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sábado, 15 de maio de 2010

FEIÚRA PRÁTICA, VALE?

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Minhocão da cidade de São Paulo (Foto: FERNANDO STANKUNS). "O 'minhocão' é uma construção que dividiu bairros, acabou com a vida de moradores, com o negócio de comerciantes e com a beleza de uma região central de São Paulo. Três quilômetros de escuridão e barulho por um único motivo: fazer o trânsito 'fluir'." (Blog Panóptico SP). Abaixo, mais um texto do Filósofo PAULO GHIRALDELLI JR. Mais diversão com seriedade.
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ENFIM, OS SEM-MINHOCÃO!
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Acabar com o minhocão, cujo nome e jeito podem ter a ver com símbolo fálico (paterno), vai deixar Kassab com mais essa pecha: o prefeito que investiu firme para, finalmente, resolver seu complexo de Édipo. Não importa, no resultado, Kassab está certo. Que venha o Movimento dos Sem-Minhocão.
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Com o fim do minhocão começará o desmonte dos efeitos nocivos da Ditadura Militar sobre a arquitetura da cidade de São Paulo. O minhocão foi obra do prefeito e governador Paulo Maluf, representante da Ditadura Militar em São Paulo. O nome era tenebroso: Elevado Costa e Silva. Esse general nada teve de “elevado”, aliás, medíocre igual a todos os outros do ciclo de generais que, pela força, foram presidentes.
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O monstrengo arquitetônico botou sua lombada em São Paulo estragando todo o centro, fazendo zonas inteiras de comércio e de residências se desvalorizarem e se perderem. Naquela época, mais que agora, as grandes obras eram a marca dos com menos legitimidade. Pouco direito de governar, então, maior a obra.
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São Paulo sem o minhocão vai voltar a receber o sol e poderá revitalizar seu centro velho, o que de fato está na mira do prefeito atual. Isso, inclusive, ampliará a consciência da população pela recuperação e preservação da vida urbana central, o que já vem ocorrendo. Aliás, se voltarmos a morar nos centros das grandes cidades, o que é possível para uma boa parte da população que enfim, trabalha nesses centros, também o trânsito melhorará – essa tese já ficou provada no lápis, com contas e desenhos.
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O exemplo de São Paulo, colocando abaixo a marca de Maluf na cidade, poderá ser um ganho arquitetônico e político para o Brasil todo. Que todas as cidades aprendam a não colocarem mais sobre si mesmas alguns dinossauros. Cada prefeito que queira ganhar superfaturando uma obra, que ao menos faça uma obra útil. Maluf queria ficar como o “rouba, mas faz”. Roubou, foi preso, resta agora destruir o que fez.
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Daqui uns anos, derrubaremos também a Ponte Estaiada que, apesar de imponente, liga o nada ao lugar nenhum e foi construída com um dinheiro absurdamente alto, o preço que pagamos para o Serra adular a família que dirige a Folha de S. Paulo, colocando naquele outro monstrengo o nome “Frias”. Que frias! Mas já era campanha deste que, apesar não vir da Ditadura Militar e sim da oposição, aderiu a tudo que foi o mais profundo pensamento dos milicos.
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Texto escrito por: PAULO GHIRALDELLI JR.
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07/05/2010
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