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terça-feira, 15 de junho de 2010

O LEILÃO ESTÁ PRÓXIMO.

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Estamos mais próximos de derrubar de vez o argumento hipócrita e pouco inteligente de parte das pessoas que são contra a construção da Barragem Cachoeira no povoado Manga (PI). Essa parte a que me refiro diz que não se pode desalojar as pessoas que moram à beira do rio Parnaíba porque as mesmas tem lá as suas raízes fincadas, a sua cultura e seus familiares.
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A pouca inteligência e hipocrisia a que me refiro é que em vista da necessidade da construção da barragem para a geração de energia elétrica que irá beneficiar milhões de pessoas estão utilizando o argumento que essas perderão parte de suas vidas porque seriam "arrancadas do lugar onde nasceram". Pois basta avaliar as condições em que essas pessoas vivem para se depararem diante da miséria quase absoluta e que não dá as mínimas condições de se ter uma vida com dignidade em todos os aspectos fundamentais para isso.
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Então alguns "antropólogos da miséria alheia" dizem que eles não podem ter as suas vidas modificadas. Se negativarmos esse argumento veremos que o que se diz é que eles devem ficar lá na miséria para manterem-se fiéis às suas raízes. Raízes da miséria? É isso? Porque as empresas que irão construir a barragem tem o dever legal e moral de deslocar as pessoas e possibilitar-lhes casa, água potável, saneamento básico, escolas, documento de propriedade do terreno, entre outros benefícios.
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O progresso vem com as suas tendências que fazem surgir coisas boas e outras nem tanto. Mas a justiça existe é para isso. Os "antropólogos da miséria alheia" argumentam como os coronéis da política arcaica que criam dificuldades para vender facilidades aos miseráveis. Então, os matêm na miséria para depois irem lá para "cuidar" da miséria buscando obter benefícios individuais.
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Desse modo, os "antropólogos da miséria alheia" terão de lidar, muito brevemente, com o leilão que apontará qual consórcio irá construir a barragem Cachoeira, e, também, a de Ribeiro Gonçalves. Será dia 30/07/2010. Vamos aguardar, então.
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5 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

Às vezes, Jair, a gente fica até com vergonha de ser piauiense, pois os profetas da ignorância pregam tantas "ideias" idiotas como se estivéssemos vivendo na idade da pedra lascada. E bote lascada nisso! Só porque o indivíduo articula palavras sem pensar já se acha um intelectual. Manda esses "profetas" viverem encravados e esquecidos politicamente pelo poder público nos buracos em que essas pessoas que serão beneficiadas com a barragem vivem para saber se eles estavam interessados em raízes infrutíferas ou em sobreviver com mais dignidade. Digo mais, quem não aceitar o acordo de remoção, vai perder a questão: não receberá nada, pois os processos judiciais se arrastarão por um tempo indefinido. Morrerão e não verão a solução dos processos, como acontece com quem não fez acordo na época da construção de Boa Esperança.

Chico Mário Feitosa disse...

É, concordo contigo nesse aspecto, mas tenho várias questões em mente que ninguem ainda conseguiu me esclarecer: 1) Pra onde vai essa energia produzida por essas 5 barragens propostas? 2) Qual a real contribuição desse conjunto de UHE's para o estado? 3) O custo/beneficio desses impactos será positivo, a curto e longo prazos? Depois, os poucos estudos de levantamentos de fauna e flora, além de aspectos ecológicos examinados não me inspiram muita confiança e segurança. Será que os bichos migradores (p.e. alguns grandes bagres endêmicos) terão medidas mitigatórias ou compensatórias? Pode até estar no papel, mas duvido muito, infelizmente. É só lembrarmos da eclusa fantasma de Boa Esperança. Contudo, botar mais 5 barragens num rio que tem sua bacia de drenagem fortemente impactada não vai mudar mais nada a realidade. Vamos só acabar de aterrar a calha do rio, só isso. No máximo extinguir um ou outro bicho... Ningém se importa com isso.

Anônimo disse...

Jair,

Não temos dúvidas de que os rios são as principais fontes de obtenção de água para o abastecimento das pessoas e, também, dos animais. É deles que retiramos a água que usamos para beber, lavar, irrigar, cozinhar, higiene pessoal, dentre outras aplicações importantes.
Não obstante, a produção de energia elétrica por meio das Usinas Hidrelétricas é outra importante contribuição dos rios. Pois, a utilização dos rios na geração de energia ocorre com a construção de Usinas Hidrelétricas em determinados trechos de seu curso.
Porém, nem todos os rios são propícios a abrigar Usinas Hidrelétricas, isso porque é necessária a existência de desníveis, fator que favorece a implantação de quedas artificiais. Por essa razão, os rios escolhidos para serem usados como força hidráulica nas Usinas são aqueles que cortam áreas de relevo do tipo planalto, com superfície acidentada. É o caso da Usina Cachoeira a ser construída no Rio Parnaíba.
Por último, dizerle que o seu exto nos conduz a uma profunda reflexão sobre esta temática.

Airton Freitas Feitosa
Engenheiro Eletricista

Anônimo disse...

Meus comentários não tratam de questões técnicas e ambientais. Não, não me meto aí, pois não conheço. O que faço é apontar o aspecto ideológico mal disfarçado daqueles que não têm como argumentar lealmente acerca do tema posto.

Agora, sobre peixes, meu caríssimo Chico Mário, não posso dizer nada. Até gostaria, mas o mestrando aqui é você. Então jogo a bola pra você. Viu?

Um abração.

Jair Feitosa.

Chico Mário Feitosa disse...

Caro Jair,
Obrigado por ter aberto o espaço do seu blogue para essa questão tão relevante, que certamente vai mudar significativamente a realidade nas cinco localidades onde as UHE's serão construídas.
Primeiro, só quero deixar claro que não sou contra o desenvolvimento da região, tanto que estou preocupado e também desejo contribuir com esse processo. Mas, no meu entender, o progresso é algo que deve ser planejado com muita cautela, pois diversos aspectos (etnicos, geológicos, biológicos, etc e tal) devem ser respeitados. Aquela velha história de que "alguém tem que perder" para justificar um impacto, as vezes sem precedentes, não cabe mais atualmente, creio eu.
Só entendo que deveria ter havido discussões mais aprofundadas sobre o assunto, pois tenho a impressão de uma "decisão verticalizada". Pra você ter uma idéia do que falo, existem outras maneiras, menos impactantes de se gerar energia elétrica utilizando também a força das águas dos rios, inclusive levando em consideração a vida útil do empreendimento. Será que os interessados na obra levaram em consideração as outras opções? Sinceramente, tenho bastante receio quanto a eficiencia energética de tais empreendimentos.