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sexta-feira, 1 de abril de 2011

A ILUSÃO DA COMPETÊNCIA OU O INCOMPETENTE EXCLUÍDO.

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“O aumento da sabedoria pode ser medido com exatidão pela diminuição do mau humor.” (F. NIETZSCHE)
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Por uma questão mesma de entender o comportamento de alguns indivíduos pelo o que pretendem ser o que não são busco observar e levantar hipóteses sobre esse comportamento. Testo-as dentro das várias manifestações do comportamento pretendido, desejado pelo indivíduo para ver se essas hipóteses são válidas ou explicativas desse “novo” comportamento.
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Uma coisa que me interessa é entender o que levou, ou leva uma pessoa a criar uma “nova” maneira de se comportar, ou ser, mudando assim, mesmo que aparentemente, o seu comportamento. Quando ele cria um “novo” comportamento visa, com essa nova (im)postura, ser uma outra pessoa. Ou ao menos parecer ser diferente do estilo, ou modo, que não deseja mais ser.
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Um indivíduo que é incompetente se sente excluído por ser quem é. Pois vivendo num meio onde a exigência da competência é critério de integração não suporta mais não ser percebido ou aceito. Não suportando essa condição de excluído, por ser incompetente, cria uma nova imagem para se mostrar um “outro”, diferente de quem realmente é.
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Abusa da ilusão criada pela “nova” imagem para se sentir um “igual” no meio em que pretende viver, o meio dos competentes, buscando ser aceito. O abuso, o exagero, no entanto, termina criando uma caricatura de uma “nova” imagem que o levará ao escárnio. Mas isso não importa tanto. Com o tempo haverá de ser tido como deseja. Tido como, afinal, se fantasiou. É uma aposta cara, mas necessária.
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Com tudo isso não se sentirá mais responsável pelas consequências nefastas de quem é realmente no exercício de funções a ele confiadas a partir da “nova” imagem por incautos (um incompetente). E se delicia com as consequências inautênticas de quem se imagina ser. Surgem conflitos, não para o indivíduo, mas para quem descobre, enfim, quem realmente ele é.
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O indivíduo fantasiado, ilusório, é realmente responsável pelas consequências da ilusão “vivida”? Quem acreditou e passou a tê-lo como tal, “competente”, foi enganado? Ou a pessoa que acreditou se tornou cúmplice da farsa? O farsante não é mais responsável pelas consequências de sua identidade real? Pois para outros ele não é mais aquele. Se deixou de ser quem “era”, pelo menos na ilusão, deixa também a identidade para trás?
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Quem será punido, no caso das consequências da incompetência, o indivíduo real (incompetente), ou o ilusório e farsante?
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Creio que um fato particular (alguém que não quer ser quem é para ser aceito como quem não é) gerou implicações sociais. Essas implicações acarretaram prejuízos para aqueles que embarcaram na ilusão de forma consciente ou inconsciente.
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De todo modo todos eles são responsáveis, acredito. Uns porque sabem o que fizeram e outros porque abriram mão de pensar criteriosamente em vista de buscar identificar a verdade sobre aquele “novo” indivíduo. Então preferiram deitar-se no colchão macio da ilusão junto ao ilusório “competente”.
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Por fim, o incompetente é um completo mal-humorado, pois pretende passar uma imagem de durão e afastar dele os questionamentos, as críticas. Além de impor-se pela violência e ser intolerante. Características demonstradas publicamente, mas contraditoriamente escondidas atrás de uma falsa imagem “impoluta” e “competente”.
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4 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

O incompetente impõe arrogância e, paralelamente, distribui favores que prendem os bajuladores. Abraços

P.S: Não recordo da frase do Victor Hugo. Meus dois neurônios se negam a trabalhar.

JAIR FEITOSA disse...

Olá AJRS.

Inserido numa realidade em que autoridades criam dificuldades para venderem facilidades muitos, sem alternativas, acabam sucumbindo aos cantos de sereias.

Na próxima vez que vieres a Floriano me avisa para que eu vá lá copiar a frase. É que ela não me sai da cabeça quando vejo declarações públicas de súbitas riquezas.

Um abraço e obrigado por participar.

Jair Feitosa.

Chico Mário Feitosa disse...

Interessante ponto de vista Jair. A questão, acho, é mesmo a de afugentar aqueles que têm questionamentos; de repente eles até poderiam ajuda-lo a não afundar ainda mais no abismo da incompetência. Bizarro isso não é? Pois vejo os questionamentos como vitais para resolução de problemas.

Ah, o peixólogo vai bem! Quinta-feira defendo minha dissertação e logo mais estarei em terras florianenses pra dar continuidade a alguns trabalhos que deixei engatilhado. Publicar é preciso, é preciso publicar...

abcs
Chico Mário

JAIR FEITOSA disse...

Olá Chico Mário.

Sabe, o meu texto pode nos remeter à ideia de "avatar". Pois é isso que acontece. Certos indivíduos incompetentes criam uma imagem para refletirem uma coisa que não são.

É como criar um avatar para viver uma vida que na realidade não pode ser vivida exatamente por ser incompetente. Não dá certo.

Um abraço e a cidade necessita de gente como você.

Jair Feitosa.