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sexta-feira, 14 de junho de 2013

I SARART DO ESPAÇO CULTURAL CHRISTINO CASTRO.




No dia 21.06.2013. acontecerá o I SARART do Espaço Cultural Christino Castro. Será às 19h:30 e contará com a participação de poetas e músicos. O sarau tem o apoio da Fundac, da Prefeitura Municipal de Floriano, da Prodart e outros que juntos possibilitaram a realização do evento.

A organização se deu a partir do envolvimento determinante do Espaço Cultural Christino Castro, da Alberartes e do professor Chico Mário Feitosa.
Serei um dos poetas convidados e participarei com muito orgulho, pois sinto que algo novo já começou a acontecer em nossa cidade também no campo cultural.

A estética é um dos aspectos mais determinantes no processo de humanização. É através da arte que podemos caminhar no rumo de nos tornamos seres melhores. E também é pela arte que podemos suportar a dureza da vida, como sugere Nietzsche.

Com a arte podemos encontrar o belo na vida. O belo envolve e cativa a atenção do homem para outros espaços onde ele pode encontrar caminhos melhores para seguir adiante. Para isso é necessário fazer escolhas.

Nietzsche, Filósofo e Filólogo, disse que a palavra ‘homem’ significa “aquele que avalia” (Citado por D. Saviani). Sendo um ser inserido num contexto e que precisa conhecê-lo para poder viver, então o homem tem de agir e essa ação o leva às escolhas. Para escolher necessita ter liberdade e conhecimento e as escolhas são sempre pautadas em seus valores e objetivos.

Portanto, o homem para viver bem necessita conhecer para poder escolher bem. Escolher para poder viver. O homem, assim, precisa valorizar o local onde encontra-se inserido, o ambiente em que vive, pois dele precisa tirar aquilo que lhe possibilita a vida. Desse modo, ele tem de valorizar a água, a flora, a fauna... e tudo o que torna a sua vida possível. Ressaltando que o próprio viver já é algo valorizado e resulta também dos instintos, instintos de querer viver. E acrescento mais, querer viver bem, melhor.

Ora, se como disse Nietzsche, o homem necessita da arte para viver melhor, ou fazer da vida algo suportável, nada mais claro para ele, ou deveria ser, que precisa valorizar a arte. Desse jeito, escolhendo a música, a pintura, a poesia, o teatro... como formas de arte, reflete o seu nível de informação e formação, ou seja, o quanto ele é um sujeito mais elevado do que aquele que não consegue enxergar alguma serventia na arte e por isso não consegue atribuir-lhe algum valor.

Temos aí, portanto, dois tipos de homem. Aquele que tem a vida como algo importante e entende que deve ser vivida da melhor forma possível e, por isso, é um homem elevado, educado, consciente e valorizador da vida.

E o outro tipo, que é tosco, ignorante, incapaz de entender que pode fazer escolhas melhores para que a vida seja vivida de forma mais edificante, e assim, por ser ignorante pensa a partir de sua certeza ignara e arrogante, pois os ignorantes são audaciosos*, que basta agir de modo “natural”, e não cultural, para que a vida possa valer a pena.

Este segundo tipo de homem é pobre. Pobre de espírito instintivo e cultural. É limitado pela sua obstinação por uma vida sem significado. Se não tem significado não faz sentido valorizá-la. Se não lhe atribui valor não faz as escolhas corretas. Se não escolhe corretamente significa que não se importa que a vida seja dura e dolorida. Se ignora que age sempre escolhendo a pior opção conclui-se que a arte, para ele, não tem valor.
      
Se há dentro do homem o instinto que luta pela autopreservação como instinto que luta pela vida e se a arte possibilita ao homem permanecer vivendo, então ele tem de valorizar a arte como meio para a existência. Ou no mínimo, viver melhor.

Os homens bem escolarizados e inteligentes sabem disso e tratam a vida como um bem valioso. Como algo que deve ser melhorado sempre. Por isso suas ações refletem seus valores, princípios, sua moral, enfim. Os mal escolarizados fazem da vida um fardo a ser carregado apesar da vontade instintiva de viver**. Empobrecem o ato de viver e valorizar.

A participação do atual prefeito de Floriano, Gilberto Junior, tanto através do apoio institucional e da presença no SARART, torna o evento um palco de demonstração de valorização da arte e da vida.

E a nossa cidade está carente dessa valorização visto que o ex-prefeito, um autêntico pobre homem, destruiu, em oito anos de arrogância ignara, as principais manifestações culturais do nosso povo. Esse povo que tanto valoriza a vida e declara isso através de seu encanto pela arte. Mas que o ex-prefeito, o mais incompetente que Floriano já teve, fez questão de não permitir que o povo florianense expressasse o seu amor pela vida através de suas manifestações artísticas.

Porém a sua infeliz passagem pelo poder está registrada onde ele fez questão, consequência do seu desprezo pela arte, de ter um lugar de honra, na lata de lixo da história.

Mas agora voltaremos a expressar o desejo de viver melhor por meio da arte, da música, da poesia, do teatro, das quadrilhas juninas, dos saraus, das oficinas de pinturas, dos reisados, do carnaval... Mesmo que o pobre homem olhe para tudo isso e não consiga entender porque as pessoas se sentem felizes assim.

Chora pobre homem, chora.


* Como já disse o ex-senador Mão Santa que “a ignorância é audaciosa”.

** O sentido aqui circunscreve à noção de Spinoza como sendo um princípio de autopreservação e aprimoramento.



P. S.: Ah, restou dizer que meus textos são meus. Quando publico algo que não tenha sido escrito por mim eu cito a fonte, ou o autor. Do contrário eu estaria cometendo um crime grave e fácil de ser detectado. Basta colocar partes do texto no Google e mandar pesquisar. Quem copia textos, ou partes de textos de outros autores e passar a assiná-los como sendo seus comete um crime punível pela lei, além de ser vergonhoso, baixo e bastante revelador dos princípios dessa pessoa. 



Um comentário:

Chico Mário Feitosa disse...

Olá Jair,
Sinto que um novo tempo começa sim como vc fala e isso é bom, muito bom. Parabéns pelas poesias, um dia a gente consegue teatralizar as nossas e apresentar como gente grande. Já pensou? Eu sim.
Abcs,