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Ele diz que "meus" mestres choram pelo o que escrevo.
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Na verdade, meu caro, quem lacrimeja é o seu Deus que não deve mais suportar a sua criatura (você) defender envergonhadamente a imoralidade nepótica, o patrimonialismo, a incompetência escancarada, a retaliação cínica, o personalismo “laranja”... O seu Deus, meu caro, está ruborizado. E não duvide se em qualquer semana dessas você, ao rezar seu terço, note que seu Deus está surdo – para as suas ladainhas reincidentes.
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Ele demonstra no texto um insuportável desconhecimento sobre a utilidade da Filosofia como conhecimento.
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Por favor, seja responsável ao falar da história da Filosofia. Você diz frequentar um curso superior, se não fosse limitado ou inconsequente, já saberia que o motivo que levou SÓCRATES à morte foi a sua luta contra os poderosos. E que ao conversar com os cidadãos nas praças, nos mercados, nas discussões públicas sempre o fazia com o objetivo de mostrar às pessoas o quanto pensavam equivocadamente a respeito de vários assuntos e que imaginavam, com plena certeza, ser a verdade inquestionável, e a fazê–las tornarem–se conscientes de seus pensamentos.
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Filosofia não é um campo do conhecimento que se expressa apenas nas suas narrativas históricas e na elaboração de teorias e conceitos pra serem discutidos dentro dos muros da academia. Gente como você defende essa tese rude. A Filosofia se constitui no conhecimento como eu a admiro com SÓCRATES nas ruas. A sua limitação não lhe deixar ver isso. E aí tome linguagem empolada e desinformadora.
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Ele diz que as minhas críticas ao seu verdadeiro Senhor são ciúmes doentios.
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Não tenho ciúme e nem decepção quanto a quem está no poder, porque não amo o poder e nem venderia a minha vida para tê–lo. Você não sabe e nunca saberá o que é o poder, e se pensa que o que o seu verdadeiro Senhor faz é o exercício do poder, então talvez seja por isso que você se perde misturando conceitos e adjetivos que não fazem sentido e os atribui burramente a mim.
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Decepção? Não, meu caro, poder é um conjunto de relações de forças vividas pelos grupos sociais. No jogo democrático quem vence o exerce legitimamente. A democracia não é uma arena de bárbaros como sublinha a sua limitadíssima inteligência ensejando que eu seria um decepcionado.
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Não o sou por dois motivos: nem pelo fato que o grupo social e político ao qual faço parte não tenha ganhado a eleição e nem pelas práticas políticas que o seu verdadeiro Senhor iria desenvolver na prefeitura. Eu já sabia de tudo o que ele seria capaz de fazer e disse publicamente isso dois dias após o resultado da campanha de 2004 num texto publicado no portal Notícias de Floriano. Isso dói em você. Oh, como dói não ter como vir a público e dizer livremente que defende todas as mazelas políticas desses últimos cinco anos. Porque a sua consciência moral não suporta tanta imoralidade e idas às rezas para pedir perdão.
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Ele diz que meu coração funciona tocado inicialmente por um suposto “sopro divino”.
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Meu caro garanto–lhe uma coisa: se o seu Deus estiver dentro de mim (como você diz), quando eu morrer vou agarrá–lo fortemente com as forças que me restarem para que seja enterrado junto comigo. Desse modo você estará livre do fardo das idas semanais às penitentes rezas. Como sugeriu DOSTOIÉVSKI, você ficará livre para apoiar publicamente todas as imoralidades e ilegalidades do seu verdadeiro Senhor. E o que é melhor, sem remorsos.
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Você não acha que deve debochar do meu agnosticismo? Então, receba os meus deboches sobre a sua crença com a mesma simpatia que o fez ao agir comigo, e tenho muito mais de onde saíram esses que disse agora. E inéditos, pode crer.
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Ele passou a fazer parte de um grupo de oradores católicos chamados “terço dos homens”, como já disse.
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O que você almeja quando participa dos encontros semanais não é o congraçamento religioso ou cultivo da espiritualidade, mas tão somente um apelo pela sua salvação por causa das mazelas compactuadas semanalmente.
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Ele diz que a Palavra e a Verdade são dons.
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Quando você diz que a verdade é um dom você a define como algo que existe antes do ser e que lhe foi doada por uma entidade preexistente confeccionadora e doadora da verdade ao ser. Nesse sentido nós nascemos e a verdade é um dom que foi doado.
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Este seu raciocínio é de um primarismo desconcertante. Certamente você acredita no Deus judaico–cristão com suas características e poderes diferentes do Deus islâmico e budista. Neste caso, como o seu Deus é detentor e doador da verdade, nenhum povo, ou indivíduo, que não seja cristão pode falar a verdade.!?
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Que raciocínio mais dormente, microscópico, decepcionante. Além do mais, é de uma arrogância e prepotência típicas dos deslumbrados pelo poder e metidos a autoritários. Recordei de Humpty Dumpty: “ a questão é saber quem é que manda”. As palavras só podem significar aquilo que ele (Humpty Dumpty) quer que signifique. A verdade é o que sai unicamente de sua boca, meu caro, pois ela é um dom que Deus lhe deu, assim você pensa.
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A verdade é uma construção histórica e conversacional. É dialógica. É assim que a definem os não-metafísicos e democráticos. Você pensa ainda como no tempo em que o nepotismo escancarado (defendido por você) era uma prática legal e moral. Pode ter sido verdade no tempo dos “valores morais” que agora lhe acompanham. Hoje é diferente, meu caro. Nepotismo é uma excrescência moral. O que era verdade foi reconstruído. Que pena, para você.
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Defender este tipo de excrescência é certo? Denunciar é então uma manifestação de “desejo adormecido”; “ciúme dormente”? Você gostaria muito que a verdade fosse um dom para poder impor a imoralidade e cercear a liberdade de quem a denuncia. A cada dia que passa você assume mais e mais a identidade do seu verdadeiro Senhor. Estão se tornando uma coisa só.
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A palavra também não é um dom. As palavras são signos que criamos para facilitar a comunicação. Se as palavras fossem dons originários de um Deus, e se esse Deus demiurgo, meu caro, criou tudo, por que haveriam palavras completamente distintas entre si em vários idiomas para significar a mesma coisa? Por que ainda hoje “nascem” palavras novas e “morrem” outras tantas? Se elas são um dom as pessoas estariam menosprezando esse presente divino? E quando criam outras tantas estariam revelando a limitação criativa de Deus? Pois elas surgem para melhorar ainda mais a nossa comunicação, como já disse.
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As palavras e seus significados são convenções sociais. Fomos nós que as criamos para dar nomes e significados às coisas, assim elas nos auxiliam a organizar a realidade e possibilitar a comunicação complexa. Isto é tão correto que quanto menos se conhece palavras, mais rude é a forma de pensar. Veja o seu caso, que debocha de mim por eu conhecer várias palavras e “acha” que isso é motivo para me subestimar. Tudo isso ao mesmo tempo em que a sua estranheza das palavras revela o quanto são limitados o seu vocabulário e a sua maneira de pensar.
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As palavras e a verdade são construções históricas e a historicidade é uma característica humana. O modo como você imagina que a verdade é fundamentada numa relação de causa e efeito imutáveis para explicar o mundo cultural, então isto mostra que a nossa divergência não é apenas ideológica. “Deus é a causa do mundo, da palavra, da verdade”, tudo está misturado em sua mente torpe. Esta concepção é tão primária e vencida que ninguém a levaria a sério numa discussão relevante.
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Você diz que sou “louco”, “alucinado”, que tenho “ódio inexplicável”. Tolice, você sabe (?) que numa sociedade que supervaloriza a razão não há espaço para loucos, alucinados. A sociedade quis se ver livre deles e os encarcerou em hospícios. Que privilégio teria eu para não viver agora em um deles? Por que então você não manda a Kombi do CAPS me levar amarrado? Você age à maneira dos dementes ferozes tentando desqualificar o homem para tentar invalidar as suas palavras. Na minha ingenuidade pensava que só os canalhas fizessem isso.
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Aqui de novo você atinge a minha pessoa na minha individualidade dando a mim o direito de responder atacando a sua. Cuidado, depois que eu começar a falar sobre a sua não sei quando vou parar. Entretanto, é curioso que você não tenha rebatido nenhuma das denúncias que faço no Blogue, nem no geral e muito menos nos aspectos específicos. Curioso, não? Sobre tudo isso a sua linda voz de locutor cala. Silêncio total. Nem defende o seu verdadeiro Senhor. Só me ataca. Que raios de soldado é você?
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Fale sobre as denúncias de corrupção em licitações promovidas pelo seu verdadeiro Senhor apresentadas ao Ministério Público pela vereadora ANA CLEIDE. Fale sobre as obras que estão abandonadas até hoje e que foram iniciadas no fervor politiqueiro da reeleição (2008). Fale sobre os buracos eternos nas ruas. Fale sobre as montanhas de lixo espalhadas pelos quatro cantos da cidade. Fale sobre as mais de duas mil nomeações eleitoreiras que impedem que obras sejam realizadas. Fale das obras preferencialmente ganhas pelas construtoras e empresas dos amigos.
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Fale, voz de veludo, sobre o que interessa ao público. Deixe minha vida particular e minha “loucura” de lado e vá ao ponto que os cidadãos esperam por explicações. (Loucura que quer significar coragem de denunciar. Loucura sim, porque ser normal, na sua moral, é ser covarde e ficar calado, conivente com todo esse mar de denúncias)
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Deixe de escrever falácias sobre quem denuncia as imoralidades e ilegalidades administrativas do seu verdadeiro Senhor, porque o que contam as minhas histórias é só isso. A vida particular do seu verdadeiro Senhor e a sua não me interessam, mas a vida política sim, e só porque estão exercendo o poder na pólis que eu vivo. Não vou deixar de avaliar o exercício do poder, a sua voz bonita e pretensamente autoritária não vai conseguir me calar. Ou vai?
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P.S.: A justiça de nossa cidade deve dar andamento ao processo proposto pela vereadora ANA CLEIDE e pode terminar em condenação, por isso não se surpreenda se o final político de seu verdadeiro Senhor for igual ao do “Chico Toicinho”.
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