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segunda-feira, 21 de março de 2011

CRÔNICA DE AUTORIA DE AIRTON FEITOSA.

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Crônica do Engenheiro Eletricista AIRTON FREITAS FEITOSA. Ele se refere a uma crônica que escrevi anteriormente dando conta de um caso que envolve o mesmo hospital e que você pode ler clicando AQUI.
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Leia a crônica a seguir que é uma narrativa saborosa com a pretensão de contar como as nossas vidas foram se construíndo ao longo do tempo em que nos preparávamos para ela.
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"MAIS UMA NO INSTITUTO JOSÉ FROTA
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A crônica escrita pelo Jair Feitosa tem mesmo suas verdades e, inclusive, os protagonistas são verdadeiros... Até mesmos todos os detalhes que foram transcritos na mesma.
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Mas, eu, também, tenho a minha história do Instituto José Frota.
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Naquele tempo, inclusive eu morava com meu Irmão Jair, numa outra quitinete do 6º andar do mesmo prédio a que ele se referiu na sua já citada crônica.
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As refeições eram feitas no conhecido Hotel Cratense, de propriedade de um casal muito acolhedor, cujas comidas eram processadas por simpáticas atendentes.
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Na terça-feira da Semana Santa de 1979 foi servido peixe no almoço. Um pargo bem preparado que deixou a todos numa saudade degustativa. Com um detalhe... Me dei mal! Comendo rápido, porque tinha que correr para a aula, terminei por engolir um pedaço de espinha.
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Ao perceber que não conseguia colocá-la para fora procurei falar para a proprietária do Hotel e ela me deu para comer três bananas. Não desceu. Passei a comer farinha. Comi até não aguentar mais. Não desceu. Já estourando o tempo disponível para chegar à aula, não tive alternativa. Fui mesmo com espinha e tudo.
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Lá por volta do entardecer percebi que já sentia dificuldades para respirar. O ar me faltava e a garganta começou a dar sinais de que estava incomodada com a espinha. Passei a ter dificuldades até de falar.
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Quando vi mesmo a coisa apertar... Não tive alternativa. Sem plano de saúde, o que me restava era correr para o Instituto José Frota.
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Chegando lá fui direto à sua recepção já com a carteira de identidade na mão e um bilhete contando o meu drama na outra.
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“Pera aí meu fí. Já entendi o seu caso. Você já será atendido!” Assim fui atendido por uma senhora de idade tentando me acalmar e que tudo ia correr bem. Duas horas depois apareceu um atendente vestido de branco e me chamou.
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“É você que está com uma espinha na garganta?”
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Eu balancei a cabeça afirmando que sim.
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“Pois venha para cá meu anjo... que nós vamos já tirar essa “danadinha” da sua garganta”!
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Foi logo aplicando um spray de xilocaína na minha boca e com uma pinça bem grande foi introduzindo-a na minha garganta. Mexe para aqui, mexe para acolá, vira, volta... E eu já não aguentava mais. Lá pelas tantas ele resolveu me dizer que teria que dar um pequeno corte na minha garganta para poder então retirar aquele estranho objeto. Naquela hora eu reagi e, para quem já não mais conseguia falar, dei um grito de desespero dizendo-lhe que não.
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De repente, adentrou àquela sala, não sei se pelo meu grito, uma jovem frondosa, também vestida de branco, transformando-se no verdadeiro “anjo” entre nós três. Descartou a pinça e com uma tesoura enorme conseguiu, num toque de mágica, içar quem tanto já me incomodava. E fui salvo pelo gongo!
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Agradeci-a com toda a ternura, dei-lhe um abraço e fui correndo, literalmente, para a minha quitinete.
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A madrugada já chegava... O Jair já estava dormindo. Mas, eu tinha que contar para a minha mãe o que tinha acontecido comigo. Fui, então, escrever-lhe uma carta para dizer-lhe que um anjo no Instituto José Frota não me deixou morrer asfixiado."
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Autor: AIRTON FEITOSA.
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8 comentários:

Antonio José Rodrigues disse...

E ainda tem gente achando q vida de estudante é fácil. Abraços

Airton Freitas Feitosa disse...

Prezado Jair,

Para quem não sabe, o Instituto José Frota é um Hospital público de referência e abrangência municipal, estadual e regional, administrado pela Prefeitura de Fortaleza.

Airton Freitas Feitosa

Chico Mário Feitosa disse...

Rapaz... Deve doer ein... Me lembrei agora o quão meu falecido avô era habilidoso na arte de comer peixe: parecia um gato de desenho animado puxando delicadamente o esqueleto após saborear com todo gosto!

JAIR FEITOSA disse...

Olá SJRS.

Não só não é fácil como também conflitante. Já pensou morar numa casa com 8 homens?

Um abraço.

Jair Feitosa.

JAIR FEITOSA disse...

Olá Airton.

Todo dia nós passávamos em frente para ir à escola, lembra? Teve um dia que eu e Delson vimos um cara sair da ambulância todo ensanguentado com várias facadas. Delson ficou todo arrepiado e saimos dizendo, um para o outro, não comentar aquela cena horrível.

Um abraço.

Jair Feitosa.

JAIR FEITOSA disse...

Olá Chico Mário.

É uma técnica muito eficiente, mas difícil de ser aprendida. Bom para ele que não tinha de passar pelo medo e pelas consequências da falta de técnica para comer peixe.

Temo todas as vezes que vou comer peixe, pois uma vez me engasguei com uma costela de galinha. Algo semelhante.

E por falar em peixe, como vai o peixólogo?

Um abraço.

Jair Feitosa.

Airton Freitas Feitosa disse...

Prezado Jair,

Diante da sua pergunta não possa deixar de responde-la com um sim! Lembro-me, mesmo distante de lá. As cenas que vivi permanecem ativas na minha mente mesmo depois de tanto tempo.

Airton Freitas Feitosa

Anônimo disse...

Lendo toda história da vontade de fazer.. hrumm hrumm naganta, hehehe. Se a mulher que lhe salvou virasse sua mulher viraria um filme facim facim.
Ass.Felipe Gonçalves.