Casa que ilustra o tipo que existe na
cidade de Águas Barrentas em que BRANDO vai morar, visto que em Ana Flores a
sua prática política foi enterrada no ostracismo. Talvez tente enganar também e
fazer o que ele sabe fazer de melhor na cidade de Águas Barrentas. (imagem da
Internet).
BRANDO, BRANDO, você é mesmo um exemplo de canalhice. Quando
eu disse aqui que você era meu canalha preferido por ser um tipo ideal perfeito
não pensei na possibilidade inatingível do nível supremo. Pensei em algo do seu
nível, uma coisa assim medíocre mesmo. Pensei, então, num canalha do tipo ideal
medíocre. Mas você quando quer uma coisa parece ser insuperável.
Vejam como ele quando quer, consegue.
BRANDO era pobre de Jó. Viveu uma infância infame. Passou
sérias dificuldades e veio parar, atualmente, é claro, num nível social e
econômico de fazer inveja a qualquer sujeito honesto, trabalhador qualificado
que luta diariamente para melhorar um pouco de vida.
Essa ascensão se deu por um único fator. BRANDO foi iniciado
num campo das práticas humana suscetível à bandalheira, corrupção e gatunagem
quando não há pessoas honestas assumindo essas práticas, a política.
Ou seja, BRANDO viu a possibilidade de seguir ali o seu
itinerário canalha forjado desde cedo rumo ao seu objetivo principal, ser rico
sem passar pelos caminhos do trabalho qualificado e pelo desenvolvimento de
habilidades pressupostas socialmente para tal objetivo.
BRANDO seguiu o atalho comum a esses tipos. Ele nunca teve
uma casa própria, pois nunca trabalhou para esta finalidade. Mas desejava
sempre atingi-la.
Pois ele conseguiu, mera e unicamente por um golpe de sorte
dado as circunstâncias políticas da época, se tornar prefeito de sua cidade
natal, Ana Flores. Começou aí o meio para conseguir seus objetivos estritamente
pessoais.
BRANDO passou dois mandatos sendo prefeito de Ana Flores. Ao
final, ficou rico, rico. Tem um monte de empresas em nomes de laranjas, bens em
outras cidades e até estados diferentes e muito dinheiro escondido em cofres
camuflados. Além, é claro, de tudo o que lhe foi roubado, posto que canalha tem
sempre o pendor de se aliar aos seus. (Já contei algumas histórias aqui sobre
ladrões que roubaram BRANDO.)
Uma das mais recentes gatunagens de BRANDO veio a público por
uma inconfidência de um novo vizinho seu. Novo porque BRANDO foi morar próximo
a ele. Então temos aí uma pista da nova gatunagem.
BRANDO comprou uma casa de praia numa cidade chamada Águas
Barrentas. Uma mansão só possível a pessoas de alto poder aquisitivo. Só poucas
pessoas são capazes de comprar uma do mesmo padrão.
Um vizinho de BRANDO conhece uma pessoa da cidade de Ana
Flores. Em telefonema o vizinho perguntou à pessoa como estava a cidade, se
estava tudo bem e coisa e tal. Quando o amigo disse que BRANDO tinha abandonado
a cidade ao descaso, lixo, buracos, mato..., inclusive tinha deixado um clone
assinando a papelada por ele, a pessoa disse que entendia porque a cidade
estava em tais condições.
BRANDO havia comprado uma mansão vizinha à da pessoa que
ligou de Águas Barrentas. O amigo do vizinho ficou estupefato. BRANDO comprou
uma mansão numa cidade à beira mar. Um cara que não tinha nem casa própria
agora é possuidor de inúmeros bens e mansão à beira mar.
Mas ele precisa de um tempo para sossegar tudo o que conseguiu amealhar enquanto esteve na prefeitura de Ana Flores. Agora ele vai deitar numa rede e sorrir cinicamente da cara dos cidadãos de Ana Flores.
BRANDO,
BRANDO, você não tem jeito mesmo. Nasceu torto e vai morrer torto.
Essa bronca aparente ao meu modelo de canalha preferido é só
um meio para encarnar todas as ações podres e mal cheirosas de um político
incompetente e desonrado e um apelo ao bom senso.
E, por fim, há pessoas sensibilizadas pelas histórias que
denunciam as práticas mais repugnantes do tipo encarnada por BRANDO. Tem
defensores dele que choram ao vê-lo exposto com as vísceras do jeito que ele
fica aqui. Esses defensores são como marionetes. Também não entendem que na
ficção a gente pode explorar a imaginação e alçar ao nível do imponderável
muito do que o ser humano mal formado é capaz de fazer. “...Não chores, não
chores /marionetes de cartão / as dores da alma fazem mal ao coração...”
P. S.: Todos os personagens desta história e as situações por
eles protagonizadas são meras criações fictícias e qualquer relação existencial
com alguma cidade verdadeira ou personagens reais terá sido mera coincidência.
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