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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

BRANDO, MEU OZZY OSBOURNE ÀS AVESSAS.



Imagem da Internet para ilustrar como ficou a sala de computadores da prefeitura de Ana Flores depois do arrastão da súcia de BRANDO.




No dia 29.12.2012., lá pelas 3 da madrugada do sábado para o domingo, um estranho movimento se iniciou numa casa no centro da minha cidade fictícia, Ana Flores.

Eu poderia iniciar a narrativa contando que pela manhã algo se deu de forma suspeita num bairro de Ana Flores. Mas como quem escolhe os personagens, os fatos, o local, a hora e o final sou eu, então foi de madrugada mesmo. Assim fica mais crível e ninguém poderá tomar para si. É apenas uma narrativa inteiramente fictícia.

Nos estertores da administração do prefeito de Ana Flores, o improvável BRANDO, a sua súcia correu para roubar da prefeitura tudo o que poderia ser aproveitado depois em suas casas e até mesmo para vender, ou o pior, trocar por drogas.

Foi um corre, corre danado. Ainda de posse das chaves da prefeitura a súcia depenou as principais repartições. Levaram de ar-condicionado a cadeiras, de armários a computadores. Todos bens públicos. Não eram deles que por necessidade tinham emprestado à prefeitura, não.

Em meses anteriores a súcia comprou vários bens novos com dinheiro da prefeitura para serem utilizados lá e já com a intenção de depois levá-los para casa. Uma esperteza de larápios.

A casa ficou lotada desses bens. E não se importaram com os passantes, não. Estavam convictos de agir como agem e pensam os larápios do dinheiro e dos bens públicos. “É assim mesmo. Não estamos fazendo nada do que os outros não fariam”. Os outros larápios, ressalte-se.

BRANDO é o grande inspirador e professor de sua súcia. Seus alunos aprenderam em escala instantânea, curso rápido, intensivo. “Se o chefe rouba aos milhões por que nós não podemos roubar uns armariozinhos?”

E continuava a chegar caminhonetes, peruas e carros comuns cheios de equipamentos da prefeitura de Ana Flores. A noite estava findando e era preciso ser mais rápido antes que o dia denunciasse de forma escancarada o roubozinho. Os integrantes da súcia de BRANDO sorriam cada vez que constatavam que tinham se dado bem ao avaliarem os equipamentos.

Quando foram entregar, na terça-feira 01 de janeiro de 2013, as chaves da prefeitura disseram que os bens eram só aqueles que estavam lá. Os novos administradores constataram depois que houve um arrastão - aliás, essa palavra foi levada a sério tanto que se tornou o símbolo de destaque na administração de BRANDO.

Numa sala onde funcionam umas bancadas de computadores havia um ar-condicionado no buraco da parede. Os novos administradores ao testarem o aparelho averiguaram que não havia nem o cabo para ligar na tomada. E estava velho e depenado. Então eles se perguntaram: “Como essa sala com os computadores estava funcionando nessas condições?”

A súcia de BRANDO deve ter respondido lá da casa de depósito do roubo com uma gargalhada sonante. O ar-condicionado que estava lá era novo e na noite do roubo tinha sido trocado por uma carcaça. Esse é apenas um exemplo.

BRANDO é realmente um canalha, mas um canalha cínico e simpático. Daqueles que são capazes de desmontar qualquer um com um sorriso amável. Eu desenhei algumas características do caráter de BRANDO, mas outras ele desenvolveu autonomamente.

Ele é igual a aquele filho que saiu de casa e foi viver a vida com valores que o pai não o ensinou e nem queria para ele. É assim que me sinto. Um pai traído pelo filho que se tornou um ladrão de ar-condicionado.

Mas a parte da súcia de BRANDO que protagonizou o roubo de ar-condicionado está sendo investigada por autoridades federais. Dentro de alguns anos teremos a conclusão de inquéritos que irão levá-los a indiciamentos, julgamentos e condenações. A minha esperança, como pai traído, é vê-los pagar por seus roubos. Eles estão tão seguros de si que não se importam se estão vendo ou sabendo de seus roubos. Admiro essa “qualidade” deles. São seguros de si.

O cantor e compositor OZZY OSBOURNE narra em sua biografia “Eu sou Ozzy” que num determinado momento de sua vida adolescente seu pai lhe disse que um dia: “Ou você vai ser famoso e ganhar muito dinheiro, ou será preso".

BRANDO ficou muito famoso. É tanto reconhecimento que várias pessoas me mandam mensagens de vários lugares falando dele atestando que meu filho fictício ficou famoso. E também já ganhou muito dinheiro e vai continuar ganhando, posto que as empresas dele que estão em nomes de laranjas irão, daqui para frente, ser o seu ganha pão oficial.

O dinheiro ele ganhou, é certo. Mas ganhou roubando da prefeitura de Ana Flores, visto que BRANDO não tem profissão (não lhe deu estudo suficiente). Ele nunca trabalhou na vida. Mas agora é um homem milionário. E daí? Todo ladrão faz isso mesmo.

Não me venham com sermões. Eu já não tenho controle sobre seus atos. Não condenem um pai que fez de tudo para que seu filho fosse um cidadão. No entanto, ele escolheu seu próprio caminho.

No final, como previu o pai de OZZY, ele foi preso por roubar uma loja de roupas. OZZY cumpriu as duas partes da “profecia” do pai. Mas de forma invertida. Primeiro ele foi preso e depois ficou famoso com a banda de Rock Black Sabbath.

Já eu espero acertar também o meu destino através da “profecia” do pai de OZZY. BRANDO é famoso e rico. Estou ansioso, como um pai responsável, para que seu filho fique uns bons anos na cadeia para pagar por seus roubos. 


P. S.: Todos os personagens desta história e as situações por eles protagonizadas são meras criações fictícias e qualquer relação existencial com alguma cidade verdadeira ou personagens reais terá sido mera coincidência. 



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