BLOGUE PARA PESSOAS QUE TÊM BOM GOSTO E PREFEREM LER ASSUNTOS A PARTIR DE UM PONTO DE VISTA DIFERENTE. "QUEM AQUI ENTRA DÁ-ME UMA HONRA, QUEM NÃO - UM PRAZER." Op. cit. NIETZSCHE em "A Gaia Ciência", aforismo: 22.
quinta-feira, 31 de julho de 2008
HORÁRIO.
Gente, estive observando que cada postagem contém um horário. Só que a hora que aparece é de um fuso horário doido. Agora, por exemplo, são 18h:16min. Agora comparem com a hora que irá aparecer.
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Só para constar.
CONCURSO.
DEBATE.
Será amanhã o debate entre os candidatos à prefeitura de Floriano. Será uma transmissão da TV Cidade Verde, de Teresina. Pena que as pessoas não poderão participar ao vivo. Teremos que assistir mesmo pela televisão, ou ouvir pelo rádio. Então, não esqueça: dia 01/08/2008., a partir do meio dia.
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FOTOS DE FLORIANO.
terça-feira, 29 de julho de 2008
SUZANO NO PIAUÍ.
Ontem (28.07.2008.) estive em solenidade no Palácio de Karnak (por volta do meio dia) para lançamento do projeto de construção de uma fábrica de celulose no Piauí. Fui convidado pelo meu irmão, AIRTON FEITOSA, que é gerente da CHESF no Piauí. Fui apresentado a tanta gente que só via pela televisão e que exerce cargo de poder em várias instâncias (é o fraco).
O projeto da SUZANO foi decidido para ser implantado no Piauí pelo trabalho do governador e por muita insistência do presidente da Repúlica. Vai ser aqui e não em outro país ou estado. Serão investidos, inicialmente, cerca de 1,8 Bilhão de dólares. Isto na fase de implantação da fábrica. Depois, serão investidos mais outros 400 milhões de dólares para desencadear o processo produtivo.
Estavam presentes diretores da empresa, aos quais fui apresentado, e que declararam a necessidade de haver um desdobramento empregatício de cerca de 18.000 vagas em decorrência das necessidades de prestadores de serviços e fornecedores para a fábrica. Empregos diretos, a partir de 2009, serão cerca de 3.500.
No projeto há uma imensa área de projeção que será utlizada para plantação de matéria prima para a fábrica (eucalíptos - palavra de origem grega). Dentro dessa área está incluída Floriano. O interessante é que já há pessoas plantando eucalíptos visando essa demanda. Muita gente contesta o benefício desse projeto porque essa é plantação típica que mais prejudica o solo do que pode beneficiar. A informação divulgada pelo governador é que em visita a vários estados e países onde esse cultivo é feito pode-se constatar que as novas tecnologias permitem um uso do solo de forma sustentável e sem risco de desertificação.
A sede deverá ser construída entre Teresina e a cidade de Palmeirais. Isto por força política daqueles que se interessam em desenvolver verdadeiramente a sua região. Temos visto vários investimentos de vulto em nosso estado e a cidade de Floriano sempre está à margem desses processos. Por que será? A quem ineteressa a nossa exclusão? É de competência de quem lutar por esses projetos? Nessas decisões são levadas em consideração as nossas necessidades? Elas são postas na mesa? Ou os ditos representantes ficam calados pela insensatez ou aridez de idéias?
A resposta pode está no fato de que nós, florianenses, votamos por "birra" ou burrice em candidatos incompetentes a deputados e senadores de outras regiões e da nossa e que não têm compromisso nenhum conosco. Votamos em estado de brincadeira por não levarmos a sério o fato de que as decisões políticas afetam diretamente as nossas vidas. A eleição municipal está preste a ser realizada. Vamos escolher alguém que tenha as melhores condições de lutar por projetos como esse da SUZANO. Votar em gente que não sabe nem defender as necessidades coletivas (apenas as pessoais) termina nos enveredando no caminho da prisão às "Políticas do Presente" (como já falei em texto recente).
Pelo menos a gente (piauienses) pode se orgulhar que a Federação das Indústrias do Piauí não seja mais objeto de piada entre os estados desenvolvidos.
domingo, 27 de julho de 2008
EM FÉRIAS.
SOBRE POESIAS.
GRATO.
sábado, 19 de julho de 2008
POESIA.
PONTO ?
Olha,
Sou apenas pessoa, gente talvez.
Sou calmo e quero que você me ignore.
Apareço,
pareço com quem me despreza.
Tamanho igual e qual a quem me sorrir.
Flutuo,
estou firme onde ser firme é flutuar.
Não confio em mim
Quanto mais em quem me tem asco.
Tenho peito de aço, e um coração de vidro.
Tenho jeito de gente. Ponto. Mas sou gente.
De interrogação, sou apenas uma pergunta:
Sou você?
POESIA.
Como se fosse.
Olhar distante
Olhos vazios
Muito tempo
E ainda que estejamos aqui
Nada nos diz assim
Como quem diz te amo
Nada nos toca assim
Como quem abraça e beija
Esse vazio imenso
Você ao meu lado
Nós dois sozinhos
Assim
Este poema também é do livro "Expressões da alma".
POESIA.
FANTASMA.
Sou uma casa mal assombrada
Cheia de fantasmas
Fantasmas do medo
Medo de mim
Medo da vida
Medo do outro
Medo do mundo
Andando pela minha vida
Espantando-me
Espantando a vida
Espantando o outro
Espantando o mundo
Gritando pelas escadas
Correndo pelo telhado
Sussurrando pelo porão
Desesperado
Abri uma janela
E para assombro meu
Existia um mundo diferente
Fiquei triste
Sorri
Sorri.
Este poema foi escrito no final dos anos 90 e consta do livro "Expressões da alma", uma coletânea de vários poetas de Floriano e região. Ele tem uma sequência.
TEXTO ALENTADOR.
Meu caro JALINSON, talvez tenhamos que utilizar novas táticas de conscientização. Quais são, não sei. Mas com certeza tem muita gente que tem essa mentalidade tão enraizada que dificilmente só educação simbólica modificará isso. E o pior é que as novas gerações dependentes dessas pessoas assumem a mesma postura moral. É difícil. Mas temos que continuar, pois educação demanda tempo, mudar costumes demanda gerações. Vamos continuar, não podemos desistir.
Leio todos os seus sensatos textos.
sexta-feira, 18 de julho de 2008
COVEIRO INCOMPETENTE.
Estamos vivendo um momento político ímpar em nossa cidade. Temos autoridades que dirigem (?) a cidade calcadas na "moral de rebanho". Adquirida que foi com a identificação àquilo que é ruim, pernóstico, malvado. Tudo o que é associado com a mais danosa prática política em nossa sociedade pode ser identifica com a ação política dos donos do poder. Vejam se alguém pode retrucar: nepotismo, patrimonialismo, paternalismo, pedantismo, arrogância... Tudo isso é posto em prática com a convicção de que é assim mesmo e pronto.
A política do "se dá bem na vida" é posta em prática não se importando com quantos outros que terão que sofrer para que os desejos mais pessoais (poderosos) sejam satisfeitos. Quantos terão que morrer para que alguns fiquem ricos? Quantos terão que ficar doentes? Quantos terão que ficar analfabetos? Quantos terão que morar ao léu? Quantos terão de passar fome? Não importa. O que importa é que a chance de ficar rico está ao alcance da mão e não deixaram escapar. Certos que estão que política é isso mesmo. Política não é nada disso.
Essa forma de se usar as estruturas políticas para o benefício pessoal foi sendo construída ao longo da história principalmente por pessoas que não têm condições individuais e profissionais de garantir-se através de seus méritos. São incompetentes resignados. Colocam objetivos inatingíveis à frente e passam a usar os meios imorais para atingi-los. É a "moral de rebanho" fundamentando as práticas.
Mas existe o lado bom daqueles que agem baseados na "moral de rebanho". É que eles são previsíveis. Agem sempre com os mesmos meios (imorais) com alguns detalhes diferentes. Tanto é verdade que a AMARRIBO fez uma cartilha descrevendo os métodos dos imorais agindo em benefício próprio. O modus operandis pouco se diferencia. Essa cartilha é uma luz que se direciona aos eleitores para que possam despertar o valor da cidadania. Vale a pena ler.
Em 2004, logo após o resultado da eleição, divulguei um texto que antevia arrogância, o descaso com a coisa pública, o improviso, a desordem administrativa, o patrimonialismo, nepotismo e todos os ismos decorrentes da ação capitaneada pelo atual gestor municipal. Não foi exercício de futurologia. Não. Foi apenas uma reflexão baseada nos dados disponíveis da prática política até então posta em prática pelo então presidente da câmara de vereadores ( o hoje prefeito). Tudo já estava em gérmen lá, num campo micro, mas já estava lá. E que aconteceu? ~
Falando de arrogância, logo após o resultado o prefeito disse que tinha enterrado politicamente, com o resultado, o então prefeito de Floriano, o ex-prefeito e o então candidato a prefeito da oposição. Mas que coveiro incompetente. Até nisso aflora o seu despreparo. Fez uma cova rasa e agora está sendo ameaçado na sua reeleição. Como um morto vivo um fantasma está atormentando o coveiro incompetente.
É muita arrogância totalitária, despótica, centralista. Mas o que é bom na "moral de rebanho" é que além de ser muito previsível, nos serve como parâmetro de tudo aquilo que não se deve fazer em política.
Ainda bem que nesta campanha os eleitores têm uma esperança contra tudo aquilo que se condena em política. Temos um candidato que possui as qualidades, não no campo da proposição, mas na prática. Qualidades que podem ser testadas e defendidas por todos que têm dignidade. Temos alternativa para votar. Temos esperança de fazer a nossa cidade se tornar um lugar digno para se viver, longe daquilo que existe de mais condenável em política. Temos um candidato que irá resgatar o gosto do cidadão em voltar a participar das lutas políticas.
quarta-feira, 16 de julho de 2008
DESCASO COM A SAÚDE PÚBLICA.
Continua o descaso com a saúde pública em Floriano. Ano passado fomos apresentados ao local em que grande parte da carne consumida por nós era tratada para depois ser levada ao Mercado Central. Ficamos indignados. A sociedade toda ficou abismada. Era uma imundície só. Os animais para o consumo eram abatidos em meio a cachorros e gatos que concorriam entre si para pegar os restos ali mesmo depositados. O Ministério Público solicitou a interdição do local. A Justiça decretou a interdição. O prefeito argumentou que estava com um processo licitatório para a construção de um local adequado. Por isso seria razoável esperar que o outro fosse construído. O que estamos vendo é que já se passou um ano e toda a empulhação sobre a construção do matadouro está vindo à tona. Era só enganação. Só mentira. Só descaso.
Esse governo municipal entende mesmo que a sociedade é burra. Ou, então, o descaso desse prefeito em relação à saúde pública dos cidadãos é a sua maior vitrine eleitoral. O que de fato foi feito para melhorar as condições de tratamento, transporte, armazenagem e distribuição da carne? Nada. O mesmo local imundo, só que agora maquiado, está servindo para abater os animais. O Mercado Central, local onde se armazena e se distribui grande parte da carne consumida em Floriano está numa sujeira de causar nojo. Qualquer um que necessite ir àquele local pode observar as paredes acima dos boxes de venda de carnes. É intolerável.
A sujeira pode ser vista pelo prefeito como algo normal, suportável. Mas seu descaso com a saúde pública não pode ser o parâmetro para higiene. Teias de aranhas, sujeira nas paredes, piso imundo. As pessoas que trabalham lá reclamam, mas as providências não são tomadas. É um descaso. É uma estupidez só.
Sr. prefeito, cuide, pelo menos, da saúde da população. O Sr. não ocupa um cargo que objetiva representar seu grupo político, não. O seu cargo é para representação da população. Por isso, insisto, limpe aquele mercado. Faça o matadouro que o Sr. disse que ia fazer em sua campanha.
Já estamos na campanha seguinte e a sua "promessa" não foi concretizada, aliás, como a maior parte do que foi dito em sua campanha passada.
PS: que falta de criatividade, fazer associação do seu nome ao do presidente da República através daquela música "deixa o homem trabalhar". Trabalhar em quê? Com quem? Para quê? Depois, respondo essas questões.
terça-feira, 15 de julho de 2008
AO MÁRIO.
Olá Mário, agradeço muito a sua participação com contribuição e críticas ao que escrevo aqui no Blog. Pretendo mesmo fazer desse espaço um local equilibrado de exposição de idéias. Gosto de contrapontos. O seu comentário foi mesmo publicado, não deixarei nenhum comentário equilibrado de fora, pode acreditar.
Quanto ao fato de apontar no texto sobre as velhas práticas políticas estarem sendo postas em prática nesse governo que se diz "o novo", gostaria de acrescentar que meu discurso não se resume na denúncia. Se bem que a tarefa da análise crítica tem como uma de suas finalidades fazer o que fiz. Gostaria de lembrar que vários dos meus textos tanto os publicados no Notícias de Floriano, quanto nos programas de rádio que participei apontavam para uma postura divergente da observada por você. O que ocorre é que esse espaço é novo e não dipus todos os textos aqui, o que pretendo em breve, e então pode ter lhe ocorrido essa impressão 'a priori'. Entendo e respeito. Mas discordo.
Quanto ao fato do prefeito fazer as suas obras em período eleitoral não há nada de errado nisso. O erro apontado como sendo espelho do passado que ele diz ter enterrado ocorre no fato de só fazer as obras nesse período. É assim que se aposta numa pretensa burrice do povo. Mas como disse o povo não é burro, não. Saberá decidir de acordo com seus critérios, ainda que em grande parte carente de autonomia.
Você começará a ver o que cada candidato pretende a partir do dia 1º de agosto através da TV Cidade Verde. Será um debate entre os candidatos de Floriano. Você não pode e nem vai perder. Será feito num auditório no centro de Floriano. Pena que os eleitores não poderão entrar no local, mas poderão assistir num telão que disponibilizarão do lado de fora. São as regras do debate.
Depois, falo mais.
Um abraço.
segunda-feira, 14 de julho de 2008
AS PRÁTICAS POLÍTICAS REJEITADAS VESTIDAS COM ROUPA NOVA.
Alguém já percebeu que o centro de nossa cidade está um verdadeiro canteiro? Todos os que têm a oportunidade de passar por lá pode observar. A praça central está sendo cercada para reforma (que foi orçada em mais de R$ 600.000). Tudo seria muito bom se não estivesse sendo feito com os mesmos propósitos de uma política tacanha que esse governo municipal diz ser a representação do contra, ele seria o novo na política. Mas está fazendo o mesmo que se fazia. Então, o que se fazia era o correto e o governo municipal estava enganado em seu discurso? Ou, ele mudou o discurso para se adaptar às práticas do passado? Ou, ele passou a agir de acordo com as práticas do passado para atingir os seus objetivos imediatos?
Nada se sabe ao certo sobre esse governo. O que se sabe mesmo é ques ele está apostando que o povo é burro e não vai perceber que ele não tem nada de novo. Ele é tão velho quanto as velhas práticas que dizia combater. Outro exemplo: a rodoviária nova. Esta fazendo a mesma política de véspera de eleição. Chamou o governador para mostrar à população que tudo será feito. Mas esse governo municipal não começou neste ano. Já está aí há mais de três. Por que só agora se mostra capaz de fazer alguma coisa? Por que não fez nada nos anos anteriores?
Aposta na burrice do povo. Acha que o povo é burro. Mas nosso povo não é burro não Sr. prefeito. Tanto é verdade que no momento em que o Sr. foi eleito o povo agiu de acordo com sua avaliação das condições políticas da época. Quando viu que a eleição estava polarizada e que Nelson Júnior tendia a ganhar a eleição o povo fez um voto de protesto e o elegeu. Por quê? Porque imaginava que o então prefeito seria influente num possível governo Nelson Júnior. Fez a opção. Votou no Sr. O Sr. sabe que foram poucos os votos que o levaram a eleição (em relação ao seu principal oponente). Então, essa avaliação tortuosa de que o nosso povo é burro pode levá-lo ao poço dos políticos que o Sr. diz já ter enterrado.
O povo, em grande quantidade, diz hoje que não vota no Sr. Então, como o ex-prefeito era a alternativa proposta, até então, muita gente estava dizendo que votaria nele, mas que não vota mais no Sr. Preste atenção no serviço. Pode perder a eleição por achar que o povo é burro. O povo não é burro, não.
Essa sua assessoria está precisando ser reformulada. Esse negócio de fazer alardes com carros grandes e potentes nas comunidades do interior demonstrando arrogância e prepotência, pedir aos funcionários de confiança para fazer propaganda sua não dá certo, não. Vai terminar perdendo a eleição. A quadra em frente à antiga "Escola Normal" é um exemplo dessa ação sem planejamento. Fizeram a parte visível para depois fazer o piso, o que subverte toda a técnica de construção daquele tipo de obra.
E os buracos? O centro e as principais ruas adjacentes já estão ficando intrafegáveis de novo. Os buracos estão ressurgindo. O serviço, todos podem constatar, é de péssima qualidade. Não faz um mês que aquele serviço foi feito. Já estamos desviando de buracos.
Apostar na burrice do povo não é um bom negócio. O povo é muito perspicaz. O dia 05 de outubro está aí. Tem gente sua já cantando vitória. A campanha nem mesmo começou. É pagar pra ver.
FUNÇÃO OU DISFUNÇÃO NA REPÚBLICA DOS “CORONÉIS”.
Ouvindo conversa de um extasiado partidário do atual prefeito de Floriano testemunhei as seguintes assertivas: “Nós merecemos a atual administração porque era uma necessidade de nosso povo”. Indaguei sobre o fundamento de tal proposição. A resposta: “Estava mais do que na hora de modificar o quadro político para balancear”. Por quê? “Nas últimas décadas só tivemos pessoas da elite(1) comandando o nosso município e nunca fizeram nada pelos pobres, agora chegou a nossa vez”. E qual a importância de termos alguém do “estrato social subordinado” como prefeito? “Para mudar”. Não existe explicação ideológica ou lógica, é mudar por mudar. Assim pensa a maioria dos autodenominados “coronéis”, ou seja, alguns indivíduos estão deslumbrados com o poder e dizem que deixaram de ser “soldados” e subiram de patente.
Analisando o raciocínio do extasiado partidário encontramos nas entrelinhas algumas hipóteses que merecem ser explicitadas. Vamos começar pelo final quando ele propõe que a elite não buscou saciar as necessidades das classes sociais subalternas. É uma grita inquestionável. Mas o desejo de mudança também traz implícita a premissa de que para manter a ordem e a coesão social necessitamos de alternância de poder entre as classes sociais. Isto dentro de um sistema social que vem sendo perpetuado há mais de trezentos anos baseado na predominância de uma classe social sobre as demais - a burguesia.
Se levarmos adiante este tipo de raciocínio e sua fundamentação sociológica, podemos inferir que para a nossa sociedade se manter sem alterações radicais ou transformações, necessitamos proporcionar às classes sociais subalternas o procedimento da satisfação momentânea do poder. O estudioso dos comportamentos sociais MAX GLUCKMAN fez um levantamento de rituais de rebelião entre mulheres zulus. Num resumo podemos dizer o seguinte: Rituais agrícolas são executados todos os anos quando se inicia a plantação dos alimentos. As mulheres adquirem uma autonomia em relação ao controle exacerbado dos valores machistas. As mulheres se soltam, cantam lascivamente e nuas. Num determinado momento todos se fecham em um casebre e se algum homem se aproxima e toca uma delas, elas todas podem atacá-lo(2).
Moral da história, as mulheres que vivem sob um regime de extrema falta de autonomia, de liberdade, onde os homens mandam e desmandam, uma vez no ano tem seu momento de expurgo das raivas, frustrações, humilhações, insatisfações. Depois desse momento tudo volta a ser como dantes. Segundo MAX GLUCKMAN esse ritual possui uma função que é o propósito de resolver as tensões criadas pela predominância dos valores masculinos nas relações sociais. Ou seja, para que as mulheres não enlouqueçam, não se destruam por não suportar tais relações, a elas é oferecida uma única oportunidade de troca de papéis. Pois é, o ritual possui uma função, não é uma brincadeira tola que muitos não conseguem entender e supõem exótica.
Vejamos os nossos similares: carnaval, futebol, “besteirol” na televisão... As classes subalternas são exploradas mas em compensação possuem os seus momentos de externação de suas raivas, frustrações, humilhações, insatisfações, esperanças, sonhos. Como exemplo podemos citar uma declaração do técnico da seleção brasileira de futebol “Dunga” logo após a vitória sobre a Argentina na final da copa América de 2007: “dedicamos esse título ao trabalhador brasileiro que acorda cedo e trabalha duro e tem como alegria apenas as vitórias da seleção”.
Segundo o extasiado partidário do prefeito - sem nem mesmo ter consciência do significado do que disse - as nossas tensões entre as classes sociais no que se refere ao poder executivo de nossa cidade são resolvidas através das alternâncias. Por muitos anos a elite assumiu e detém o poder. Mas de vez em quando deve abrir mão desse poder para arrefecer as tensões sociais e manter o equilíbrio sem rupturas, sem desequilíbrios, sem disfunções. Seria um fundamento funcionalista utilizado para analisar os fatos.
Quanto à afirmação de que há muitos anos somos governados apenas pela elite, requer um reparo. Nas últimas décadas, na verdade, fomos governados por pessoas de origem social subalterna. Mas por que para os “coronéis” permanece a impressão de que foi pela elite? As pessoas, apesar de uma origem humilde, depois que assumiram o poder começaram a defender as necessidades e valores do novo extrato social que assumiram. Em outras palavras, tinham uma origem humilde, mas depois de ascender ao poder se livraram de todas as lembranças dessa origem e assumiram o modo de vida da elite. Nesse sentido o atual prefeito vai se manter humilde, apesar de quando terminar o mandato ter acumulado legalmente, através de seu salário, uma substanciosa soma de R$ 480.000,00? Esse montante o identificaria socialmente com a pequena burguesia.
E os valores da classe social a que pertencia serão esquecidos? As necessidades da classe social em que nasceu serão atendidas? Vale ressaltar que não defendemos a permanência de ninguém em estado de pobreza, de necessidades. Pelo contrário, desejamos a conscientização política das pessoas para que todos possamos viver dignamente. Somos humanistas e como tais defendemos integralmente a inclusão social de todos os cidadãos, e não de apenas alguns. Tentamos apenas entender o fundamento do que foi dito.
Segundo ÉMILE DURKHEIM a Sociologia pode ser definida como o estudo dos fatos sociais. Os fatos sociais para poder ser estudados cientificamente são tratados como coisas, objetivamente. “Fato social é a maneira de sentir, pensar e agir socialmente exteriores aos indivíduos e fundamentados na coação”. Assim, o comportamento dos indivíduos num determinado grupo social tem que seguir as normas estabelecidas socialmente, senão sofrerão sanções. Nessa visão a postura adotada pelos prefeitos de Floriano que são originários do coletivo social subordinado pode ser compreendida. Se não adotarem os novos valores, sofrerão reprimendas daqueles que compõem o estrato social a que tiveram acesso. Para ser aceitos como novos-ricos tem que defender os valores pequeno-burgueses.
Então, se essa postura pode ser estendida a todos os que compõem o governo municipal, e a todos aqueles que desejam que aja em suas vidas uma mobilidade social ascendente, daqui a uns duzentos anos talvez todos de nossa cidade sairão da pobreza. Pois, basta aguardar a vez em grupos para assumir o poder político, assim irão ser ricos e “coronéis”. Essa é a postura patrimonialista de governo. Assumir o poder com o objetivo indisfarçável para enriquecer, mesmo que de forma legal, os seus.
Na atual administração municipal não se vislumbra nenhum indício de políticas sociais, econômicas, culturais que possibilitem às pessoas através de esforços próprios e possíveis a luta por uma vida digna. Não se vê nenhuma indicação de busca de mecanismos que estruturem a nossa economia, a nossa sociedade, com o objetivo de assegurar concretamente a todos a oportunidade de lutar por um futuro melhor. O que vemos são elucidações de intenções não explicitadas durante a campanha eleitoral.
Já se disse, voltando aos fundamentos do extasiado partidário do prefeito, que tudo o que existe possui uma função, e toda função deve ser em benefício do todo social, da sociedade. Sendo assim, a pobreza teria a função de fazer com que tudo funcione bem, de forma harmoniosa. Seria o contraponto da riqueza. Se é assim, como eles podem, por outro lado, deixar de ser pobres através do exercício do poder? Seria uma disfunção. Estariam provocando uma desarmonia, um descontrole no sistema social. Estariam “bagunçando o negócio”. Assim pensam os funcionalistas nas suas origens.
Quando digo que o que mais me intriga nesse governo é a falta de argumentos para justificar as suas ações, algumas pessoas me chamam de chato, prepotente, arrogante, sabichão... Não possuem fundamentação teórica. Cada um fala o que quer e assim justifica à sua maneira a administração municipal. O que pretendemos é demonstrar que essa turma está improvisadamente exercendo o poder. Está exercendo o poder sem ter a menor noção de fundamentos ideológicos para justificar as idéias, as palavras, as ações. É lamentável termos que conviver com esse estado de coisas. O que pretendemos é demonstrar a alienação que suplanta as cabeças integradoras dos extasiados “coronéis”.
Raros, raríssimos são os intelectuais bem estruturados que compõem esta administração. Não é em absoluto uma regra, como acabamos de ver neste texto que fala de uma cidade que hoje é governada por uma trupe comandada por inconseqüentes e incompetentes seres que se julgam, agora no poder, como os donos da cidade. Bastaria, para esclarecer os adjetivos aqui utilizados, relatar o caso daquele senhor que foi vigorosamente levado ao cárcere por ter ousado cobrar do alcaide promessa de campanha em sua casa. Ou o caso da professora que ousou tratar uma “dondoca” pelo nome de registro, quando foi quase que obrigada a tratá-la pelo cargo que ocupa no atual governo, como não cedeu foi demitida da função de confiança que ocupava na administração. Ou o caso de uma pessoa que solicitou a ajuda ao alcaide para fundar uma O.N.G. e que foi destratada porque o prefeito reprovou o fato dela ter lido e distribuído um texto de nossa autoria. E ... é melhor guardar os fatos para outro texto. Por enquanto basta isto para demonstrar que estamos vivendo no que está sendo consignado como a “República dos Coronéis”.
PS: O negócio é que não há espaço para todos no topo do sistema social. Eles, os “coronéis”, chegaram e é o que importa, os outros terão que se contentar apenas com a falsa sensação de que existe um representante de sua classe social exercendo o poder. É um imaginário decorrente de imposições ideológicas. Pura ficção, como já foi demonstrado no texto. O êxtase completo seria se além do poder político, esses indivíduos detivessem o poder econômico, social e cultural. Aí a soberba seria insuportável. Ainda bem que a história de nossa cidade tem demonstrado em longos períodos que a maioria deles é incompetente para tal propósito. Detêm apenas o poder político, e o dinheiro que advém desse fato não é suficiente para formar um controle social forte e terminam todos arruinados. Quem viver verá o mesmo acontecer com os supostos “coronéis”.
(1) A elite aqui se entende como aquele grupo de pessoas de uma sociedade que sempre se mantém coeso e endógamico, reproduzido-se de geração após geração para se perpetuar no poder social, político, econômico e cultural.
(2) Sintetizado a partir do livro "Introdução à Filosofia da Ciência" de Inês Lacerda Araújo, Ed. UFPR, 2003.
POESIA.
MESMO ASSIM.
nem tanto melancólico com o mundo
muito mais sincero comigo
nem tanto desapego com o sucesso
muito mais objetivos razoáveis
nem tanto dormir enquanto falam
muito mais ódio ao óbvio
nem tanto sofrer sem causa
muito mais angústia por não ter conseguido
nem tanto pretensão
muito mais falar com palavras exatas, cortantes.
Jair. 17.02.2006.
sexta-feira, 11 de julho de 2008
O PAÍS DOS "BICHOS".
No comercial uma empresa tenta vender seus produtos utilizando-se de uma linguagem ideológica bastante dura e subalternizadora. Os produtos são carros novos. A empresa diz em alto e bom som que nós vivemos num país de bichos. Porque quem não pode comprar um produto daquela empresa são animais: vacas, cachorro, gato... Pode-se alegar que é apenas um comercial. Que é algo sem pretensão de agredir àqueles que não possuem essa condição financeira. Que é apenas uma propaganda pretensamente engraçada, lúdica. Mas o que ela é na verdade é uma agressão aos pobres que são descritos subliminarmente como bichos.
É do conhecimento de muitos que o sistema social em vivemos não necessita de todos os que nele vivem para funcionar bem. Basta que existisse apenas um terço das pessoas que nele vivem para que o sistema funcionasse adequadamente. Tanto é verdade que em torno de dois terços de nossa gente (Brasil) vive em condições difíceis de existência. Se esse percentual desaparecesse não faria falta àqueles que controlam a sociedade. Pelo contrário, seria um alívio, pois não necessitariam gastar tanto dinheiro com políticas compensatórias em todas as áreas.
Partindo desse princípio os dois terços da população é massacrado de diversas formas cotidianamente. Pela violência desenfreada a que está exposta na rua. Pela falta de oportunidades de emprego e renda. Pela exclusão política, cultural, econômica, judicial. (Veja o caso do presidente do STF reclamar porque algemaram o banqueiro Daniel Dantas e a pressa para despachar pela soltura dele contra todos os argumentos racionais disponíveis - basta alguém lembrar do caso daquele outro banqueiro que foi solto e fugiu do país). Alguém já viu alguma pessoa preocupada porque alguém que compõe os dos dois terços de nossa população foi preso e algemado?
Então, o fundamento do comercial que parece uma coisinha lúdica está dizendo o que se pensa realmente do nosso povo. Diz a verdade sorrindo e brincando para torná-la mais palatável. Quem não tem condições de comprar o carro é um bicho, mesmo porque todas as vantagens são oferecidas para que se comprem. Se mesmo assim você não conseguir você é um bicho.
Como disse antes que a maioria de nossa população não tem essa condição financeira, por ser maioria é constituída de BICHOS. Pois só bicho não pode comprar. O país dos bichos, dos pobres, dos excluídos, porque um país de terceiro mundo.
Perguntaram-me se não seria delírio meu essa abordagem sobre algo tão singelo. Bom, para aqueles que fazem parte do estrato social para quem se destina a propaganda tudo isso é uma brincadeira. Mas para aqueles que se sentem ofendidos, não. Imagine a seguinte cena: em casa os familiares de alguém que não tem condições de comprar nem aquilo que precisa para viver dignamente e junto aos filhos ficam vendo que quem não pode comprar um carro é um bicho. Como explicar aos filhos que aquilo não é verdade? Como justificar aquela agressão gratuita? Não basta só ser excluído tem também que ser sacaneado publicamente?
Bom, mas se você pensa diferente tem todo o direito, porém que a empresa está dizendo subliminarmente que vivemos no país dos bichos, isso está. Porque a maioria não tem como comprar um carro novo daqueles.
UM PRESENTE.
Quero agradecer ao meu cunhado e à minha irmã. Foram bastante prestativos. Eles não comungam com meus fundamentos filosóficos, mas compreendem que todos têm o direito de pensar com liberdade e autonomia. Esse é um princípio básico da convivência democrática, permitir que os outros pensem diferente. Por isso me relaciono pouco com intolerantes, no máximo um alô.
Aguardem, então, o texto.
terça-feira, 8 de julho de 2008
A CIDADE DO PRESENTE.
Para isso recorri aos pensadores André VERGEZ e Denis HUISMAN em "História dos Filósofos ilustrada pelos textos." A escola estóica surge como resultado da busca do povo grego para solução de problemas práticos. Já havia passado a época da "reflexão sobre problemas teóricos" que predominara até a morte de Aristóteles. O império já entrara em declínio e seu povo vivia subjugado. Aquela reflexão que marcara a identidade intelectual grega já não podia mais ser feita: a política. Assim, eles se voltam para "as questões práticas".
Para suprimir "os sofrimentos da condição individual" surge uma reflexão sobre a "moral prática". Várias foram as escolas que se propuseram a tal propósito: epicurista, cética, cínica, cirenáica, megárica. Mas a que interessa nesse momento aos meus propósitos é a Estóica.
O fundador da escola foi ZENÃO de Citium (336 a 264 a. C.), na ilha de Chipre. A influência de seu pensamento foi tamanha que chegou a alcançar até o século II d. C. SÊNECA (4 a. C. - 65 d. C.), EPITETO (55 - 135 d. C.) e MARCO AURÉLIO (121 - 180 d. C.). Mas o que pregava o estoicismo? De um modo geral a resignação.
Por que não se entristecer com um mal que nos atormenta? Ora, porque "tudo o que acontece já está determinado pela razão suprema". Os estóicos eram panteístas. Eles afirmavam que "a natureza é a vida universal, é o próprio Deus." E continuavam, "O mundo inteiro se assemelha a um imenso ser vivo cujos órgãos são os diversos indivíduos e cuja alma é Deus. Deus é a alma imanente do universo."
É nesse ponto que ressaltamos os fundamentos desse texto. Muito menos para explicá-lo, mas para buscar a origem de certas (im)posturas adotadas por aí. Se o mundo é como se fosse um organismo, então o homem deve se submeter passivamente a tudo o que acontecer. Deve se resignar ao seu destino. Pois, se existe uma razão universal, uma alma controlando e decidindo tudo e os homens são partes pequenas dessa estrutura, então ele (homem) não deve se revoltar quanto às coisas que acontecem. Deve se submeter ao seu destino. Se o que os estóicos buscavam era o caminho para a felicidade esse caminho era "uma atitude da vontade".
Desse modo o homem será "feliz quando existe o que ele quer. Sou feliz quando desejo que as coisas sejam o que elas são." A felicidade, portanto será o resultado da aceitação das coisas como elas são porque contra elas o homem não pode nada, ou quase nada. É sábio aquele que aceita o mundo como ele é, como está posto, constituído. Ser sábio é ser feliz. EPITETO disse: "Suporta e abstém-te."
Quando se usa os meios de comunicação, os eventos públicos para dizer que os recursos da prefeitura são poucos e não são suficientes para o mínimo, estão, na verdade, querendo que as pessoas se resignem e aceitem o que existe como sendo o possível. Aceitem as coisas como elas estão para ser feliz. Se aceitarem o que existe como sendo aquilo que desejam, então está tudo resolvido.
Isto é uma falácia, sofisma. Há dinheiro sim para fazer muito em nossa cidade. O que vem ocorrendo nás últimas décadas é que esses recursos são dissimulados e alocados para outras finalidades. Não devemos nos contentar com o que é feito na cidade. Não é nosso destino viver assim. O mundo pode ser modificado, sim. A nossa cidade pode tomar outro rumo administrativo, sim. Basta querermos.
Um exemplo da propagação de tal "moral" de modo que as pessoas passem a aceitar o mundo como ele é encontra-se na música "Epitáfio" do grupo musical "Titãs". A música é uma composição do integrante Sérgio Britto. Diz assim: "Queria ter aceitado/ A vida como ela é/ A cada um cabe alegrias/ E a tristeza que vier..." Ou seja, o sujeito tem que se dobrar às circunstâncias de sua existência porque sobre elas não pode nada, ou quase nada. A música do sujeito arrependido por ter lutado por alguma coisa na vida. No final ele sucumbe ao triste comportamento moral da resignação. A felicidade teria existido se ele agisse como um carneirinho manso.
Se contentar com pouco. Como alguém pode pensar assim? A história de nossa cidade, num passado longínquo, foi descrita como pujante. Mas num passado recente é uma história muito pouco produtiva. Um passado muito pouco. Uma cidade presa ao desânimo, ao egoísmo, ao individualismo, ao patrimonialismo que serviu de fundamento na construção de um passado de pouca estrutura, de poucas realizaçãoes sociais. Porque a pequenez de idéias e ideais foi a tônica das últimas administrações municipal. Com isso ficamos relegados à mentalidade pequena, medíocre de uma vida sem um futuro projetado, pensado, objetivado.
Nos últimos anos passamos a uma mentalidade "administrativa" oposta, mas igualmente terrível para as novas gerações. Estamos presos ao presente. Fomos apresentados ao estilo "administrativo" que se prende às necessidades inadiáveis. É bem sabido que a poucas, muito poucas necessidades sociais inadiáveis. Faz-se calçamento, fura-se poços artesianos. Só. O resto é política pública de âmbito estadual e federal, em que se baseia o falso discurso da modernidade. Necessitamos nos livrar da lama, faz-se calçamento. Necessitamos de água, fura-se poços artesianos. A efetivação desse imediatismo falseador vangloria-se de ser alguma coisa nova na prática política. Não é, como já vimos na história de Floriano.
Temos de ter coragem de tratar o futuro com destemor. Temos que buscar pessoas realmente comprometidas com a nossa cidade. Chega de aventureiros patrimonialistas. Pessoas que sejam minimamente conscientes de nossos problemas e capazes de solucioná-los. Uma cidade como a nossa precisa de administradores com visão de futuro. Chega de administradores avestruz, aquele que enterra a cabeça junto aos pés na areia e assim não consegue ver numa perspectiva de futuro. Estamos cansados desses "visionários" do presente, do imediato, do passado. As necessidades imediatas devem ser resolvidas, sim. Ninguém vive sem atender ao que necessita no presente. Viver preso ao futuro é um exercício de pura utopia. O que estamos propondo é que os cidadãos de Floriano escolham nessas eleições um administrador capaz de olhar o presente e projetar o futuro a partir do conhecimento do que foi ou não foi feito no passado, do que se deve ou não se deve recorrer ao passado.
Floriano é uma cidade sem um futuro. Teve um passado medíocre e um presente desalentador. Chega disso. Não devemos nos conformar com esse estado de coisas. O mundo não deve ser aceito como algo que não pode ser modificado. Pode sim, devemos criar os meios de fazermos de nossa cidade um lugar digno de se viver. Um lugar que possamos dizer em bom tom que é a nossa cidade. Um lugar que não nos envergonhe. Que não nos deixe triste. Mas uma cidade que nos deixe felizes. A busca de nossa felicidade passa pela consciência de que o mundo dos homens é um mundo feito por eles e atendendo aos ineteresses deles. Política é isso: lutar para que as necessidades de todos sejam atendidas pelos meios democráticos e constituídos.
Então, a gente pode ser feliz quando decidir que não devemos aceitar a nossa cidade ser tão mal cuidada. Não queremos ter uma cidade presa ao presente, mas uma cidade pensada, planejada. Para que as nossas novas gerações possam viver dignamente e felizes. Chega de sermos subjugados por incompetentes e interesseiros.
segunda-feira, 7 de julho de 2008
CENSURA NA WEB?
Na resolução consta que as pessoas estão proibidas de expressar seus pensamentos e opiniões porque estamos vivendo o período eleitoral. Leia o que diz o http://www.180graus.com/ ( Eleições: Tse "joga" duro contra sites, portais e blogs.): "A legislação eleitoral proíbe a mídia eletrônica de difundir opinião favorável ou contrária a candidato e ainda de dar tratamento diferenciado aos postulantes. Já os jornais e revistas, que são empresas privadas, não sofrem restrições. Na prática, a equiparação significa que as inúmeras ferramentas da internet -como blog, e-mail, web TV, web rádio e páginas de notícias, de bate-papo, de vídeos ou comunidades virtuais- não poderão ser usadas para divulgar imagens ou opiniões que configurem apoio ou crítica a candidatos."
Ora bolas. O princípio básico da cidadania é exatamente esse. Impedir alguém de exercer a cidadania é um ato de constrangimento e exceção. Desde a Grécia Antiga que as pessoas foram incentivadas a participar ativamente das decisões sobre os rumos da cidade. Participar das assembléias, expor suas proposições e defedê-las para que o governo as efetive foi definido como uma atitude básica de cidadania. É claro que o contexto histórico não era igual, mas foi a gênese do nosso.
Proibir as pessoas de se expressarem na WEB através de Blogs é uma atitude temerária em relação à democracia. Na Constituição está garantida a liberdade de expressão política, desde que cada um se responsabilize pelo que diz. É assim que normalmente agem as pessoas que têm responsabilidade e assumem as suas posições pessoais e políticas.
A televisão, o rádio, o jornal, a revista são meios de comunicação a que as pessoas estão expostas a um certo grau de informação sem aquiescência. O telespectador só é classificado como tal se quiser ligar um canal de TV. O ouvinte de rádio sintoniza na emissora de sua preferência. O leitor compra o jornal ou a revista que quiser. Mas mesmo assim está exposto ao monopólio através daqueles que detêm o poder econômico. No caso de um Blog qualquer pessoa minimamente possuidora do conhecimento computacional pode ter o seu. Reside nesse meio a democracia cultural, ideológica, política e econômica. Não é preciso ter dinheiro em demasia para ter um Blog. Basta ter uma posição e querer divulgá-la.
Um carro de som emitindo juízo de valor sobre candidatos passeando pelas ruas da cidade é uma forma absolutamente contrária aos Blogs. Se a análise for feita sobre a possibilidade de influência (se for essa a pre-ocupação do TSE) os carros de som tiram o direito das pessoas de não desejarem ouvir o que se diz sobre um tal candidato. Num Blog a pessoa obtém a informação que pretende, que gostaria. Vai atrás daquilo que exatamente deseja ler ou ouvir. Um Blog não impõe a todos, como o carro de som, a opinião do seu autor. Portanto, um Blog não pode ser enquadrado dentro dos mesmo criitérios.
Ademais desejo manifestar o que penso politicamente e agora estou impedido por um argumento com carência de racionalidade e liberdade. É claro que estou usando eufemismos. A justiça é a justiça. Você sabe, né?