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terça-feira, 4 de outubro de 2011

PODER E FORÇA.

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Os gregos antigos inventaram a Polis (cidade politicamente organizada com suas instituições e leis). Aquele que vivia na Polis era chamado de politikon. A sua prática junto aos outros na Polis era a política, ou seja, o que ele fazia na Polis era a política. Grosso modo, pode-se interpretar assim a convicção de ARISTÓTELES ao definir o ser humano como um “animal político” (zoon politikon).

Desejo repetir que todos nós fazemos política mesmo que as vezes alguns não tenham consciência plena disso, posto que nos relacionamos socialmente e assim buscamos saciar as nossas necessidades coletivas. Quero repetir também que política não é propriamente o que fazem alguns biltres e desonestos que ocupam algum tipo de poder em benefício estritamente pessoal e de seus familiares. Pois é basicamente daí, dessa prática, que decorre a noção que política é coisa feia, desonesta, coisa de malandro. Entendida assim, então, ninguém de boa índole, gostaria de fazê-la ou dela participar.

Quando os bandidos banditizam a prática política e dela conseguem afastar os incautos e os honestos abrem, desse modo, espaço para refestelarem-se com seus pares naquilo que afirmam ser a prática de todos. Desejando, de tal modo, que os outros creiam que ali impera a desonestidade e que todos que a praticam também o são. Os biltres não toleram os honestos e por isso querem enlamear a todos para se auto-afirmarem como a única prática possível.  

Nosso país seria diferente se a maioria fosse educada para viver como um politikon. Mas infelizmente a maioria de nós, pela educação deficitária que historicamente sempre tivemos, fica apenas no nível elementar de interpretação dos fatos ao sabor de informações marcadas pelos interesses ideológicos predominantes. É por isso que muitos não entendem quem são, de onde vieram, onde estão e para onde estão indo na sua existência social. Vivem alienados em meio ao jogo dominante de ideias impostas pelo maior poder de manipulação que é a chamada “grande mídia”. A maioria de nós, basicamente, forma o bloco dos que dizem: “deixa a vida me levar...”

A política pode ser definida como o “conjunto de relações de poder vividas na sociedade”. Já o poder pode ser definido como um “conjunto de relações de força que indivíduos ou grupos sociais estabelecem entre si a partir de sua situação na sociedade” em vista do exercício do comando.

Portanto, as relações entre os grupos, dentro do modelo político que criamos, se dão a partir da posição que cada um ocupa e da força que possui. E pela identificação das necessidades, valores, objetivos dos membros que formam cada grupo distintamente é que se tem a chance de lutar pelo poder. Quem forma o maior grupo, tem mais força e maior poder.

Teoricamente, e só teoricamente, funcionaria assim. Mas a manipulação ideológica via mídia, principalmente, relega os grupos sociais com maior potencial de força ao desentendimento e alienação por causa da ausência de educação política e consciência ideológica.

O sujeito não tem compreensão de sua existência social, política, econômica e cultural. Ele não compreende que as estruturas são assim porque as fizemos assim. Não é um legado de Deus e nem obra da natureza. Então, podem ser modificadas em vista das necessidades, valores, objetivos daqueles que potencialmente têm maior força e consequente poder. Mas não são.

A alienação faz com que um pobre defenda as necessidades, valores, objetivos da minoria rica. É inacreditável, mas é assim.

Os mecanismos que utilizamos para aliar as forças são os partidos políticos, sindicatos, associações, ongs... Cada um é constituído a partir de fundamentos ideológicos e objetivos específicos. O PSDB e o DEM são partidos que preferencialmente representam a ideologia da elite do nosso país. Eles formam os grupos que aliam os membros da elite em torno das suas necessidades, valores, objetivos.

Já o PT, PSB, PSTU, PCO... estão fundamentados em ideologias que representam os trabalhadores como classe social. O que resta às pessoas é identificarem corretamente o espectro ideológico que está de acordo com a sua posição social, política, econômica e cultural dentro da sociedade e, do mesmo modo, unir-se aos seus congêneres em vista do aumento da força na luta pelo poder.

A luta pela democratização dos meios de comunicação é um fator preponderante para a agregação de forças por parte da desunida classe subalterna. Quem detém o monopólio da grande mídia (a elite) monopoliza as informações e manipula as mentes deseducadas num país continental como o nosso. Quebrar esse monopólio é a grande luta que devemos lutar agora. O que se quer não é impedir ninguém de manifestar a sua opinião, a sua informação, mas permitir que outros tantos também o façam na mesma proporção.

O que a elite não quer é isso, porque sabe que assim perderá o seu poder de manipulação dos desinformados e deseducados. E a consequência disso será perder o poder que tem como elite. E no jogo de palavras, quando os meios de comunicação se unem, falseiam a realidade porque não podem mostrar seus verdadeiros motivos. As verdades ditas na grande mídia são sempre as verdades a partir de suas necessidades, valores, objetivos de classe. 


Ah, como é estranho, muito estranho um pobre defender necessidades, valores, objetivos de ricos no âmbito político. Não cai bem, não faz sentido, mas é isso que muitos fazem porque não são um zoon politikon, ou não foram educados politicamente. Não podem entrar na classificação que PLATÃO fez do politikon como sendo “bípedes sem penas”. São, por conseguinte, “bípedes sem penas” com penas. 
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4 comentários:

José María Souza Costa disse...

Feitosa, seria de muito bom grado, que Brasilia fosse, uma Polis.
Assim, este Brasil Brasileiro, seria mais humano, mais justo e mais dinâmico.
Parabens, pela postagem

Anônimo disse...

Caro Professor o sr. vive no mundo da lua. Esses partidos que o sr. citou como representantes da classe trabalhadora só representam seus proprios interesses e só pensam em sugar os recursos dos contribuintes brasileiros. É uma cleptocracia comandada pelo PT. A realidade é que o PT detesta a imprensa, pois esta denuncia seus desmandos. Essa é uma realidade que o Sr. não quer ver.

JAIR FEITOSA disse...

Olá José Maria.

Certamente que uma educação política de qualidade nos encaminharia rumo a uma sociedade mais justa e digna. Poderíamos começar mesmo por Brasília, visto que aí é o epicentro das decisões políticas.

Um abraço.

Jair Feitosa.

JAIR FEITOSA disse...

Olá "Anônimo".

Você é mesmo um emblema clássico da burrice. Burro é aquele que empaca na ideia estúpida mesmo sabendo que assim seja. Mesmo confrontado com instrumentos intelectuais mais úteis para a procura da verdade você empaca na sua idiotice e não arreda pé.

Mas respeito o seu direito de permanecer onde está, na burrice, que, enfim, não é só burrice. Você sabe que ficar onde você está revela, mesmo que não queira, que você ganha alguma coisa com isso. E esse algo, com certeza, decorre de defender pessoas do seu mesmo nível moral e intelectual que é o meio que os incompetentes encontram para conseguir aquilo o que os que são competentes conseguem pelo esforço próprio. Você, para ser bem direto porque de outro jeito não vai entender nada, é um puxa-saco de gente imoral, desonesta e corrupta.

Tudo isso para demonstrar que você não sabe ler, pois no texto eu disse "Teoricamente, e só teoricamente, funcionaria assim." Portanto, seu bípede com penas, aprenda alguma coisa para sair dessa sua vida idiota, imprestável.

Sou filiado ao PSB e não tenho vínculos com o PT. Eu já disse isso aqui, mas como você é um burro eu repito para que os outros vejam quem você é. E se tivesse estudado um pouco de história política veria que o que disse não tem sustentação lógica ou científica, portanto é só um zurro de um burro.

Jair Feitosa.