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quinta-feira, 20 de junho de 2013

“O SONO DA RAZÃO GERA MONSTROS”.



Cartaz que declara a ignorância fundamental de grande parte dos manifestantes. Basta ler no quadro abaixo e a resposta será facilmente respondida a partir do entendimento que o sistema econômico e social restringe pelas suas próprias leis, criadas com esta finalidade, a aplicação dos recursos da nação naquilo que deveria ser importante e urgente, as pessoas mais necessitadas, mas que ficam concentrados nas mãos daqueles que mandam neste país desde a sua fundação, a elite social, econômica e cultural. 



Muitos manifestantes estão juntando algumas reclamações sem nexo entre si e que se põem quase sempre como sendo um libelo a favor de uma classe social e seus interesses, mas não entendem que eles, manifestantes, não fazem parte da classe social para a qual estão carregando tais bandeiras.

É que as elites econômicas, culturais e sociais empurraram as suas bandeiras e seus interesses junto aos problemas a ser reclamados pelo povo que está nas ruas. O povo possui uma pauta extensa a ser reivindicada. Isso é muito bom. Não! Isso é maravilhoso.

Quando uma sociedade fica paralisada diante de sua realidade e diante dos seus problemas está, até sem mesmo querer, chancelando o status quo, ou seja, dizendo que está tudo bem e que tudo deve continuar como está.

Se os governantes estão envolvidos, mergulhados nos problemas e nos erros e deixa a própria população perceber que os problemas e os erros estão atrapalhando a vida dela, então chega a hora de o povo ir às ruas.

Uma sociedade só segue em frente se as pessoas entenderem que devem conhecer a realidade na qual estão situadas, e conhecendo verdadeiramente, lutarem para torná-la melhor. É por isso que as autoridades - presidente, senadores, deputados, prefeitos, vereadores, magistrados... – devem agir pela adequação de suas ações com as reivindicações.

O descompasso leva à insatisfação. Por isso, partindo de onde se encontram no espectro socioeconômico e mesmo não entendendo muito bem essa sua situação, as pessoas sabem que algo deve melhorar. É esse o modo próprio de ser humano. Diante do que existe e sendo um ser dotado da necessidade de continuamente avaliar e reavaliar o que existe (a sua realidade) ele projeta o que deve ser, ou seja, como aquilo o que existe deve ser.

Se as autoridades submersas em problemas e erros esquecem que os cidadãos necessitam continuamente seguir em frente a partir do patamar em que se encontram, então, devem mesmo ser acordadas com gritos e manifestações.

Entre os anos de 2003 e de 2009 cerca de 28 milhões de brasileiros saíram do nível de miséria. Isto significa que políticas públicas fundadas na ideologia que busca resgatar as pessoas em situação de subumanidade e elevá-las a condição menos trágica foram implementadas e eficazmente concretizadas.

Já entre os anos de 2003 e 2011 cerca de 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Isto significa que esse contingente imenso de brasileiros entrou no mercado consumidor passando a participar de um dos indicadores, em nossa sociedade hedonista, da sensação de melhoria da qualidade de vida através do consumo.

Chegando a esse nível minimamente digno de vida e tendo, agora, saciado as suas necessidades mais elementares o ser humano passa a outro patamar.

O que antes era motivo de preocupação implacável e até de sobrevida deixou de sê-los quando as pessoas ascenderam a um patamar superior possibilitado pelas políticas sociais e econômicas do governo federal, que nos períodos citados foram exercidos por Lula e Dilma, tendo em vista o bem-estar das pessoas.

Quando antes se reivindicava o direito de ter no mínimo três refeições diárias, hoje se manifestam pelo direito de possuir plano de saúde privada. Quando antes se lutava pela regularização dos serviços básicos (água e energia) nas favelas, hoje se manifestam por moradias próprias. E por aí vai.

É salutar, portanto, que as pessoas estejam nas ruas lutando por seus direitos, pela garantia da continuidade da melhoria da qualidade de vida e contra os problemas e erros criados pelos os que estão exercendo o poder no país. Além, é claro, é óbvio, de se manifestarem contra os atos de corrupção e desvios do dinheiro público.

Neste aspecto, o que me chama mais a atenção é certo grau de hipocrisia em muitos manifestantes ao empunharem a bandeira contra a corrupção. Não porque não tenham o direito de empunhá-la, mas o que ponho em dúvida é a credibilidade para tal. Sem citar aqueles que nem mesmo sabem em quem votaram nas mais recentes eleições e isto demonstra o grau de seriedade que tais pessoas atribuem à política que agora querem sanear.

Os políticos corruptos, salafrários, do tipo que sempre denunciei aqui em Floriano, não vieram de Marte ou de outro planeta. Eles são oriundos do seio de nossa sociedade. Eles não estão exercendo o poder por tradição ou hereditariedade, mas por terem sido eleitos através do voto livre de muitos que estão, agora, vendo que na política brasileira existe políticos corruptos.

Mas, em todo o caso, quero manifestar a minha adesão total, completa e irrestrita ao desejo de mudanças nas estruturas sociais externado pelas pessoas por meio de vários atos. Apoio as manifestações contra todos aqueles que ingressaram na política partidária apenas com o objetivo pessoal de enriquecer ilicitamente. Pois estes são a maior causa de todos os problemas e males que existem e afligem as pessoas que estão indo às ruas para lutar por melhores condições de vida.

Eu sempre estou aqui a lutar para que as pessoas prestem atenção no que ocorre ao seu redor. Chamo a atenção para os malfeitos praticados por larápios do dinheiro público. Posiciono-me sempre a favor ou contra tais e quais práticas postas a serviço da sociedade. Não fico calado para pegar carona na coragem dos outros.

Sigo sempre no rumo que avalio que nos levará a um futuro melhor, a uma vida digna.


P. S. 1: Um exemplo de causa empunhada pelo povo que está nas ruas e que na verdade representa o anseio de outra classe social que não sofre, e nunca sofreu, com os desmandos que vêm ocorrendo no Brasil desde a sua instituição como país, que são as bandeiras políticas contra o governo trabalhista que está constitucionalmente exercendo o poder. Empunhar a bandeira de luta contra um governo que vem ao longo do tempo empreendendo esforços para que os indicadores sociais, econômicos e culturais sejam aplicados em favor dos mais necessitados é lutar contra si mesmo. Pois do outro lado está a classe social dominante esperando a oportunidade para voltar ao poder político federal e pôr em práticas as suas bandeiras que não são as mesmas daqueles que estão nas ruas.

P. S. 2: Por que não empunhar a bandeira da democratização da mídia? Os manifestantes viram que todo o desenlace das manifestações se deu a partir do incitamento dos poucos grupos midiáticos que monopolizam a informação no país (Globo, Folha, Estadão...) para a polícia de São Paulo, do governo do PSDB, ser dura e barrar as manifestações (clique e leia AQUI editorial da Folha). Outro aspecto, as pessoas criticam a Rede Globo pelo monopólio da informação, mas não se manifestam contra o exercício do monopólio da mídia. Esse povo só teve voz a partir do momento que as manifestações se tornaram incontroladas. Mas até antes de isso acontecer os manifestantes eram tratados por baderneiros. Quem não lembra o Arnaldo Jabor dizendo no Jornal da Globo que os manifestantes “não valiam R$ 0,20"? Então, cadê a bandeira contra o monopólio da grande mídia?


P. S. 3: Muita gente que está se manifestando contra a corrupção não sabe votar, ou vota sem seriedade. Daí elege políticos corruptos. Essas pessoas estão mostrando grande indignação nas ruas, mas nas urnas se comportam do mesmo jeito daqueles que estão se manifestando contra. Ou seja, vendem seus votos e depois querem cobrar honestidade daquele político que comprou. Pessoas assim não têm credibilidade para lutar contra a corrupção.  



Um comentário:

Anônimo disse...

Que texto maravilhoso... A mais pura verdade...O Brasileiro fala dos políticos corruptos, mas se receber umo troco a mais não devolve pro dono da quitanda. Valeu professor!