Vivemos dias
insuportavelmente aborrecidos porque estão, em geral, querendo que todo mundo
se comporte baseado no que filósofos estão chamando de “a praga do
Politicamente Correto” que, grosso modo, é a padronização dos comportamentos
baseada na hipocrisia. Não se deve dizer o que tem de ser dito porque o outro
pode se sentir ofendido.
Ora mais, se alguém fez
algo errado e a própria sociedade criou mecanismos para sancionar aqueles que
não correspondem ao papel social a ser desempenhado, então, agora, não se pode
mais aplicar as sanções porque o sujeito vai se sentir ofendido. Isto é
hipocrisia. Fingir que o outro não fez nada de errado e ainda assim tratá-lo igualmente
como o outro que se empenha para corresponder às expectativas sociais.
O ex-prefeito de Floriano
foi o mais incompetente e perdulário inconsequente na administração pública.
Deixou a cidade destruída, as instalações da prefeitura em péssimas condições
apesar de ter declarado altos valores em reforma, deixou de pagar integralmente
os direitos trabalhistas dos funcionários, deixou os equipamentos de
funcionamento fundamentais em estado deplorável, deixou de recolher o lixo por
quase um mês, deixou os buracos nas ruas sem reparos... e, ainda assim, não
pode ser sancionado publicamente por causa de seu descalabro administrativo.
Uma forma de sanção social
aplicada impiedosamente pelos cidadãos de nossa cidade em várias situações
foram as vaias que ele recebeu publicamente. Outra forma de sanção foram os
resultados de pesquisas eleitorais que informaram a opinião dos cidadãos sobre
a sua administração. 70% disse que ele, como prefeito, foi medíocre. Então,
todo mundo já sabia, ele já sabia, de que forma poderia ser tratado na cerimônia
de transmissão do cargo.
Mas um providencial
arranjo politicamente correto foi armado pelo seu cerimonial para que ele, mais
uma vez, não sofresse sanções sociais. Ele foi receber o atual prefeito,
GILBERTO JUNIOR, no meio da entrada que leva à prefeitura. Então, nada mais
salutar que depois de transmitido o cargo o atual prefeito o fosse deixar no
mesmo lugar em que foi recebido. Contudo, entrou em vigor o tal arranjo
politicamente correto. Foi anunciado nos alto-falantes que o atual prefeito
iria deixar o ex na porta de seu carro que estava estacionado no começo da
entrada.
Resultado: as pessoas não
puderam aplicar-lhe a merecida sanção social a que ele já está acostumado,
vaias, porque ficaram divididas entre vaiá-lo ou aplaudir o atual prefeito. Foi
um arranjo, devo reconhecer, bem feito. Deu certo. Ele não foi vaiado. No
entanto, não foi porque não merecia nem muito menos porque as pessoas que ali
estavam não queriam. Porém foi porque o arranjo politicamente correto
funcionou.
Mas eu com minha também
providencial postura contrária ao politicamente correto, ou seja, meu
comportamento politicamente incorreto, disse bem alto e a uma distância pequena
do ex-prefeito: Cai fora. Logo em seguida, algumas pessoas próximas a mim me
parabenizaram dizendo que era isso que estava entalado na garganta delas, cai
fora.
Cai fora da prefeitura,
perdulário inconsequente. Cai fora da vida pública de nossa cidade,
incompetente e autoritário. Cai fora da administração pública, “desequilibrado”
(como o definiu o Secretário Estadual de Transportes, AVELINO NEIVA). Cai fora,
enfim, tudo aquilo que ele representa como político.
Minha luta para defenestrá-lo
do poder valeu a pena nesses oito anos que ininterruptamente denunciei todos os
seus desmandos, falta de responsabilidade, descasos, malfeitos e a destruição
da cidade e do patrimônio público.
Cai fora.
Cai fora, incompetente.
P. S.: Se você desejar
saber mais sobre a “praga do politicamente Correto”, leia o livro “Guia
Politicamente Incorreto da Filosofia”, de LUIZ FELIPE PONDÉ.
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