.
A educação musical tem o poder de promover o homem e romper
com esse círculo terrível do mau gosto. O pai forma o filho que formará os seus
e, assim, indefinidamente.
Não é que eu tenha uma visão ingênua sobre o papel da
educação na sociedade no sentido de ela poder concertar todos os seus defeitos.
Mas por ser otimista (e consciente) tanto em relação ao ser humano quanto ao
papel que uma educação de qualidade e transformadora pode efetivar na
sociedade. Desde que esse seja mesmo o propósito da sociedade e de seus
governantes que ao lado de outros meios possam seriamente trabalhar no rumo
desse objetivo.
Sendo bem educado musicalmente o aluno poderá fazer a melhor
escolha. Acredito nisso realmente.
Não se trata de doutrinação desse ou daquele estilo musical,
mas de uma educação que o permita conhecer as mais diversas opções e estilos
musicais.
Conversei com alguns professores e músicos e percebi que o
objetivo da lei federal é mais nobre. Um deles, Neiva Filho, mais conhecido por Neivinha,
dentista e músico de Floriano, me disse que o aluno, ao mesmo tempo em que se
educa musicalmente, está apto para o exercício da cidadania, do pensar correto,
do expressar-se bem, e no sentido de escolher melhor.
O atual prefeito de Floriano, Gilberto Junior, tem
desenvolvido atividades para resgatar a educação cultural de nosso povo. O
ex-prefeito praticamente acabou com toda forma de manifestação cultural que já
havia na cidade. Só restou aquela que ele mais utilizou no processo de inabilitação
intelectual: o carnaval.
Saraus de poesias e músicas de qualidade estão sendo
programados e apresentados pela atual administração municipal ou com o seu apoio
direto. Gilberto Junior é advogado e músico amador e tem uma educação musical
de qualidade invejável. Basta avaliar os seus discursos e os artistas por ele
citados. Assim teremos, no atual prefeito, um forte incentivador das
manifestações culturais visando o processo de elevação cultural.
A ditadura musical imposta na cidade tem o seu ícone mais
evidente no “estilo musical” que é resultado de uma deformidade que fizeram no
ritmo de música há muito conhecido por forró. Deu no que deu. Uma só batida e
um só “verso” repetidos exaustivamente até embriagar o mais duro dos cérebros e
torná-lo incapaz de ir além da demência.
Torço pela diversidade e pela educação que promova a melhor
escolha. E só o conhecimento, a meu ver, poderá nos levar a esse objetivo.
P. S (1).: Sábado passado, 08.06.2013., houve um evento
musical na Beira Rio num espaço cultural próximo ao Teatro Maria Bonita. O
estilo musical foi o bom Rock'nRoll. Duas atrações marcaram a noite maravilhosa
de boa música e pessoas interessantes. Pessoas que pensam e agemdaquele jeito que
os Titãs cantam na música “Bom gosto”: “Prefiro não pensar igual, igual a você
pensa / Por que ficar igual, igual às latas na dispensa?”
Gostar de Rock'nRoll é gostar de um estilo musical que
expressa também uma estética que mostra claramente que quem gosta de Rock'nRoll
não se sente obrigado a ser visto como uma lata de conservas igual ao que se vê
em supermercados e dispensas lotadas delas. Todas iguais. Sendo assim, sem
identidade, todas são despersonalizadas e mergulhadas num caldo medíocre, sem
sal e sem gosto onde o resultado é uma gororoba arrepiante e nojenta.
Gostar de Rock'nRoll é mostrar que além de bom gosto musical
a pessoa tem identidade própria e sua estética anuncia a sua capacidade de ir
além das ações e posições de “latas na dispensa”.
O que Neivinha me falou – ele não concorda com minha posição
dura em relação à crítica que faço e gosta de outros estilos musicais
também,pois no seu consultório os pacientes são acalmados com boa música onde
ouve-se Beatles, MPB, Pop e outros – é que a educação melhora a capacidade das
pessoas veem o mundo ao seu redor. O que isso pode nos trazer de bom? A capacidade
de escolher melhor do que quem não conhece.
Quem gosta de Rock'nRoll, no geral, são pessoas interessantes
para se conversar, pensam de modo lógico, se interessam pela vida da cidade.
Pois não é uma pessoa sem identidade, despersonalizada que é incapaz de ir,
numa conversa, além de um “hoje o dia está quente”.
Gostar de Rock'nRoll significa que a pessoa foi capaz de
fugir do terrível círculo do mau gosto.
Rock'nRoll é uma maneira de dizer não à mesmice burra e de
muito mau gosto que forçosamente predomina.
Por fim, o Rock'nRoll não é o melhor estilo musical do mundo.
Mas com certeza não é algo tosco e emburrecedor como esses “forrós”
domingueiros.
Porém, vive ladifférence. Só que a diferença favorece a quem
pensa melhor, pois aproveita melhor a vida e o mundo.
“... Faça tudo ao seu gosto / Que eu sigo a minha linha / Fique
com seu bom gosto / Seu jeito, seu estilo / Mesmo que seja o oposto / daquilo
que eu prefiro / Fique com seu gosto / Que eu vou ficar com o meu...”, senhores
adeptos da ditadura do mau gosto.
P. S. (2): Minha primeira filha ao completar quinze anos
começou a sair com as amigas dela, ir a festas aqui em Floriano. Um pouco mais
de um mês depois notei que ela não estava mais indo às festas. Perguntei por
quê? Ela me respondeu: “Não vou mais não, pai. Lá só se ouve essa coisa de
“forro””. Mas passado algum tempo ela voltou a ir às festas. Perguntei de novo
por quê? “Se eu não for, não poderei mais conviver socialmente com asamigas”.
Por ter conhecido outras opções musicais ela pode ver o que
era melhor para si. Já nessa época ela sabia o que havia de bom e de ruim entre
os vários estilos musicais. Mas tinha de conviver socialmente. Então por culpa
da ditadura do mau gosto tinha de suportar aquilo. Pelo menos nas festas.
Sábado passado levei minha segunda filha ao evento de Rock'nRoll
e ela adorou o que ouviu e viu. Disse, depois, que tá louca para completar
quinze anos e adquirir a liberdade de ir lá com as amigas.
Fiz pelo menos uma coisa boa na vida.
Um comentário:
Pois é... Também me cansei de ouvir a mesma coisa em Floriano, por isso não saio muito em shows na cidade. Eu quero mais, muito mais... Cansei dessa coisa bonitinha que pintam, eu quero o falho, o feio, o torto...
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