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Ontem fiquei triste com a notícia do falecimento de MARIA DA GUIA (30/05/1963-24/01/2011). Pessoa alegre e brincalhona tinha bom humor e a capacidade de contaminar as outras pessoas. Sempre com o ar de disposta e pronta a agir cumprimentava a todos sorrindo.
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As vezes eu sorria de suas histórias sem demonstrar que eu estava em mente com uma coisa diferente. Enquanto ela falava eu me perguntava como ela poderia ser um pouco nietzscheana sem saber o que isto significava.
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Ela dizia sim à vida. Ela vivia aquilo que fazia de sua vida algo melhor, mesmo diante de algumas circunstância adversas. Não tinha o medo ou a vergonha imposta pela moral cristã que transforma as nossas vidas dizendo não a tudo, ou quase tudo. Quando desejamos algo, queremos algo que nos fará feliz logo vem a moral cristã e diz que é pecado.
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Eu via nas histórias que a MARIA contava aquilo que a fez dizer sim à vida. E eu sorria mais disso (mesmo ela sendo cristã) do que das próprias histórias. Toda vez que ela me via na Rua 7 gritava lá da Galeria: "Meu vereador". E eu falava que nunca tinha sido e nem era vereador, mas ela não perdia a graça e dizia, "mas vai ser sempre, para mim, o meu vereador". Ela sabia como cativar aqueles de quem gostava.
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Por tudo isso é que fiquei muito triste. E só fico triste com a morte das pessoas que realmente gosto. Fui ao seu enterro e chorei. A coisa mais difícil do mundo é eu chorar pela morte de alguém. Mas a MARIA me colocou de novo diante desse sentimento. Eu gostava dela, mas não sabia que poderia chorar pela sua morte. Eu que gosto tanto de sorrir me vi triste e chorando, talvez se ela me visse assim fizesse troça de mim. Como ela sabia fazer com muito humor.
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Na foto acima podemos vê-la em duas situações: A primeira num dia qualquer quando eu conversava com ela e pedi para fotografá-la. A segunda (esquerda/direita) vemos sua amiga MARIA DE JESUS, a professora e prima dela EDMILSA SANTANA e ela. EDMILSA diz que MARIA era o seu braço direito, a sua amiga de todas as horas.
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Deixou esposo e filhos. Certamente a sua espirituosidade quando nos fazia alegres nos fará lembrar sem tristeza de sua vida marcante, afirmativa.
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8 comentários:
Fiquei muito triste ao saber da morte da morte da Maria. Escrevo para manifestar à sua família minhas mais sinceras condolências.Todos nos lembraremos dela como uma pessoa sempre disposta a ajudar lamento imensamente a perda dessa figurassa.A sua memória estará sempre presente e será sempre recordada pela pessoa que foi e por aquilo que fez. Neste momento de tristíssima dor e comoção quero enviar, a toda a família da Maria,o meu sincero apoio e solidariedade.
“Só choramos quem conhecemos”
“Viver é uma etapa”.
Larissa Reis
Prezado Jair,
O seu Texto, também, reflete o que eu sentia pela Maria. Maria simples como tantas outras Marias. Mas, uma Maria que se integrou às nossas vidas pela intimidade que adquiriu de todos nós. A sua partida levou-me a uma reflexão sobre uma célebre frase de Mário Quintana, com a qual concordo na sua plenitude: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." Pois, a vida é tão boa! Não quero ir embora...
Mas, Cecília Meireles sentia algo parecido, como relatamos a seguir: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto...”
Mas Jair, já pensei muito no morrer. É que imagino que o morrer pode vir acompanhado de dores, de humilhações, de aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo. Pode ainda vir acompanhado da solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom mesmo seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio às visões de beleza.
Contudo, já nesta idade, eu posso concluir que o Professor Bernardo, um dos que que me ensinou a gostar de Matemática lá no Colégio Lourenço Filho, em Fortaleza, estava mais do que certo quando dizia que “a literatura tem o poder de ressuscitar os mortos”. Albert Schweitzer, teólogo, músico, filósofo e médico alemão, dizia que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas, afinal o que é vida?
Assim, diz a escritura sagrada: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". Lembrei-me do cantor Sílvio Brito! Porém, acredito que a morte e a vida não são contrárias. Até deduzo que são irmãs ou coisa parecida. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir.
Maria do Fã! A morte te libertou do sofrimento e nos deixou a saudade...
Airton Freitas Feitosa
Olá Larissa.
Concordo com você e sabemos que a humildade dela revelava um sentimento de empatia convincente.
Um abraço e obrigado por comentar.
Jair Feitosa.
Olá Airton.
Gostei muito do seu comentário. Revelador de outra dimensão (que não apenas a técnica) de você. Fiquei orgulhoso.
Não dá para corrigir o comentário sem alterá-lo. Mas basta dizer que o costume mostra que o nome do marido da Maria é Fan.
Obrigado por comentar.
Jair Feitosa.
Quero aqui desejar uma feliz morada na casa do PAI para minha eterna amiga Maria do Fá, falar da Maria no momento é um pouco complicado, por que nos falta palavras principalmente quando olhamos para nossa mâe Dona Socorro que convive com tal doença.
Do seu amigo "NEGO EL"
Assim ela me chamava.
.Hélio da rua
Olá Hélio.
Certamente a Maria foi uma pessoa marcante. Sorrimos muito com as histórias dela.
Quanto a D. Socorro estamos torcendo para que tudo dê certo. Ela é uma daquelas pessoas com as quais merecemos desfrutar por muitos e longos anos de sua convivência.
Um abraço.
Jair Feitosa.
Êh, Jair! Nossa Maria foi. mas, em nossas mentes sua lembrança permanecerá sempre. Nós estamos sofrendo horrores com sua partida e te agradecemos de coração essa homenagem feita por vc. Isso prova que Maria assim como vc. a descreveu está feliz lá com os anjos,pois sua ingenuidade,despojamenteo e alegria fazia com que a amassemos muito. Tenho também várias historias da Maria, que revivo a cada segundo e mesmo com a dor , impossivel deixar de rir. E eu quero lembra-la sempre na data em que Floriano fez 100 anos. Ela chega a mim muito faceira e diz. êh cunhada ,me dá um dinheiro pra eu ir as festividades no cais,pois Floriano hj. faz 100 anos e no outro ano 200 e eu dentro. Êh Maria. Vou te lembrar 100 anos e 200 anos se assim viver por várias gerações.Muitas saudades minha irmazona.
Edmilsa Santana
Olá Edimilsa.
Foi muito legal escrever o que escrevi sobre a Maria. Nós tínhamos uma amizade bem clara. Toda vez que nos encontrávamos nos abraçávamos e eu dizia como era bom estar ali com ela.
Sei que era divertida na sua simplicidade e na sua alegria de dizer o que pensava.
Um abraço.
Jair Feitosa.
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