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sábado, 15 de maio de 2010

JACARÉ PAULISTA? ARG! QUE NOJO.

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O texto abaixo é do Filósofo paulista PAULO GHIRALDELLI JR. É divertido e sério.
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NEM TODO JACARÉ URBANO É CARIOCA!
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Em tempos de “direitos dos animais”, todo cuidado é pouco. Muitos dizem que os animais não sabem que eles possuem direitos e que somos nós que temos, então, de garantir os direitos deles e, mais ainda, lutar para que eles venham a ter outros direitos. Todavia, como podemos afirmar isso? Temos conversado com os animais o suficiente para saber se eles não sabem de seus direitos?
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O Rio de Janeiro acordou hoje com
dois jacarés que resolveram exercer um direito que, se não é deles atualmente, é nosso. Trata-se do direito de “ir e vir”, um direito básico em um país livre. Um desses jacarés estava passeando em Santa Teresa, na rua. Outro na Barra, também na rua. O Rio de Janeiro continua lindo, mas com jacaré na rua.
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Já vi macaco nas árvores do Rio, em regiões centrais. Mas, jacaré na rua, não tinha visto ainda. Em São Paulo, uma vez, um jacaré apareceu no meio dito civilizado, mas não saiu das imediações do Tietê. Nesse caso, o jacaré não estava exercendo um direito, ele estava realmente fazendo protesto ecológico ao tentar nadar no Tietê – era isso mesmo? Agora, no caso dos jacarés das ruas do Rio de Janeiro, não há nada a não ser, no caso de um, passeio, no caso de outro, um problema de “menor abandonado”. O jacaré da Barra era adulto e, tudo indica, estava indo às compras, no Barra Shopping. O jacaré de Santa Teresa era filhote, não sabia para onde ia e não conseguiu informar ninguém a respeito do paradeiro dos pais.
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Em rio que tem piranha jacaré nada de costas, sabe-se bem disso. Ora, dizem que há piranha de classe média em Santa Teresa e piranha de luxo na Barra, mas nenhum dos dois jacarés estavam de costas. Aliás, não estavam nadando. Estavam, realmente, andando pelas ruas, ou melhor, pelas calçadas.
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O jacaré carioca passeia, se diverte, expõe-se ao sol do Rio de Janeiro. Você não vê nada em um jacaré carioca que venha a criar celeumas. O jacaré paulista, naquela vez que apareceu, criou uma situação dúbia: para uns, chamava a atenção para a poluição do Tietê, para outros, ao contrário, mostrava que o Tietê não estava ainda tão poluído, já que tinha “até jacaré”. A segunda opção foi a aceita pelo governador do Estado e pelo prefeito de São Paulo, de modo bem rápido.
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São Paulo é um lugar dúbio mesmo: sempre que seus jacarés aparecem, a gente não sabe muito bem o que eles realmente querem fazer. Eles mostram uma coisa, mas podem estar na praça para outra. O jacaré do Rio não faz isso. Se ele está passeando, ele está passeando e pronto. Ele é franco. Penso que nessas eleições presidenciais deveríamos evitar qualquer réptil paulista. Eles são répteis na pele de administradores. E olha que quem está avisando isso sou eu, paulistano. Mas moro no Rio.
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Só para constar, mas com significado: o jacaré de São Paulo chamava
Teimoso e hoje se encontra no Zoológico, que é lugar correto de jacaré paulista ficar.
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Escrito por: PAULO GHIRALDELLI JR.
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06/05/2010
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