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Não posso mais, hoje em dia, escrever sobre o dia dos namorados. É que casei e passou o tempo de namoradas. Bons tempos aqueles. Mas deixo aqui com vocês um texto do Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR. sobre a origem desse dia e sobre os motivos de comemorações. Boa leitura e aproveite para comprar um presente para a sua/seu namorada(o). Pelo menos casar tem uma vantagem: a gente não tem mais de gastar esse dinheiro.
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NAMORADOS
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O Dia dos Namorados no Brasil é 12 de junho. É uma véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. Mas não pense você que o nosso Dia dos Namorados tem alguma coisa a ver com ele ou mesmo com o amor.
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Não há no Brasil um motivo histórico especial para a criação do Dia dos Namorados. Na pátria do mundo dos negócios, os Estados Unidos, o dia dos namorados se chama “Valentine’s day”, e tem a ver com San Valentine. No Brasil, o Dia dos Namorados foi criado segundo um objetivo exclusivamente comercial. Nossa data foi introduzida pelo publicitário João Dória em 1949. Ele era da então Agência Standard de Propaganda. O que fez foi inventar o Dia dos Namorados por causa de uma encomenda das lojas Clipper à Standard, no sentido de criar uma boa campanha publicitária. Por tal feito, a Standard ganhou um prêmio. Mas tudo poderia ter ficado por aí. Todavia, a data “pegou” mesmo porque a Confederação do Comércio de São Paulo colocou o dia 12 do mês de junho, uma época de baixa nas vendas, em seu calendário. O slogan era: “nem só de beijos vive o amor”. A idéia é que o amor fosse, digamos, demonstrado: que se comprasse algo para o parceiro amoroso.
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É irônico, não? O Dia dos Namorados tipicamente capitalista é … brasileiro! E é paulistano.
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Nos Estados Unidos, a data tem a ver com a história de Valentine, e tem uma relação pouco amistosa com o comércio. Nessa data não é de bom tom dar presentes, exceto chocolates e rosas. Além disso, nesse dia o comércio fecha e não há viva alma nas ruas, em bom número de cidades. Guarda-se efetivamente o Valentine’s Day.
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Mas, afinal, quem foi Valentine?
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Ele viveu no Império Romano, sob a época de Claudius. Foi uma época em que os romanos não estavam muito motivados a se inscrever no Exército. Os homens pareciam não querer deixar suas esposas em casa, e muito menos deixá-las viúvas por conta de irem para as guerras. Para o Império, isso não era boa coisa. Então, Claudius resolveu tomar uma medida radical – meio maluca por sinal. Proibiu todos de se casarem. Verdade! Sabe o que aconteceu? Não sabe? Ora, é fácil adivinhar.
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Os jovens acharam aquilo muito cruel. Mas Valentine achou aquilo não só cruel, mas terrível para ele próprio, que era sacerdote. Seu trabalho diário era casar as pessoas. Valentine adorava o seu trabalho e, então, passou a casar as pessoas secretamente. A grande subversão da época se tornou a atividade de casar em lugares muito escondidos. Sem convidados, é claro. Uma cerimônia que tinha de ser feita em muito silêncio. Um casamento de sussurros. Romântico? É, talvez, mas verdadeiramente perigoso.
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Valentine casou um bocado de gente às escondidas, mas bastou um dia sem sorte e … pimba! Valentine foi descoberto. Os noivos que ele abençoava no momento conseguiram escapar, mas sua prisão foi fácil. Os soldados o levaram. Ele foi julgado e sua pena foi a máxima: morte. Mas aí aconteceu o que o tinha de acontecer, para nós que acreditamos no amor: as pessoas começaram a querer visitar Valentine, a entregar flores pela janela do calabouço. Mandavam bilhetes também. A notícia de sua prisão se espalhou, e muitos iam ter com ele nas janelas da prisão.
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Foi então que a filha de um dos guardas da prisão quis ver Valentine pessoalmente, lá na cela. Seu pai conseguiu um modo disso acontecer. Eles passaram horas conversando na cela. E isso se repetiu muitas vezes. Valentine suportou a prisão graças a isso. No dia da sua execução, Valentine deixou com um amigo um bilhete para a moça: “Amor, de seu Valentine”. Ele foi executado em 14 de fevereiro de 264 da Era Cristã. Mas o seu gesto de entregar um bilhete dizendo “amor” se tornou um símbolo. Trocar bilhetes, palavras e objetos seguidos de declarações de amor se tornou uma prática rápida em Roma. Foi o modo que a população mostrou a Claudius que ele não podia impedir as pessoas de se amarem, e ao mesmo tempo foi o reconhecimento de todos ao que Valentine representou.
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Comemore o Dias dos Namorados no dia 12 mesmo, como é posto no Brasil. Mas faça isso sob o espírito americano, celebrando o amor que se faz sob quaisquer circunstâncias. Não é preciso muito heroísmo. Mande seu bilhete “Amor, de seu Valentine” e então deixe rolar – não se esqueça que, como dizia Rita Lee, amor sem sexo é amizade. Caso não saiba fazer sexo direito, aprenda antes de sábado à tarde! Boa sorte.
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O Dia dos Namorados no Brasil é 12 de junho. É uma véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro. Mas não pense você que o nosso Dia dos Namorados tem alguma coisa a ver com ele ou mesmo com o amor.
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Não há no Brasil um motivo histórico especial para a criação do Dia dos Namorados. Na pátria do mundo dos negócios, os Estados Unidos, o dia dos namorados se chama “Valentine’s day”, e tem a ver com San Valentine. No Brasil, o Dia dos Namorados foi criado segundo um objetivo exclusivamente comercial. Nossa data foi introduzida pelo publicitário João Dória em 1949. Ele era da então Agência Standard de Propaganda. O que fez foi inventar o Dia dos Namorados por causa de uma encomenda das lojas Clipper à Standard, no sentido de criar uma boa campanha publicitária. Por tal feito, a Standard ganhou um prêmio. Mas tudo poderia ter ficado por aí. Todavia, a data “pegou” mesmo porque a Confederação do Comércio de São Paulo colocou o dia 12 do mês de junho, uma época de baixa nas vendas, em seu calendário. O slogan era: “nem só de beijos vive o amor”. A idéia é que o amor fosse, digamos, demonstrado: que se comprasse algo para o parceiro amoroso.
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É irônico, não? O Dia dos Namorados tipicamente capitalista é … brasileiro! E é paulistano.
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Nos Estados Unidos, a data tem a ver com a história de Valentine, e tem uma relação pouco amistosa com o comércio. Nessa data não é de bom tom dar presentes, exceto chocolates e rosas. Além disso, nesse dia o comércio fecha e não há viva alma nas ruas, em bom número de cidades. Guarda-se efetivamente o Valentine’s Day.
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Mas, afinal, quem foi Valentine?
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Ele viveu no Império Romano, sob a época de Claudius. Foi uma época em que os romanos não estavam muito motivados a se inscrever no Exército. Os homens pareciam não querer deixar suas esposas em casa, e muito menos deixá-las viúvas por conta de irem para as guerras. Para o Império, isso não era boa coisa. Então, Claudius resolveu tomar uma medida radical – meio maluca por sinal. Proibiu todos de se casarem. Verdade! Sabe o que aconteceu? Não sabe? Ora, é fácil adivinhar.
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Os jovens acharam aquilo muito cruel. Mas Valentine achou aquilo não só cruel, mas terrível para ele próprio, que era sacerdote. Seu trabalho diário era casar as pessoas. Valentine adorava o seu trabalho e, então, passou a casar as pessoas secretamente. A grande subversão da época se tornou a atividade de casar em lugares muito escondidos. Sem convidados, é claro. Uma cerimônia que tinha de ser feita em muito silêncio. Um casamento de sussurros. Romântico? É, talvez, mas verdadeiramente perigoso.
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Valentine casou um bocado de gente às escondidas, mas bastou um dia sem sorte e … pimba! Valentine foi descoberto. Os noivos que ele abençoava no momento conseguiram escapar, mas sua prisão foi fácil. Os soldados o levaram. Ele foi julgado e sua pena foi a máxima: morte. Mas aí aconteceu o que o tinha de acontecer, para nós que acreditamos no amor: as pessoas começaram a querer visitar Valentine, a entregar flores pela janela do calabouço. Mandavam bilhetes também. A notícia de sua prisão se espalhou, e muitos iam ter com ele nas janelas da prisão.
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Foi então que a filha de um dos guardas da prisão quis ver Valentine pessoalmente, lá na cela. Seu pai conseguiu um modo disso acontecer. Eles passaram horas conversando na cela. E isso se repetiu muitas vezes. Valentine suportou a prisão graças a isso. No dia da sua execução, Valentine deixou com um amigo um bilhete para a moça: “Amor, de seu Valentine”. Ele foi executado em 14 de fevereiro de 264 da Era Cristã. Mas o seu gesto de entregar um bilhete dizendo “amor” se tornou um símbolo. Trocar bilhetes, palavras e objetos seguidos de declarações de amor se tornou uma prática rápida em Roma. Foi o modo que a população mostrou a Claudius que ele não podia impedir as pessoas de se amarem, e ao mesmo tempo foi o reconhecimento de todos ao que Valentine representou.
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Comemore o Dias dos Namorados no dia 12 mesmo, como é posto no Brasil. Mas faça isso sob o espírito americano, celebrando o amor que se faz sob quaisquer circunstâncias. Não é preciso muito heroísmo. Mande seu bilhete “Amor, de seu Valentine” e então deixe rolar – não se esqueça que, como dizia Rita Lee, amor sem sexo é amizade. Caso não saiba fazer sexo direito, aprenda antes de sábado à tarde! Boa sorte.
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Autor desse texto:
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© 2010 PAULO GHIRALDELLI JR., filósofo, escritor e professor da UFRRJ.
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09/06/2010
© 2010 PAULO GHIRALDELLI JR., filósofo, escritor e professor da UFRRJ.
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09/06/2010
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Um comentário:
E TU NO NAMORA A TUA ESPOSA NÃO? JUMENTO
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