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Foto da "inauguração" da reforma do estádio Tiberão (futuro LARANJÃO). Copiada do portal www.reporteramarelinho.com.br. Ilustra o espetáculo da democracia burguesa. Só estou sentindo falta da camisa laranja do prefeito. Que pena.
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A política pré–moderna era praticada e exibida através de espetáculos. O rei tinha que convencer os súditos da necessidade – para ambos – de ele ser rei, de comandar, de governar. E a justificação era feita com espetáculos onde o rei demonstrava as suas habilidades. Então, a política do espetáculo era a demonstração das habilidades do rei. Só que o espetáculo não era interativo, o rei era o espetáculo das habilidades e os súditos eram os aprendizes dessas habilidades.
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O rei desejava comandar um povo e nada mais óbvio do que ensinar aos súditos o que fazer e como fazer. Aqueles que participavam do espetáculo se tornavam multiplicadores dos ensinamentos do rei para o povo.
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Que habilidades deveria ter um rei? Segundo o Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR., ele deveria saber dançar, lutar, ter bons modos (etiqueta). É fácil inferir do que foi dito acima que numa época em que só a nobreza tinha acesso a essa lustração, então adquirir tais habilidades era a chave do convencimento. O rei absolutista não tinha que justificar o seu governo com obras, ele era um ser superior (eram até ungidos pelos representantes de Deus aqui na terra) e isto bastava para todos.
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A política moderna tem outras bases. O espetáculo continua, mas o conteúdo e a forma foram modificados. Vivemos agora numa democracia burguesa e o governante tem que ser legitimado pelo voto. Mas como tudo na democracia burguesa se transforma num sistema de troca, então a legitimidade do governante é trocada pelas obras que realiza. É como quem diz: “Você me dá o voto e eu te dou as obras”.
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O espetáculo não está mais centrado nas habilidades do governante. Aliás, ele não mais precisa ter habilidade nenhuma, precisa apenas devolver aos governados a confiança na sua legitimação realizando as obras que ele (povo) necessita. E também há interatividade com a sociedade como um todo. Ou seja, na política moderna todos participam do espetáculo, seja porque foi à uma inauguração, seja porque viu na TV ou leu em algum lugar. É diferente da época do rei e sua exibição pedagógica restrita de suas habilidades.
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Não importa quem botou a mão na massa e fez a obra. Não importa também se ela foi feita com o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos. Não. Não interessa. O que é preciso notar é o espetáculo da inauguração da obra e sua entrega ao povo. Isto é fundamental, pois é nesta ocasião que o governante vai mostrar ao povo que é merecedor da confiança dele (povo).
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Na hora que descerra a placa o governante diz: “Olha aqui a obra que eu fiz pra vocês, e por isso devo continuar no poder. É por isso que mereço a confiança (voto) de vocês”. Houve uma troca: voto pra lá, obra pra cá. Assim age o governante legítimo na sociedade da democracia do comércio.
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O rei desejava comandar um povo e nada mais óbvio do que ensinar aos súditos o que fazer e como fazer. Aqueles que participavam do espetáculo se tornavam multiplicadores dos ensinamentos do rei para o povo.
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Que habilidades deveria ter um rei? Segundo o Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR., ele deveria saber dançar, lutar, ter bons modos (etiqueta). É fácil inferir do que foi dito acima que numa época em que só a nobreza tinha acesso a essa lustração, então adquirir tais habilidades era a chave do convencimento. O rei absolutista não tinha que justificar o seu governo com obras, ele era um ser superior (eram até ungidos pelos representantes de Deus aqui na terra) e isto bastava para todos.
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A política moderna tem outras bases. O espetáculo continua, mas o conteúdo e a forma foram modificados. Vivemos agora numa democracia burguesa e o governante tem que ser legitimado pelo voto. Mas como tudo na democracia burguesa se transforma num sistema de troca, então a legitimidade do governante é trocada pelas obras que realiza. É como quem diz: “Você me dá o voto e eu te dou as obras”.
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O espetáculo não está mais centrado nas habilidades do governante. Aliás, ele não mais precisa ter habilidade nenhuma, precisa apenas devolver aos governados a confiança na sua legitimação realizando as obras que ele (povo) necessita. E também há interatividade com a sociedade como um todo. Ou seja, na política moderna todos participam do espetáculo, seja porque foi à uma inauguração, seja porque viu na TV ou leu em algum lugar. É diferente da época do rei e sua exibição pedagógica restrita de suas habilidades.
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Não importa quem botou a mão na massa e fez a obra. Não importa também se ela foi feita com o dinheiro dos impostos pagos pelos cidadãos. Não. Não interessa. O que é preciso notar é o espetáculo da inauguração da obra e sua entrega ao povo. Isto é fundamental, pois é nesta ocasião que o governante vai mostrar ao povo que é merecedor da confiança dele (povo).
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Na hora que descerra a placa o governante diz: “Olha aqui a obra que eu fiz pra vocês, e por isso devo continuar no poder. É por isso que mereço a confiança (voto) de vocês”. Houve uma troca: voto pra lá, obra pra cá. Assim age o governante legítimo na sociedade da democracia do comércio.
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