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No início do filme “300” pode-se ver uma cena em que um ancião investido de autoridade pela sociedade analisa um recém nascido e depois de constatar a sua integridade física o eleva e comemora o mais novo e apto a viver cidadão espartano.
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Em seguida a câmera desce pela encosta do precipício e mostra, ao final, vários esqueletos. Daí o filme segue. Lá no alto está o ancião e a criança. Aquele precipício era conhecido como Apothetai (depósito). As crianças que possuíam alguma deficiência física, depois de passar por uma avaliação rigorosa, eram arremessadas no Apothetai para ali morrerem.
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A sociedade espartana era eminentemente guerreira. Ser soldado era o ideal de vida espartano. Ora, para alguém ser soldado o requisito básico é a conformidade física. Quem não se enquadra nesse padrão, então, não poderá sê-lo.
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EFIALTES, o corcunda, vivia afastado da cidade. Foi salvo por seu pai EURIDEMO DE MALIS quando nasceu e foi reprovado no teste do Apothetai. Seu pai, então, ao invés de submetê-lo ao sacrifício preferiu fugir da cidade e criá-lo longe, nas montanhas.
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Rejeitado pelo rei LEÔNIDA que não permite que participe da falange dos 300 guerreiros – por causa da deficiência que, assim, iria mais prejudicar do que contribuir na batalha - ele se vinga e faz um pacto com XERXES ensinando-lhe os segredos de Termópilas.
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PLATÃO e ARISTÓTELES também defendiam a inabilitação dos possuidores de alguma deficiência física relegando-os à morte. Na “A República”, obra de PLATÃO que define a sua cidade utópica, ele diz: “ ... e no que concerne aos que receberam corpo mal organizado, deixa-os morrer (...). Quanto às crianças doentes e às que sofrerem qualquer deformidade, serão levadas, como convém, a paradeiro desconhecido e secreto...”.
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ARISTÓTELES sobre o mesmo tema disse em sua obra “Política”: "Quanto, a saber, quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda a criança disforme.” Para entender essas posturas éticas é necessário aprender a estética grega, a política (o estado se sobrepõe ao indivíduo) e o ideal militar. Sem isso tudo, fica estranho para nós, que vivemos entupidos de valores cristãos, aceitarmos esses comportamentos.
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No caso do indiozinho que no filme acima tem a sua morte simulada fica difícil entender como esse povo pode agir de tal maneira. É inconcebível para um cristão que se possa justificar o que se faz em muitas aldeias indígenas na Amazônia com crianças deficientes: infanticídio.
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A FUNAI diz que não se pode criminalizar esse rituais porque essa prática é inerente à cultura desses povos. Se a cultura tem como requisito básico que todos os indivíduos sejam produtivos, eficiente, então, assim, para eles é bastante convincente e aceitável que a criança seja enterrada viva. A cultura deles se sobrepõe ao direitos individuais.
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Para que uma criança deficiente servirá na tribo? Que contribuição ela dará à tribo em vista de ocupar o lugar de alguém que, ao comer, dormir, beber, participar de rituais..., seria mais proveitoso para a tribo? É uma questão de ética prática mesmo.
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O Bioético australiano PETER SINGER (1946), professor da Universidade Princeton nos Estados Unidos, disse em entrevista que, em relação às crianças recém-nascidas (nas sociedades ocidentais) com deficiência grave, deveriam ser levadas à morte.
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Para uma sociedade que deseja agir justa e moralmente um ato bom seria aquele que traria felicidade para todos contra aqueles que trariam dor e lamento. Ele diz: "Quando decorrer da morte de um bebê deficiente o nascimento de outro bebê com maiores perspectivas de uma vida feliz, a quantidade total de felicidade será maior se for eliminada a criança deficiente. A perda de uma vida feliz é compensada pelo ganho de uma vida mais feliz ainda."
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Basta ver que a ética utilitarista de PETER SINGER casa bem com a cultura dos índios amazônicos quando da prática dos infanticídios.
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Acredito que ao assistir filmes como esse ao invés de nos sentirmos contritos e lamentarmos a morte de uma criança condenando a cultura desses povos, que afinal tem o direito de viver de acordo com seus valores, deveríamos ver nisso o que poderia ser feito com as nossas crianças para que não sofram atos semelhantes.
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Afinal nossas crianças morrem de atos muito mais “perversos” do que este aí do filme e nós não fazemos muita coisa para impedir os crimes. Ficamos contritos e lamentamos os nossos mortos mas não fazemos quase nada para que possamos ser mais felizes do que poderíamos ser.
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Fazemos muita passeata, muita zoada, muita reclamação quando a câmera de TV aparece. Mas agir mesmo...
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A violência contra as nossas crianças vem adquirindo status de normalidade. Chega-se a dizer: “Ah, mas é assim mesmo. O mundo de hoje não é muito mais violento do que foi no passado. Então, essa violência é parte essencial do ser humano”.
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Só falta admitirmos que essa violência toda contra as nossas crianças que vemos diariamente faz parte de nossa cultura e aí iremos questionar a atitude de algum índio cristianizado ficar contrito e lamentando o que fazemos às nossas crianças.
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No início do filme “300” pode-se ver uma cena em que um ancião investido de autoridade pela sociedade analisa um recém nascido e depois de constatar a sua integridade física o eleva e comemora o mais novo e apto a viver cidadão espartano.
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Em seguida a câmera desce pela encosta do precipício e mostra, ao final, vários esqueletos. Daí o filme segue. Lá no alto está o ancião e a criança. Aquele precipício era conhecido como Apothetai (depósito). As crianças que possuíam alguma deficiência física, depois de passar por uma avaliação rigorosa, eram arremessadas no Apothetai para ali morrerem.
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A sociedade espartana era eminentemente guerreira. Ser soldado era o ideal de vida espartano. Ora, para alguém ser soldado o requisito básico é a conformidade física. Quem não se enquadra nesse padrão, então, não poderá sê-lo.
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EFIALTES, o corcunda, vivia afastado da cidade. Foi salvo por seu pai EURIDEMO DE MALIS quando nasceu e foi reprovado no teste do Apothetai. Seu pai, então, ao invés de submetê-lo ao sacrifício preferiu fugir da cidade e criá-lo longe, nas montanhas.
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Rejeitado pelo rei LEÔNIDA que não permite que participe da falange dos 300 guerreiros – por causa da deficiência que, assim, iria mais prejudicar do que contribuir na batalha - ele se vinga e faz um pacto com XERXES ensinando-lhe os segredos de Termópilas.
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PLATÃO e ARISTÓTELES também defendiam a inabilitação dos possuidores de alguma deficiência física relegando-os à morte. Na “A República”, obra de PLATÃO que define a sua cidade utópica, ele diz: “ ... e no que concerne aos que receberam corpo mal organizado, deixa-os morrer (...). Quanto às crianças doentes e às que sofrerem qualquer deformidade, serão levadas, como convém, a paradeiro desconhecido e secreto...”.
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ARISTÓTELES sobre o mesmo tema disse em sua obra “Política”: "Quanto, a saber, quais os filhos que se devem abandonar ou educar, deve haver uma lei que proíba alimentar toda a criança disforme.” Para entender essas posturas éticas é necessário aprender a estética grega, a política (o estado se sobrepõe ao indivíduo) e o ideal militar. Sem isso tudo, fica estranho para nós, que vivemos entupidos de valores cristãos, aceitarmos esses comportamentos.
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No caso do indiozinho que no filme acima tem a sua morte simulada fica difícil entender como esse povo pode agir de tal maneira. É inconcebível para um cristão que se possa justificar o que se faz em muitas aldeias indígenas na Amazônia com crianças deficientes: infanticídio.
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A FUNAI diz que não se pode criminalizar esse rituais porque essa prática é inerente à cultura desses povos. Se a cultura tem como requisito básico que todos os indivíduos sejam produtivos, eficiente, então, assim, para eles é bastante convincente e aceitável que a criança seja enterrada viva. A cultura deles se sobrepõe ao direitos individuais.
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Para que uma criança deficiente servirá na tribo? Que contribuição ela dará à tribo em vista de ocupar o lugar de alguém que, ao comer, dormir, beber, participar de rituais..., seria mais proveitoso para a tribo? É uma questão de ética prática mesmo.
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O Bioético australiano PETER SINGER (1946), professor da Universidade Princeton nos Estados Unidos, disse em entrevista que, em relação às crianças recém-nascidas (nas sociedades ocidentais) com deficiência grave, deveriam ser levadas à morte.
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Para uma sociedade que deseja agir justa e moralmente um ato bom seria aquele que traria felicidade para todos contra aqueles que trariam dor e lamento. Ele diz: "Quando decorrer da morte de um bebê deficiente o nascimento de outro bebê com maiores perspectivas de uma vida feliz, a quantidade total de felicidade será maior se for eliminada a criança deficiente. A perda de uma vida feliz é compensada pelo ganho de uma vida mais feliz ainda."
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Basta ver que a ética utilitarista de PETER SINGER casa bem com a cultura dos índios amazônicos quando da prática dos infanticídios.
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Acredito que ao assistir filmes como esse ao invés de nos sentirmos contritos e lamentarmos a morte de uma criança condenando a cultura desses povos, que afinal tem o direito de viver de acordo com seus valores, deveríamos ver nisso o que poderia ser feito com as nossas crianças para que não sofram atos semelhantes.
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Afinal nossas crianças morrem de atos muito mais “perversos” do que este aí do filme e nós não fazemos muita coisa para impedir os crimes. Ficamos contritos e lamentamos os nossos mortos mas não fazemos quase nada para que possamos ser mais felizes do que poderíamos ser.
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Fazemos muita passeata, muita zoada, muita reclamação quando a câmera de TV aparece. Mas agir mesmo...
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A violência contra as nossas crianças vem adquirindo status de normalidade. Chega-se a dizer: “Ah, mas é assim mesmo. O mundo de hoje não é muito mais violento do que foi no passado. Então, essa violência é parte essencial do ser humano”.
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Só falta admitirmos que essa violência toda contra as nossas crianças que vemos diariamente faz parte de nossa cultura e aí iremos questionar a atitude de algum índio cristianizado ficar contrito e lamentando o que fazemos às nossas crianças.
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P.S.: A segunda legenda desta postagem foi feita por quem a publicou no You Tube. "Indiginas" é de lascar.
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