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terça-feira, 8 de julho de 2008

A CIDADE DO PRESENTE.

Algumas pessoas dizem sabiamente que os pensadores da Antiguidade devem sempre ser referenciados porque lá, como disse HEGEL, se encontra a gênese de todo o pensamento moderno. Esse intróito foi para falar um pouco da ética dos Estóicos.


Para isso recorri aos pensadores André VERGEZ e Denis HUISMAN em "História dos Filósofos ilustrada pelos textos." A escola estóica surge como resultado da busca do povo grego para solução de problemas práticos. Já havia passado a época da "reflexão sobre problemas teóricos" que predominara até a morte de Aristóteles. O império já entrara em declínio e seu povo vivia subjugado. Aquela reflexão que marcara a identidade intelectual grega já não podia mais ser feita: a política. Assim, eles se voltam para "as questões práticas".


Para suprimir "os sofrimentos da condição individual" surge uma reflexão sobre a "moral prática". Várias foram as escolas que se propuseram a tal propósito: epicurista, cética, cínica, cirenáica, megárica. Mas a que interessa nesse momento aos meus propósitos é a Estóica.


O fundador da escola foi ZENÃO de Citium (336 a 264 a. C.), na ilha de Chipre. A influência de seu pensamento foi tamanha que chegou a alcançar até o século II d. C. SÊNECA (4 a. C. - 65 d. C.), EPITETO (55 - 135 d. C.) e MARCO AURÉLIO (121 - 180 d. C.). Mas o que pregava o estoicismo? De um modo geral a resignação.


Por que não se entristecer com um mal que nos atormenta? Ora, porque "tudo o que acontece já está determinado pela razão suprema". Os estóicos eram panteístas. Eles afirmavam que "a natureza é a vida universal, é o próprio Deus." E continuavam, "O mundo inteiro se assemelha a um imenso ser vivo cujos órgãos são os diversos indivíduos e cuja alma é Deus. Deus é a alma imanente do universo."


É nesse ponto que ressaltamos os fundamentos desse texto. Muito menos para explicá-lo, mas para buscar a origem de certas (im)posturas adotadas por aí. Se o mundo é como se fosse um organismo, então o homem deve se submeter passivamente a tudo o que acontecer. Deve se resignar ao seu destino. Pois, se existe uma razão universal, uma alma controlando e decidindo tudo e os homens são partes pequenas dessa estrutura, então ele (homem) não deve se revoltar quanto às coisas que acontecem. Deve se submeter ao seu destino. Se o que os estóicos buscavam era o caminho para a felicidade esse caminho era "uma atitude da vontade".


Desse modo o homem será "feliz quando existe o que ele quer. Sou feliz quando desejo que as coisas sejam o que elas são." A felicidade, portanto será o resultado da aceitação das coisas como elas são porque contra elas o homem não pode nada, ou quase nada. É sábio aquele que aceita o mundo como ele é, como está posto, constituído. Ser sábio é ser feliz. EPITETO disse: "Suporta e abstém-te."


Quando se usa os meios de comunicação, os eventos públicos para dizer que os recursos da prefeitura são poucos e não são suficientes para o mínimo, estão, na verdade, querendo que as pessoas se resignem e aceitem o que existe como sendo o possível. Aceitem as coisas como elas estão para ser feliz. Se aceitarem o que existe como sendo aquilo que desejam, então está tudo resolvido.


Isto é uma falácia, sofisma. Há dinheiro sim para fazer muito em nossa cidade. O que vem ocorrendo nás últimas décadas é que esses recursos são dissimulados e alocados para outras finalidades. Não devemos nos contentar com o que é feito na cidade. Não é nosso destino viver assim. O mundo pode ser modificado, sim. A nossa cidade pode tomar outro rumo administrativo, sim. Basta querermos.


Um exemplo da propagação de tal "moral" de modo que as pessoas passem a aceitar o mundo como ele é encontra-se na música "Epitáfio" do grupo musical "Titãs". A música é uma composição do integrante Sérgio Britto. Diz assim: "Queria ter aceitado/ A vida como ela é/ A cada um cabe alegrias/ E a tristeza que vier..." Ou seja, o sujeito tem que se dobrar às circunstâncias de sua existência porque sobre elas não pode nada, ou quase nada. A música do sujeito arrependido por ter lutado por alguma coisa na vida. No final ele sucumbe ao triste comportamento moral da resignação. A felicidade teria existido se ele agisse como um carneirinho manso.


Se contentar com pouco. Como alguém pode pensar assim? A história de nossa cidade, num passado longínquo, foi descrita como pujante. Mas num passado recente é uma história muito pouco produtiva. Um passado muito pouco. Uma cidade presa ao desânimo, ao egoísmo, ao individualismo, ao patrimonialismo que serviu de fundamento na construção de um passado de pouca estrutura, de poucas realizaçãoes sociais. Porque a pequenez de idéias e ideais foi a tônica das últimas administrações municipal. Com isso ficamos relegados à mentalidade pequena, medíocre de uma vida sem um futuro projetado, pensado, objetivado.


Nos últimos anos passamos a uma mentalidade "administrativa" oposta, mas igualmente terrível para as novas gerações. Estamos presos ao presente. Fomos apresentados ao estilo "administrativo" que se prende às necessidades inadiáveis. É bem sabido que a poucas, muito poucas necessidades sociais inadiáveis. Faz-se calçamento, fura-se poços artesianos. Só. O resto é política pública de âmbito estadual e federal, em que se baseia o falso discurso da modernidade. Necessitamos nos livrar da lama, faz-se calçamento. Necessitamos de água, fura-se poços artesianos. A efetivação desse imediatismo falseador vangloria-se de ser alguma coisa nova na prática política. Não é, como já vimos na história de Floriano.


Temos de ter coragem de tratar o futuro com destemor. Temos que buscar pessoas realmente comprometidas com a nossa cidade. Chega de aventureiros patrimonialistas. Pessoas que sejam minimamente conscientes de nossos problemas e capazes de solucioná-los. Uma cidade como a nossa precisa de administradores com visão de futuro. Chega de administradores avestruz, aquele que enterra a cabeça junto aos pés na areia e assim não consegue ver numa perspectiva de futuro. Estamos cansados desses "visionários" do presente, do imediato, do passado. As necessidades imediatas devem ser resolvidas, sim. Ninguém vive sem atender ao que necessita no presente. Viver preso ao futuro é um exercício de pura utopia. O que estamos propondo é que os cidadãos de Floriano escolham nessas eleições um administrador capaz de olhar o presente e projetar o futuro a partir do conhecimento do que foi ou não foi feito no passado, do que se deve ou não se deve recorrer ao passado.


Floriano é uma cidade sem um futuro. Teve um passado medíocre e um presente desalentador. Chega disso. Não devemos nos conformar com esse estado de coisas. O mundo não deve ser aceito como algo que não pode ser modificado. Pode sim, devemos criar os meios de fazermos de nossa cidade um lugar digno de se viver. Um lugar que possamos dizer em bom tom que é a nossa cidade. Um lugar que não nos envergonhe. Que não nos deixe triste. Mas uma cidade que nos deixe felizes. A busca de nossa felicidade passa pela consciência de que o mundo dos homens é um mundo feito por eles e atendendo aos ineteresses deles. Política é isso: lutar para que as necessidades de todos sejam atendidas pelos meios democráticos e constituídos.


Então, a gente pode ser feliz quando decidir que não devemos aceitar a nossa cidade ser tão mal cuidada. Não queremos ter uma cidade presa ao presente, mas uma cidade pensada, planejada. Para que as nossas novas gerações possam viver dignamente e felizes. Chega de sermos subjugados por incompetentes e interesseiros.

Um comentário:

Unknown disse...

Concordo com voce e quero acrescentar mais alguma coisa precisamos ter transparencia na administração e olhar tambem para o passado que hoje não temos nenhum candidato que não esteja fazendo parte desta eleição que não tenha ligações com mandatos anteriores é por isto que a reeleição neste caso vai nos mostrar e vai julgar os governantes atuais e os anteriores, pois na eleição anterior que eu acompanhei muito bem, o Joel só ganhou conforme voce mesmo fala foi porque o eleitor não teve outra alternativa pois o nosso candidato era o Nelson Junior e fazia parte da administração anterior e agora só porque se passaram 3 anos ele não fez parte do passado, por isto sou a favor da continuidade do Joel por mais 4 anos para que possa concluir as obras que estão sendo iniciadas e não venha ser paradas por outro que possa ser eleito, o Jose Leão eu acredito pelo seu último mandato que foi na verdade desastroso não tenha a menor possibilidade de se eleger, se isto acontecer sou obrigado acreditar que o povo não tem passado e nem memória, o que mais me motivou eu está usando o meu tempo para falar de politica foi que no povoado Rio Branco nos prefeitos anteriores em 12 anos de mandato de cada um se limitaram a penas a fazer um poço e uma passagem molhada e o Joel nestes 3 anos fez um posto de saúde muito bom, que o que é justo devemos falar as obras feitas por Joel são de boa qualidade, nas eleição passada ele não teve quase voto no Rio Branco, o nosso amigo Toinho da Rodoviaria é o nosso representante desta região, por isto que eu estou lutando por ele, o homem não morre quando deixa de viver, mais sim quando deixa de lutar pelos seus ideais, vamos juntos eleger o nosso candidato a vereador Toinho da Rodoviaria.
Abraço a todos.
Mario A. Loura