Quase todo mundo já assistiu a um anúncio de televisão que tenta vender carros em que são usados alguns animais aparentemente simpáticos porque antropomorfizados. Há tempo vinha comentando isso com pessoas com as quais converso sempre. Uma dessas pessoas pediu que publicasse o meu comentário aqui no blog. Não via necessidade. Mas, depois vi que há, sim.
No comercial uma empresa tenta vender seus produtos utilizando-se de uma linguagem ideológica bastante dura e subalternizadora. Os produtos são carros novos. A empresa diz em alto e bom som que nós vivemos num país de bichos. Porque quem não pode comprar um produto daquela empresa são animais: vacas, cachorro, gato... Pode-se alegar que é apenas um comercial. Que é algo sem pretensão de agredir àqueles que não possuem essa condição financeira. Que é apenas uma propaganda pretensamente engraçada, lúdica. Mas o que ela é na verdade é uma agressão aos pobres que são descritos subliminarmente como bichos.
É do conhecimento de muitos que o sistema social em vivemos não necessita de todos os que nele vivem para funcionar bem. Basta que existisse apenas um terço das pessoas que nele vivem para que o sistema funcionasse adequadamente. Tanto é verdade que em torno de dois terços de nossa gente (Brasil) vive em condições difíceis de existência. Se esse percentual desaparecesse não faria falta àqueles que controlam a sociedade. Pelo contrário, seria um alívio, pois não necessitariam gastar tanto dinheiro com políticas compensatórias em todas as áreas.
Partindo desse princípio os dois terços da população é massacrado de diversas formas cotidianamente. Pela violência desenfreada a que está exposta na rua. Pela falta de oportunidades de emprego e renda. Pela exclusão política, cultural, econômica, judicial. (Veja o caso do presidente do STF reclamar porque algemaram o banqueiro Daniel Dantas e a pressa para despachar pela soltura dele contra todos os argumentos racionais disponíveis - basta alguém lembrar do caso daquele outro banqueiro que foi solto e fugiu do país). Alguém já viu alguma pessoa preocupada porque alguém que compõe os dos dois terços de nossa população foi preso e algemado?
Então, o fundamento do comercial que parece uma coisinha lúdica está dizendo o que se pensa realmente do nosso povo. Diz a verdade sorrindo e brincando para torná-la mais palatável. Quem não tem condições de comprar o carro é um bicho, mesmo porque todas as vantagens são oferecidas para que se comprem. Se mesmo assim você não conseguir você é um bicho.
Como disse antes que a maioria de nossa população não tem essa condição financeira, por ser maioria é constituída de BICHOS. Pois só bicho não pode comprar. O país dos bichos, dos pobres, dos excluídos, porque um país de terceiro mundo.
Perguntaram-me se não seria delírio meu essa abordagem sobre algo tão singelo. Bom, para aqueles que fazem parte do estrato social para quem se destina a propaganda tudo isso é uma brincadeira. Mas para aqueles que se sentem ofendidos, não. Imagine a seguinte cena: em casa os familiares de alguém que não tem condições de comprar nem aquilo que precisa para viver dignamente e junto aos filhos ficam vendo que quem não pode comprar um carro é um bicho. Como explicar aos filhos que aquilo não é verdade? Como justificar aquela agressão gratuita? Não basta só ser excluído tem também que ser sacaneado publicamente?
Bom, mas se você pensa diferente tem todo o direito, porém que a empresa está dizendo subliminarmente que vivemos no país dos bichos, isso está. Porque a maioria não tem como comprar um carro novo daqueles.
No comercial uma empresa tenta vender seus produtos utilizando-se de uma linguagem ideológica bastante dura e subalternizadora. Os produtos são carros novos. A empresa diz em alto e bom som que nós vivemos num país de bichos. Porque quem não pode comprar um produto daquela empresa são animais: vacas, cachorro, gato... Pode-se alegar que é apenas um comercial. Que é algo sem pretensão de agredir àqueles que não possuem essa condição financeira. Que é apenas uma propaganda pretensamente engraçada, lúdica. Mas o que ela é na verdade é uma agressão aos pobres que são descritos subliminarmente como bichos.
É do conhecimento de muitos que o sistema social em vivemos não necessita de todos os que nele vivem para funcionar bem. Basta que existisse apenas um terço das pessoas que nele vivem para que o sistema funcionasse adequadamente. Tanto é verdade que em torno de dois terços de nossa gente (Brasil) vive em condições difíceis de existência. Se esse percentual desaparecesse não faria falta àqueles que controlam a sociedade. Pelo contrário, seria um alívio, pois não necessitariam gastar tanto dinheiro com políticas compensatórias em todas as áreas.
Partindo desse princípio os dois terços da população é massacrado de diversas formas cotidianamente. Pela violência desenfreada a que está exposta na rua. Pela falta de oportunidades de emprego e renda. Pela exclusão política, cultural, econômica, judicial. (Veja o caso do presidente do STF reclamar porque algemaram o banqueiro Daniel Dantas e a pressa para despachar pela soltura dele contra todos os argumentos racionais disponíveis - basta alguém lembrar do caso daquele outro banqueiro que foi solto e fugiu do país). Alguém já viu alguma pessoa preocupada porque alguém que compõe os dos dois terços de nossa população foi preso e algemado?
Então, o fundamento do comercial que parece uma coisinha lúdica está dizendo o que se pensa realmente do nosso povo. Diz a verdade sorrindo e brincando para torná-la mais palatável. Quem não tem condições de comprar o carro é um bicho, mesmo porque todas as vantagens são oferecidas para que se comprem. Se mesmo assim você não conseguir você é um bicho.
Como disse antes que a maioria de nossa população não tem essa condição financeira, por ser maioria é constituída de BICHOS. Pois só bicho não pode comprar. O país dos bichos, dos pobres, dos excluídos, porque um país de terceiro mundo.
Perguntaram-me se não seria delírio meu essa abordagem sobre algo tão singelo. Bom, para aqueles que fazem parte do estrato social para quem se destina a propaganda tudo isso é uma brincadeira. Mas para aqueles que se sentem ofendidos, não. Imagine a seguinte cena: em casa os familiares de alguém que não tem condições de comprar nem aquilo que precisa para viver dignamente e junto aos filhos ficam vendo que quem não pode comprar um carro é um bicho. Como explicar aos filhos que aquilo não é verdade? Como justificar aquela agressão gratuita? Não basta só ser excluído tem também que ser sacaneado publicamente?
Bom, mas se você pensa diferente tem todo o direito, porém que a empresa está dizendo subliminarmente que vivemos no país dos bichos, isso está. Porque a maioria não tem como comprar um carro novo daqueles.
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