PROMETEU, no momento em que rouba o
fogo do Olimpo para entregar aos homens. Imagem da Internet.
Ana Flores é uma cidade fictícia criada por mim para que as
narrativas de suas aventuras e peripécias que ocorrem com frequência no campo
político e social possam ser descritas aqui e, que por serem fictícias, ninguém
possa chamar para si a autoria dos eventos e por isso torna-las verídicas.
Ninguém poderá dizer “isso aconteceu comigo”, ou “essa narrativa está falando
de mim”.
Ninguém, eu disse ninguém, poderá se dizer autor das
narrativas visto que elas são criadas por mim. Todos os personagens desta
história e as situações por eles protagonizadas são meras criações fictícias,
como já disse, e qualquer relação existencial com alguma cidade verdadeira ou
personagens reais terá sido mera coincidência.
Um sujeito de pouca moral conseguiu, não se sabe
como e nem a que custo, ser presidente de um partido nanico na cidade de Ana
Flores. Em seguida conseguiu agregar um bando de inocentes úteis à legenda e os
convenceu a se candidatarem a vereador sob a promessa de ajudá-los no que fosse
possível. Trato feito entre as partes interessadas partiu-se para a campanha.
O presidente fingiu ser um ferrenho e insuportável defensor
de seus pupilos na cata de votos. Fez propaganda e os “ajudou” das mais variadas
formas. Mas só formalmente. Por trás da cortina do picadeiro armado por ele os
candidatos a vereador não tinham acesso. Ficavam apenas no palco onde o
fingimento era a atração principal do espetáculo armado pelo presidente do
partido nanico.
Durante o processo eleitoral um dos candidatos a vereador do
partido nanico fez um levantamento de cerca de 200 eleitores que se
comprometeram moralmente a votar nele. Certo que esses já estariam decididos
partiu em busca de mais. Tinha grandes chances de ser eleito se continuasse
conquistando mais votos, mas aí cometeu o mais crasso erro. Sem saber, é claro,
mas um erro fatal para a sua campanha.
Entregou a lista com cerca de 200 eleitores já “garantidos”
ao presidente do partido nanico. E como presidente ele prometeu -“Prometeu” é
bastante sintomático, pois foi este titã que roubou o fogo dos deuses gregos e
o entregou aos homens - que agiria com discrição para que ninguém soubesse da
lista. Promessa feita e candidato encantado, a campanha continuou.
Mas o presidente do partido nanico, partido esse que não
serve para nada, não poderia trair a tradição dos canalhas que se utilizam da
inocência dos outros para tirar proveito pessoal das circunstâncias e negociou
com um candidato a vereador rico a lista de “eleitores comprometidos
moralmente” com o candidato de seu partido.
Ele, para não se trair como canalha que é, vendeu a lista que
continha nome e endereço dos eleitores “comprometidos” de seu candidato a
vereador. O candidato que comprou a lista enviou um aliado seu com os nomes e
endereços que, na véspera da eleição, foi em cada casa e comprou os votos do
candidato pobre do partido nanico.
Resultado do espetáculo que se tornou, no final, uma ópera
bufa: o presidente do partido nanico embolsou o dinheiro da venda da lista dos
eleitores “comprometidos” com seu candidato e este não foi eleito. Mas ele terá
de ficar até a próxima eleição acorrentado a uma pedra para que seu fígado seja
comido pela raiva de ter sido traído pelo titã corrupto.
Tudo dentro do script escrito pelo presidente
do partido que não serve para nada. Quer dizer, serve para canalhas usarem
pessoas inocentes para praticarem as mais abjetas demonstrações de
desonestidade.
Na cidade de Ana Flores tem cada história...
Nenhum comentário:
Postar um comentário